Questões de Português - Pontuação para Concurso

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Q2279104 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à quesão.


A utilidade da ciência inútil

“A arte é inútil”. Com esta frase, Chico Buarque inicia o DVD Romance. A explicação vem logo em seguida: uma música não é composta pensando-se em para que serve. Porém, através das letras e canções as pessoas que não falam português podem aprender a língua, e a melodia pode servir de fundo musical para um namoro.

Recentemente, um texto publicado na Folha de S. Paulo se contrapôs à utilização de verba pública para o financiamento do telescópio James Webb. O cerne da argumentação baseou-se na relação custo / benefício para a sociedade, tendo como foco a utilidade da pesquisa básica. É a famosa questão: “para que serve isso?”. O questionamento, feito normalmente por estudantes de primeiros anos, é ouvido com frequência por professores de disciplinas básicas.

A máxima irônica “Para que serve um recém-nascido?”, proferida por cientistas como Benjamin Franklin e Michael Faraday, [...] revela a miopia de quem exige que, para justificar o estudo e o investimento em pesquisa básica, alguma utilidade imediata deve estar prevista.

De acordo com a lógica da serventia, a pesquisa básica de Max Planck, um dos precursores da mecânica quântica lá no início do século 20, nunca teria sido fomentada. Vários conceitos estudados lá atrás, sem nenhuma aplicação naquele momento, hoje dão suporte para o desenvolvimento de lasers e aparelhos de ressonância magnética para a medicina, por exemplo.

Exemplos de descobertas científicas feitas por mero acaso, durante o desenvolvimento de algum projeto, são tão frequentes que trouxeram para o universo da ciência o termo “serendipidade”. A palavra consta no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. De acordo com o dicionário Priberam, o termo significa “a faculdade ou o ato de descobrir coisas agradáveis por acaso”.

É claro que nem todo projeto dará início a uma revolução científica. Assim como a maioria da população não dará uma contribuição para a Humanidade como Marie Curie ou Isaac Newton. A dificuldade é saber quando será produzida alguma descoberta que dará uma grande contribuição para a Humanidade.

Nesse raciocínio, é importante que as agências de fomento reservem parte da verba disponível para assumir, inclusive, o custo de uma pesquisa básica mal-sucedida.

YAMASHITA, Marcelo Takeshi. A utilidade da ciência inútil. Jornal da Unesp, 2022. Disponível em: https://jornal.unesp. br/2022/10/20/a-utilidade-da-ciencia-inutil/. Acesso em: 16 jun. 2023. [Fragmento]
Analise os trechos a seguir:

I. “‘A arte é inútil’. Com esta frase, Chico Buarque inicia o DVD Romance. A explicação vem logo em seguida: uma música não é composta pensando-se em para que serve.”

II. “O cerne da argumentação baseou-se na relação custo / benefício para a sociedade, tendo como foco a utilidade da pesquisa básica. É a famosa questão: ‘para que serve isso?’.”

Considerando o emprego dos dois-pontos nas frases, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2278879 Português
Leia com atenção o texto a seguir para responder à questão.


Cuidado! Leite estragado pode causar intoxicação alimentar


Nutricionista dá dicas de como conservar o leite após ser aberto

    Bom dia! O leite é um dos alimentos que fazem parte da mesa de muitos brasileiros, não é mesmo? A bebida agrada desde as crianças até os mais idosos. Mas é preciso tomar cuidado ao armazenar o produto, pois o leite estragado ou adulterado pode causar vários problemas à saúde.
    A nutricionista Gisela Peres explica que a bebida estragada pode causar desde uma irritação gástrica até uma intoxicação ou gastroenterite bacteriana severa (intoxicação alimentar que pode ser provocada por diferentes bactérias como a salmonela).
    Os sintomas variam de acordo com o tipo de contaminação do produto, que pode ser por adulteração na sua composição original, manipulação inadequada ou armazenamento inadequado.
    Segundo a nutricionista, o leite de boa qualidade tem o sabor suave e só deve ser deixado fora da geladeira depois de aberto se for para coagular, para fazer coalhada ou queijo, por exemplo. O importante é observar sempre a data de validade e, mesmo dentro desse prazo, descartá-lo na dúvida de cheiro ou aspecto duvidoso.

Fonte: https://noticias.r7.com/saude/cuidado-leite-estragado-pode-causar-intoxicacao-alimentar25032014
A segunda vírgula, no terceiro parágrafo, é justificada pelo seguinte critério:
Alternativas
Q2278530 Português
Na frase “Chefe, já acrescentei essas necessidades ao orçamento”, a vírgula foi empregada para separar o(a):
Alternativas
Q2278350 Português
Texto para responder à questão.


     O CRFTO é o responsável pelo registro profissional de recém-formados e egressos de outros estados. O Conselho, no entanto, tem barrado alguns diplomas que estão sem conformidade com a documentação apresentada no ato do registro. Nesse primeiro semestre do ano, já foram identificadas três tentativas de inscrições por meio de documentos falsos.

Disponível em: <https://www.facebook.com/crftooficial/?locale=pt_BR>. Acesso em: 14 jul. 2023, com adaptações.
Em “O Conselho, no entanto, tem barrado alguns diplomas que estão sem conformidade com a documentação apresentada no ato do registro.”, o emprego das vírgulas
Alternativas
Q2275198 Português
Texto CG2A1-II


    Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da ansiedade, custando à economia mundial quase 1 trilhão de dólares. Os dados são do relatório Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de 2022, e confirmam a necessidade de se trazer o debate ainda mais à tona. Na mesma época, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou uma nota conjunta com a OMS, na qual as novas diretrizes são explicadas por meio de estratégias práticas para governos, empregadores, trabalhadores e suas organizações, nos setores públicos e privados. “De acordo com as diretrizes globais, 60% da população mundial trabalha e esse trabalho pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva quando negativa. As diretrizes também apontam questões importantes referentes à inserção e à permanência de pessoas com problemas de saúde mental no mercado de trabalho. Além do estigma e das barreiras que essas pessoas vivenciam para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de estruturas de suporte afeta a sustentação das atividades laborais”, explica a consultora nacional de saúde mental da OMS, Cláudia Braga.
    De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto, em 2021, foram registrados 200.244 afastamentos. “Esse cenário nos mostra a importância de discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizarmos esforços para prevenir os impactos negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS.

Erika Farias. Alertas globais chamam a atenção para o papel do trabalho na saúde mental. Internet: <epsjv.fiocruz.br>(com adaptações). 

No que se refere a aspectos linguísticos do texto CG2A1-II, julgue o seguinte item.



Os sentidos e a correção gramatical do segundo parágrafo seriam preservados se, no primeiro período, a vírgula após “Alzheimer” fosse substituída por ponto, a conjunção “enquanto” fosse omitida e fosse feito o devido ajuste de letra inicial minúscula e maiúscula na palavra que inicia o novo período.

Alternativas
Q2275194 Português
Texto CG2A1-II


    Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da ansiedade, custando à economia mundial quase 1 trilhão de dólares. Os dados são do relatório Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro de 2022, e confirmam a necessidade de se trazer o debate ainda mais à tona. Na mesma época, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou uma nota conjunta com a OMS, na qual as novas diretrizes são explicadas por meio de estratégias práticas para governos, empregadores, trabalhadores e suas organizações, nos setores públicos e privados. “De acordo com as diretrizes globais, 60% da população mundial trabalha e esse trabalho pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva quando negativa. As diretrizes também apontam questões importantes referentes à inserção e à permanência de pessoas com problemas de saúde mental no mercado de trabalho. Além do estigma e das barreiras que essas pessoas vivenciam para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de estruturas de suporte afeta a sustentação das atividades laborais”, explica a consultora nacional de saúde mental da OMS, Cláudia Braga.
    De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto, em 2021, foram registrados 200.244 afastamentos. “Esse cenário nos mostra a importância de discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizarmos esforços para prevenir os impactos negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS.

Erika Farias. Alertas globais chamam a atenção para o papel do trabalho na saúde mental. Internet: <epsjv.fiocruz.br>(com adaptações). 

Julgue o item que se segue, considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto CG2A1-II. 



No segundo período do primeiro parágrafo, a vírgula após “2022” é opcional, dada a presença da conjunção “e”, empregada logo em seguida. 

Alternativas
Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DATAPREV Provas: CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Processamento | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Advocacia | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Análise de Negócios | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Arquitetura e Engenharia Tecnológica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Comunicação Social | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Contabilidade | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Desenvolvimento de Software | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Sustentação Tecnológica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Engenharia Civil | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Médico do Trabalho | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Engenharia Elétrica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Engenheiro de Segurança do Trabalho | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Engenharia Mecânica | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Engenheiro de Dados | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Estratégia e Governança | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Gestão de Pessoas | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Gestão de Serviços de TIC | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Gestão Econômico-Financeira | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Infraestrutura e Operações (Facilities) | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Inteligência da informação | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Logística, Aquisições e Contratos | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Segurança Cibernética | CESPE / CEBRASPE - 2023 - DATAPREV - Analista de Tecnologia da Informação - Perfil: Segurança da Informação e Proteção de Dados |
Q2274224 Português
        A cibersegurança, embora seja um tema há muito discutido em âmbito global, é um campo relativamente novo no Brasil. No entanto, tem ganhado destaque por conta da intensa migração de dados para ambientes em nuvem e da interconexão praticamente global de dispositivos na Internet. A proliferação de dispositivos conectados à Internet, desde eletrodomésticos até equipamentos industriais, aumentou consideravelmente a superfície de ataque, transformando o cenário de riscos. O que antes parecia ficção científica, como geladeiras ou medidores de pressão de gasodutos conectados à rede de computadores, agora é uma realidade tangível.
        Entretanto, a adoção apressada de tecnologias conectadas à Internet muitas vezes ocorre sem a devida atenção à segurança. Essa falta de consideração em relação à cibersegurança pode expor empresas a riscos substanciais, pois a falta de preparação e avaliação da superfície de ataque pode permitir que brechas sejam exploradas por agentes maliciosos.
        Uma das principais questões, quando se fala em cibersegurança, é a de que não existe uma “bala de prata”, ou seja, uma solução única para todas as falhas que podem ocorrer. Cada organização possui características, riscos e necessidades distintos, o que exige a criação de soluções personalizadas para mitigar ameaças específicas.
         Nesse sentido, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desempenhou um papel significativo no cenário de cibersegurança ao estabelecer diretrizes para a prevenção de vazamentos e a proteção de dados. Empresas são agora obrigadas a adotar medidas proativas para evitar incidentes de segurança e garantir a privacidade dos dados. O investimento em cibersegurança deve ser entendido como um seguro de carro: deve-se investir na prevenção para minimizar os danos de um eventual incidente. 

Internet: <economiasc.com> (com adaptações).

Julgue o item que se segue, com base nas ideias, no vocabulário e na estruturação linguística do texto precedente.


O emprego das aspas na expressão ‘bala de prata’ (primeiro período do terceiro parágrafo) indica que essa expressão consiste em um termo técnico.

Alternativas
Q2274164 Português
Com base no Texto a seguir, publicado no Jornal da USP, em 07/03/2023, responda à questão.


Na educação, o ChatGPT não estimula o pensamento crítico

Rogério de Almeida diz que a ferramenta é capaz de organizar os dados de forma coerente, mas é incapaz de um pensamento crítico

[...]

    O professor brinca e pergunta para o chatbot como ele vê a questão da principal preocupação dos acadêmicos com o chat. O próprio ChatGPT pontua cinco questões: a primeira seria a existência de um viés, mediado pelos algoritmos, que pode reproduzir preconceitos; a segunda, ética, do ponto de vista de como o chat seria utilizado; a terceira, sobre a privacidade, já que ele funciona com o uso de diversos dados; a quarta, seria a do controle, pois ele é imprevisível e se deve prezar pelo bem-estar das pessoas; quinto, a transparência de como essa ferramenta funciona.
    Porém, o especialista não segue a linha de raciocínio dessa inteligência artificial: “Eu vou por outro caminho. O que eu acho que ele nos coloca é uma questão muito interessante daquilo que nós consideramos humano. Porque, de certa forma, a inteligência artificial aprende conosco, ela é treinada com os textos que nós produzimos. Isso nos coloca em xeque em relação à criatividade e ao pensamento crítico”.
     [...]
     “Quando a gente pede uma redação, um trabalho escrito, o que o professor espera do aluno: que ele reflita, pense e crie ou meramente se adapte a um certo modelo?”, questiona Almeida. Na área pedagógica, a construção e o investimento no pensamento crítico, que, diferentemente das máquinas, são característicos do ser humano, devem ser priorizados.
     O professor ainda acrescenta que o banco de dados dos chatbots é baseado nos conteúdos on-line, ou seja, é constantemente alimentado por criações humanas. Assim, a criticidade também é importante para evitar a disseminação de informações errôneas, que podem influenciar, além de tudo, na educação: “Aquilo que a gente criar de novo vai reabilitá-la, de modo que ela vai devolver isso para nós. A tendência é que esses robôs que estimulam a linguagem humana fiquem cada vez mais aperfeiçoados. Mas, se nós, humanos, produzimos notícias falsas intencionalmente, a gente não tem como saber o que o chat vai fazer. Ele não tem uma vontade própria e ele aprende com essas informações”, diz o professor.

(Adaptado).
A sintaxe é um dos níveis que integra o sentido e o encadeamento linguístico-discursivo de um texto. Analise o emprego da pontuação nas ocorrências abaixo:

Quando a gente pede uma redação, um trabalho escrito, o que o professor espera do aluno: que ele reflita, pense e crie ou meramente se adapte a um certo modelo?

Assinale a alternativa que traz a explicação sobre o emprego das vírgulas na ordem CORRETA:
Alternativas
Q2273997 Português
LÍNGUA PORTUGUESA


Corrupção: um desafio do mundo globalizado


     Desde nossos ancestrais aos líderes modernos, a corrupção é um desafio para toda a humanidade, uma vez que esse termo sempre esteve presente na ação cotidiana dos seres humanos.

       De acordo com relatos e escritos, a corrupção existe, desde antes, mesmo, da dinastia egípcia e ainda persiste em quase todos os países do mundo, até hoje. Nota-se que a corrupção pode ser tão antiga quanto a história humana.

    A Primeira Dinastia (3100-2700 a.C.) do antigo Egito observou corrupção em seu judiciário e no enriquecimento de alguns Faraós que exploravam a mão de obra de indivíduos com menos recursos financeiros. A prática corruptiva também era encontrada na China antiga, na Macedônia, emChipre e em muitas outras regiões.

      Olhando através da história, a corrupção parece inevitável.

    Batalhas foram travadas pela disputa de poder. Há registro, nos livros de histórias, de que atos de corrupção facilitaram a ascensão de impérios e governantes, muito antes do marco zero de nossa contagem temporal. Desde a origem da humanidade, sociedades foram dizimadas pelos efeitos vorazes das artimanhas, com a finalidade de obtenção de vantagens ilegais e ilícitas.

    Por intermédio de procedimentos de “boa governança”, entes públicos e privados, ao redor do planeta, estão criando ferramentas para conter a corrupção, de maneira prioritária. Estão sendo implementados programas anticorrupção específicos para ajudar os governos a resolver seus problemas internos de desvirtuamento dos procedimentos humanos. Além disso, várias agências bilaterais de desenvolvimento têm colocado esforços anticorrupção no topo de suas políticas e procedimentos.

     Verifica-se que muitos cidadãos reclamam e questionam a postura de políticos e de membros da alta gestão de nosso país; porém, quando têm a oportunidade, essas mesmas pessoas deixam de emitir notas fiscais; esquivam-se dos pagamentos de tributos; não declaram seu imposto de renda com fidedignidade; tentam subornar agentes públicos para evitar multas; falsificam carteirinha de estudante; adulteram atestados médicos; furam fila; acessam TV a cabo, sem realizar o contrato com a operadora (apropriação indevida de sinal); registram o ponto no trabalho de maneira irregular e/ou pelo colega, entre várias outras atitudes que, mesmo simbólicas ou pequenas, prejudicam, ao longo passo, toda a sociedade.

      O combate à corrupção, portanto, deve ser acompanhado do fortalecimento do Estado de Direito, da boa governança e da construção de instituições fortes que, por sua vez, serão a base e o alicerce para o desenvolvimento sustentável de todo o mundo.

     Atitudes corruptas não são meros pormenores ou detalhes. Muito pelo contrário, são desvios que causam impactos severos, inclusive, na moral social, concernindo na vida das pessoas. É necessário ultrapassar os regulamentos, assanções e as punições.

     Cada indivíduo de nosso mundo, cada brasileiro, é chamado, todos os dias, a respeitar e cumprir com seus deveres, o que nem sempre é fácil, especialmente, em tempos difíceis e diante de tantos dilemas a serem faceados. Assim, o desafio cotidiano e diário do combate à corrupção está na mudança positiva, na metamorfose assertiva de condutas, costumes, culturas e comportamentos de cada um de nós.

(Elise Eleonore de Brites. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/ coluna/governan%C3%A7a-uma-boa-pratica/379136/corrupcao-umdesafio-do-mundo-globalizado. Acesso em: 28/12/2022. Adaptado.)

Identifica-se corretamente como motivo discursivo para o emprego de aspas em “boa governança” (6º§):
Alternativas
Q2273996 Português
LÍNGUA PORTUGUESA


Corrupção: um desafio do mundo globalizado


     Desde nossos ancestrais aos líderes modernos, a corrupção é um desafio para toda a humanidade, uma vez que esse termo sempre esteve presente na ação cotidiana dos seres humanos.

       De acordo com relatos e escritos, a corrupção existe, desde antes, mesmo, da dinastia egípcia e ainda persiste em quase todos os países do mundo, até hoje. Nota-se que a corrupção pode ser tão antiga quanto a história humana.

    A Primeira Dinastia (3100-2700 a.C.) do antigo Egito observou corrupção em seu judiciário e no enriquecimento de alguns Faraós que exploravam a mão de obra de indivíduos com menos recursos financeiros. A prática corruptiva também era encontrada na China antiga, na Macedônia, emChipre e em muitas outras regiões.

      Olhando através da história, a corrupção parece inevitável.

    Batalhas foram travadas pela disputa de poder. Há registro, nos livros de histórias, de que atos de corrupção facilitaram a ascensão de impérios e governantes, muito antes do marco zero de nossa contagem temporal. Desde a origem da humanidade, sociedades foram dizimadas pelos efeitos vorazes das artimanhas, com a finalidade de obtenção de vantagens ilegais e ilícitas.

    Por intermédio de procedimentos de “boa governança”, entes públicos e privados, ao redor do planeta, estão criando ferramentas para conter a corrupção, de maneira prioritária. Estão sendo implementados programas anticorrupção específicos para ajudar os governos a resolver seus problemas internos de desvirtuamento dos procedimentos humanos. Além disso, várias agências bilaterais de desenvolvimento têm colocado esforços anticorrupção no topo de suas políticas e procedimentos.

     Verifica-se que muitos cidadãos reclamam e questionam a postura de políticos e de membros da alta gestão de nosso país; porém, quando têm a oportunidade, essas mesmas pessoas deixam de emitir notas fiscais; esquivam-se dos pagamentos de tributos; não declaram seu imposto de renda com fidedignidade; tentam subornar agentes públicos para evitar multas; falsificam carteirinha de estudante; adulteram atestados médicos; furam fila; acessam TV a cabo, sem realizar o contrato com a operadora (apropriação indevida de sinal); registram o ponto no trabalho de maneira irregular e/ou pelo colega, entre várias outras atitudes que, mesmo simbólicas ou pequenas, prejudicam, ao longo passo, toda a sociedade.

      O combate à corrupção, portanto, deve ser acompanhado do fortalecimento do Estado de Direito, da boa governança e da construção de instituições fortes que, por sua vez, serão a base e o alicerce para o desenvolvimento sustentável de todo o mundo.

     Atitudes corruptas não são meros pormenores ou detalhes. Muito pelo contrário, são desvios que causam impactos severos, inclusive, na moral social, concernindo na vida das pessoas. É necessário ultrapassar os regulamentos, assanções e as punições.

     Cada indivíduo de nosso mundo, cada brasileiro, é chamado, todos os dias, a respeitar e cumprir com seus deveres, o que nem sempre é fácil, especialmente, em tempos difíceis e diante de tantos dilemas a serem faceados. Assim, o desafio cotidiano e diário do combate à corrupção está na mudança positiva, na metamorfose assertiva de condutas, costumes, culturas e comportamentos de cada um de nós.

(Elise Eleonore de Brites. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/ coluna/governan%C3%A7a-uma-boa-pratica/379136/corrupcao-umdesafio-do-mundo-globalizado. Acesso em: 28/12/2022. Adaptado.)

Quanto ao uso de alguns sinais gráficos referentes à pontuação, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
Q2273879 Português
TEXTO


       Para compreender a questão da grilagem, é necessário conhecer as formas históricas de distribuição e aquisição de terras no Brasil. No período colonial, a divisão do território em sesmarias (imensos lotes de terras virgens distribuídos em nome do rei de Portugal para agricultura) criou problemas que estão na origem da questão fundiária atual.
       Um primeiro problema surge da dificuldade em se mapear um território tão extenso. Além disso, amplas áreas não eram utilizadas do ponto de vista produtivo. Outro problema vem da escassez de população, que limitava a ocupação do território e a disponibilidade de força de trabalho no campo. Estima-se que, até 1700, a população brasileira era de apenas 300 mil habitantes, em boa medida concentrados no litoral nordestino e nas regiões mineradoras, segundo aponta Celso Furtado em seu livro Formação Econômica Brasileira.
       Por fim, somam-se a essas questões limitações políticas de domínio territorial, já que muitas regiões, principalmente no interior do país, não eram administradas na prática pela coroa portuguesa ou eram regiões em disputa com outros países. [...]
       Com a independência do país em 1822 e a revogação do regime das sesmarias, instaurou-se um vazio jurídico que reforçou a ocupação espontânea. O território em construção e seus confins alimentavam os mais diversos anseios de apropriação e exploração, tanto para os atores mais vulneráveis do campo (camponeses, indígenas, caboclos, escravos libertos) quanto para os mais providos. [...]
       A Lei de Terras, de 1850, que dispõe sobre as terras devolutas no Império, passa a ser um marco na regulação fundiária nacional ao estipular que o acesso à terra não mais se daria pela mera ocupação, e sim por meio da sua compra. Ao instituir a propriedade privada e o mercado de terras, a Lei de Terras estabeleceu, ao mesmo tempo, a definição de terra pública. Assim, todos os possuidores (sesmeiros e posseiros) tinham um prazo estabelecido para registrarem suas terras, sob pena de estas caírem em comisso, isto é, de voltarem ao domínio público e serem consideradas, portanto, terras devolutas. [...]
       Ela é, ainda, interpretada como um texto conservador, cuja preocupação foi garantir a permanência de oferta de mão de obra barata ao setor agropecuário e consolidar as elites agrárias num momento em que o fim da escravatura estava se desenhando. De fato, ela exclui do mercado fundiário todos aqueles que não possuem recursos para adquirir terra. [...]
       Esse processo consolidou dois perfis que ajudam a compreender a complexidade da posse de terras. O primeiro perfil remete a campesinos que, ainda que não possuíssem o título da terra, moravam e produziam nos locais já ocupados. São os chamados posseiros. A Lei de Terras garantiu a sua permanência como ocupantes legítimos; porém, novas ocupações não poderiam se dar da mesma forma. Daí em diante, as terras teriam que ser compradas do Estado. O outro perfil é o de grupos que também ocupavam as terras de maneira irregular, mas falsificavam documentos de concessão das antigas sesmarias ou documentos de transmissão de posse como forma de serem reconhecidos como os verdadeiros donos da terra. Esses são os chamados grileiros. [...]
       Por tudo isso, é possível concluir que a Lei de Terras de 1850, longe de contribuir para discriminar as terras públicas das privadas, serviu, em grande medida, como mecanismo para incorporação ilegal de terras públicas e consolidação de áreas griladas.
       A partir de então, a grilagem se consolidou como uma prática lucrativa de controle da terra. À medida que a ocupação do território se intensificou, conflitos se multiplicaram entre posseiros, grileiros e proprietários. O progressivo adensamento da estrutura fundiária nas áreas de agricultura consolidada contribui no avanço e na busca por novas terras nas áreas ainda pouco cobiçadas, com baixa ocupação populacional.
       É nas áreas de fronteira agrícola, onde o mercado fundiário é ainda balbuciante e a delimitação das propriedades muito imprecisa, que a grilagem se expressa com maior força e continua liderando, como no passado, a apropriação de terras. Nelas, o Estado não consegue conter a grilagem, por não ter um registro cartográfico completo das terras públicas, nem cadastro da delimitação precisa das propriedades privadas. [...]
       As fronteiras agrícolas do Cerrado e da Amazônia, por exemplo, são notoriamente marcadas por grilagem e conflitos fundiários, onde é comum ver uma mesma terra sendo reivindicada por duas, três ou quatro pessoas distintas. Não por coincidência, as fronteiras agrícolas das últimas décadas se destacam pelo grande tamanho dos estabelecimentos agrícolas e por concentrar muita terra em poucas mãos.
       Por essas características e pela incapacidade do poder público em regulá-la, a grilagem tornou-se, também, um dos motores da concentração fundiária no país. [...]
       Existem muitos mecanismos jurídicos de execução da grilagem. A origem do termo é ligada ao uso de grilos trancados em uma caixa com documentos forjados, a fim de envelhecer artificialmente o documento para parecer mais legítimo. Hoje, porém, os protocolos de falsificação de documentos se sofisticaram, inclusive com o uso de técnicas digitais, e são facilitados pela própria legislação agrária e ambiental.
       Os cartórios são a espinha dorsal do sistema, já que aceitam abrir matrículas com uma documentação incompleta ou suspeita. Uma vez que o proprietário tem o ônus de provar o desmembramento do imóvel particular a partir do patrimônio público, esse momento da alienação para um agente privado é o que se escolhe com maior frequência para forjar documentos, abrindo-se uma matrícula sem indicar a origem do imóvel.
       A partir disso, se constrói uma cadeia dominial sucessória, através da qual é reconstituída toda a genealogia das sucessivas compras, vendas e transmissões de um bem desde a sua forjada saída do patrimônio público. [...]
       Outra modalidade são as ações judiciais que procuram reconhecer terras devolutas como sendo privadas para driblar a proibição constitucional de usucapião de terras públicas. [...] A mesma operação pode ser realizada com declarações de posse que, mediante ação de um cartório conivente, podem ser transcritas como sendo registros de propriedade. Existe ainda, a técnica de retificação de área no registro de propriedade, na qual solicita-se que os limites de uma propriedade sejam modificados em cartório. Nesse caso, a matrícula existe, mas o pretenso proprietário alega um erro na área registrada e solicita a ampliação dos seus contornos. [...]
       Paralelamente, as medidas de regularização ambiental implementadas pelo Código Florestal de 2012 instauraram o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que vem sendo usado como um cadastro fundiário informal nas operações de grilagem, para comprovar a ocupação e propriedade de terra. [...]
       Além de usurpar uma terra pública, os registros digitais conflitam muitas vezes com outros ocupantes dessas áreas que ainda não têm os seus direitos reconhecidos. As organizações de defesa das populações indígenas e tradicionais se mobilizam para denunciar essas práticas e alertam o poder público sobre a urgência de fazer o CAR de todas as terras de uso ou propriedade coletivos. [...]
       Os estudos realizados sobre os usos do CAR e dos mecanismos simplificados de regularização fundiária apontam a existência de esquemas organizados de grilagem e denunciam, ainda, uma relação causal entre desmatamento ilegal e grilagem. [...]
       Um estudo do Instituto Socioambiental na Amazônia avaliou em 11,6 milhões o número de hectares registrados no CAR em nome de terceiros e sobrepostos a Unidades de Conservação federais na Amazônia em 2020. Se acrescentar a isso as Unidades de Conservação estaduais, TI e as florestas públicas não destinadas, as sobreposições de CAR de terceiros sobre áreas protegidas na Amazônia Legal chegam a 29 milhões de hectares, dentre as quais 3,5 milhões em Terras Indígenas. [...]
       

BÜHLER, È. A; ZUCHERATO, B; IZECKSOHN, J. As novas faces
da grilagem no Brasil. In: Revista Ciência Hoje [CH 395]. Disponível
em: <https://cienciahoje.org.br/artigo/as-novas-faces-da-grilagem-no-brasil/>. Último acesso em 15 de junho de 2023. (Adaptado)

“Ela é, ainda, interpretada como um texto conservador, cuja preocupação foi garantir a permanência de oferta de mão de obra barata ao setor agropecuário e consolidar as elites agrárias num momento em que o fim da escravatura estava se desenhando.”

Assinale a alternativa que reescreve CORRETAMENTE o trecho acima, respeitando a norma culta da língua portuguesa. 
Alternativas
Q2272443 Português
Durante o trabalho de mestrado, Antunes decidiu estudar como esse incômodo afeta os adolescentes brasileiros.

(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd145rv 214ko. Adaptado.)

Assinale a opção correta quanto à nova pontuação sem alteração do sentido original da frase.
Alternativas
Q2272208 Português
Assinale a opção que apresenta pontuação correta.
Alternativas
Q2272080 Português
Texto para responder à questão.

Pequenas ações mudam o mundo

Com atos simples, adotados no dia a dia, todos podem contribuir para evitar o desperdício, tirando proveito do meio ambiente de forma sustentável.

    Há uma semana, pessoas do mundo inteiro apagaram suas luzes voluntariamente na Hora do Planeta, um evento que contou com a participação de 125 países. Medidas como esta, de economizar energia elétrica, além de conscientizar a população sobre as questões ambientais, contribuem para a preservação do meio ambiente.
    Adotar práticas sustentáveis tais como dar preferência a produtos ecologicamente corretos, reciclar, evitar desperdícios, não jogar lixo nas ruas e plantar mais árvores são outras medidas sugeridas pelo professor de Direito Ambiental, membro da comissão de Meio Ambiente da OAB, o advogado e biólogo Victo Sarmento.
    Mais do que diminuir a conta no final do mês, economizar energia elétrica reduz o consumo de água nas usinas hidrelétricas. “Demorar menos no banho, desligar o chuveiro na hora que estiver se ensaboando, verificar se as torneiras estão bem fechadas e não lavar calçadas também são procedimentos importantes”, lembrou.
    [...]
    Outra medida bastante simples é economizar e reciclar papel. Algumas empresas imprimem documentos que serão utilizados de forma temporária. Recomenda-se que todos utilizem os dois lados do papel, fazendo borrões desses documentos.
    Com os alimentos não é diferente. É possível reduzir a produção de lixo. “A comida que se transformaria em lixo pode ser direcionada para outras pessoas”, disse. “Cascas de frutas podem funcionar como adubo para jardins, pomares e plantas ornamentais”.
(Isabela Santos. Disponível em: http://www.nominuto.com. Adaptado.)
“Demorar menos no banho, desligar o chuveiro na hora que estiver se ensaboando, verificar se as torneiras estão bem fechadas e não lavar calçadas também são procedimentos importantes.”, lembrou.  

As aspas foram utilizadas no trecho anterior com a função de 
Alternativas
Q2270649 Português

A utilização da inteligência artificial nos contratos de

consumo: há muito o que discutir!



    As mudanças tecnológicas agem como um relevante vetor de alteração da dinâmica social e que, junto a outros fatores, posicionam as sociedades contemporâneas em uma outra fase. Assim sendo, não se pode deixar de considerar o impacto que a tecnologia tem causado nas mais diversas áreas. A propagação no uso das tecnologias de comunicação e informação tem aferido mudanças nas relações sociais, nos processos comerciais e organizacionais, nos sistemas de gestão, na educação, e não seria diferente com a área jurídica, notadamente, as relações negociais.


    No contexto atual, são inúmeros os contratos utilizados para aquisição de produtos e serviços que podem ser realizados por meio de diversas ferramentas tecnológicas. Vivencia- -se a denominada Quarta Revolução Industrial, sendo inegáveis as transformações, quase que instantâneas, trazidas pela utilização da tecnologia. Expressões como “Tecnologia 4.0”, “Indústria 4.0”, “Direito 4.0” e “Artificial General Intelligence – AGI” são utilizadas para caracterizar essa nova fase. Assim, os dispositivos tecnológicos estão sendo desenvolvidos para se tornarem capazes de operar utilizando uma lógica semelhante ao raciocínio humano, conferindo-lhes certa aptidão para analisar dados, entender e solucionar problemas e, em alguns casos, direcionar a tomada de decisão.


    Na década de 1950, o conceito de inteligência artificial foi criado por John McCarthy, cientista da computação, que a definiu como sendo a projeção de uma rede computacional desenvolvida para executar um conjunto definido de ações. Nessa mesma década, Alan Turing apresentou produções científicas individuais que indicavam poder ser a máquina programada para aprender por meio da imitação da inteligência humana.


    Assim, a inteligência artificial é um termo amplo que abrange tecnologias desenvolvidas para que as máquinas (ou algoritmos) possam, partindo de dados obtidos, construir raciocínios mais assertivos e rápidos, levando a predições que subsidiam a tomada de decisão. Em algumas situações, observa- -se que o nível de sofisticação da tecnologia permite inclusive que a máquina “analise” uma situação e conduza a uma “solução”, mais célere e assertiva, a partir do cruzamento de dados.

   


 A evolução tecnológica disponibiliza dispositivos dotados de sistematização de informações que se assemelham a atividades humanas como “pensar”, “interpretar”, “raciocinar”. Com as informações recebidas, os sistemas que integram a IA podem, fazendo um caminho semelhante ao utilizado pelo cérebro humano, através de uma rede neural formada por “neurônios artificiais”, escrever um texto científico, redigir um contrato, influenciar pessoas para realizarem compras de um determinado produto ou contratarem um serviço.



    Em paralelo, discute-se sobre a proteção de dados pessoais e como é necessária a regulamentação quanto ao uso da IA. A tecnologia vem sendo utilizada, por exemplo, para avaliar, a partir de dados coletados em diversas bases, a vida financeira de um indivíduo. A partir dessa avaliação, decide-se se determinado indivíduo deve receber um empréstimo de instituição financeira ou não, inclusive com taxas de juros personalizadas. Ou seja, a avaliação de risco de inadimplência deixa de ser de um ser humano, no caso, o gerente da instituição, e passa a ser de um sistema.



    As transformações trazidas pela IA exigem que seja realizada uma análise apurada por parte do direito contratual, do direito consumerista e da responsabilidade civil. As suas consequências ainda estão sendo observadas e não podem ser previstas com precisão, apesar de haver normas jurídicas que podem ser utilizadas na proteção do consumidor vulnerável.



    A modernização traz consigo o risco da ocorrência de danos pouco conhecidos ou totalmente desconhecidos. De acordo com Miragem (2019, p. 15), “é comum às atividades associadas à tecnologia da informação e sua multifacetada e crescente utilização para uma série de finalidades, a identificação de novos riscos”.



    O direito civil constitucional possui uma substancial base principiológica, utilizando-se dos valores e princípios constitucionais, como os da liberdade, igualdade, boa-fé, informação, precaução, reparação integral dos danos, entre outros, para orientar as relações no âmbito privado. A importância da constitucionalização do direito civil dá-se pela implementação da denominada sociedade de risco.



    O contrato eletrônico de consumo é um tipo de contrato elaborado e executado por um sistema de software. A inteligência artificial faz uso de técnicas de reconhecimento de padrões e correlações significativas para alavancar o comércio. Afirma Lee (2019, p. 251) que “quando a força criativa e destruidora da IA está sendo sentida ao mesmo tempo no mundo todo, precisamos olhar uns para os outros em busca de apoio e inspiração”. Ou seja, todos precisam aprender como lidar com essa nova realidade e as suas consequências, o que inclui a existência de danos.



    No direito consumerista há princípios que garantem a proteção do consumidor e, eventualmente, de terceiros que não estejam diretamente envolvidos na relação contratual contra os riscos que porventura possam existir. As relações negociais podem e devem se valer dos princípios e regras contidos no Código Civil quando assim for necessário.



    Portanto, os princípios comuns a ambos os regimes, em razão da vocação normativa que cada um ostenta, sofrem a calibração das exigências valorativas, cujo resultado é a variação de intensidade de sua aplicação e nas regras que criam à hipótese fática.



    O consumidor, parte vulnerável da relação, não tem a exata compreensão dos riscos advindos desta era digital, que transformou a forma como os contratos são realizados. Esta modificação acarreta a necessidade de uma interpretação das normas jurídicas já existentes, como o Código de Defesa do Consumidor, adequando a realidade transacional tecnológica. 



    Da amplitude e da efetividade das garantias asseguradas pelo CDC aos vulneráveis, a possibilidade de que a sociedade da informação se desenvolva para com os entes inteligentes artificialmente é uma tarefa a ser pautada e evidenciada pelos juristas. Nesse momento, deve-se recorrer ao exame das principais atribuições que envolvem os ganhos e riscos para a utilização dessas tecnologias. Deve-se refletir, conscientemente, sobre os interesses e verificar em quais casos poderá o CDC atuar para a defesa dos direitos lesados.



    Várias relações contratuais são realizadas entre o homem e a máquina. Mas será que o consumidor possui conhecimento de que está negociando com uma inteligência artificial programada para dar lucro, baseada em dados antes extraídos? Não se pode partir do pressuposto de que todo e qualquer consumidor sabe que há a utilização de uma tecnologia programada a favor do fornecedor. Um dos deveres previstos no CDC é o da informação clara e precisa.



    As instituições bancárias, por exemplo, estão substituindo as agências físicas por aplicativos e por “chatsbots”, ou seja, por um programa que leva as pessoas a terem a sensação de que estão interagindo com outra pessoa e não com uma ferramenta tecnológica. Os chatbots tentam simular a conversação como se esta estivesse acontecendo como outro ser humano e não com uma máquina.



    A depender, por exemplo, do grau de escolaridade ou do grau de compreensão do consumidor, poderá haver inexatidão nas informações fornecidas por este à máquina; e, até mesmo, a incompreensão dos termos utilizados pela inteligência artificial, o que pode acarretar imprecisões na tomada de decisão. Divino (2021) considera ser a dificuldade na compreensão semântica de termos uma das causas de possíveis danos decorrentes de um pedido incorreto ou de um aconselhamento desfavorável ao consumidor.



    A inteligência artificial utiliza-se das informações e do cruzamento destas para influenciar e induzir o consumidor. Assim, é dever do fornecedor, que utiliza a inteligência artificial e a obtenção e cruzamento de dados, arcar com os riscos da sua atividade, sendo este um risco inerente. Desta forma, a responsabilidade pelos danos conhecidos ou que ainda virão a ser observados é objetiva.



    Princípios como o da boa-fé, o da precaução e da prevenção devem ser entendidos como pilares da responsabilização objetiva do fornecedor pelo uso da inteligência artificial nas relações de consumo. Nem sempre o Direito, como ciência e como agente regulador das relações, conseguirá prever ou evitar os danos causados pela modernização e transformação da sociedade.



    A modernização da sociedade por meio da tecnologia traz embutido o risco. De acordo com Rosenvald (2017, p. 22), “o risco é uma característica definidora de nossa era. Tudo se processa ‘reflexivamente’ em uma civilização que ameaça a si própria”. As ações do homem, no campo da inteligência artificial, trazem consequências imprevisíveis. As escolhas realizadas podem gerar danos não almejados. E quem responderá por estes? No caso da relação consumerista, o fornecedor, logicamente.



    A IA é empregada para gerar ganhos de produtividade, o que necessariamente leva a ganhos financeiros para os fornecedores. No entanto, os benefícios financeiros, como por meio do aumento na contratação de um determinado serviço, pela utilização de algoritmos ou outros sistemas, deve observar as regras contratuais como a do dever de informação, a da boa-fé objetiva e da segurança. 



    Há limites jurídicos que devem ser observados quando da contratação por meio da inteligência artificial, sendo estes os mesmos aplicados para os contratos que não as utilizam, devendo haver um cuidado maior na observação das regras de direito contratual e consumerista quando se está diante da tecnologia. O fornecedor, pessoa natural ou jurídica, responde em face do consumidor pelo dano que lhe for causado.

    


    O que se pretende entender é se o uso desses algoritmos ou dispositivos são efetivamente benéficos para o consumidor. Ou, se são projetados para que o fornecedor sempre obtenha vantagem, causando danos. São muitas as indagações para as quais ainda não se tem a resposta de forma consolidada. E o Poder Judiciário brasileiro precisa se preparar para as demandas e questionamentos que virão, bem como para o reconhecimento de outros danos que podem surgir além dos já reconhecidos.



    O Poder Judiciário deve ficar atento para não indeferir demandas que venham a trazer indagações sobre uma decisão tomada pelo consumidor quando da aplicação de sistemas automatizados, baseando-se na autonomia da vontade, favorecendo, assim, o fornecedor causador do dano. A vulnerabilidade do consumidor fica mais evidente quando se está diante de contratações por meio de inteligência artificial.



    A legislação brasileira já possui regras de proteção ao consumidor que podem ser aplicadas em casos de danos causados pela utilização da inteligência artificial. Ao direito cabe a regulamentação e o equilíbrio das relações sociais através da adequação às mudanças advindas da modernização, em especial quando se tem a contratação por meio da utilização de inteligência artificial. Se o Poder Judiciário se abster de aplicar os princípios e regras jurídicas já existentes que protegem o consumidor, estará contribuindo para o aumento dos danos, inclusive, através da violação de direitos da personalidade do consumidor, além dos danos materiais efetivos. A segurança jurídica precisa ser garantida!


(Disponível em: https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-contratuais/391128/a-utilizacao-da-inteligencia-artificial-nos-contratos-de-consumo. Acesso em: 10/08/2023.)


No fragmento “A propagação no uso das tecnologias de comunicação e informação tem aferido mudanças nas relações sociais, nos processos comerciais e organizacionais, nos sistemas de gestão, na educação [...]” (1º§), as vírgulas foram usadas para:
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FURB Órgão: FURB - SC Prova: FURB - 2023 - FURB - SC - Analista de Suporte |
Q2270551 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Brasil terá planta-piloto pioneira para produzir hidrogênio a partir de etanol

A Cidade Universitária, campus da Universidade de São Paulo (USP) localizado no bairro do Butantã, na zona oeste da capital, será a sede de um projeto de energia sustentável pioneiro no mundo que prevê a produção de hidrogênio (H2) a partir do etanol. Uma estação experimental de abastecimento de hidrogênio veicular, com capacidade para produzir 4,5 quilos de H2 por hora (kg/h), será construída no local para validação da tecnologia. A planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e deverá ser inaugurada no segundo semestre de 2024. Será dedicada ao abastecimento de três ônibus e um veículo leve, todos elétricos, que irão circular exclusivamente no campus.

O anúncio do projeto , que tem um investimento total de R$ 50 milhões, foi feito no início de agosto de 2023 com a presença de representantes de um consórcio liderado pela petrolífera Shell Brasil. Também participam da iniciativa a companhia Raízen, maior produtora global de etanol de cana-de-açúcar, a empresa de tecnologia Hytron, a montadora japonesa Toyota, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em 2015 com recursos da FAPESP e da Shell.

Para o engenheiro Julio Meneghini, diretor científico do RCGI e professor da Escola Politécnica da USP, com essa iniciativa , o Brasil se coloca na vanguarda do processo de transição energética. "Se o etanol tiver uma pegada negativa de emissão de CO2 [dióxido de carbono], o hidrogênio passará a ter também uma pegada negativa. E isso nem mesmo o hidrogênio gerado a partir de energia eólica ou solar é capaz de fazer", afirmou durante a cerimônia de lançamento do projeto.

"O objetivo desse projeto inovador é tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria. A tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis", declarou Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil, em comunicado à imprensa.

petrolífera anglo-holandesa tem um projeto de produção de hidrogênio por eletrólise da água, em Roterdã, na Holanda, usando fontes energéticas renováveis, como eólica e solar. Esse processo utiliza eletricidade para decompor a molécula da água (H2O) em seus elementos constituintes, o hidrogênio (H, formando H2) e o oxigênio (O, formando O2).

Presente à solenidade de lançamento, o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, destacou a ação empreendedora do RCGI. "[O projeto de conversão de etanol em hidrogênio mostra que] basta colocar uma semente na mão de pessoas empreendedoras que as coisas vão se ampliar, tanto em seu valor financeiro quanto social", declarou. "Até hoje, os investimentos da FAPESP no RCGI foram de R$ 45 milhões. No total, o centro já recebeu investimentos de R$ 465 milhões. É desse tipo de empreendedorismo que precisamos."

Apontado por especialistas do setor energético como o combustível do futuro, o hidrogênio tem alto poder calorífico, quase três vezes superior ao do diesel, da gasolina e do gás natural. Ao ser transformado em energia, alimentando motores veiculares ou em aplicações industriais, ele não emite gases de efeito estufa (GEE). O resíduo liberado na atmosfera é o vapor d'água resultante da ligação do hidrogênio com o oxigênio na reação química que produz a energia.

VASCONSELOS, Yuri. Brasil terá planta-piloto pioneira para produzir
hidrogênio a partir de etanol. Revista Pesquisa FAPESP. Disponível
em: pooduzzir-hddrogenioaa-paatrde-etaanol
il-tera-planta-piloto-pioneira-para-produzir-hidrogenio-a-partir-de-etanol/
Acesso em: 04 set., 2023.

Assinale a alternativa que apresenta a correta pontuação: 
Alternativas
Q2269691 Português

Com base no Texto a seguir, publicado no Jornal da USP, em 07/03/2023, responda à questão.



Na educação, o ChatGPT não estimula o pensamento crítico


Rogério de Almeida diz que a ferramenta é capaz de organizar os dados de forma coerente, mas é incapaz de um pensamento

crítico

 


[...]

 O professor brinca e pergunta para o chatbot como ele vê a questão da principal preocupação dos acadêmicos com o chat. O próprio ChatGPT pontua cinco questões: a primeira seria a existência de um viés, mediado pelos algoritmos, que pode reproduzir preconceitos; a segunda, ética, do ponto de vista de como o chat seria utilizado; a terceira, sobre a privacidade, já que ele funciona com o uso de diversos dados; a quarta, seria a do controle, pois ele é imprevisível e se deve prezar pelo bem-estar das pessoas; quinto, a transparência de como essa ferramenta funciona.

Porém, o especialista não segue a linha de raciocínio dessa inteligência artificial: “Eu vou por outro caminho. O que eu acho que ele nos coloca é uma questão muito interessante daquilo que nós consideramos humano. Porque, de certa forma, a inteligência artificial aprende conosco, ela é treinada com os textos que nós produzimos. Isso nos coloca em xeque em relação à criatividade e ao pensamento crítico”.

[...]

“Quando a gente pede uma redação, um trabalho escrito, o que o professor espera do aluno: que ele reflita, pense e crie ou meramente se adapte a um certo modelo?”, questiona Almeida. Na área pedagógica, a construção e o investimento no pensamento crítico, que, diferentemente das máquinas, são característicos do ser humano, devem ser priorizados.

O professor ainda acrescenta que o banco de dados dos chatbots é baseado nos conteúdos on-line, ou seja, é constantemente alimentado por criações humanas. Assim, a criticidade também é importante para evitar a disseminação de informações errôneas, que podem influenciar, além de tudo, na educação: “Aquilo que a gente criar de novo vai reabilitá-la, de modo que ela vai devolver isso para nós. A tendência é que esses robôs que estimulam a linguagem humana fiquem cada vez mais aperfeiçoados. Mas, se nós, humanos, produzimos notícias falsas intencionalmente, a gente não tem como saber o que o chat vai fazer. Ele não tem uma vontade própria e ele aprende com essas informações”, diz o professor.

 


(Adaptado).

A sintaxe é um dos níveis que integra o sentido e o encadeamento linguístico-discursivo de um texto. Analise o emprego da pontuação nas ocorrências abaixo:
“Quando a gente pede uma redação, um trabalho escrito, o que o professor espera do aluno: que ele reflita, pense e crie ou meramente se adapte a um certo modelo?”

Assinale a alternativa que traz a explicação sobre o emprego das vírgulas na ordem CORRETA:

Alternativas
Q2268564 Português
Filhos adultos



    Todos comentam a dificuldade de criação de adolescentes. Ou o desafio de cuidar de bebês, ou de se mostrar inteiramente responsável por crianças. O que não escuto muito é sobre a árdua empreitada de ser pai ou mãe de filhos adultos.
   
 Você não ____ mais como demonstrar o amor como antes. Não há mais reuniões de avaliação na escola. Não há mais apresentações para comparecer nas datas comemorativas. Não há mais noites de pijama para cozinhar aos colegas e ser simpático com a turma. Não há mais competições esportivas para vibrar na arquibancada. Não há mais necessidade de dar mesadas ou completar o valor de um ingresso para um show. Não há como buscá-los em festas, você não tem sequer noção de quando retornam para a cama. Não há mais como planejar as férias com eles. Não há mais como aconselhar na hora do café. Não há mais como sair junto no momento de comprar roupas. Não há mais recompensas, sorrisos, elogios de como “você é legal” ou do quanto é “a melhor mãe ou pai do mundo”. Não há mais rastros oficiais da ternura, cartõezinhos e desenhos para postar nas redes sociais.

    Eles não moram mais com você para ofertar a presença farta do olhar e do abraço. São independentes. São autônomos. Têm suas preocupações e desafios. Têm seus estudos e carreiras. Sobram pouquíssimos encontros para reforçar o vínculo. Você depende da sorte de um telefonema para expor alguma questão pontual e pendente do seu dia. Talvez a inquietação que gostaria de partilhar caduque ou fique acumulada para nunca mais.

    Fofocas exigem disponibilidade. Você não dispõe de um pretexto para verbalizar alguma indiscrição de um amigo, ou de um familiar, ou de um vizinho. Deixará também passar. É uma amizade esparsa, regida por grandes acontecimentos. As miudezas escapam agora.

    Perde de saber se estão amando ou em fossa, se estão amuados ou contentes. Não existe como reclamar da bagunça, das roupas espalhadas, da luz acesa, da louça suja, dos pés em cima da mesa. Tem certeza de que eles continuam do mesmo jeito, com a mesma desordem selvagem e individualista, mas está privado da influência para opinar e orientar. Não estão mais sob ____ sua responsabilidade, sob o seu campo de ação, sob o radar de suas emoções protetoras. 

    Cada um cuida de si. Cada um faz o que quer. Eles podem estar almoçando ____ três da tarde ou cabulando o almoço por excesso de obrigações profissionais. Eles podem ter a geladeira vazia por preguiça de ir ao supermercado. Eles podem dormir com fome ou só comer bobagem.

    Você já imagina que estão magros, ossudos, porém encontra-se desfalcado de desculpa para aparecer com uma marmita. Recorda com saudade a época em que era útil e despertava de madrugada para cozinhar a eles.

    Se os filhos estão gripados, logo imagina que não se agasalharam direito. Apesar da angústia, você não tem como atravessar a cidade como se fosse uma ambulância para providenciar o termômetro, o antitérmico e controlar a temperatura com a mão na testa. 

    Eles precisarão lidar sozinhos com as suas doenças e suas indisposições. Não tomarão o seu chá curativo, específico para os sintomas, tampouco o medicamento apropriado que está na ponta da sua língua para a rápida convalescença.

    Hoje eles estão tentando se livrar da dependência por terapia. Não estranhe que desejem um pouco de distância para seguirem o próprio caminho.

   Perdura uma grande desinformação entre vocês. Não usufrui da cumplicidade dos pequenos e decisivos detalhes da convivência.

    Eles tornaram-se novas pessoas, mais sérias, mais mal-humoradas, com menos tempo, enfim, mais parecidas com você.

     Não se trata de ninho vazio, mas de aprender a conversar com outra árvore carregada de frutos.



Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2023/06/filhos-adultos-cljd870zm008v0156zik64fs4.html (adaptado)
Qual alternativa apresenta a razão pela qual foi empregada vírgula em “você não tem como atravessar a cidade como se fosse uma ambulância para providenciar o termômetro, o antitérmico e controlar a temperatura com a mão na testa”?
Alternativas
Q2268256 Português

Considere o TEXTO 1 para responder à questão


TEXTO 1



      Estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado pela revista Nature, pode mudar os rumos do que se sabia sobre um dos conceitos mais importantes da Astronomia, o Limite de Roche, e alterar o cotidiano do fazer pesquisas astronômicas. Ao redor do astro Quaoar, candidato a planeta-anão, foi encontrado um anel, considerado “fora dos padrões” que trouxe novos questionamentos sobre a formação de satélites naturais.


      O ponto principal da descoberta é que a existência do anel coloca em prova o que era compreendido até agora pela Astronomia como Limite de Roche, um conceito elaborado no século XIX, que define a distância que um objeto pode estar do astro principal no qual ele orbita sem ser despedaçado.


      Conforme o estabelecido pelo cálculo do Limite, sendo de 1.750 km, o anel ao redor do ‘primo de Plutão’, localizado a 4.100 km de distância de Quaoar, deveria ser uma lua. Mas, inesperadamente, esse não é o caso. Essa formação não aconteceu, rebatendo o que se sabia a partir da teoria.


      — Isso tudo está relacionado com formação, em como a gente espera que os satélites naturais, chamados de luas, sejam formados. Tendo esse caso de um astro que não entra nesses requisitos do Limite de Roche significa que não conhecíamos tão bem essa formação como imaginávamos — pontua Bruno Morgado, pesquisador do Observatório do Valongo, da UFRJ, responsável pelo artigo.


      Em um primeiro momento, o questionamento levantado pelos cientistas foi caso eles estivessem presenciando um satélite natural (ou lua) sendo formado. Então, esse fenômeno corresponderia a um “meio do caminho”, até o anel sofrer a transformação.


      Outras hipóteses, abrangidas pelo estudo, tentam responder à pergunta levantada pela descoberta. Uma delas seria a da influência gravitacional direta da lua já existente de Quaoar, chamada de Weywot, prejudicando o processo. Numa outra abordagem, seria possível existirem irregularidades geográficas, como crateras muito fundas ou montanhas muito altas no candidato a planeta-anão.


      A observação foi feita através do método chamado de ocultação estelar, na qual é medida a sombra do corpo celeste, como em um eclipse. Esta técnica também foi utilizada em outras descobertas de anel, como o de Saturno e do asteroide Chariklo. O astrônomo pontua que, para a captação do anel, cientistas de quatro partes do mundo colaboraram com imagens.


      — É verdade que isso é uma possibilidade, mas isso é improvável. Porque esse tipo de ocorrência de transformação acontece em um período muito pequeno de tempo, entre 10 a 20 anos. Então, é muito improvável, considerando a história do Sistema Solar — o pesquisador esclarece.


      — Eu faço parte de um grupo colaborativo com pesquisadores do Brasil e de outros países. Nós usamos essas observações de diversos locais para conseguir fazer esses estudos. Nesse trabalho específico contamos com colegas da Namíbia, da Austrália, da Ilha La Palma e com um telescópio espacial especializado em planetas de fora do Sistema Solar — conta.


      Considerada mais uma conquista para a ciência brasileira, a pesquisa abriu caminho para uma possível revolução do conceito, criado pelo astrônomo francês Édouard Roche dois séculos atrás. Agora, surgem novos questionamentos sobre não ter sido formado um satélite natural. 


      — Aqui no Brasil nós conseguimos realizar pesquisas de ponta. É muito importante valorizar a ciência e as nossas instituições. Isso é algo que eu acredito, porque eu não estaria nessa posição de pesquisador sem a educação pública de qualidade — completa Morgado. O depoimento do pesquisador nos lembra que professores e estudantes brasileiros fazem esforço diário, semanal, mensal... para que a pesquisa feita nos milhares de laboratórios brasileiros ganhe atenção da sociedade.



(O GLOBO, 2023, adaptado)

Sobre o oitavo parágrafo do TEXTO 1 são feitas as seguintes assertivas.
I - Não há incorreções quanto à ortografia. II - Não há falhas no que refere à pontuação. III - Não há erros no que tange à coerência e à coesão. IV - O parágrafo vai de encontro à conjuntura discursiva do texto.
Estão corretas: 
Alternativas
Q2268082 Português
Assinale a frase em que o emprego da vírgula está correto.
Alternativas
Respostas
681: A
682: A
683: B
684: C
685: C
686: E
687: E
688: C
689: D
690: C
691: A
692: A
693: E
694: A
695: C
696: B
697: C
698: A
699: D
700: D