Questões de Concurso
Sobre interpretação de textos em português
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TEXTO para as questões de 01 a 10.
DO MICRO AO MACRO
O modelo antigo da escola que formava “doutores” não cola mais. Também não cola mais a idéia de que é da escola a obrigação de educar os filhos. Essa idéia é, aliás, errada. “A escola é mais uma maneira de educar. Família, amigos, televisão e internet também são formas de educação”, diz Mário Sérgio Cortella, filósofo e professor da PUC-SP. Não é por isso, porém, que vale matricular o filho em qualquer lugar. Ao contrário, escolher o colégio que mais se ajusta ao perfil da família é como provar vários pares de sapatos até encontrar o mais confortável – a escola tem que compactuar com os interesses de pais e filhos.
Atualmente, para muitas escolas, o maior valor da educação é ensinar ao aluno a pensar. Quase não existe mais espaço para aquela didática voltada à matéria decorada, à pedagogia da imposição das idéias. A abordagem é reflexiva, induz o estudante a desenvolver pensamentos coerentes e o senso analítico. A boa escola acompanha os problemas mundiais e éticos de maneira mais ampla. “Não há colégio separado do que está acontecendo na sociedade. O que diferencia um do outro é o foco e a eficácia da articulação para discutir um problema”, diz Cristine Conforte, diretora de ensino fundamental do Colégio Santa Cruz, de São Paulo.
Revista Vida Simples. Pé no chão. Julho de 2008.p.44.
“Família, amigos, televisão e internet também são formas de educação”. Ao utilizar, neste trecho, o termo sublinhado, o auto
TEXTO para as questões de 01 a 10.
DO MICRO AO MACRO
O modelo antigo da escola que formava “doutores” não cola mais. Também não cola mais a idéia de que é da escola a obrigação de educar os filhos. Essa idéia é, aliás, errada. “A escola é mais uma maneira de educar. Família, amigos, televisão e internet também são formas de educação”, diz Mário Sérgio Cortella, filósofo e professor da PUC-SP. Não é por isso, porém, que vale matricular o filho em qualquer lugar. Ao contrário, escolher o colégio que mais se ajusta ao perfil da família é como provar vários pares de sapatos até encontrar o mais confortável – a escola tem que compactuar com os interesses de pais e filhos.
Atualmente, para muitas escolas, o maior valor da educação é ensinar ao aluno a pensar. Quase não existe mais espaço para aquela didática voltada à matéria decorada, à pedagogia da imposição das idéias. A abordagem é reflexiva, induz o estudante a desenvolver pensamentos coerentes e o senso analítico. A boa escola acompanha os problemas mundiais e éticos de maneira mais ampla. “Não há colégio separado do que está acontecendo na sociedade. O que diferencia um do outro é o foco e a eficácia da articulação para discutir um problema”, diz Cristine Conforte, diretora de ensino fundamental do Colégio Santa Cruz, de São Paulo.
Revista Vida Simples. Pé no chão. Julho de 2008.p.44.
No texto, quando o autor declara: “Essa idéia, aliás, é errada” (1º parágrafo), ele faz referência
TEXTO:
Água escassa e cara
O senso comum de que o Brasil é um país no qual a água é abundante e nunca vai faltar está caindo por terra. Certos de que o insumo está cada vez mais escasso, a União e os estados estão ampliando a cobrança pelo uso dos rios brasileiros, principalmente, no caso da indústria e do agronegócio, para racionalizar os recursos naturais.
Hoje, cerca de 20% do PIB brasileiro distribuídos por alguns estados, já incluíram a água em sua planilha de custos. Para o consumidor, a tendência será arcar com parte dessa conta, ainda que de forma indireta.
Essa medida visa apenas ao reforço do caixa, ela é orientada pela visão estratégica e de desenvolvimento sustentável nas regiões, Centro Sul e Nordeste, onde já há escassez desse recurso.
A maior quantidade do insumo está no Norte, onde se encontram 68% da água do país, mas apenas 7% da população. No Sul e no Sudeste, onde se concentram a maior produção econômica e 58% dos brasileiros, estão apenas 13% dos recursos hídricos.
Para responder a esse fenômeno, à medida que a cobrança se espalha, as empresas estão buscando formas de reduzir seu consumo. Levantamento feito pela Agência Nacional de Águas (ANA) estima que se reduziu em 20% o uso das águas das duas bacias nacionais onde já há cobrança.
O mais novo passo da cobrança foi dado na quinta-feira passada, quando cerca de 150 pessoas, entre empresários, agricultores, autoridades federais, estaduais e municipais se reuniram em Paracatu (MG), para discutir detalhes da cobrança do uso das águas da Bacia do São Francisco, maior rio brasileiro, que deve começar em 2009. Estima-se que serão arrecadados R$40 milhões por ano quando ela estiver plenamente implantada.
(O Globo -18/05/08 - Gustavo Paul (com adaptações))
Pode-se considerar esse texto como:
A mudança da voz verbal nas frases correspondentes I e II está correta, tanto sintática quanto semanticamente, em:
Reescrevendo a oração “Se os próprios cientistas levam a sério as previsões dos profetas,” (l. 48-49), mantendo o mesmo sentido e a mesma ênfase, tem-se:
I - Se mesmo os cientistas levam a sério as previsões dos profetas,
II - Se até os cientistas levam a sério as previsões dos profetas,
III - Se os cientistas levam ainda a sério as previsões dos profetas,
IV - Se os cientistas levam a sério as previsões dos próprios profetas,
Estão corretas as orações
Leia o texto a seguir para responder às questões de nos 1 a 8.
PROFETAS DA CHUVA
“O meu trunfo é o juazeiro”, diz, com a certeza
de muitos anos de observação, o cearense José Erasmo
Barreira, sertanejo de 67 anos, nascido na região de
Quixadá. “Quando o juazeiro flora em novembro, é sinal
5 de inverno tardio.” Erasmo é representante de uma tra-
dição que atravessou os séculos e ainda está presente
na vida do Nordeste brasileiro. Ele é um profeta da chu-
va e, a partir da observação dessa árvore e de outros
indícios da natureza da caatinga, acredita que o tempo
10 está bom para começar o plantio do sertão cearense.
“Do dia 15 de fevereiro até o final de maio, vai ser um
bom inverno”, promete.
Erasmo é um dos cerca de 25 sertanejos que
aprenderam a entender e a prever o clima a partir dos
15 sinais da natureza, da posição das estrelas, da lua, do
comportamento e canto dos pássaros, do vento, da po-
sição do sol e das nuvens. “Em comunidades que so-
frem com a seca, o papel desses personagens adquire
um caráter político, de organização da população em
20 torno de suas previsões”, explica a psicanalista Karla
Patrícia Martins, professora da Unifor (Universidade de
Fortaleza) e autora do livro Os Profetas da Chuva, do
qual foram retirados os depoimentos que constam des-
ta reportagem. Ela conta que “já houve casos de serta-
25 nejos que foram perseguidos, responsabilizados pelas
secas que previram”.
Ultimamente, os profetas estão desaparecendo,
uma vez que seus filhos não se interessam em levar
adiante esse conhecimento adquirido dos seus avós.
30 “Eu nasci e sempre morei no sertão, daí a gente reúne a
experiência”, conta Erasmo. “É uma coisa que a minha
avó sabia e ensinou p’ra minha mãe, que ensinou p’ra
mim e assim vai.” Em janeiro, Erasmo e os profetas
tradicionais participaram de um encontro que ocorre há
35 doze anos em Quixadá, reunindo pesquisadores brasi-
leiros e estrangeiros, técnicos da Funceme (Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) e agri-
cultores.
O meteorologista Namir Melo, da Funceme, parti-
40 cipa do encontro há dez anos e acredita nessa troca de
conhecimentos. “A ciência vê esse tipo de manifestação
com muito respeito”, afirma. “Afinal de contas, a
meteorologia evoluiu de observações da natureza, como
as que são feitas pelos profetas.” Para ele, o índice de
45 aproveitamento das previsões dos profetas mostra que suas
observações devem ser levadas em consideração. [...]
Figuras importantes
Se os próprios cientistas levam a sério as previ-
sões dos profetas, mais ainda os agricultores de Quixadá,
50 que esperam ansiosamente as manifestações de seus
“meteorologistas”. A cidade [...] está localizada em ple-
no semi-árido do sertão central cearense e sofre com a
falta de água. Tanto que lá foi construído o açude do
Cedro, inaugurado em 1906, o mais antigo do Brasil. A
55 eterna luta contra as intempéries da caatinga faz dos
profetas figuras importantes na região. Poucos agricul-
tores apostam suas sementes antes de ouvir suas pre-
visões e até mesmo o comércio vende mais quando eles
prometem chuva.
60 Os profetas não se intimidam com o peso da res-
ponsabilidade. “A gente não adivinha nada, apenas pra-
tica o conhecimento adquirido no passado”, explica
Erasmo. “Peço desculpas, quando não é do agrado de
todo mundo, mas o sertanejo é assim mesmo.” [...]
BONANOME, Flávio. Revista Horizonte Geográfico, no 115, fev. 2008.
(Adaptado)
No texto, “intempéries” (l. 55) significa
A sentença “Para ele, o índice de aproveitamento das previsões dos profetas mostra que suas observações devem ser levadas em consideração.” (l. 44-46)pressupõe que os(as)
Que trecho do texto NÃO se refere à previsão de chuvas por parte dos profetas?
Analise as sentenças.
I - Os sertanejos que fazem profecias meteorológicas têm uma capacidade divina de prever fatos em geral.
II - Os indícios em que se baseiam os sertanejos para suas previsões meteorológicas são respeitáveis cientificamente.
III - Há uma preocupação dos habitantes das regiões áridas de que estejam desaparecendo as pessoas com habilidades de previsão.
IV - Os profetas suportam sem medo a responsabilidade que lhes é confiada.
Apresentam idéias contidas no texto APENASas afirmativas
A oração “O meu trunfo é o juazeiro” (l. 1) expressa que
Leia o seguinte trecho.
O mundo terá que tomar medidas enérgicas para conter o aquecimento global, cuja face mais visível é o derretimento crescente da cobertura de gelo do Ártico, no Polo Norte.
O pronome relativo “cuja” remete a
Texto II
Apelo
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa da esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero da salada — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
TREVISAN, Dalton.Apelo.In:BOSI,Alfredo.org. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo, Cultrix,1975.p.190.
Em relação ao texto é CORRETO dizer que