Questões de Português - Orações coordenadas sindéticas: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas... para Concurso

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Q2287553 Português
A redução de carga de trabalho é apenas uma moda passageira?

A semana de 4 dias e outros modelos de trabalho têm ganhado fama e se tornado tendência.


      Nos últimos anos, muitas novidades e adaptações aconteceram no mercado de trabalho. Mudamos nosso jeito de trabalhar a partir dos avanços da tecnologia, tivemos a chance de escolher diferentes ambientes, cargas horárias flexíveis, home office, híbrido, entre outras experiências que deram certo e funcionaram para muitos colaboradores e empresas.
      Agora, imagine trabalhar de segunda a quinta-feira e desfrutar de merecidas folgas na sexta, no sábado e no domingo? Bom, esta é uma prática que tem ganhado popularidade e vem sendo discutida entre muitas organizações, pois promove um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
     Uma pesquisa do portal de vagas Empregos.com.br, realizada em 2021, mostra que 81% dos profissionais entrevistados são a favor de trabalhar quatro dias por semana, no chamado esquema 4 x 3, enquanto 13% ainda têm dúvidas sobre o sistema – e somente 6% acham que a modalidade não funciona no país.
     Além disso, um estudo do site de empregos Indeed, divulgado em junho, afirma que 85% dos entrevistados consideram que a semana de quatro dias úteis melhoraria a saúde mental e 86% dos participantes acreditam que a jornada menor traria um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. E ainda 75% dos trabalhadores concordariam em aumentar suas horas diárias de trabalho para terem uma semana de quatro dias.
     Sem dúvidas, um dos principais benefícios de trabalhar de segunda a quinta é a oportunidade de ter um fim de semana prolongado, com três dias de folga consecutivos. Assim, os trabalhadores têm mais tempo para descansar, relaxar e desfrutar de atividades pessoais, permitindo recarregar as energias, diminuindo o estresse acumulado e desfrutando de momentos de lazer com a família e amigos.     
     No entanto, apesar das vantagens, muitas empresas parecem resistir à nova tendência. Apenas 4,9% das companhias que participaram da pesquisa da Empregos.com são a favor da jornada reduzida. Outros 25% se opõem e 71,1% não têm um posicionamento definido sobre o tema.
   Trabalhar menos sem ter corte nos salários é algo que agrada qualquer colaborador, mas nem sempre as organizações conseguem enxergar as vantagens de tudo isso. Primeiro é sempre bom destacar que as empresas que oferecem uma jornada de quatro dias são mais disputadas pelos colaboradores. Além disso, esse tipo de oportunidade acontece no mundo inteiro e vem trazendo bons resultados.
     Em 2019, a Microsoft testou o modelo de menor carga horária semanal durante o mês de agosto, no Japão, e o resultado foi o aumento da produtividade em 40%. Depois disso, outras empresas em vários países começaram a adotar, em fase de testes, menos um dia de trabalho na semana.
     Na Bélgica, os profissionais podem escolher se trabalham quatro ou cinco dias por semana, mantendo a mesma carga horária total. No país, a jornada de trabalho semanal é de 38 horas. Porém, o colaborador pode trabalhar 45 horas numa semana e deduzir as extras na semana seguinte.
      Na Inglaterra, a semana de quatro dias úteis começou a ser adotada em junho. O teste piloto envolve mais de 3 mil colaboradores de 70 empresas de diversos setores – que vão desde as companhias de tecnologia até restaurantes – e durará até dezembro.
    Entre 2015 e 2019, 1% da população da Islândia passou a trabalhar em escala 4×3. No país, as jornadas semanais foram reduzidas de 40 para 35 ou 36 horas, mantendo a mesma remuneração. Por si só, a redução da carga de trabalho já é uma grande incentivadora à motivação, e a preocupação da empresa com o bem-estar de seus colaboradores se soma a tudo isso. Certamente, essa é uma nova tendência aqui no Brasil.
    Há muitos desafios antes que essa proposta seja uma realidade por aqui. Não há uma expectativa, pelo menos no médio prazo, para regulamentar a semana de jornada menor sem afetar a remuneração.
     O que vemos é um experimento que começará a partir de novembro deste ano e terá duração de seis meses – até abril de 2024. O “4-Day Week Global” (quatro dias por semana), realizado em parceria com a Reconnect Hapiness at Work, testa ao redor do mundo a modalidade de jornada em que o profissional recebe 100% do salário trabalhando 80% do tempo em troca de um compromisso de manter 100% de produtividade (modelo que ficou conhecido como 100-80-100). Sem dúvida, estamos diante de algo que está longe de ser uma moda passageira. Pelo contrário, cada vez mais veremos empresas precisando se adaptar e a testar o 4x3.


(Disponível em: https://exame.com/bussola/a-reducao-de-carga-de-trabalho-e-apenas-uma-moda-passageira/. Acesso em: 01/08/2023.)
Em “Bom, esta é uma prática que tem ganhado popularidade e vem sendo discutida entre muitas organizações, pois promove um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.” (2º§), os termos sublinhados estabelecem relações que contribuem para o entendimento do trecho. Assinale a alternativa que apresenta, sequencialmente, as relações corretas desses termos. 
Alternativas
Q2285923 Português
Texto para a questão


O GRANDE ENCONTRO DOS DESAPARECIDOS

(Crônica de Moacyr Scliar)


“Sem destino: 102,2 mil desapareceram em 6 meses.”

Folha de São Paulo, caderno C - Cotidiano, 10 jul. 1999


Uma vez ao ano os desaparecidos se reúnem. Sempre em data diferente e em local diferente: às margens de um grande rio, no meio da floresta, no alto de uma montanha. Ninguém falta. Por certos mecanismos de comunicação, do qual só os desaparecidos têm conhecimento, a notícia chega a todos e a cada um deles.

No dia aprazado lá estão. Usam máscaras, naturalmente. Alguns – precaução adicional – colocam vendas sobre os olhos: não querem ver os rostos, mesmos disfarçados, dos outros desaparecidos.

O encontro é, sobretudo, de trabalho. Para isso, os desaparecidos são divididos em comissões temáticas, que têm como objetivo responder a perguntas cruciais: é lícito desaparecer quando há uma crise na família? O desemprego é uma boa razão para o desaparecimento? Deve uma possível reaparição ser precedida de exigências ao grupo, à comunidade, ao país?

As discussões são intensas e acaloradas. Mas há também tempo para amenidades, para amável convívio, em que os desaparecidos intercambiam experiências e relatam episódios diversos, pitorescos ou não. Entre as figuras mais interessantes está a de um ancião com cerca de 90 anos, desaparecido quando bebê. Criado por feras do mato, ele preferiu, no entanto, desaparecer na civilização e assim percorreu o Brasil de sul a norte e de leste a oeste, desaparecendo em cidades, em fazendas, em feiras livres e até numa grande convenção do comércio lojista. Suas histórias, engraçadas ou trágicas, são muito apreciadas.

À medida que se aproxima o final do encontro, os desaparecidos vão ficando cada vez mais inquietos; consultam o relógio ou miram o crepúsculo. Em breve terão de desaparecer, e isso será um choque. Sentir-seão melhor depois que sumirem, depois que se dissolverem no anonimato. Mas a ânsia os acompanhará para sempre, mesmo nos momentos de maior liberdade. Dentro de cada desaparecido há um ser incógnito que faz força para aparecer. E que, em algum momento, o conseguirá.

FONTE: https://contobrasileiro.com.br/o-grande-encontro-dos-desaparecidos-cronicade-moacyr-scliar/
No fragmento “Criado por feras do mato, ele preferiu, no entanto, desaparecer na civilização”, o termo em destaque estabelece ideia de:
Alternativas
Q2285731 Português
Texto para a questão


Leia a entrevista do escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940 – 2015) ao Programa Sangue Latino, do Canal Brasil, gravado em 2009. 


“Acho que o exercício da solidariedade, quando se pratica de verdade, no dia a dia, é também um exercício de humildade que ensina você a se reconhecer nos outros e reconhecer a grandeza escondida nas coisas pequenininhas, o que implica denunciar a falsa grandeza nas coisas grandinhas em um mundo que confunde grandeza com grandinho (...) achei uma boa definição das minhas intenções, do que eu gostaria de fazer escrevendo: ser capaz de olhar o que não se olha, mas que merece ser olhado. As pequenas, as minúsculas coisas da gente anônima, da gente que os intelectuais costumam desprezar, esse micromundo onde eu acredito que se alimenta de verdade a grandeza do universo. E ao mesmo tempo ser capaz de contemplar o universo através do buraco da fechadura, ou seja, a partir das coisas pequenas ser capaz de olhar as grandes, os grandes mistérios da vida, o mistério da dor humana, mas também o mistério da persistência humana nesta mania, às vezes inexplicável, de lutar por um mundo que seja a casa de todos e não a casa de pouquinhos e o inferno da maioria e outras coisas mais. A capacidade da beleza, a capacidade de formosura da gente mais simples, às vezes da gente mais singela que tem uma insólita capacidade de formosura que, às vezes, se manifesta em uma canção, em um grafite, em uma conversa qualquer. A que as crianças têm… o que acontece é que depois nós, adultos, ocupamos em transformá-las em nós mesmos, e aí destruímos a vida delas. Mas temos que ver o que é uma criança, não? São todas pagãs… faz pouco tempo eu sofri uma tragédia, morreu meu companheiro Morgan, meu cachorro, meu companheiro de passeio, que me acompanhava também escrevendo porque, quando eu perdia a mão, e já levava 18 horas escrevendo, com a sua perna me dizia: ‘Vamos, nos vamos. A vida não termina aqui, nos livros. Vem, vamos passear juntos’, e aí íamos os dois. E ele morreu assim que eu andava com uma música muito ruim na alma e, realmente, falando de perdas, a perda do Morgan foi muito importante para mim, me arrancou um pedaço do peito. E, bem, estava assim, muito triste e saí a caminhar aqui, pelo bairro, e era cedo, de manhãzinha. Não conseguia dormir, me vesti, fui caminhar e cruzei com uma menina muito nova, devia ter uns dois anos, não mais que dois, que vinha brincando na direção oposta e ela vinha cumprimentando a grama, a graminha, as plantinhas. ‘Bom dia, graminha!’, dizia: ‘bom dia, graminha!’. Ou seja, nessa idade somos todos pagãos e nessa idade somos todos poetas. Depois o mundo se ocupa de apequenar nossa alma. Isso que chamamos ‘crescimento’, ‘desenvolvimento’…

(...)

No fragmento “(...) a partir das coisas pequenas ser capaz de olhar as grandes, os grandes mistérios da vida, o mistério da dor humana, mas também o mistério da persistência humana nesta mania, às vezes inexplicável, de lutar por um mundo que seja a casa de todos e não a casa de pouquinhos e o inferno da maioria e outras coisas mais”, o termo em destaque, no contexto em que ocorre, estabelece ideia de:
Alternativas
Q2283252 Português
Observe a seguinte frase:
“Felicidade é um lugar onde você pode pousar, mas não pode fazer seu ninho.”
Sobre os componentes e a significação desse pensamento, assinale a observação adequada.
Alternativas
Q2282740 Português
O poder da gentileza: é justamente em
momentos delicados que precisamos nos
tornar mais gentis para que uma mudança
positiva aconteça


(Texto adaptado especificamente para este concurso. O texto
original é de autoria de Gustavo Tanaka, foi publicado na revista
Vida Simples, Caminho das Virtudes, em 2021, no número 231-
Vida Simples Conteúdo Editorial e Negócios Ltda).


    Vivemos tempos difíceis. Não é preciso falar muito sobre isso. Cada um sabe dos desafios pelos quais tem passado e de como o momento atual está nos exigindo o melhor que nos habita. Como forma de apoiar nesse processo, quero lembrar (eu me incluo como leitor) de uma virtude que pode nos ajudar: a gentileza. Ela costuma ser deixada de lado e parece ser menos significante do que virtudes mais comentadas, tais como: fé, amor, compaixão e coragem. Todavia é nela que pode se ter o antídoto para muitos desafios atuais.
    É imprescindível a prática da gentileza e ela deve se iniciar com você. Lembre-se de que estamos vivendo algo único e desafiador, não se torne seu próprio carrasco, não se cobre uma alta performance: de entregar um grande resultado, de ter a paz de Buda ou ser evoluído como Jesus. Ser gentil é aceitar suas limitações, acolher suas emoções, afirmar que está tudo caminhando conforme o esperado e ter a consciência de que cada um faz o melhor que pode. O acolhimento e a aceitação são garantias de que essas qualidades podem se transformar em atos para os outros, isso traz tranquilidade.
    Ao ser gentil comigo mesmo, abro espaço para experimentar essa prática para com os que estão ao meu redor: esses dias me peguei sentindo muita raiva de uma pessoa que havia sido rude comigo. Eu nem a conhecia e estava exigindo dela um comportamento mais amoroso. Mas, então, pensei: “Poxa, não está fácil para mim. Talvez não esteja para ela também”. E aí pensei que eu tenho minhas ferramentas e repertório para ficar bem, ou seja, o que escrevo aqui nesta coluna. Talvez aquela pessoa não tivesse esses recursos. Em alguns instantes eu consegui mudar meu comportamento e procurei ser gentil para com ela. Abri um sorriso. Agradeci. Tentei puxar assunto e ser legal. Confesso que não consegui me aprofundar muito na conversa. Senti-me bem de não a ter humilhado ou descontado a minha frustração nela. Creio que a tenha ajudado a se acalmar um pouco também.
    É muito fácil ser gentil quando tudo está maravilhoso em nossas vidas. Entretanto, é necessário compartilhar intenções mais claras para escolher ser gentil quando o contexto não é favorável, quando há ingredientes para a prática da rudez e da cólera. A escolha entre usá-los ou optarmos por praticar a gentileza com a intenção de mudar nosso entorno para melhor é nossa. Então, agora é sua vez: o que você decide praticar?

Em relação ao item Sintaxe, especificamente em período composto, analise o fragmento com foco nas classificações das orações: “(...) Abri um sorriso. Agradeci. Tentei puxar assunto (...)”. Diante do exposto, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Respostas
301: C
302: C
303: A
304: A
305: B