Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q2522324 Português
A CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA


    No Brasil, basta um escândalo de corrupção estampar as manchetes dos jornais para que os comentaristas de plantão vociferem palavras de ordem na internet em que exigem, até, a pena de morte para os corruptores. Mas esses mesmos gritos raivosos aceitam, pacificamente, os pequenos crimes que eles próprios e muitos conhecidos praticam no dia a dia, sem nem mesmo perceber que o “jeitinho” do cotidiano também é uma forma de corrupção.


    Na última semana, um cartaz colado em um muro de uma grande avenida de São Paulo perguntava aos passantes: “Habilitação suspensa?”. O anúncio, que desrespeitava a lei Cidade Limpa, legislação municipal que proíbe a colocação de cartazes em locais públicos, trazia um número de telefone e oferecia um serviço: dar um “jeitinho” nos pontos obtidos na carteira de motoristas que tiveram suas licenças para dirigir retiradas por causa do excesso de multas recebidas no trânsito.


    O trabalho poderia aliviar a barra de pessoas que dirigiram acima do limite de velocidade, andaram “só por alguns minutos” na faixa exclusiva de ônibus ou que beberam além dos limites permitidos antes de assumir o volante. Tudo justificado pelos receptores da multa com argumentos como a pressa e a falta de transporte público barato e de qualidade durante as madrugadas. Muitas dessas pessoas, inclusive, podem até ter comprado a carteira de motorista, pagando uma propina para que o fiscal que realiza a prova prática ajudasse na tarefa.


    O “jeitinho” brasileiro se estende para além do trânsito. Em pleno centro de São Paulo, a maior cidade do país, é possível comprar diplomas falsos que permitem a participação em concursos públicos e, mais comum ainda, atestados médicos, para justificar ausências mais prolongadas no trabalho. Também é possível, sem nem mesmo sair de casa, “roubar” o sinal da TV à cabo do vizinho, sem que ele saiba, ou comprar um aparelho decodificador de sinal pela própria internet e usá-lo para sempre sem ter que pagar mensalidade às operadoras, que, afinal, “cobram muito caro”. A prática é tão institucionalizada que tem até nome: “o gato net”.


    Mas a corrupção diária pode ser ainda mais grave. A previdência social, uma das áreas mais afetadas pelo “jeitinho”, descobriu, apenas em 2013, 56 fraudes que causaram um prejuízo de 82 milhões de reais aos cofres públicos, afirma o Ministério da Previdência Social. O dinheiro estava sendo destinado para pessoas que passaram a receber benefícios depois de apresentarem documentos falsos, como atestados médicos ou comprovantes de união estável.


    Há ainda casos que não são facilmente descobertos porque, tecnicamente, são difíceis de serem configurados como crime. Como o de mulheres, casadas aos olhos de vizinhos e amigos, mas que não oficializaram suas relações para não perderem a pensão vitalícia a que têm direito depois do falecimento do pai, funcionário público. Ao casarem-se oficialmente, o benefício é cortado. Há também o caso das “viúvas negras”: aquelas que, de comum acordo com os futuros “maridos”, casam-se com homens muito mais velhos, sem filhos, apenas para conseguir receber uma pensão quando esses homens morrerem.


    Uma pesquisa feita pelo Centro de Referência do Interesse Público (CRIP) da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou em 2009 que 77% dos entrevistados acreditavam que a corrupção é um problema grave no país. Ao mesmo tempo, 35% delas concordaram que atitudes como sonegar impostos, quando eles são caros, podem ser erradas, mas não corruptas.


    “Não é que as pessoas não percebam que são erradas. O que elas fazem é justificar esse erro por conta de alguma coisa que diga respeito aos seus interesses e necessidades mais imediatas. A questão que envolve o problema da corrupção é essa ambivalência dos valores”, afirma Fernando Filgueiras, coordenador do centro. “Facilmente identificamos a corrupção praticada por políticos, burocratas, empresários, lobistas. Mas quando diz respeito à ordem do cotidiano, essa ambivalência surge porque sempre identificamos a corrupção no outro. Se observarmos o cotidiano, essa ambivalência sempre se faz presente, porque tentamos justificar nossos atos. Essa fronteira é sempre muito tênue. Todos somos contra a corrupção. Até os corruptos o são. O problema é quando você olha a sua ação individual”, complementa ele.


    “A fraude do imposto de renda, a tentativa de subornar funcionários públicos, o favorecimento, quando possível, de familiares em negócios públicos são o que chamamos normalmente de pequena corrupção. Essa é muito difícil de ser combatida, porque é mais pulverizada e individual.”.


    Para o Ministério Público, que criou uma campanha para alertar sobre essa corrupção cotidiana, o caminho é conscientizar as pessoas de que o “jeitinho brasileiro” é, sim, uma forma de corrupção.


    “A gente acredita numa formação de consciência. De construção de uma nova geração. Por isso, damos palestras em escolas para mostrar o que é a prática corrupta”, conta Vinicius Menandro, promotor de Justiça do Acre e coordenador nacional da campanha “O que você tem a ver com a corrupção”.


    “Gostamos muito de apontar as falhas dos deputados, senadores, mas as pessoas que compraram a carteira de motorista são tão corruptas quanto”, avalia. “Para mudar o país temos que mudar nós mesmos”.


(Autora: Talita Bedinelli. Site El Pais. Publicado em 04/12/2013. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/04/sociedad/1 386197033_853176.html)
Como o texto SUGERE que a corrupção cotidiana se distingue da corrupção envolvendo figuras políticas e empresariais?
Alternativas
Q2522323 Português
A CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA


    No Brasil, basta um escândalo de corrupção estampar as manchetes dos jornais para que os comentaristas de plantão vociferem palavras de ordem na internet em que exigem, até, a pena de morte para os corruptores. Mas esses mesmos gritos raivosos aceitam, pacificamente, os pequenos crimes que eles próprios e muitos conhecidos praticam no dia a dia, sem nem mesmo perceber que o “jeitinho” do cotidiano também é uma forma de corrupção.


    Na última semana, um cartaz colado em um muro de uma grande avenida de São Paulo perguntava aos passantes: “Habilitação suspensa?”. O anúncio, que desrespeitava a lei Cidade Limpa, legislação municipal que proíbe a colocação de cartazes em locais públicos, trazia um número de telefone e oferecia um serviço: dar um “jeitinho” nos pontos obtidos na carteira de motoristas que tiveram suas licenças para dirigir retiradas por causa do excesso de multas recebidas no trânsito.


    O trabalho poderia aliviar a barra de pessoas que dirigiram acima do limite de velocidade, andaram “só por alguns minutos” na faixa exclusiva de ônibus ou que beberam além dos limites permitidos antes de assumir o volante. Tudo justificado pelos receptores da multa com argumentos como a pressa e a falta de transporte público barato e de qualidade durante as madrugadas. Muitas dessas pessoas, inclusive, podem até ter comprado a carteira de motorista, pagando uma propina para que o fiscal que realiza a prova prática ajudasse na tarefa.


    O “jeitinho” brasileiro se estende para além do trânsito. Em pleno centro de São Paulo, a maior cidade do país, é possível comprar diplomas falsos que permitem a participação em concursos públicos e, mais comum ainda, atestados médicos, para justificar ausências mais prolongadas no trabalho. Também é possível, sem nem mesmo sair de casa, “roubar” o sinal da TV à cabo do vizinho, sem que ele saiba, ou comprar um aparelho decodificador de sinal pela própria internet e usá-lo para sempre sem ter que pagar mensalidade às operadoras, que, afinal, “cobram muito caro”. A prática é tão institucionalizada que tem até nome: “o gato net”.


    Mas a corrupção diária pode ser ainda mais grave. A previdência social, uma das áreas mais afetadas pelo “jeitinho”, descobriu, apenas em 2013, 56 fraudes que causaram um prejuízo de 82 milhões de reais aos cofres públicos, afirma o Ministério da Previdência Social. O dinheiro estava sendo destinado para pessoas que passaram a receber benefícios depois de apresentarem documentos falsos, como atestados médicos ou comprovantes de união estável.


    Há ainda casos que não são facilmente descobertos porque, tecnicamente, são difíceis de serem configurados como crime. Como o de mulheres, casadas aos olhos de vizinhos e amigos, mas que não oficializaram suas relações para não perderem a pensão vitalícia a que têm direito depois do falecimento do pai, funcionário público. Ao casarem-se oficialmente, o benefício é cortado. Há também o caso das “viúvas negras”: aquelas que, de comum acordo com os futuros “maridos”, casam-se com homens muito mais velhos, sem filhos, apenas para conseguir receber uma pensão quando esses homens morrerem.


    Uma pesquisa feita pelo Centro de Referência do Interesse Público (CRIP) da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou em 2009 que 77% dos entrevistados acreditavam que a corrupção é um problema grave no país. Ao mesmo tempo, 35% delas concordaram que atitudes como sonegar impostos, quando eles são caros, podem ser erradas, mas não corruptas.


    “Não é que as pessoas não percebam que são erradas. O que elas fazem é justificar esse erro por conta de alguma coisa que diga respeito aos seus interesses e necessidades mais imediatas. A questão que envolve o problema da corrupção é essa ambivalência dos valores”, afirma Fernando Filgueiras, coordenador do centro. “Facilmente identificamos a corrupção praticada por políticos, burocratas, empresários, lobistas. Mas quando diz respeito à ordem do cotidiano, essa ambivalência surge porque sempre identificamos a corrupção no outro. Se observarmos o cotidiano, essa ambivalência sempre se faz presente, porque tentamos justificar nossos atos. Essa fronteira é sempre muito tênue. Todos somos contra a corrupção. Até os corruptos o são. O problema é quando você olha a sua ação individual”, complementa ele.


    “A fraude do imposto de renda, a tentativa de subornar funcionários públicos, o favorecimento, quando possível, de familiares em negócios públicos são o que chamamos normalmente de pequena corrupção. Essa é muito difícil de ser combatida, porque é mais pulverizada e individual.”.


    Para o Ministério Público, que criou uma campanha para alertar sobre essa corrupção cotidiana, o caminho é conscientizar as pessoas de que o “jeitinho brasileiro” é, sim, uma forma de corrupção.


    “A gente acredita numa formação de consciência. De construção de uma nova geração. Por isso, damos palestras em escolas para mostrar o que é a prática corrupta”, conta Vinicius Menandro, promotor de Justiça do Acre e coordenador nacional da campanha “O que você tem a ver com a corrupção”.


    “Gostamos muito de apontar as falhas dos deputados, senadores, mas as pessoas que compraram a carteira de motorista são tão corruptas quanto”, avalia. “Para mudar o país temos que mudar nós mesmos”.


(Autora: Talita Bedinelli. Site El Pais. Publicado em 04/12/2013. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/04/sociedad/1 386197033_853176.html)
Conforme abordado no texto, qual é a principal justificativa que as pessoas podem apresentar para legitimar suas ações corruptas no cotidiano? 
Alternativas
Q2522242 Português
“Eu tenho um problema: meu ascendente é em áries. E eu tenho outro problema: é que eu sou a menina que nasceu sem cor. Pra alguns eu sou ‘preta’, para outras eu sou Preta, para muitos e muitas eu sou parda. Ainda que eu sempre tenha ouvido por aí que parda é cor de papel [...]. Eu sou a menina que nasceu sem cor porque eu nasci num país sem memória, com amnésia, que apaga da história todos os seus símbolos de resistência negra. Porque me chamam por aí de parda, morena, moreninha, mestiça, mulata, café com leite, marrom bombom... Por muito tempo eu fui a menina que nasceu sem cor, mas um dia gritaram-me: ‘NEGRA!’ E eu respondi” (Por Midria, MANOS E MINAS. Eu sou a menina que nasceu sem cor... YouTube, 9 ago. 2018).

O texto acima trata-se de um slam, típica batalha de rimas identificada como um gênero literário de resistência no Brasil. Com base na obra “Por um Feminismo Afro-latino-americano” (2020), de Lélia Gonzalez, analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.
( ) O racismo cultural leva tanto algozes quanto vítimas a considerarem natural o fato de a mulher, em geral, e a negra, em particular, desempenhar papéis sociais desvalorizados. ( ) Enquanto denegação da “ladino-amefricanidade”, o racismo “à brasileira” se volta justamente contra aqueles que são o testemunho vivo da mesma (os negros), ao mesmo tempo que diz não fazê-lo (“democracia racial” brasileira). ( ) A categoria de “amefricanidade” trata da construção de uma identidade étnica que não é somente de caráter territorial, linguístico e ideológico, mas incorpora todo um processo histórico de intensa dinâmica cultural afrocentrada. ( ) Para Lélia Gonzalez, o carnaval deve ser utilizado como uma importante forma de comercialização da cultura popular brasileira para o mundo e de valorização da mulher negra.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 
Alternativas
Q2521892 Português
Leia o texto para responder à questão.

     Aprendemos _________ pensar que, se é natureza, não é cultura – e, inversamente, se é cultura, não pode ser natureza. A força que impele os animais ________ reprodução brota de pulsões naturais, ditas instintivas; já a instituição do matrimônio decorre de construções culturais. A fúria selvagem corresponderia ________ natureza bruta; o diálogo pacífico seria uma conquista da cultura.

(BUCCI, Eugênio. Em: https://www.estadao.com.br/opiniao/eugenio-bucci/ ora-a-natureza-humana-esta-na-cultura/ 30.06.2022. Adaptado)
Segundo o autor, as pessoas tendem a considerar a n atureza e a cultura
Alternativas
Q2521889 Português
Leia o texto para responder à questão.

Quando você for-se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possame carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possapor acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possapor tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
moça de sonho e de neve,
me leve no esquecimento.

(GULLAR, Ferreira. Cantiga para não morrer. 1975)
Assinale a alternativa em que se expressa no poema ideia de causa.
Alternativas
Q2521888 Português
Leia o texto para responder à questão.

Quando você for-se embora,
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possame carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possapor acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possapor tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
moça de sonho e de neve,
me leve no esquecimento.

(GULLAR, Ferreira. Cantiga para não morrer. 1975)
É correto afirmar que o eu lírico
Alternativas
Q2521881 Português
Leia o texto para responder à questão.

Destruição criativa 2.0

    Não compro muito a ideia de que a inteligência artificial vai destruir o mundo. Digo-o não porque tenha conhecimento privilegiado do porvir, mas porque sei que, diante do novo, nossa tendência é sempre a de exagerar os perigos. Quem quiser uma confirmação empírica disso pode pegar nas coleções de jornais os artigos catastrofistas dos anos 1970 e 1980 que mencionavam o advento dos bebês de proveta, que hoje não despertam mais polêmica.
    Daí não decorre que devamos tratar a inteligência artificial com ligeireza. É uma mudança tecnológica de enorme potencial e que terá impactos, em especial sobre o empreg o. Já vimos antes a chamada destruição criadora em ação. Mas, ao que tudo indica, desta vez, a aniquilação de postos de trabalho se dará em escala maior e atingirá também funções criativas ocupadas pelas elites intelectuais, que foram poupadas em viragens tecnológicas anteriores.
    O quadro geral, porém, talvez não seja dos piores. Economistas de diferentes correntes anteviram um mundo em que as mudanças tecnológicas avançariam tanto que resolveriam o problema econômico da humanidade, isto é, as máquinas produziriam sozinhas e de graça tudo o que necessitamos, de comida a bens industrializados, passando por vários tipos de serviço. A dificuldade é que, como isso não vai acontecer da noite para o dia, devemos esperar uma transição complicada. E complicada não apenas em termos econômicos e sociais, mas também psicológicos.
    Quando conhecemos uma pessoa, uma das primeiras perguntas que lhe dirigimos é “o que você faz?”. Vivemos em sociedades em que os indivíduos se definem em larga medida por sua profissão. Tirar isso deles pode provocar um vazio existencial. É até possível que, com o problema econômico resolvido, passemos a extrair transcendência de outras atividades. Imagine um mundo de artistas. Mas isso vai exigir uma revolução anímica.

(SCHWARTSMAN, Hélio. Em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ helioschwartsman/2023/09/destruicao-criativa-20.shtml.
15.09.2023. Adaptado)
O autor se dirige diretamente ao leitor em:
Alternativas
Q2521880 Português
Leia o texto para responder à questão.

Destruição criativa 2.0

    Não compro muito a ideia de que a inteligência artificial vai destruir o mundo. Digo-o não porque tenha conhecimento privilegiado do porvir, mas porque sei que, diante do novo, nossa tendência é sempre a de exagerar os perigos. Quem quiser uma confirmação empírica disso pode pegar nas coleções de jornais os artigos catastrofistas dos anos 1970 e 1980 que mencionavam o advento dos bebês de proveta, que hoje não despertam mais polêmica.
    Daí não decorre que devamos tratar a inteligência artificial com ligeireza. É uma mudança tecnológica de enorme potencial e que terá impactos, em especial sobre o empreg o. Já vimos antes a chamada destruição criadora em ação. Mas, ao que tudo indica, desta vez, a aniquilação de postos de trabalho se dará em escala maior e atingirá também funções criativas ocupadas pelas elites intelectuais, que foram poupadas em viragens tecnológicas anteriores.
    O quadro geral, porém, talvez não seja dos piores. Economistas de diferentes correntes anteviram um mundo em que as mudanças tecnológicas avançariam tanto que resolveriam o problema econômico da humanidade, isto é, as máquinas produziriam sozinhas e de graça tudo o que necessitamos, de comida a bens industrializados, passando por vários tipos de serviço. A dificuldade é que, como isso não vai acontecer da noite para o dia, devemos esperar uma transição complicada. E complicada não apenas em termos econômicos e sociais, mas também psicológicos.
    Quando conhecemos uma pessoa, uma das primeiras perguntas que lhe dirigimos é “o que você faz?”. Vivemos em sociedades em que os indivíduos se definem em larga medida por sua profissão. Tirar isso deles pode provocar um vazio existencial. É até possível que, com o problema econômico resolvido, passemos a extrair transcendência de outras atividades. Imagine um mundo de artistas. Mas isso vai exigir uma revolução anímica.

(SCHWARTSMAN, Hélio. Em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ helioschwartsman/2023/09/destruicao-criativa-20.shtml.
15.09.2023. Adaptado)
Para explicar por que não acredita que a inteligência a rtificial destruirá o mundo, o autor recorre ao argumento de que
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Q2521873 Português
Leia o texto para responder à questão.

Sobre escrever bem: uma declaração contra o império da simplicidade

    Que tudo seja expresso com o mínimo de ruído, que o leitor compreenda de imediato cada mensagem, que as sentenças sejam diretas e limpas, concisas e coerentes – e que se escolha apenas um desses adjetivos para dizer o que se deseja. No império da simplicidade, eliminar palavras é o gesto literário por excelência. E assim vamos formando uma geração de escritores contrários ao dicionário e à linguagem; e uma geração de leitores que só desejam histórias fortes narradas limpidamente.
      Ao escritor cabe sobretudo o medo. Deve temer os termos longos e abstratos, cada um passível de se tornar um peso morto sobre a página, a assombrar os leitores também assustados. Deve temer as palavras incomuns, as estranhas, as antigas, maculadas pela poeira dos séculos. Deve temer o olhar dos críticos, encarados como fiscais da clareza, e fugir de seu juízo definitivo de pretensão excessiva, de vaidade ou pedantismo. Ao escritor cabe a dieta da língua: ingerir apenas palavras magras e nutritivas, que não suscitem qualquer risco de resultarem indigestas aos estômagos sensíveis.
    Assim recomendou a revista The Economist, num artigo que se propunha a ditar o que devem ler aqueles que querem escrever melhor. O que deve ler um bom escritor, segundo os economistas?
    Uma sequência de manuais de estilo que defendem sempre a mesma doutrina, a começar pelo manual clássico do escritor George Orwell, que parece ter aberto a tradição de ataque à escrita obscura ou labiríntica, a tradição de defesa da razão, algo que só se encontraria nas palavras cotidianas reunidas na ordem costumeira. Que a literatura siga as diretrizes de eficácia que regem o pensamento econômico, que se faça objetiva e vendável, com custos mínimos: nisso culminam tantos princípios.
    Para dar riqueza a essa visão um tanto empobrecida, evocam-se sempre alguns grandes nomes da boa literatura concisa. Entre anglófonos, Ernest Hemingway é incensado como modelo maior da economia das letras. Entre brasileiros, Graciliano Ramos se torna a referência máxima, na obsessão por um estilo seco assemelhado às vidas que ele retrata.

(FUKS, Julián. Em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2023/10/07/sobre-escrever-bem-uma-declaracao-contra- -o-imperio-da-simplicidade.htm. 07.10.2023. Adaptado)
Segundo o autor, é comum que, na defesa de uma escrita literária concisa,
Alternativas
Q2521872 Português
Leia o texto para responder à questão.

Sobre escrever bem: uma declaração contra o império da simplicidade

    Que tudo seja expresso com o mínimo de ruído, que o leitor compreenda de imediato cada mensagem, que as sentenças sejam diretas e limpas, concisas e coerentes – e que se escolha apenas um desses adjetivos para dizer o que se deseja. No império da simplicidade, eliminar palavras é o gesto literário por excelência. E assim vamos formando uma geração de escritores contrários ao dicionário e à linguagem; e uma geração de leitores que só desejam histórias fortes narradas limpidamente.
      Ao escritor cabe sobretudo o medo. Deve temer os termos longos e abstratos, cada um passível de se tornar um peso morto sobre a página, a assombrar os leitores também assustados. Deve temer as palavras incomuns, as estranhas, as antigas, maculadas pela poeira dos séculos. Deve temer o olhar dos críticos, encarados como fiscais da clareza, e fugir de seu juízo definitivo de pretensão excessiva, de vaidade ou pedantismo. Ao escritor cabe a dieta da língua: ingerir apenas palavras magras e nutritivas, que não suscitem qualquer risco de resultarem indigestas aos estômagos sensíveis.
    Assim recomendou a revista The Economist, num artigo que se propunha a ditar o que devem ler aqueles que querem escrever melhor. O que deve ler um bom escritor, segundo os economistas?
    Uma sequência de manuais de estilo que defendem sempre a mesma doutrina, a começar pelo manual clássico do escritor George Orwell, que parece ter aberto a tradição de ataque à escrita obscura ou labiríntica, a tradição de defesa da razão, algo que só se encontraria nas palavras cotidianas reunidas na ordem costumeira. Que a literatura siga as diretrizes de eficácia que regem o pensamento econômico, que se faça objetiva e vendável, com custos mínimos: nisso culminam tantos princípios.
    Para dar riqueza a essa visão um tanto empobrecida, evocam-se sempre alguns grandes nomes da boa literatura concisa. Entre anglófonos, Ernest Hemingway é incensado como modelo maior da economia das letras. Entre brasileiros, Graciliano Ramos se torna a referência máxima, na obsessão por um estilo seco assemelhado às vidas que ele retrata.

(FUKS, Julián. Em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2023/10/07/sobre-escrever-bem-uma-declaracao-contra- -o-imperio-da-simplicidade.htm. 07.10.2023. Adaptado)
Leia o período e assinale a alternativa cuja expressão completa corretamente a lacuna:
De acordo com o 4º parágrafo do texto, o autor considera que os ataques à escrita obscura ou labiríntica vêm tradicionalmente daqueles que veem a razão como algo __________ linguagem do dia a dia.
Alternativas
Q2521871 Português
Leia o texto para responder à questão.

Sobre escrever bem: uma declaração contra o império da simplicidade

    Que tudo seja expresso com o mínimo de ruído, que o leitor compreenda de imediato cada mensagem, que as sentenças sejam diretas e limpas, concisas e coerentes – e que se escolha apenas um desses adjetivos para dizer o que se deseja. No império da simplicidade, eliminar palavras é o gesto literário por excelência. E assim vamos formando uma geração de escritores contrários ao dicionário e à linguagem; e uma geração de leitores que só desejam histórias fortes narradas limpidamente.
      Ao escritor cabe sobretudo o medo. Deve temer os termos longos e abstratos, cada um passível de se tornar um peso morto sobre a página, a assombrar os leitores também assustados. Deve temer as palavras incomuns, as estranhas, as antigas, maculadas pela poeira dos séculos. Deve temer o olhar dos críticos, encarados como fiscais da clareza, e fugir de seu juízo definitivo de pretensão excessiva, de vaidade ou pedantismo. Ao escritor cabe a dieta da língua: ingerir apenas palavras magras e nutritivas, que não suscitem qualquer risco de resultarem indigestas aos estômagos sensíveis.
    Assim recomendou a revista The Economist, num artigo que se propunha a ditar o que devem ler aqueles que querem escrever melhor. O que deve ler um bom escritor, segundo os economistas?
    Uma sequência de manuais de estilo que defendem sempre a mesma doutrina, a começar pelo manual clássico do escritor George Orwell, que parece ter aberto a tradição de ataque à escrita obscura ou labiríntica, a tradição de defesa da razão, algo que só se encontraria nas palavras cotidianas reunidas na ordem costumeira. Que a literatura siga as diretrizes de eficácia que regem o pensamento econômico, que se faça objetiva e vendável, com custos mínimos: nisso culminam tantos princípios.
    Para dar riqueza a essa visão um tanto empobrecida, evocam-se sempre alguns grandes nomes da boa literatura concisa. Entre anglófonos, Ernest Hemingway é incensado como modelo maior da economia das letras. Entre brasileiros, Graciliano Ramos se torna a referência máxima, na obsessão por um estilo seco assemelhado às vidas que ele retrata.

(FUKS, Julián. Em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2023/10/07/sobre-escrever-bem-uma-declaracao-contra- -o-imperio-da-simplicidade.htm. 07.10.2023. Adaptado)
Na opinião do autor, as consequências do que ele deno- mina “império da simplicidade”
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Q2521870 Português
Leia o texto para responder à questão.

Sobre escrever bem: uma declaração contra o império da simplicidade

    Que tudo seja expresso com o mínimo de ruído, que o leitor compreenda de imediato cada mensagem, que as sentenças sejam diretas e limpas, concisas e coerentes – e que se escolha apenas um desses adjetivos para dizer o que se deseja. No império da simplicidade, eliminar palavras é o gesto literário por excelência. E assim vamos formando uma geração de escritores contrários ao dicionário e à linguagem; e uma geração de leitores que só desejam histórias fortes narradas limpidamente.
      Ao escritor cabe sobretudo o medo. Deve temer os termos longos e abstratos, cada um passível de se tornar um peso morto sobre a página, a assombrar os leitores também assustados. Deve temer as palavras incomuns, as estranhas, as antigas, maculadas pela poeira dos séculos. Deve temer o olhar dos críticos, encarados como fiscais da clareza, e fugir de seu juízo definitivo de pretensão excessiva, de vaidade ou pedantismo. Ao escritor cabe a dieta da língua: ingerir apenas palavras magras e nutritivas, que não suscitem qualquer risco de resultarem indigestas aos estômagos sensíveis.
    Assim recomendou a revista The Economist, num artigo que se propunha a ditar o que devem ler aqueles que querem escrever melhor. O que deve ler um bom escritor, segundo os economistas?
    Uma sequência de manuais de estilo que defendem sempre a mesma doutrina, a começar pelo manual clássico do escritor George Orwell, que parece ter aberto a tradição de ataque à escrita obscura ou labiríntica, a tradição de defesa da razão, algo que só se encontraria nas palavras cotidianas reunidas na ordem costumeira. Que a literatura siga as diretrizes de eficácia que regem o pensamento econômico, que se faça objetiva e vendável, com custos mínimos: nisso culminam tantos princípios.
    Para dar riqueza a essa visão um tanto empobrecida, evocam-se sempre alguns grandes nomes da boa literatura concisa. Entre anglófonos, Ernest Hemingway é incensado como modelo maior da economia das letras. Entre brasileiros, Graciliano Ramos se torna a referência máxima, na obsessão por um estilo seco assemelhado às vidas que ele retrata.

(FUKS, Julián. Em: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-fuks/2023/10/07/sobre-escrever-bem-uma-declaracao-contra- -o-imperio-da-simplicidade.htm. 07.10.2023. Adaptado)
Para o autor, aplicar ao texto literário princípios que regem o pensamento econômico significa
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Q2521868 Português
Leia a tira para responder à questão.



(Bill Watterson. O melhor de Calvin. www.estadao.com.br, 23.09.2023)
Infere-se que o garoto desiste da ida ao zoológico sobretudo porque
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Q2521811 Português
Leia o texto, para responder à questão.

O mundo bizarro dos influencers

    Apesar de deplorar uma cultura em que o fenômeno do influencer pode alçar nulidades à fama e à fortuna, tento controlar meu desdém. Afinal, controlar os gostos e os interesses de muitos milhões de pessoas ao mesmo tempo sem saber nada sobre elas individualmente nem sobre as circunstâncias de suas vidas é muita arrogância.
    Com base em que, então, eu condeno o fenômeno da cultura influencer? Tenho alguma razão para fazer isso além de um gosto pessoal visceral?
    Talvez a existência de influenciadores de sucesso distorça e corrompa as ambições dos jovens. Isso desvia as pessoas de sonhos alcançáveis e úteis para sonhos de fama e riqueza fáceis, mas muito improváveis. Diz-se que para cada influenciador bem-sucedido existe um número desconhecido de pessoas tentando se tornar influenciadoras. Suas vidas são desperdiçadas na busca dessa utopia.
    Fica a sensação de que existe diferença entre aqueles que fracassam em ambições dignas e aqueles que buscam a fama como influenciadores. Não é fácil decifrar o talento n ecessário para tentar ser um influenciador, além de um quê de descaramento e exibicionismo, o que, em todo caso, são características, não talentos. As reais habilidades necessárias para influenciadores de sucesso, retirados da obscuridade e alçados à fama, parecem ser modestas, para dizer o mínimo.

(Theodore Dalrymple. Revista Oeste, ed. de 27.01.2023. Adaptado)
A afirmação do texto com a qual o autor busca minimizar sua contundência na crítica à cultura influencer é:
Alternativas
Q2521810 Português
Leia o texto, para responder à questão.

O mundo bizarro dos influencers

    Apesar de deplorar uma cultura em que o fenômeno do influencer pode alçar nulidades à fama e à fortuna, tento controlar meu desdém. Afinal, controlar os gostos e os interesses de muitos milhões de pessoas ao mesmo tempo sem saber nada sobre elas individualmente nem sobre as circunstâncias de suas vidas é muita arrogância.
    Com base em que, então, eu condeno o fenômeno da cultura influencer? Tenho alguma razão para fazer isso além de um gosto pessoal visceral?
    Talvez a existência de influenciadores de sucesso distorça e corrompa as ambições dos jovens. Isso desvia as pessoas de sonhos alcançáveis e úteis para sonhos de fama e riqueza fáceis, mas muito improváveis. Diz-se que para cada influenciador bem-sucedido existe um número desconhecido de pessoas tentando se tornar influenciadoras. Suas vidas são desperdiçadas na busca dessa utopia.
    Fica a sensação de que existe diferença entre aqueles que fracassam em ambições dignas e aqueles que buscam a fama como influenciadores. Não é fácil decifrar o talento n ecessário para tentar ser um influenciador, além de um quê de descaramento e exibicionismo, o que, em todo caso, são características, não talentos. As reais habilidades necessárias para influenciadores de sucesso, retirados da obscuridade e alçados à fama, parecem ser modestas, para dizer o mínimo.

(Theodore Dalrymple. Revista Oeste, ed. de 27.01.2023. Adaptado)
Na opinião do autor, a cultura influencer
Alternativas
Q2521808 Português
Leia a tira, para responder à questão.



(André Dahmer, Quadrinhos dos anos 10. Disponível em: <Twitter.com/malvados10.>. Acesso em 20.04.2024)
É correto afirmar que as falas do pai expressam,
Alternativas
Q2521798 Português
Leia o texto, para responder à questão.

    Com tanta coisa acontecendo no mundo, deve ser molez a arranjar assunto fresquinho para escrever. Foi o que me disseram outro dia, e me flagrei pensando: quem dera.
    Recebemos uma overdose de informação, mas isso não significa que os acontecimentos sejam surpreendentes a ponto de fazer a festa dos colunistas. É leite tirado de pedra diariamente. Como ser original quando tudo se repete e repete e repete?
    O Brasil inteiro está comentando a lista de convocados pelo técnico, uns o criticando, outros o absolvendo, e daqui a pouco uma nova Copa começará em que a nossa seleção terá boa chance de vencer, e alguma de perder. Já não passamos por isso antes, igualzinho?
    Questões envolvendo a extradição de um criminoso, ataques sangrentos em alguns países, crise nas Bolsas de Valores, barreiras comerciais afetando a relação entre países, alerta para chuva forte, violência nas estradas. Mais do mesmo.
    Atos insanos surgem aqui e ali, nos escandalizando por alguns dias, fazendo com que discutamos sobre mentes d oentias e a necessidade que tantos têm de espetacularizar a própria história, e então, passado o susto, viramos a página.
    Crises econômicas, conflitos religiosos, garotos matando colegas de aula, casamentos e separações de celebridades, denúncias de corrupção, tendências da moda outono-inverno, últimos capítulos de novela. O que ainda suspende a nossa respiração? O que é que ainda falta dizer? O que ainda nos deixa perplexos? Como ofertar um pouco de originalidade ao leitor? Que pretensão.
    É só um desabafo: hoje os absurdos se sucedem em e scala industrial e os fatos novos são como mariposas, nascem e morrem no mesmo dia. Por essas e outras, persevero no trivial, que, contrariando sua natureza, passou a ser o inusitado da vida.

(Martha Medeiros, Feliz por nada. Adaptado)
Um título que se mostra adequado a essa crônica, por captar seu tema, é:
Alternativas
Q2521742 Português

As questões de 05 a 07 têm por base a tirinha a seguir. Leia atentamente para respondê-las.                                                     

                                               

   



A tirinha acima aborda:
Alternativas
Q2521740 Português

Poeminha do Contra

(texto adaptado)


Todos esses que aí estão

_____meu caminho,

Eles passarão…

Eu passarinho!

                                                                                   (Mário Quintana)


Com relação a jogo de palavras, podemos afirmar que:
Alternativas
Q2521739 Português

Poeminha do Contra

(texto adaptado)


Todos esses que aí estão

_____meu caminho,

Eles passarão…

Eu passarinho!

                                                                                   (Mário Quintana)


Podemos dizer que o poema acima trata de:
Alternativas
Respostas
3501: C
3502: B
3503: A
3504: C
3505: E
3506: D
3507: C
3508: B
3509: B
3510: C
3511: A
3512: E
3513: D
3514: A
3515: B
3516: C
3517: D
3518: B
3519: E
3520: A