Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q2522884 Português
Texto

Quando surgiu a consciência?

Não dá para precisar quando surgiu a consciência. A evolução de novas redes de neurônios não deixa fósseis, e todo traço que surge por seleção natural aparece gradualmente, sem saltos bruscos. Sabemos que golfinhos, chimpanzés e certas aves exibem vários aspectos do que chamamos de consciência: eles se reconhecem no espelho, imaginam..........intenções de outros animais (.......... pássaros que mudam o lugar em que guardam alimento quando notam que foram vistos ) e fazem planos para o futuro. Por outro lado,.......... primeiras expressões artísticas do ser humano foram registradas.......... 70 mil anos, e é possível que a linguagem tenha evoluído mais ou menos na mesma época. Essas capacidades não têm paralelo em outras espécies, o que significa que o nosso grau particular de consciência é algo único e recente.

Um aspecto central da consciência, é claro, é a sensação de que existe um “eu“. .......... casos, por exemplo, de pessoas com lesões cerebrais que se diziam cegas, mas conseguiam se desviar de obstáculos sem saber como. Elas haviam perdido o acesso consciente à visão, mas o cérebro ainda agia com base nos dados visuais sem consultar o dono. É impossível saber em que grau outros animais têm essa experiência subjetiva de “ter um dono “ na cabeça – ou se eles agem como os cegos do exemplo, respondendo automaticamente aos estímulos do ambiente. Esse problema filosófico antigo permanece fora do alcance da pesquisa empírica, experimental. À medida em que a ciência avança, teremos no futuro, novos avanços quanto ao tema.

SUPER interessante, Editora Abril, SP, edição no 461, ano 38.
Adaptado.
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) de acordo com o texto.
( ) Nenhuma espécie animal exibe qualquer aspecto do que chamamos de consciência.
( ) Não há atualmente uma maneira de estabelecermos quando surgiu a consciência.
( ) A linguagem e as expressões artísticas são capacidades que não têm correspondente em outras espécies. São somente encontradas nos seres humanos.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q2522800 Português

Quem foi Ziraldo? 


   Ziraldo, cartunista, desenhista, escritor e jornalista criador dos clássicos personagens infantis “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, morreu dia 6 de abril de 2024, aos 91 anos. Ele foi responsável por marcar gerações com suas histórias infantis. Ziraldo nasceu no dia 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. Seu nome vem da combinação da mãe, Zizinha, e do pai, Geraldo.     

  Quando tinha apenas seis anos de idade, publicou seu primeiro desenho, por meio do jornal Folha de Minas. Seu primeiro trabalho foi no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S. Paulo), em 1954, onde publicava uma coluna de humor. Ele também passou pela revista O Cruzeiro em 1957 e pelo Jornal do Brasil, em 1963.

  Nos anos 1960, Ziraldo lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira colorida de um só autor, intitulada como “Pererê”. A obra foi banida em 1964, quando o regime militar baniu todas as revistas das bancas. Também nessa época, o jornalista foi um dos responsáveis por fundar o jornal O Pasquim, que ia duramente contra o governo da época. 

    No início de 1970, o autor publicou sua primeira obra infantil, a “Flicts”, que, posteriormente, deu espaço à história “O Menino Maluquinho”, em 1980. A obra fez tanto sucesso que é lembrada até hoje como um marco na literatura brasileira, chegando a ganhar adaptações para a televisão e o cinema. Para televisão, a obra foi adaptada em 2006 pela TV Brasil como uma série chamada “Um Menino muito Maluquinho”. Os livros do Ziraldo foram publicados em mais de 10 países e venderam mais de 4 milhões de cópias.


São Bento em foco. Adaptado

Em outros contextos, a palavra sublinhada no 1º parágrafo também pode significar: 
Alternativas
Q2522798 Português

Quem foi Ziraldo? 


   Ziraldo, cartunista, desenhista, escritor e jornalista criador dos clássicos personagens infantis “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, morreu dia 6 de abril de 2024, aos 91 anos. Ele foi responsável por marcar gerações com suas histórias infantis. Ziraldo nasceu no dia 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. Seu nome vem da combinação da mãe, Zizinha, e do pai, Geraldo.     

  Quando tinha apenas seis anos de idade, publicou seu primeiro desenho, por meio do jornal Folha de Minas. Seu primeiro trabalho foi no jornal Folha da Manhã (atual Folha de S. Paulo), em 1954, onde publicava uma coluna de humor. Ele também passou pela revista O Cruzeiro em 1957 e pelo Jornal do Brasil, em 1963.

  Nos anos 1960, Ziraldo lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira colorida de um só autor, intitulada como “Pererê”. A obra foi banida em 1964, quando o regime militar baniu todas as revistas das bancas. Também nessa época, o jornalista foi um dos responsáveis por fundar o jornal O Pasquim, que ia duramente contra o governo da época. 

    No início de 1970, o autor publicou sua primeira obra infantil, a “Flicts”, que, posteriormente, deu espaço à história “O Menino Maluquinho”, em 1980. A obra fez tanto sucesso que é lembrada até hoje como um marco na literatura brasileira, chegando a ganhar adaptações para a televisão e o cinema. Para televisão, a obra foi adaptada em 2006 pela TV Brasil como uma série chamada “Um Menino muito Maluquinho”. Os livros do Ziraldo foram publicados em mais de 10 países e venderam mais de 4 milhões de cópias.


São Bento em foco. Adaptado

Em relação às informações contidas no texto, assinalar a alternativa INCORRETA. 
Alternativas
Q2522739 Português
        Sou inimigo de fraudes e falsificações, mesmo pensando como as fraudes e falsificações podem ser mais encantadoras e melhores do que as ditas coisas autênticas. Quer dizer que sou inimigo, em parte. Mas sou. E para ilustrar esta aversão, ainda que de um certo modo prosaico e sem arte, poderia invocar os meus não muito velhos tempos de Farmácia Rosário, quando uma de minhas inveteradas manias era andar investigando a pureza e a qualidade dos produtos químicos e dos medicamentos, perturbando consequentemente os bons negócios de pobres-diabos que com eles traficavam. Era enorme essa minha trabalheira de detetive de laboratório, policiando, farejando com testes e reações, às vezes durante dias a fio, o que estava errado com uma ou outra droga. “O que é que você ganha com isso?” – me perguntavam. Pois as despesas também não eram poucas. E logo se seguia um argumento, com ares de campeão do bom senso, aposentado: “Nenhuma farmácia faz assim”. Eu sabia. Nenhuma farmácia fazia assim. E acredito que ainda não faça. Pouco me importa, entretanto, que não fizesse. Era o meu hábito de não concordar com descuidos e velhacarias; o meu gosto de pôr em prática as teorias aprendidas nos livros, de não esquecer sobre os meus balcões a dignidade intelectual; era a responsabilidade de quem cuida de medicamentos, prepara medicamentos e os entrega depois a seres confiantes, inteiramente impossibilitados de aí discernir entre o bom e o mau, o nocivo e o benéfico. 




(Jurandir Ferreira. Da quieta substância dos dias.
Instituto Moreira Sales, 1991. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a circunstância estabelecida pela expressão destacada está corretamente indicada entre colchetes.
Alternativas
Q2522738 Português
        Sou inimigo de fraudes e falsificações, mesmo pensando como as fraudes e falsificações podem ser mais encantadoras e melhores do que as ditas coisas autênticas. Quer dizer que sou inimigo, em parte. Mas sou. E para ilustrar esta aversão, ainda que de um certo modo prosaico e sem arte, poderia invocar os meus não muito velhos tempos de Farmácia Rosário, quando uma de minhas inveteradas manias era andar investigando a pureza e a qualidade dos produtos químicos e dos medicamentos, perturbando consequentemente os bons negócios de pobres-diabos que com eles traficavam. Era enorme essa minha trabalheira de detetive de laboratório, policiando, farejando com testes e reações, às vezes durante dias a fio, o que estava errado com uma ou outra droga. “O que é que você ganha com isso?” – me perguntavam. Pois as despesas também não eram poucas. E logo se seguia um argumento, com ares de campeão do bom senso, aposentado: “Nenhuma farmácia faz assim”. Eu sabia. Nenhuma farmácia fazia assim. E acredito que ainda não faça. Pouco me importa, entretanto, que não fizesse. Era o meu hábito de não concordar com descuidos e velhacarias; o meu gosto de pôr em prática as teorias aprendidas nos livros, de não esquecer sobre os meus balcões a dignidade intelectual; era a responsabilidade de quem cuida de medicamentos, prepara medicamentos e os entrega depois a seres confiantes, inteiramente impossibilitados de aí discernir entre o bom e o mau, o nocivo e o benéfico. 




(Jurandir Ferreira. Da quieta substância dos dias.
Instituto Moreira Sales, 1991. Adaptado)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que o narrador
Alternativas
Q2522737 Português
          No começo de novembro de 1985, um estudante brasileiro de pós-graduação na prestigiosa Universidade de Yale e um escritor português de fama crescente, mas ainda muito longe do ícone literário que acabaria por se tornar, passaram algumas horas agradáveis em uma conversa-entrevista na ilha de Manhattan. Havia apenas nove anos que o escritor lusitano tinha começado sua carreira temporã e, naquele dia frio do outono nova-iorquino, já com 63 anos, ele começava a enveredar por um caminho de reconhecimento internacional e ficou encantado com o interesse do jovem pesquisador brasileiro, de apenas 30 anos, em sua obra emergente. Trinta e sete anos depois, aquele encontro entre José Saramago, que 13 anos mais tarde ganharia o Nobel de Literatura, e o poeta, tradutor e professor da Universidade de São Paulo (USP) Horácio Costa finalmente virou livro.


          Mas por que a entrevista demorou tanto a ser publicada? A explicação é do próprio Costa, em sua apresentação: “Porque esteve perdida entre muitas caixas de papéis e livros que vieram do México, quando regressei ao Brasil em 1997 e 2001, nas duas mudanças que trouxe de lá por via marítima”, explica ele, que viveu cerca de duas décadas no México. E havia mais duas explicações adicionais. A primeira: Horácio Costa não queria publicar a entrevista antes de finalizar sua tese. A outra, mais prosaica: ele acreditava piamente que as duas fitas cassetes com a entrevista saramaguiana tinham se perdido para sempre em meio a tantas mudanças. Até que em 2020, durante a pandemia, numa velha caixa preta de sapatos, encontrou as tais fitas.


       “Esse diálogo assimétrico entre um pós-graduando, obviamente feliz com a perspectiva de estudo que descortinava, e um escritor tardio que se confessava surpreso com a sua recente ascensão ao teatro internacional da literatura é possivelmente, e para lá dos conteúdos nele desenvolvidos, o que de mais característico têm essas páginas”, afirma Costa em sua apresentação.


        Ao longo de toda a conversa, José Saramago vai revelando suas influências, a composição de seu estilo, a forma de elaborar seus livros – uma ourivesaria que só se faria sofisticar pelos anos seguintes.



(Marcello Rollemberg. Quando Saramago se preparava para ser Saramago.
https://jornal.usp.br, 18.11.2022. Adaptado)
Considere os trechos:


•  Havia apenas nove anos que o escritor lusitano tinha começado sua carreira temporã e, naquele dia frio do outono nova-iorquino… (1º parágrafo)


•  E havia mais duas explicações adicionais: a primeira, Horácio Costa não queria publicar a entrevista antes de finalizar sua tese. (2º parágrafo)


•  … é possivelmente, e para lá dos conteúdos nele desenvolvidos, o que de mais característico têm essas páginas”… (3º parágrafo)


Os vocábulos destacados podem ser substituídos, respectivamente, preservando a norma-padrão de concordância e de correspondência de tempos e modos verbais, por:
Alternativas
Q2522735 Português
          No começo de novembro de 1985, um estudante brasileiro de pós-graduação na prestigiosa Universidade de Yale e um escritor português de fama crescente, mas ainda muito longe do ícone literário que acabaria por se tornar, passaram algumas horas agradáveis em uma conversa-entrevista na ilha de Manhattan. Havia apenas nove anos que o escritor lusitano tinha começado sua carreira temporã e, naquele dia frio do outono nova-iorquino, já com 63 anos, ele começava a enveredar por um caminho de reconhecimento internacional e ficou encantado com o interesse do jovem pesquisador brasileiro, de apenas 30 anos, em sua obra emergente. Trinta e sete anos depois, aquele encontro entre José Saramago, que 13 anos mais tarde ganharia o Nobel de Literatura, e o poeta, tradutor e professor da Universidade de São Paulo (USP) Horácio Costa finalmente virou livro.


          Mas por que a entrevista demorou tanto a ser publicada? A explicação é do próprio Costa, em sua apresentação: “Porque esteve perdida entre muitas caixas de papéis e livros que vieram do México, quando regressei ao Brasil em 1997 e 2001, nas duas mudanças que trouxe de lá por via marítima”, explica ele, que viveu cerca de duas décadas no México. E havia mais duas explicações adicionais. A primeira: Horácio Costa não queria publicar a entrevista antes de finalizar sua tese. A outra, mais prosaica: ele acreditava piamente que as duas fitas cassetes com a entrevista saramaguiana tinham se perdido para sempre em meio a tantas mudanças. Até que em 2020, durante a pandemia, numa velha caixa preta de sapatos, encontrou as tais fitas.


       “Esse diálogo assimétrico entre um pós-graduando, obviamente feliz com a perspectiva de estudo que descortinava, e um escritor tardio que se confessava surpreso com a sua recente ascensão ao teatro internacional da literatura é possivelmente, e para lá dos conteúdos nele desenvolvidos, o que de mais característico têm essas páginas”, afirma Costa em sua apresentação.


        Ao longo de toda a conversa, José Saramago vai revelando suas influências, a composição de seu estilo, a forma de elaborar seus livros – uma ourivesaria que só se faria sofisticar pelos anos seguintes.



(Marcello Rollemberg. Quando Saramago se preparava para ser Saramago.
https://jornal.usp.br, 18.11.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado está empregado em sentido figurado no contexto em que se encontra.
Alternativas
Q2522734 Português
          No começo de novembro de 1985, um estudante brasileiro de pós-graduação na prestigiosa Universidade de Yale e um escritor português de fama crescente, mas ainda muito longe do ícone literário que acabaria por se tornar, passaram algumas horas agradáveis em uma conversa-entrevista na ilha de Manhattan. Havia apenas nove anos que o escritor lusitano tinha começado sua carreira temporã e, naquele dia frio do outono nova-iorquino, já com 63 anos, ele começava a enveredar por um caminho de reconhecimento internacional e ficou encantado com o interesse do jovem pesquisador brasileiro, de apenas 30 anos, em sua obra emergente. Trinta e sete anos depois, aquele encontro entre José Saramago, que 13 anos mais tarde ganharia o Nobel de Literatura, e o poeta, tradutor e professor da Universidade de São Paulo (USP) Horácio Costa finalmente virou livro.


          Mas por que a entrevista demorou tanto a ser publicada? A explicação é do próprio Costa, em sua apresentação: “Porque esteve perdida entre muitas caixas de papéis e livros que vieram do México, quando regressei ao Brasil em 1997 e 2001, nas duas mudanças que trouxe de lá por via marítima”, explica ele, que viveu cerca de duas décadas no México. E havia mais duas explicações adicionais. A primeira: Horácio Costa não queria publicar a entrevista antes de finalizar sua tese. A outra, mais prosaica: ele acreditava piamente que as duas fitas cassetes com a entrevista saramaguiana tinham se perdido para sempre em meio a tantas mudanças. Até que em 2020, durante a pandemia, numa velha caixa preta de sapatos, encontrou as tais fitas.


       “Esse diálogo assimétrico entre um pós-graduando, obviamente feliz com a perspectiva de estudo que descortinava, e um escritor tardio que se confessava surpreso com a sua recente ascensão ao teatro internacional da literatura é possivelmente, e para lá dos conteúdos nele desenvolvidos, o que de mais característico têm essas páginas”, afirma Costa em sua apresentação.


        Ao longo de toda a conversa, José Saramago vai revelando suas influências, a composição de seu estilo, a forma de elaborar seus livros – uma ourivesaria que só se faria sofisticar pelos anos seguintes.



(Marcello Rollemberg. Quando Saramago se preparava para ser Saramago.
https://jornal.usp.br, 18.11.2022. Adaptado)
Considere os trechos:


•  … o interesse do jovem pesquisador brasileiro, de apenas 30 anos, em sua obra emergente. (1º parágrafo)


•  … é possivelmente, e para lá dos conteúdos nele desenvolvidos, o que de mais característico têm essas páginas”… (3º parágrafo)


•  … a forma de elaborar seus livros – uma ourivesaria que só se faria sofisticar pelos anos seguintes. (4º parágrafo)


Os vocábulos destacados apresentam como antônimos, no contexto em que foram empregados:
Alternativas
Q2522733 Português
          No começo de novembro de 1985, um estudante brasileiro de pós-graduação na prestigiosa Universidade de Yale e um escritor português de fama crescente, mas ainda muito longe do ícone literário que acabaria por se tornar, passaram algumas horas agradáveis em uma conversa-entrevista na ilha de Manhattan. Havia apenas nove anos que o escritor lusitano tinha começado sua carreira temporã e, naquele dia frio do outono nova-iorquino, já com 63 anos, ele começava a enveredar por um caminho de reconhecimento internacional e ficou encantado com o interesse do jovem pesquisador brasileiro, de apenas 30 anos, em sua obra emergente. Trinta e sete anos depois, aquele encontro entre José Saramago, que 13 anos mais tarde ganharia o Nobel de Literatura, e o poeta, tradutor e professor da Universidade de São Paulo (USP) Horácio Costa finalmente virou livro.


          Mas por que a entrevista demorou tanto a ser publicada? A explicação é do próprio Costa, em sua apresentação: “Porque esteve perdida entre muitas caixas de papéis e livros que vieram do México, quando regressei ao Brasil em 1997 e 2001, nas duas mudanças que trouxe de lá por via marítima”, explica ele, que viveu cerca de duas décadas no México. E havia mais duas explicações adicionais. A primeira: Horácio Costa não queria publicar a entrevista antes de finalizar sua tese. A outra, mais prosaica: ele acreditava piamente que as duas fitas cassetes com a entrevista saramaguiana tinham se perdido para sempre em meio a tantas mudanças. Até que em 2020, durante a pandemia, numa velha caixa preta de sapatos, encontrou as tais fitas.


       “Esse diálogo assimétrico entre um pós-graduando, obviamente feliz com a perspectiva de estudo que descortinava, e um escritor tardio que se confessava surpreso com a sua recente ascensão ao teatro internacional da literatura é possivelmente, e para lá dos conteúdos nele desenvolvidos, o que de mais característico têm essas páginas”, afirma Costa em sua apresentação.


        Ao longo de toda a conversa, José Saramago vai revelando suas influências, a composição de seu estilo, a forma de elaborar seus livros – uma ourivesaria que só se faria sofisticar pelos anos seguintes.



(Marcello Rollemberg. Quando Saramago se preparava para ser Saramago.
https://jornal.usp.br, 18.11.2022. Adaptado)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FUNCERN Órgão: AMCEVALE - RN Provas: FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Procurador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Advogado | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Contratação | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Fiscalização Sanitária | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Agrônomo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Farmacêutico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fiscal de Postura | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Arquiteto | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Arquivista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Terapeuta Ocupacional | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Fiscalização Tributária | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Controlador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro de Computação | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Farmacêutico Bioquímico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Jornalista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico do Trabalho | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Plantonista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Neuropsicopedagogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente Fiscal | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Contador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente Fiscal de Tributo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Analista de Controle Interno | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Analista de Orçamento | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Auditor Fiscal | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Bibliotecário | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Biomédico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicopedagogo Clínico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicopedagogo Institucional | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Dentista / Odontólogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Educador Físico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Ambiental | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fisioterapeuta | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Clínico Geral / Médico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Veterinário | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Ouvidor | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Zootecnista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Civil | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Enfermeiro | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fonoaudiólogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Nutricionista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Assistente Social | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicólogo |
Q2522655 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

Literatura na escola: menos homens brancos, mais mulheres pretas

José Ruy Lozano

        Como tudo que é resultado da percepção humana ao longo do tempo, o cânone literário – conjunto de livros considerados referências de uma época ou cultura – tem mudanças e permanências. Mas não há dúvida quanto ao papel fundamental que o ensino de literatura nas universidades e escolas desempenha em sua constituição. Afinal, à chancela acadêmica dos estudiosos une-se a difusão da leitura de obras consideradas clássicas realizada na educação básica. Notoriedade e prestígio juntam-se ao conhecimento mais amplo do público leitor por meio das instituições de ensino. 
        Tais instituições não são refratárias ao momento político e social em que estão inseridas. Em tempos de Black Lives Matter, identitarismo e questionamentos mais frequentes e profundos a respeito do racismo estrutural no Brasil e no mundo, percebe-se um movimento de deslocamento do cânone literário rumo a vozes até aqui marginalizadas em nossa literatura. Para muitos surpreendente, a inclusão das letras de sobrevivendo no inferno, disco do grupo de rap paulista Racionais Mc’s, como leitura obrigatória no vestibular da Unicamp demonstra que os tempos estão mudando. 
        Ainda não cancelaram José de Alencar – escritor que defendeu publicamente a escravidão e organizou um retrato idílico das populações indígenas conveniente ao Estado imperial de sua época –, mas os homens brancos do passado já têm de abrir espaço não só a outros homens, mas também a mulheres pretas, do passado e do presente. A indicação de obras com essa marca de autoria por exames vestibulares de universidades públicas e particulares está obrigando as escolas a se abrir a vozes distintas, e os alunos passam a ler narrativas que se aproximam de seu mundo, marcado pela desigualdade, pobreza e discriminação.
        Passo determinante nessa trajetória é o resgate de Carolina Maria de Jesus. Seus diários, que retratam o cotidiano de mulher negra e favelada, apresenta aos estudantes um universo literário bem distinto dos clássicos de costume. Quarto de despejo passou a ser indicação obrigatória de leitura em vestibulares a partir de 2016, e muitos professores de literatura de Ensino Médio tiveram de “descobrir” uma escritora brasileira cuja obra já foi traduzida para catorze idiomas desde os anos 1960. Em 2020, Carolina consta na lista de leituras dos exames das universidades estaduais de Maringá, Londrina, Ponta Grossa e da universidade federal do Tocantins.
        Conceição Evaristo, premiada romancista, poeta e contista mineira, nasceu em uma comunidade pobre de Belo Horizonte, trabalhou como empregada doméstica, até concluir sua formação como professora. A discriminação racial e de gênero são temas recorrentes de sua ficção. Militante do movimento negro, apresentou em 2018 uma simbólica candidatura à vaga número 7 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. Se essa tentativa de diálogo com a instituição canônica por excelência da literatura brasileira não teve êxito, sua presença nos estudos literários veio para ficar: a universidade de Passo Fundo indica a seus candidatos a leitura dos contos de Olhos d’água, e a universidade federal do Rio Grande do Sul incluiu em sua lista de leituras obrigatórias o romance Ponciá Vicêncio.
        Ainda no vestibular da federal gaúcha, consta o romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. A maranhense Firmina foi precursora na vida e na obra. Mulher negra, prestou concurso público para professora e sustentava-se sozinha. É dela o primeiro romance de autoria feminina do Brasil, justamente Úrsula, publicado em 1859, que também é considerado a primeira narrativa abolicionista da literatura brasileira, humanizando e dando voz aos escravizados. Embora tenha tido destaque na sociedade maranhense em sua época, foi silenciada e esquecida, mas hoje recebe merecido destaque, tendo sua obra principal reeditada pela PUC de Minas Gerais e ganhado atenção de pesquisadores que constroem sua fortuna crítica.
        A Universidade Estadual do Rio de Janeiro selecionou, para seu exame de acesso, a obra de uma mulher negra, nascida em 1977, na periferia de Nova Iguaçu, conhecedora do cenário de pobreza e violência de onde provêm boa parte de seus estudantes. Na UERJ, 50% das vagas são reservadas para alunos de escolas públicas do estado, tendo sido essa universidade a pioneira do regime de cotas raciais e sociais no Brasil. Assim na terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia, elabora um cenário distópico em que um presídio de segurança máxima, construído sobre terreno que outrora abrigara local de tortura e morte de escravos, torna-se um campo de extermínio. Ali se entrevê uma alegoria das mazelas da atuação policial e do sistema prisional brasileiros, vinculados a um passado histórico de opressão.
        Não só gênero e raça se mostram mais diversos, mas também a nacionalidade. A Universidade Federal de Uberlândia fará questões em seu vestibular sobre o romance A cor púrpura, da norte-americana Alice Walker. Militante feminista e do movimento negro, Walker retrata no livro as agruras de uma menina negra, no sul agrário e racista dos Estados Unidos, abusada sexualmente pelo pai – de quem engravida e dá à luz dois filhos – e, posteriormente, obrigada a se casar com um senhor branco que a trata como empregada. A narrativa de estupro em família, num contexto de preconceito e pobreza, guarda estreita relação com situações semelhantes infelizmente frequentes no Brasil.
        A universidade de Taubaté, interior de São Paulo, inseriu em sua lista obrigatória de leituras o livro Hibisco roxo, primeiro romance da feminista nigeriana Chimamanda Nzozie Adichie, que narra conflitos familiares na Nigéria pós-colonial, tematizando a misoginia associada ao fanatismo religioso. Escritora premiada, ensaísta e palestrante de sucesso, Adichie já teve trechos de suas falas inseridos na letra da música Flawless, da popstar Beyoncé.
        A vida das periferias, pobreza, racismo, violência urbana, machismo... A entrada de vozes femininas e negras no ensino de literatura amplia as temáticas abordadas em sala de aula e aproxima as leituras escolares da realidade vivida por milhões de estudantes no Brasil. Diversidade fundamental por si só, esse fenômeno representa uma oportunidade valiosa para os educadores: despertar nos estudantes o sentido e o propósito do fazer literário, ressaltando a importância das narrativas como construção da memória coletiva.

Disponível em: < https://diplomatique.org.br/>. Acesso em: 08 dez. 2023. [Texto adaptado]
O título do texto
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FUNCERN Órgão: AMCEVALE - RN Provas: FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Procurador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Advogado | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Contratação | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Fiscalização Sanitária | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Agrônomo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Farmacêutico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fiscal de Postura | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Arquiteto | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Arquivista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Terapeuta Ocupacional | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Fiscalização Tributária | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Controlador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro de Computação | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Farmacêutico Bioquímico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Jornalista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico do Trabalho | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Plantonista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Neuropsicopedagogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente Fiscal | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Contador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente Fiscal de Tributo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Analista de Controle Interno | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Analista de Orçamento | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Auditor Fiscal | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Bibliotecário | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Biomédico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicopedagogo Clínico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicopedagogo Institucional | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Dentista / Odontólogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Educador Físico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Ambiental | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fisioterapeuta | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Clínico Geral / Médico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Veterinário | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Ouvidor | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Zootecnista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Civil | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Enfermeiro | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fonoaudiólogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Nutricionista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Assistente Social | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicólogo |
Q2522654 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

Literatura na escola: menos homens brancos, mais mulheres pretas

José Ruy Lozano

        Como tudo que é resultado da percepção humana ao longo do tempo, o cânone literário – conjunto de livros considerados referências de uma época ou cultura – tem mudanças e permanências. Mas não há dúvida quanto ao papel fundamental que o ensino de literatura nas universidades e escolas desempenha em sua constituição. Afinal, à chancela acadêmica dos estudiosos une-se a difusão da leitura de obras consideradas clássicas realizada na educação básica. Notoriedade e prestígio juntam-se ao conhecimento mais amplo do público leitor por meio das instituições de ensino. 
        Tais instituições não são refratárias ao momento político e social em que estão inseridas. Em tempos de Black Lives Matter, identitarismo e questionamentos mais frequentes e profundos a respeito do racismo estrutural no Brasil e no mundo, percebe-se um movimento de deslocamento do cânone literário rumo a vozes até aqui marginalizadas em nossa literatura. Para muitos surpreendente, a inclusão das letras de sobrevivendo no inferno, disco do grupo de rap paulista Racionais Mc’s, como leitura obrigatória no vestibular da Unicamp demonstra que os tempos estão mudando. 
        Ainda não cancelaram José de Alencar – escritor que defendeu publicamente a escravidão e organizou um retrato idílico das populações indígenas conveniente ao Estado imperial de sua época –, mas os homens brancos do passado já têm de abrir espaço não só a outros homens, mas também a mulheres pretas, do passado e do presente. A indicação de obras com essa marca de autoria por exames vestibulares de universidades públicas e particulares está obrigando as escolas a se abrir a vozes distintas, e os alunos passam a ler narrativas que se aproximam de seu mundo, marcado pela desigualdade, pobreza e discriminação.
        Passo determinante nessa trajetória é o resgate de Carolina Maria de Jesus. Seus diários, que retratam o cotidiano de mulher negra e favelada, apresenta aos estudantes um universo literário bem distinto dos clássicos de costume. Quarto de despejo passou a ser indicação obrigatória de leitura em vestibulares a partir de 2016, e muitos professores de literatura de Ensino Médio tiveram de “descobrir” uma escritora brasileira cuja obra já foi traduzida para catorze idiomas desde os anos 1960. Em 2020, Carolina consta na lista de leituras dos exames das universidades estaduais de Maringá, Londrina, Ponta Grossa e da universidade federal do Tocantins.
        Conceição Evaristo, premiada romancista, poeta e contista mineira, nasceu em uma comunidade pobre de Belo Horizonte, trabalhou como empregada doméstica, até concluir sua formação como professora. A discriminação racial e de gênero são temas recorrentes de sua ficção. Militante do movimento negro, apresentou em 2018 uma simbólica candidatura à vaga número 7 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. Se essa tentativa de diálogo com a instituição canônica por excelência da literatura brasileira não teve êxito, sua presença nos estudos literários veio para ficar: a universidade de Passo Fundo indica a seus candidatos a leitura dos contos de Olhos d’água, e a universidade federal do Rio Grande do Sul incluiu em sua lista de leituras obrigatórias o romance Ponciá Vicêncio.
        Ainda no vestibular da federal gaúcha, consta o romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. A maranhense Firmina foi precursora na vida e na obra. Mulher negra, prestou concurso público para professora e sustentava-se sozinha. É dela o primeiro romance de autoria feminina do Brasil, justamente Úrsula, publicado em 1859, que também é considerado a primeira narrativa abolicionista da literatura brasileira, humanizando e dando voz aos escravizados. Embora tenha tido destaque na sociedade maranhense em sua época, foi silenciada e esquecida, mas hoje recebe merecido destaque, tendo sua obra principal reeditada pela PUC de Minas Gerais e ganhado atenção de pesquisadores que constroem sua fortuna crítica.
        A Universidade Estadual do Rio de Janeiro selecionou, para seu exame de acesso, a obra de uma mulher negra, nascida em 1977, na periferia de Nova Iguaçu, conhecedora do cenário de pobreza e violência de onde provêm boa parte de seus estudantes. Na UERJ, 50% das vagas são reservadas para alunos de escolas públicas do estado, tendo sido essa universidade a pioneira do regime de cotas raciais e sociais no Brasil. Assim na terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia, elabora um cenário distópico em que um presídio de segurança máxima, construído sobre terreno que outrora abrigara local de tortura e morte de escravos, torna-se um campo de extermínio. Ali se entrevê uma alegoria das mazelas da atuação policial e do sistema prisional brasileiros, vinculados a um passado histórico de opressão.
        Não só gênero e raça se mostram mais diversos, mas também a nacionalidade. A Universidade Federal de Uberlândia fará questões em seu vestibular sobre o romance A cor púrpura, da norte-americana Alice Walker. Militante feminista e do movimento negro, Walker retrata no livro as agruras de uma menina negra, no sul agrário e racista dos Estados Unidos, abusada sexualmente pelo pai – de quem engravida e dá à luz dois filhos – e, posteriormente, obrigada a se casar com um senhor branco que a trata como empregada. A narrativa de estupro em família, num contexto de preconceito e pobreza, guarda estreita relação com situações semelhantes infelizmente frequentes no Brasil.
        A universidade de Taubaté, interior de São Paulo, inseriu em sua lista obrigatória de leituras o livro Hibisco roxo, primeiro romance da feminista nigeriana Chimamanda Nzozie Adichie, que narra conflitos familiares na Nigéria pós-colonial, tematizando a misoginia associada ao fanatismo religioso. Escritora premiada, ensaísta e palestrante de sucesso, Adichie já teve trechos de suas falas inseridos na letra da música Flawless, da popstar Beyoncé.
        A vida das periferias, pobreza, racismo, violência urbana, machismo... A entrada de vozes femininas e negras no ensino de literatura amplia as temáticas abordadas em sala de aula e aproxima as leituras escolares da realidade vivida por milhões de estudantes no Brasil. Diversidade fundamental por si só, esse fenômeno representa uma oportunidade valiosa para os educadores: despertar nos estudantes o sentido e o propósito do fazer literário, ressaltando a importância das narrativas como construção da memória coletiva.

Disponível em: < https://diplomatique.org.br/>. Acesso em: 08 dez. 2023. [Texto adaptado]
 De acordo com o texto
Alternativas
Ano: 2024 Banca: FUNCERN Órgão: AMCEVALE - RN Provas: FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Procurador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Advogado | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Contratação | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Fiscalização Sanitária | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Agrônomo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Farmacêutico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fiscal de Postura | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Arquiteto | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Arquivista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Terapeuta Ocupacional | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente de Fiscalização Tributária | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Controlador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro de Computação | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Farmacêutico Bioquímico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Jornalista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico do Trabalho | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Plantonista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Neuropsicopedagogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente Fiscal | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Contador | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Agente Fiscal de Tributo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Analista de Controle Interno | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Analista de Orçamento | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Auditor Fiscal | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Bibliotecário | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Biomédico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicopedagogo Clínico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicopedagogo Institucional | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Dentista / Odontólogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Educador Físico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Ambiental | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fisioterapeuta | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Clínico Geral / Médico | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Médico Veterinário | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Ouvidor | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Zootecnista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Engenheiro Civil | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Enfermeiro | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Fonoaudiólogo | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Nutricionista | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Assistente Social | FUNCERN - 2024 - AMCEVALE - RN - Psicólogo |
Q2522653 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

Literatura na escola: menos homens brancos, mais mulheres pretas

José Ruy Lozano

        Como tudo que é resultado da percepção humana ao longo do tempo, o cânone literário – conjunto de livros considerados referências de uma época ou cultura – tem mudanças e permanências. Mas não há dúvida quanto ao papel fundamental que o ensino de literatura nas universidades e escolas desempenha em sua constituição. Afinal, à chancela acadêmica dos estudiosos une-se a difusão da leitura de obras consideradas clássicas realizada na educação básica. Notoriedade e prestígio juntam-se ao conhecimento mais amplo do público leitor por meio das instituições de ensino. 
        Tais instituições não são refratárias ao momento político e social em que estão inseridas. Em tempos de Black Lives Matter, identitarismo e questionamentos mais frequentes e profundos a respeito do racismo estrutural no Brasil e no mundo, percebe-se um movimento de deslocamento do cânone literário rumo a vozes até aqui marginalizadas em nossa literatura. Para muitos surpreendente, a inclusão das letras de sobrevivendo no inferno, disco do grupo de rap paulista Racionais Mc’s, como leitura obrigatória no vestibular da Unicamp demonstra que os tempos estão mudando. 
        Ainda não cancelaram José de Alencar – escritor que defendeu publicamente a escravidão e organizou um retrato idílico das populações indígenas conveniente ao Estado imperial de sua época –, mas os homens brancos do passado já têm de abrir espaço não só a outros homens, mas também a mulheres pretas, do passado e do presente. A indicação de obras com essa marca de autoria por exames vestibulares de universidades públicas e particulares está obrigando as escolas a se abrir a vozes distintas, e os alunos passam a ler narrativas que se aproximam de seu mundo, marcado pela desigualdade, pobreza e discriminação.
        Passo determinante nessa trajetória é o resgate de Carolina Maria de Jesus. Seus diários, que retratam o cotidiano de mulher negra e favelada, apresenta aos estudantes um universo literário bem distinto dos clássicos de costume. Quarto de despejo passou a ser indicação obrigatória de leitura em vestibulares a partir de 2016, e muitos professores de literatura de Ensino Médio tiveram de “descobrir” uma escritora brasileira cuja obra já foi traduzida para catorze idiomas desde os anos 1960. Em 2020, Carolina consta na lista de leituras dos exames das universidades estaduais de Maringá, Londrina, Ponta Grossa e da universidade federal do Tocantins.
        Conceição Evaristo, premiada romancista, poeta e contista mineira, nasceu em uma comunidade pobre de Belo Horizonte, trabalhou como empregada doméstica, até concluir sua formação como professora. A discriminação racial e de gênero são temas recorrentes de sua ficção. Militante do movimento negro, apresentou em 2018 uma simbólica candidatura à vaga número 7 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. Se essa tentativa de diálogo com a instituição canônica por excelência da literatura brasileira não teve êxito, sua presença nos estudos literários veio para ficar: a universidade de Passo Fundo indica a seus candidatos a leitura dos contos de Olhos d’água, e a universidade federal do Rio Grande do Sul incluiu em sua lista de leituras obrigatórias o romance Ponciá Vicêncio.
        Ainda no vestibular da federal gaúcha, consta o romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. A maranhense Firmina foi precursora na vida e na obra. Mulher negra, prestou concurso público para professora e sustentava-se sozinha. É dela o primeiro romance de autoria feminina do Brasil, justamente Úrsula, publicado em 1859, que também é considerado a primeira narrativa abolicionista da literatura brasileira, humanizando e dando voz aos escravizados. Embora tenha tido destaque na sociedade maranhense em sua época, foi silenciada e esquecida, mas hoje recebe merecido destaque, tendo sua obra principal reeditada pela PUC de Minas Gerais e ganhado atenção de pesquisadores que constroem sua fortuna crítica.
        A Universidade Estadual do Rio de Janeiro selecionou, para seu exame de acesso, a obra de uma mulher negra, nascida em 1977, na periferia de Nova Iguaçu, conhecedora do cenário de pobreza e violência de onde provêm boa parte de seus estudantes. Na UERJ, 50% das vagas são reservadas para alunos de escolas públicas do estado, tendo sido essa universidade a pioneira do regime de cotas raciais e sociais no Brasil. Assim na terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia, elabora um cenário distópico em que um presídio de segurança máxima, construído sobre terreno que outrora abrigara local de tortura e morte de escravos, torna-se um campo de extermínio. Ali se entrevê uma alegoria das mazelas da atuação policial e do sistema prisional brasileiros, vinculados a um passado histórico de opressão.
        Não só gênero e raça se mostram mais diversos, mas também a nacionalidade. A Universidade Federal de Uberlândia fará questões em seu vestibular sobre o romance A cor púrpura, da norte-americana Alice Walker. Militante feminista e do movimento negro, Walker retrata no livro as agruras de uma menina negra, no sul agrário e racista dos Estados Unidos, abusada sexualmente pelo pai – de quem engravida e dá à luz dois filhos – e, posteriormente, obrigada a se casar com um senhor branco que a trata como empregada. A narrativa de estupro em família, num contexto de preconceito e pobreza, guarda estreita relação com situações semelhantes infelizmente frequentes no Brasil.
        A universidade de Taubaté, interior de São Paulo, inseriu em sua lista obrigatória de leituras o livro Hibisco roxo, primeiro romance da feminista nigeriana Chimamanda Nzozie Adichie, que narra conflitos familiares na Nigéria pós-colonial, tematizando a misoginia associada ao fanatismo religioso. Escritora premiada, ensaísta e palestrante de sucesso, Adichie já teve trechos de suas falas inseridos na letra da música Flawless, da popstar Beyoncé.
        A vida das periferias, pobreza, racismo, violência urbana, machismo... A entrada de vozes femininas e negras no ensino de literatura amplia as temáticas abordadas em sala de aula e aproxima as leituras escolares da realidade vivida por milhões de estudantes no Brasil. Diversidade fundamental por si só, esse fenômeno representa uma oportunidade valiosa para os educadores: despertar nos estudantes o sentido e o propósito do fazer literário, ressaltando a importância das narrativas como construção da memória coletiva.

Disponível em: < https://diplomatique.org.br/>. Acesso em: 08 dez. 2023. [Texto adaptado]
No texto, de forma dominante, há o propósito de 
Alternativas
Q2522579 Português
IGUALDADE E EQUIDADE


A filosofia guarda uma máxima: “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade”. A frase é de Aristóteles e está diretamente relacionada ao conceito de equidade. Mas qual a diferença entre igualdade e equidade?

Em uma busca rápida na internet, o significado de igualdade que surge é: "a inexistência de desvios ou incongruências sob determinado ponto de vista, entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, ideias, conceitos ou quaisquer coisas que permitam que seja feita uma comparação”. Para além do dicionário, a igualdade está presente no artigo 5º da Constituição Federal, que diz o seguinte: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.

Sendo assim, igualdade parece ser o ideal para se viver numa sociedade plena e justa. Onde entraria, assim, o conceito de equidade? Essa busca por um equilíbrio real se dá pela certeza de que não são todos iguais. Numa sociedade múltipla, as pessoas vêm de lugares diferentes e, por isso, vivem contextos diferentes. As mulheres, por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens, e esse aspecto de desigualdade presume que os direitos devem ser amplos, a ponto de ultrapassar as desigualdades, ainda que as diferenças existam.

A diferença entre igualdade e equidade se dá pelo direito à diferença: a diversidade dos indivíduos é levada em conta na equidade. Quando se fala em igualdade, acredita-se que todos são regidos pelas mesmas regras, sem levar em conta as especificidades. A equidade usa a igualdade como base, mas busca o equilíbrio dos desiguais, reconhecendo as características de cada grupo. Um exemplo nítido do reconhecimento da importância da equidade são as ações afirmativas. A política de cotas raciais entende que as pessoas negras, por razões históricas, não possuem os mesmos acessos. Dessa forma, as cotas atuam como uma ferramenta para garantir que a disputa seja equilibrada, a partir dessa desigualdade prévia. No caso das mulheres, a cota criada para que haja um mínimo do fundo partidário a ser destinado a candidaturas femininas é uma forma de harmonizar as chances, sabendo que as representações de mulheres dos cargos eletivos ainda são bem menores.

A equidade aproxima-se do conceito de justiça: somos diversos, temos características e necessidades específicas e, por isso, precisamos de diferentes soluções para garantirmos oportunidades equivalentes e efetivas. A equidade se aplica, portanto, a uma adaptação à situação específica. Se há diferenças  salariais, não são todos iguais. Se um corpo está mais vulnerável a abusos e violências, não há igualdade. Então a análise se dá tendo essas desigualdades como pressuposto, para o diagnóstico poder ser justo. Desse modo, para uma sociedade mais justa e igualitária, exige-se a construção de uma realidade mais equânime que igual. Trata-se de levar em consideração o que cada um necessita. (https://jornaldaparaiba.com.br/, com adaptações)
[Questão Inédita] Assinale a alternativa com a afirmação errada.
Alternativas
Q2522578 Português
IGUALDADE E EQUIDADE


A filosofia guarda uma máxima: “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade”. A frase é de Aristóteles e está diretamente relacionada ao conceito de equidade. Mas qual a diferença entre igualdade e equidade?

Em uma busca rápida na internet, o significado de igualdade que surge é: "a inexistência de desvios ou incongruências sob determinado ponto de vista, entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, ideias, conceitos ou quaisquer coisas que permitam que seja feita uma comparação”. Para além do dicionário, a igualdade está presente no artigo 5º da Constituição Federal, que diz o seguinte: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.

Sendo assim, igualdade parece ser o ideal para se viver numa sociedade plena e justa. Onde entraria, assim, o conceito de equidade? Essa busca por um equilíbrio real se dá pela certeza de que não são todos iguais. Numa sociedade múltipla, as pessoas vêm de lugares diferentes e, por isso, vivem contextos diferentes. As mulheres, por exemplo, vivem situações específicas e diferentes dos homens, e esse aspecto de desigualdade presume que os direitos devem ser amplos, a ponto de ultrapassar as desigualdades, ainda que as diferenças existam.

A diferença entre igualdade e equidade se dá pelo direito à diferença: a diversidade dos indivíduos é levada em conta na equidade. Quando se fala em igualdade, acredita-se que todos são regidos pelas mesmas regras, sem levar em conta as especificidades. A equidade usa a igualdade como base, mas busca o equilíbrio dos desiguais, reconhecendo as características de cada grupo. Um exemplo nítido do reconhecimento da importância da equidade são as ações afirmativas. A política de cotas raciais entende que as pessoas negras, por razões históricas, não possuem os mesmos acessos. Dessa forma, as cotas atuam como uma ferramenta para garantir que a disputa seja equilibrada, a partir dessa desigualdade prévia. No caso das mulheres, a cota criada para que haja um mínimo do fundo partidário a ser destinado a candidaturas femininas é uma forma de harmonizar as chances, sabendo que as representações de mulheres dos cargos eletivos ainda são bem menores.

A equidade aproxima-se do conceito de justiça: somos diversos, temos características e necessidades específicas e, por isso, precisamos de diferentes soluções para garantirmos oportunidades equivalentes e efetivas. A equidade se aplica, portanto, a uma adaptação à situação específica. Se há diferenças  salariais, não são todos iguais. Se um corpo está mais vulnerável a abusos e violências, não há igualdade. Então a análise se dá tendo essas desigualdades como pressuposto, para o diagnóstico poder ser justo. Desse modo, para uma sociedade mais justa e igualitária, exige-se a construção de uma realidade mais equânime que igual. Trata-se de levar em consideração o que cada um necessita. (https://jornaldaparaiba.com.br/, com adaptações)
[Questão Inédita] Segundo o texto, uma sociedade deve ser constituída 
Alternativas
Q2522470 Português

Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:




Fonte <https://www.cidadeecultura.com/recruta-zero-o-mais-querido-pelo-exercito-americano/>. Acesso em 25/02/2024.

A leitura atenta do texto permite inferir que: 
Alternativas
Q2522468 Português

Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:




Fonte <https://www.cidadeecultura.com/recruta-zero-o-mais-querido-pelo-exercito-americano/>. Acesso em 25/02/2024.

“Cara, esse comediante é ótimo!” (1º quadrinho). É correto afirmar que, nesse trecho do texto, temos:
Alternativas
Q2522465 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:


Instruções para chorar


        Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente.

         Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca. Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.

(CORTÁZAR, Júlio. Histórias de cronópios e famas. Tradução de Glória Rodríguez. 4.ed.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; DIFEL, 1983. Com adaptações)

A palavra “desajeitada” (linha 2 do texto) é formada pelo processo de:
Alternativas
Q2522463 Português

Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:


Instruções para chorar


        Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente.

         Para chorar, dirija a imaginação a você mesmo, e se isto lhe for impossível por ter adquirido o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães nos quais não entra ninguém, nunca. Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos.

(CORTÁZAR, Júlio. Histórias de cronópios e famas. Tradução de Glória Rodríguez. 4.ed.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; DIFEL, 1983. Com adaptações)

A estrutura e o conteúdo do texto permitem concluir que estamos diante: 
Alternativas
Q2522416 Português
Há fome por trás do aquecimento global



           A escalada da temperatura global empurra para cima indicadores de insegurança alimentar, fome e desigualdade socioeconômica. Dados divulgados recentemente pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), uma agência especializada das Nações Unidas, confirmam essa premissa e expõem sua assustadora dimensão humana. Em 2023, quando a temperatura global cravou o recorde de 1,45 ºC acima da média registrada no período de 1850-1900, pelo menos 333 milhões de pessoas estavam vivendo em situação de insegurança alimentar mundo afora.


       A mudança climática não é, obviamente, a causa primária dessa massa de desvalidos, como ressalta a OMM em seu recente relatório Estado do Clima Global. Conflitos, violência, crises econômicas locais, preços de alimentos e quebras de safras agrícolas estão comumente no epicentro do problema. Porém, são agravados por secas, inundações e eventos climáticos cada vez mais acentuados e frequentes – os efeitos há muito reconhecidos do aquecimento global. Esse quadro explica o aumento da pobreza e da fome no planeta e a desesperada migração de contingentes humanos vulneráveis para locais onde esperam, no mínimo, sobreviver.


         “A crise climática é o maior desafio da humanidade e está diretamente relacionada à desigualdade e ao aumento da pobreza e da instabilidade, com agravamento da insegurança alimentar, de deslocamento de populações e da perda de biodiversidade”, resumiu Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.
Conforme exposto no texto, a crise climática é o maior desafio da humanidade porque
Alternativas
Q2522325 Português
A CORRUPÇÃO NOSSA DE CADA DIA


    No Brasil, basta um escândalo de corrupção estampar as manchetes dos jornais para que os comentaristas de plantão vociferem palavras de ordem na internet em que exigem, até, a pena de morte para os corruptores. Mas esses mesmos gritos raivosos aceitam, pacificamente, os pequenos crimes que eles próprios e muitos conhecidos praticam no dia a dia, sem nem mesmo perceber que o “jeitinho” do cotidiano também é uma forma de corrupção.


    Na última semana, um cartaz colado em um muro de uma grande avenida de São Paulo perguntava aos passantes: “Habilitação suspensa?”. O anúncio, que desrespeitava a lei Cidade Limpa, legislação municipal que proíbe a colocação de cartazes em locais públicos, trazia um número de telefone e oferecia um serviço: dar um “jeitinho” nos pontos obtidos na carteira de motoristas que tiveram suas licenças para dirigir retiradas por causa do excesso de multas recebidas no trânsito.


    O trabalho poderia aliviar a barra de pessoas que dirigiram acima do limite de velocidade, andaram “só por alguns minutos” na faixa exclusiva de ônibus ou que beberam além dos limites permitidos antes de assumir o volante. Tudo justificado pelos receptores da multa com argumentos como a pressa e a falta de transporte público barato e de qualidade durante as madrugadas. Muitas dessas pessoas, inclusive, podem até ter comprado a carteira de motorista, pagando uma propina para que o fiscal que realiza a prova prática ajudasse na tarefa.


    O “jeitinho” brasileiro se estende para além do trânsito. Em pleno centro de São Paulo, a maior cidade do país, é possível comprar diplomas falsos que permitem a participação em concursos públicos e, mais comum ainda, atestados médicos, para justificar ausências mais prolongadas no trabalho. Também é possível, sem nem mesmo sair de casa, “roubar” o sinal da TV à cabo do vizinho, sem que ele saiba, ou comprar um aparelho decodificador de sinal pela própria internet e usá-lo para sempre sem ter que pagar mensalidade às operadoras, que, afinal, “cobram muito caro”. A prática é tão institucionalizada que tem até nome: “o gato net”.


    Mas a corrupção diária pode ser ainda mais grave. A previdência social, uma das áreas mais afetadas pelo “jeitinho”, descobriu, apenas em 2013, 56 fraudes que causaram um prejuízo de 82 milhões de reais aos cofres públicos, afirma o Ministério da Previdência Social. O dinheiro estava sendo destinado para pessoas que passaram a receber benefícios depois de apresentarem documentos falsos, como atestados médicos ou comprovantes de união estável.


    Há ainda casos que não são facilmente descobertos porque, tecnicamente, são difíceis de serem configurados como crime. Como o de mulheres, casadas aos olhos de vizinhos e amigos, mas que não oficializaram suas relações para não perderem a pensão vitalícia a que têm direito depois do falecimento do pai, funcionário público. Ao casarem-se oficialmente, o benefício é cortado. Há também o caso das “viúvas negras”: aquelas que, de comum acordo com os futuros “maridos”, casam-se com homens muito mais velhos, sem filhos, apenas para conseguir receber uma pensão quando esses homens morrerem.


    Uma pesquisa feita pelo Centro de Referência do Interesse Público (CRIP) da Universidade Federal de Minas Gerais mostrou em 2009 que 77% dos entrevistados acreditavam que a corrupção é um problema grave no país. Ao mesmo tempo, 35% delas concordaram que atitudes como sonegar impostos, quando eles são caros, podem ser erradas, mas não corruptas.


    “Não é que as pessoas não percebam que são erradas. O que elas fazem é justificar esse erro por conta de alguma coisa que diga respeito aos seus interesses e necessidades mais imediatas. A questão que envolve o problema da corrupção é essa ambivalência dos valores”, afirma Fernando Filgueiras, coordenador do centro. “Facilmente identificamos a corrupção praticada por políticos, burocratas, empresários, lobistas. Mas quando diz respeito à ordem do cotidiano, essa ambivalência surge porque sempre identificamos a corrupção no outro. Se observarmos o cotidiano, essa ambivalência sempre se faz presente, porque tentamos justificar nossos atos. Essa fronteira é sempre muito tênue. Todos somos contra a corrupção. Até os corruptos o são. O problema é quando você olha a sua ação individual”, complementa ele.


    “A fraude do imposto de renda, a tentativa de subornar funcionários públicos, o favorecimento, quando possível, de familiares em negócios públicos são o que chamamos normalmente de pequena corrupção. Essa é muito difícil de ser combatida, porque é mais pulverizada e individual.”.


    Para o Ministério Público, que criou uma campanha para alertar sobre essa corrupção cotidiana, o caminho é conscientizar as pessoas de que o “jeitinho brasileiro” é, sim, uma forma de corrupção.


    “A gente acredita numa formação de consciência. De construção de uma nova geração. Por isso, damos palestras em escolas para mostrar o que é a prática corrupta”, conta Vinicius Menandro, promotor de Justiça do Acre e coordenador nacional da campanha “O que você tem a ver com a corrupção”.


    “Gostamos muito de apontar as falhas dos deputados, senadores, mas as pessoas que compraram a carteira de motorista são tão corruptas quanto”, avalia. “Para mudar o país temos que mudar nós mesmos”.


(Autora: Talita Bedinelli. Site El Pais. Publicado em 04/12/2013. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2013/12/04/sociedad/1 386197033_853176.html)
Nos termos do texto, qual é a estratégia preconizada pelo Ministério Público para erradicar a corrupção no dia a dia?  
Alternativas
Respostas
3481: A
3482: A
3483: C
3484: B
3485: B
3486: A
3487: B
3488: C
3489: C
3490: B
3491: A
3492: B
3493: D
3494: E
3495: D
3496: C
3497: A
3498: D
3499: A
3500: B