Questões de Concurso
Sobre noções de fonética em português
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Observa-se, na propaganda, dirigida aos pais, três palavras “princesinha, comidinha, cozinha” que se caracterizam por:
I. Serem paroxítonas.
II. Estarem no diminutivo.
III. Terem sílabas tônicas distintas.
IV. Serem empregadas como substantivos.
V. Terem a mesma sequência fônica ao final.
Está correto o que se afirma apenas em:
I. Possui um hiato.
II. Possui mais letras que fonemas.
III. É oxítona.
Está correto o que se afirma em:
TEXTO 1:
O LENDÁRIO PAÍS DO RECALL
Moacyr Scliar
“MINHA QUERIDA DONA: quem lhe escreve sou eu, a sua fiel e querida boneca, que você não vê há três meses. Sei que você sente muitas saudades, porque eu também sinto saudades de você. Lembro de você me pegando no colo, me chamando de filhinha, me dando papinha... Você era, e é, minha mãezinha querida, e é por isso que estou lhe mandando esta carta, por meio do cara que assina esta coluna e que, sendo escritor, acredita nas coisas da imaginação.
Posso lhe dizer, querida, que vivi uma tremenda aventura, uma aventura que em vários momentos me deixou apavorada. Porque tive de viajar para o distante país do recall.
Aposto que você nem sabia da existência desse lugar; eu, pelo menos, não sabia. Para lá fui enviada. Não só eu: bonecas defeituosas, ursinhos idem, eletrodomésticos que não funcionavam e peças de automóvel quebradas. Nós todos ali, na traseira de um gigantesco caminhão que andava, andava sem parar.
Finalmente chegamos, e ali estávamos, no misterioso e, para mim, assustador país do recall. Um homem nos recebeu e anunciou, muito secamente, que o nosso destino em breve seria traçado: as bonecas (e os ursinhos, e outros brinquedos, e objetos vários) que tivessem conserto seriam consertados e mandados de volta para os donos; quanto tempo isso levaria era imprevisível, mas três meses era o mínimo. Uma boneca que estava do meu lado, a Liloca, perguntou, com os olhos arregalados, o que aconteceria a quem não tivesse conserto. O homem não disse nada, mas seu sorriso sinistro falava por si.
Passamos a noite num enorme pavilhão destinado especialmente às bonecas. Éramos centenas ali, algumas com probleminhas pequenos (um braço fora do lugar, por exemplo), outras já num estado lamentável. Estava muito claro que para várias de nós não haveria volta.
Naquela noite conversei muito com minha amiga Liloca -sim, querida dona, àquela altura já éramos amigas. O infortúnio tinha nos unido. Outras bonecas juntaram-se a nós e logo formamos um grande grupo. Estávamos preocupadas com o que poderia nos suceder.
De repente a Liloca gritou: “Mas, gente, nós não somos obrigados a aceitar isso! Vamos fazer alguma coisa!”. Nós a olhamos, espantadas: fazer alguma coisa? Mas fazer o quê?
Liloca tinha uma resposta: vamos tomar o poder. Vamos nos apossar do país do recall.
No começo, aquilo nos pareceu absurdo. Mas Liloca sabia do que estava falando. A mãe da dona dela tinha sido uma militante revolucionária e sempre falava nisso, na necessidade de mudar o mundo, de dar o poder aos mais fracos.
Ora, dizia Liloca, ninguém mais fraco do que nós, pobres, desamparados e defeituosos brinquedos. Não deveríamos aguardar resignadamente que decidissem o que fazer com a gente.
De modo, querida dona, que estamos aqui preparando a revolução. Breve estaremos governando o país do recall. Mas não se preocupe, eu a convidarei para uma visita. Você poderá vir a qualquer hora. E não precisará de recall para isso.”
Folha de S. Paulo (SP) 25/2/2008
O mesmo fenômeno pode ser verificado na seguinte palavra do texto:
TODAS AS QUESTÕES SERÃO AVALIADAS COM BASE NO
REGISTRO CULTO E FORMAL DA LÍNGUA.
O timbre da vogal tônica do substantivo, quando escrito no plural, altera de fechado para aberto em
Em 6 anos, 21.240 armas de guardas privados foram para mãos de bandidos
Das
97.549 armas de fogo que foram registradas em nome de empresas de
segurança e de transportes de valores em São Paulo desde 2004, 21.240
(22%) foram furtadas ou roubadas. Ou seja, uma em cada cinco armas do
arsenal das empresas de segurança foi parar nas mãos de bandidos. Os
dados foram divulgados ontem pelo Instituto Sou da Paz, como parte da
pesquisa Implementação do Estatuto do Desarmamento: do Papel para a
Prática. As informações têm por base o Sistema de Segurança e Vigilância
Privada (Sisvip) da Polícia Federal e a pesquisa traz um balanço de
seis anos do Estatuto do Desarmamento. "O dado permite diferentes
leituras. Uma delas é a de que o porte de armas não parece inibir a
abordagem dos ladrões. Outra sugere que os seguranças podem estar sendo
procurados porque diminuiu a quantidade de armas nas mãos dos civis",
afirma o diretor do Sou da Paz, Denis Mizne. "Mas esses números também
revelam que existem problemas no setor que devem ser investigados pela
PF." Segundo os pesquisadores, há brechas na fiscalização por parte da
PF. Números da CPI do Tráfico de Armas já apontavam para a gravidade do
problema. Conforme dados da Polícia Civil do Rio, das 10 mil armas
apreendidas com criminosos entre 1998 e 2003 no Estado, 17% pertenciam a
empresas de segurança privada. Clandestinidade. Existem hoje no Brasil
1,1 milhão de vigilantes - e 350 mil trabalham em empresas de segurança.
Só em São Paulo, de acordo com o sindicato patronal (Sesvesp), há 128
mil vigilantes. "Podemos dizer ainda que, para cada funcionário de
empresa regularizada, existem dois em empresas irregulares", afirma o
empresário Vitor Saeta, diretor do Sesvesp. "As empresas que atuam com
segurança externa costumam ser as mais visadas.
Em cada ação dos
ladrões, podem ser roubadas até cinco armas de uma vez", diz. Em julho,
uma viatura de escolta armada da empresa Pentágono, que Saeta dirige,
foi abordada por um desses grupos. A quadrilha estava em dois carros e
usava armas longas e fuzis. Os vigilantes acompanhavam um caminhão que
transportava um insumo industrial na Grande São Paulo. A carga foi
desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona
norte de São Paulo. "As armas mais usadas pelos vigilantes são os
revólveres calibre 38. Quando roubadas, são usadas em crimes comuns.
Escoltas externas são as que usam armas longas, que interessam ao crime
organizado."
Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100429/not_imp5 44488,0.php. Acesso em 28 1abr 2010.

O diagnóstico das necessidades de aprendizagem desse aluno indica que ele:
I. transcreve a fala (vendu, muchila);
II. não usa a concordância nominal da variante culta (10 real);
III. não sabe que o mesmo fonema pode ser grafado com diferentes letras (rocha);
IV. não sabe que o gênero anúncio deve conter título e identificação do anunciante.
Estão corretas

Com base no texto acima, julgue os itens subseqüentes.
Exemplificam o fato de a língua portuguesa, em determinados casos, ter mais de uma forma para representar um mesmo som as palavras “nossa” (l.3), “açucarada” (l.10), “encerrando” (l.17), “doces” (l.22) e “diversão” (l.24).
Etimologia. Sobre as formas verbais latinas potes,
'pode', potui, "pude", poteìram, "pudera", poteìro, 'poderei',
potens, potentis, 'aquele que pode' etc. (todos do verbo lat.
posse, 'poder, ter o poder de, ser capaz de'), forma-se o
infinitivo lat. vulg. poteìre, 'poder, ter o poder de, ser capaz
de', que conviveu com o lat. cláss. posse até suplantá-lo por
volta do séc. VIII d.C. Poteìre é a origem do port. esp.
poder, do século XII-XIII, it. potere, fr. pouvoir, ambos do
séc. XII, ing. power, de 1297-1325, que já se registram
como substantivo nessas datas. O vocábulo al. Macht traduz
o port. esp. poder e demais vernacularizações.
Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo - Rio de Janeiro: Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Publicações Ltda. 1977, p. 9.001 (com adaptações).
Julgue os itens subseqüentes, relativos ao sentido e às
estruturas morfossintática, semântica e discursiva do texto I.