Questões de Concurso
Sobre problemas da língua culta em português
Foram encontradas 3.261 questões
Leia o diálogo a seguir:
- Luiz, (1) _________ os enfermeiros chegaram tão molhados?
- (2) ________vieram (3)_____pé.
- Perderam o ônibus?
- Sim, e estavam (4) _______, sem guarda-chuvas.
Assinale a alternativa que preencha corretamente os espaços vazios, de acordo com as regras de ortografia e uso de crase vigentes:
____ algum tempo pediram ____ pessoas do edifício que fizessem uma reunião para criar um grupo de proteção ____ jovens mães que desejassem amamentar seus bebês durante____ reuniões do condomínio.”
Assinale a alternativa que preencha os espaços corretamente quanto ao uso do verbo haver e do uso ou não de crase:
Cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de reescrita para o seguinte trecho do texto CG1A1-I: “Qual é o motivo de a sustentabilidade ser tão importante para a economia?” Assinale a opção em que a proposta indicada mantém os sentidos e a correção gramatical do texto.
Ética de princípios.
Rubem Alves
AS DUAS ÉTICAS: a ética que brota da contemplação das estrelas perfeitas, imutáveis e mortas, a que os filósofos dão o nome de ética de princípios, e a ética que brota da contemplação dos jardins imperfeitos e mutáveis, mas vivos - a que os filósofos dão o nome de ética contextual.
Os jardineiros não olham para as estrelas. Eles nada sabem sobre os estrelas que alguns dizem já ter visto por revelação dos deuses. Como os homens comuns não veem essas estrelas, eles têm de acreditar na palavra dos que dizem já as ter visto longe, muito longe ... Os jardineiros só acreditam no que os seus olhos veem. Pensam a partir da experiência: pegam a terra com as mãos e a cheiram...
Vou aplicar a metáfora a uma situação concreta. A mulher está com câncer em estado avançado. É certo que ela morrerá. Ela suspeita disso e tem medo. O médico vai visitá-la. Olhando, do fundo do seu medo, no fundo dos olhos do médico ela pergunta: “Doutor, será que eu escapo desta?”
Está configurada uma situação ética. Que é que o médico vai dizer? Se o médico for um adepto da ética estrelar de princípios, a resposta será simples. Ele não terá que decidir ou escolher. O princípio é claro: dizer a verdade sempre. A enferma perguntou. A resposta terá de ser a verdade. E ele, então, responderá: “Não, a senhora não escapará desta. A senhora vai morrer ...”. Respondeu segundo um princípio invariável para todas as situações.
A lealdade a um princípio o livra de um pensamento perturbador: o que a verdade irá fazer com o corpo e a alma daquela mulher? O princípio, sendo absoluto, não leva em consideração o potencial destruidor da verdade. Mas, se for um jardineiro, ele não se lembrará de nenhum princípio. Ele só pensará nos olhos suplicantes daquela mulher. Pensará que a sua palavra terá que produzir a bondade. E ele se perguntará: “Que palavra eu posso dizer que, não sendo um engano - 'A senhora breve estará curada ...' -, cuidará da mulher como se a palavra fosse um colo que acolhe uma criança?” E ele dirá: “Você me faz essa pergunta porque você está com medo de morrer. Também tenho medo de morrer ...”. Aí, então, os dois conversarão longamente - como se estivessem de mãos dadas ... - sobre a morte que os dois haverão de enfrentar.
Com o sugeriu o apóstolo Paulo, a verdade está subordinada à bondade. Pela ética de princípios, o uso da camisinha, a pesquisa das células-tronco, o aborto de fetos sem cérebro, o divórcio, a eutanásia são questões resolvidas que não requerem decisões: os princípios universais os proíbem. Mas a ética contextual nos obriga a fazer perguntas sobre o bem ou o mal que uma ação irá criar. O uso da camisinha contribui para diminuir a incidência da Aids? As pesquisas com células-tronco contribuem para trazer a cura para uma infinidade de doenças? O aborto de um feto sem cérebro contribuirá para diminuir a dor de uma mulher? O divórcio contribuirá para que homens e mulheres possam recomeçar suas vidas afetivas? A eutanásia pode ser o único caminho para libertar uma pessoa da dor que não a deixará?
Duas éticas. A única pergunta a se fazer é: “Qual delas está mais a serviço do amor?”
Ética de princípios.
Rubem Alves
AS DUAS ÉTICAS: a ética que brota da contemplação das estrelas perfeitas, imutáveis e mortas, a que os filósofos dão o nome de ética de princípios, e a ética que brota da contemplação dos jardins imperfeitos e mutáveis, mas vivos - a que os filósofos dão o nome de ética contextual.
Os jardineiros não olham para as estrelas. Eles nada sabem sobre os estrelas que alguns dizem já ter visto por revelação dos deuses. Como os homens comuns não veem essas estrelas, eles têm de acreditar na palavra dos que dizem já as ter visto longe, muito longe ... Os jardineiros só acreditam no que os seus olhos veem. Pensam a partir da experiência: pegam a terra com as mãos e a cheiram...
Vou aplicar a metáfora a uma situação concreta. A mulher está com câncer em estado avançado. É certo que ela morrerá. Ela suspeita disso e tem medo. O médico vai visitá-la. Olhando, do fundo do seu medo, no fundo dos olhos do médico ela pergunta: “Doutor, será que eu escapo desta?”
Está configurada uma situação ética. Que é que o médico vai dizer? Se o médico for um adepto da ética estrelar de princípios, a resposta será simples. Ele não terá que decidir ou escolher. O princípio é claro: dizer a verdade sempre. A enferma perguntou. A resposta terá de ser a verdade. E ele, então, responderá: “Não, a senhora não escapará desta. A senhora vai morrer ...”. Respondeu segundo um princípio invariável para todas as situações.
A lealdade a um princípio o livra de um pensamento perturbador: o que a verdade irá fazer com o corpo e a alma daquela mulher? O princípio, sendo absoluto, não leva em consideração o potencial destruidor da verdade. Mas, se for um jardineiro, ele não se lembrará de nenhum princípio. Ele só pensará nos olhos suplicantes daquela mulher. Pensará que a sua palavra terá que produzir a bondade. E ele se perguntará: “Que palavra eu posso dizer que, não sendo um engano - 'A senhora breve estará curada ...' -, cuidará da mulher como se a palavra fosse um colo que acolhe uma criança?” E ele dirá: “Você me faz essa pergunta porque você está com medo de morrer. Também tenho medo de morrer ...”. Aí, então, os dois conversarão longamente - como se estivessem de mãos dadas ... - sobre a morte que os dois haverão de enfrentar.
Com o sugeriu o apóstolo Paulo, a verdade está subordinada à bondade. Pela ética de princípios, o uso da camisinha, a pesquisa das células-tronco, o aborto de fetos sem cérebro, o divórcio, a eutanásia são questões resolvidas que não requerem decisões: os princípios universais os proíbem. Mas a ética contextual nos obriga a fazer perguntas sobre o bem ou o mal que uma ação irá criar. O uso da camisinha contribui para diminuir a incidência da Aids? As pesquisas com células-tronco contribuem para trazer a cura para uma infinidade de doenças? O aborto de um feto sem cérebro contribuirá para diminuir a dor de uma mulher? O divórcio contribuirá para que homens e mulheres possam recomeçar suas vidas afetivas? A eutanásia pode ser o único caminho para libertar uma pessoa da dor que não a deixará?
Duas éticas. A única pergunta a se fazer é: “Qual delas está mais a serviço do amor?”
Um grupo de amigos foi ___ Alemanha ___ um mês e retorna daqui ____ duas semanas.
Considerando a ortografia oficial, completam, CORRETA e respectivamente as lacunas acima os expostos em:
O poeta, quanto mais individual, mais universal, pois o homem, qualquer que seja o meio e a época, só vem a compreender e amar o que é essencialmente humano. Embora, eu que o diga, seja tão difícil ser assim autêntico. Às vezes assalta-me o terror de que todos os meus poemas sejam apócrifos.
Se estas linhas estão te aborrecendo é porque és poeta mesmo. Modéstia à parte, as digressões sobre poesia sempre me causaram tédio e perplexidade. A culpa é tua, que me pediste conselho e me colocas na insustentável situação em que me vejo quando alunos dos colégios vêm (por inocência ou maldade dos professores) fazer pesquisas com perguntas assim: “O que é poesia? Por que se tornou poeta?”. A poesia é destas coisas que a gente faz mas não diz.
Não sei como vem um poema. Às vezes uma palavra, uma frase ouvida, uma repentina imagem que me ocorre nas ocasiões mais insólitas. A esta imagem respondem outras (em vez de associações de ideias, associações de imagens; creio ter sido esta a verdadeira conquista da poesia moderna). Não lhes oponho trancas nem barreiras. Vai tudo para o papel. Guardo o papel, até que um dia o releio, já esquecido de tudo. Vem logo o trabalho de corte, pois noto o que estava demais. Coisas que pareciam bonitinhas, mas que eram puro enfeite, coisas que eram puro desenvolvimento lógico (um poema não é um teorema), tudo isso eu deito abaixo, até ficar o essencial, isto é, o poema.
Um poema tanto mais belo é quanto mais parecido for com um cavalo. Por não ter nada de mais nem nada de menos é que o cavalo é o mais belo ser da criação. Como vês, para isso é preciso uma luta constante. A minha está durando a vida inteira. O desfecho é sempre incerto. Sinto-me capaz de fazer um poema tão bom ou tão ruinzinho como aos dezessete anos.
(Adaptado de: QUINTANA, Mario. “Carta”. Melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2005, edição digital)
Ela lembra tudo e sofre com isso, mostra "A Mulher que Não Consegue Esquecer"
Livraria da Folha
No curioso caso de Jill Price, o médico James McGaugh diagnosticou o primeiro caso de síndrome de "hipermemória". O caso, descrito pelo autor Bert Davis, está no livro "A Mulher que Não Consegue Esquecer".
O que é hipermemória? É um distúrbio que faz com que a pessoa não esqueça nada do que viveu, nem tampouco dos sentimentos que experimentou. Todos os erros e acertos, todas as alegrias e tristezas... Tudo continua vivo, colorido, presente.
Quando nos convém, olhamos para o céu, apertamos as mãos entre elas e murmuramos como seria bom ter uma memória cinematográfica. [...] Contudo, quando os acontecimentos não são dos melhores, o que todos querem é esquecer.
A memória é personagem de episódios familiares, desgraças históricas, da formação e confirmação de sua própria existência. Diversos livros e filmes já trataram do assunto, além de filósofos, psiquiatras e psicanalistas que conflitam as produções de imagens que ora estão recalcadas no inconsciente ora estão presentes e vivas em nossa mente.
No caso da "A Mulher que Não Consegue Esquecer", Jill se lembra do que comeu na semana passada, de diálogos do filme favorito e muito mais. Ela se recorda de datas de acidentes aéreos, o que passou em determinada segunda-feira na televisão, além de conseguir se lembrar com precisão o que ela mesmo estava fazendo e pensando.
Leia trecho:
“Sei muito bem quão tirânica a memória consegue ser. Sou portadora do primeiro caso diagnosticado de um distúrbio da memória que os cientistas denominaram síndrome da hipermemória – a lembrança autobiográfica contínua e automática de cada dia da minha vida desde os meus catorze anos. Minha memória começou a se tornar horrivelmente completa em 1974, quando eu tinha oito anos. A partir de 1980, é quase perfeita. Diga uma data daquele ano em diante que eu direi instantaneamente qual dia da semana foi, o que fiz naquele dia e quaisquer acontecimentos importantes que ocorreram – ou até acontecimentos menores –, contanto que tenha ouvido falar deles naquele dia.
Minhas lembranças são como cenas de filmes caseiros de cada dia de minha vida, constantemente projetados em minha cabeça, avançando e retrocedendo pelos anos de forma implacável, transportando-me a qualquer momento, independente da minha vontade. Imagine que alguém tivesse feito vídeos seus desde a época de criança, seguindo você o dia inteiro, dia após dia, e depois reunisse tudo em um DVD, e que você se sentasse numa sala e assistisse à compilação num aparelho programado para embaralhar aleatoriamente as cenas.
[...]
Consigo ter lembranças à vontade quando me pedem, mas normalmente minha memória é automática. Não faço nenhum esforço para evocar as lembranças; elas simplesmente preenchem minha mente. Na verdade, não estou sob meu controle consciente, e por mais que eu queira, não consigo detê-las. Elas pipocam na minha cabeça, talvez desencadeadas por alguém mencionando uma data ou um nome, ou por uma canção no rádio, e quer eu deseje ou não voltar a uma época específica, minha mente dispara bem para aquele momento.
Minha maior esperança é que os cientistas descubram algo sobre meu cérebro que ajude a solucionar os enigmas dos trágicos distúrbios da perda de memória. Eles já concluíram, a partir de tomografias do meu cérebro, que existem diferenças estruturais pronunciadas que provavelmente explicam por que minha memória é tão completa e implacável. Eles me contaram quantos mistérios sobre a memória ainda estão enfrentando, e parece que o que aprenderam sobre o meu cérebro e memória levará a pesquisas frutíferas. Por ora, espero que minha história seja esclarecedora e instigante para os leitores e que ajude a explicar o papel da memória – bem como o do esquecimento – na vida de todos nós e como nossas lembranças são responsáveis, em grande parte, pelo que somos.”
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/
777141-ela-lembra-tudo-e-sofre-com-isso-mostra-a-mulher-que-nao-consegue-esquecer.shtml Acesso em: 20/04/2018.
Considerando as normas gramaticais e as seguintes frases adaptadas do texto de apoio, assinale a alternativa que indica as palavras que preenchem corretamente as lacunas, respectivamente.
Diversos livros e filmes já trataram _______ o assunto.
Jill Price lembra-se de detalhes de seu dia _______ dia.
A hipermemória faz com que a pessoa não esqueça nada do que viveu, nem dos lugares _______ foi.
Texto III
O alerta vermelho do trânsito está ligado há décadas, mas nunca houve tantas soluções no horizonte
Por Pâmela Carbonari
Para discutir as soluções para o trânsito, a SUPER e a QUATRO RODAS reuniram especialistas e organizaram o Fórum Mobilidade, que aconteceu no dia 20 de julho, em São Paulo.
[…]
1. Menos viadutos, mais fibra ótica
A solução para acabar com os engarrafamentos não é construir mais vias, mas rever certos vícios. A própria ideia de “hora do rush”, com todos se espremendo para ir da periferia ao centro pela manhã se fazendo o caminho inverso à tarde, é anacrônica. “Não faz sentido atravessar a cidade para conectar-se a um computador”, disse Walter Longo, presidente do Grupo Abril, na abertura do evento. Sérgio Avelleda, secretário de transportes de São Paulo, expressou o mesmo ponto de vista: “Precisamos de internet rápida longe dos grandes centros. Dessa forma, empresas de telemarketing, por exemplo, poderiam se instalar nas periferias.”
“Temos que desenvolver centros econômicos em várias regiões das cidades” Sérgio Avelleda, secretário de transportes da cidade de São Paulo
2. O fim do carro individual
Há oito anos, o Brasil tinha 24,7 milhões de carros. Hoje são 35,6 milhões infartando as veias e artérias urbanas. Pior: cada um transporta só 1,4 pessoa por dia (3 indivíduos a cada 2 automóveis). Não dá mais. Mas isso tem conserto, e ele não envolve o fim dos carros, mas o fim dos carros individuais – de modo que cada veículo sirva a uma centena de cidadãos por dia, em vez de 1,4. “O carro será cada vez mais um serviço, em vez de uma propriedade”, disse Matheus Moraes, diretor da 99. “Trata-se do uso mais eficiente possível de uma capacidade já instalada, que são os próprios veículos.”
“O vilão da mobilidade não é o
carro, mas o uso que se faz dele”
Guilherme Telles, diretor-geral do UBER Brasil
Disponível em: https://super.abril.com.br/sociedade/forum-mobilidade-2017/ Acesso em: 15/04/2018
Considerando as normas gramaticais e as seguintes frases adaptadas do texto de apoio, assinale a alternativa que apresenta as palavras que preenchem corretamente as lacunas, respectivamente.
I. _______ discutir as soluções para o trânsito, a SUPER e a QUATRO RODAS reuniram especialistas.
II. _______ oito anos que o número de carros no Brasil aumentou de 24,7 para 35,6 milhões.
III. “Não faz sentido atravessar a cidade para conectar-se a um computador”, […] Sérgio Avelleda, secretário de transportes de São Paulo, expressou o mesmo ponto de vista ___________ assunto.
ÉTICA E MORAL
Ethos - ética, em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ética significa, segundo Leonardo Boff, “tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda”.
A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, certa tradição cultural, etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político. Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal, supostamente válida para todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que chamamos de ética. A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizaras ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana.
A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos críticos da moral vigente. Mas, a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la.
A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc., a humanidade já teria se despedaçado até a autodestruição. Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princípios possam vir a serem postos em prática, mas não garante o seu cumprimento.
As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos desses princípios. A “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, pela ONU (1948), é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas nações, povos, religiões etc. Nem basta que as Constituições dos países reproduzam esses princípios (como a Constituição Brasileira o fez, em 1988).
É preciso que cada cidadão e cidadã incorpore esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma consequência inevitável: frequentemente o exercício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a moral vigente... Até porque, a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está sujeita a constantes e graves degenerações.
(https://www.portaleducacao.com.br - Texto adaptado)
Analise as afirmativas e responda:
I- Em vez de pegar um taxi, preferiu ir a pé.
II- A princípio, estou motivada para esta nova etapa.
III- É vedada a entrada de animais no recinto.
A alternativa que está de acordo com a norma culta da língua, é:
TEXTO I
POLÍTICA É PRINCIPAL ASSUNTO DAS FAKE NEWS NO WHATSAPP
Troca de notícias falsas em aplicativo aumenta significativamente em períodos próximos às eleições, diz pesquisa.
Após analisar por um ano 120 grupos de WhatsApp, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram que as correntes de mensagens que continham fake news sobre política atingiam mais usuários do que as conversas com desinformação de outros assuntos. O conteúdo enganoso de política também suscitou discussões mais longas e mais duradouras no aplicativo.
Os autores da pesquisa identificaram ainda um aumento significativo nas conversas políticas com dados falsos perto das eleições. "Teve um pico enorme. O momento político favoreceu a discussão com fake news no WhatsApp", disse um dos coautores do estudo, Josemar Alves, pesquisador de Ciência da Computação da UFMG.
Estudos sobre desinformação no WhatsApp ainda são raros por causa da natureza privada do aplicativo. As mensagens enviadas são criptografadas de ponta a ponta, o que quer dizer que não podem ser lidas por terceiros. Para driblar essa dificuldade, os pesquisadores selecionaram aleatoriamente na internet links de grupos públicos - aqueles em que qualquer um pode participar com uma URL de convite.
Os autores de "Caracterizando cascatas de atenção em grupos de WhatsApp" coletaram 1,7 milhão de mensagens trocadas por 30,7 mil usuários nesses grupos entre outubro de 2017 e novembro de 2018. A maioria tinha discussão com temática política: 78 dos 120 grupos. Estes espaços virtuais foram monitorados de outubro de 2017 a novembro de 2018.
Os pesquisadores perceberam que, em grupos de WhatsApp, a função de responder diretamente a uma mensagem criava um encadeamento nas conversas. Eles chamaram essas correntes de mensagens de "cascatas de atenção". Durante o período de análise, os autores identificaram mais de 150 mil discussões desse tipo.
O próximo passo do estudo foi comparar as mensagens enviadas nessas cascatas a textos de seis sites de fact checking brasileiros - incluindo o Comprova, coalizão de 24 veículos de mídia da qual faz parte o jornal O Estado de São Paulo. Os autores encontraram 666 discussões com conteúdo comprovadamente falsos, 92% delas com teor político.
Os resultados seguem a mesma linha de descoberta de outros trabalhos sobre desinformação, segundo o professor da UFMG Virgílio Almeida, coautor do estudo e associado ao Berkman Klein Center for Internet & Society, da Universidade de Harvard.
Uma pesquisa publicada em 2018 na revista americana Science mostrou que, no Twitter, a desinformação, especialmente sobre política, viaja mais rápido e atinge mais usuários que qualquer outra categoria de informação.
O estudo americano também mostrou que conteúdo falso inspirava medo, nojo e surpresa em seus consumidores. Almeida diz que essa característica pode apontar para uma possível interpretação dos dados levantados pela UFMG. "Uma conjectura é a situação polarizada do país, a situação política refletindo no mundo online. O que alguns estudos de interpretação dessa questão têm mostrado é que as pessoas aparentemente têm a atenção mais chamada por sentimentos negativos e falsidades que expressam essas questões".
O que a pesquisa brasileira tem de novidade é principalmente a ambientação no WhatsApp. Diferentemente do Twitter, Facebook e outras redes sociais, o aplicativo não tem algoritmos que influenciam o que os usuários veem primeiro. A ordem de leitura das mensagens é cronológica; é o próprio usuário que define o que quer discutir e o que chama mais sua atenção - o que lhe dá papel fundamental na propagação das fake news. "O conteúdo daquela fake news está de acordo com o que a pessoa acredita e faz com que ela passe para frente aquele conteúdo", disse Josemar Alves.
O fato de o WhatsApp ser fechado também pode facilitar a disseminação de conteúdo falso. Outro estudo citado pelos pesquisadores brasileiros indica que um "custo social" maior de compartilhar uma falsidade pode fazer o usuário esperar e observar o grupo antes de repassar algo.
O WhatsApp poderia tomar algumas medidas para elevar o custo de repassar fake news no aplicativo. Alves diz que a plataforma poderia criar uma função para que moderadores ou usuários denunciassem pessoas que enviassem conteúdo indevido ou falsificado.
Recentemente, a empresa dificultou o encaminhamento de mensagens, limitando o número de repasses que podem ser feitos de uma só vez.
Agora, os pesquisadores da UFMG dizem que vão continuar a fazer pesquisas sobre desinformação no WhatsApp, voltando a atenção também para entender como o discurso de ódio se propaga no aplicativo. Alves ressalta que são necessários outros estudos para comparar resultados.
"É fundamental entender como o WhatsApp é usado pelas pessoas e como ela impacta a sociedade e questões da sociedade e política. Tem poucos trabalhos na literatura pela questão da criptografia e também por ser uma ferramenta mais nova", diz ele.
Além de Alves e Almeida, o estudo também é assinado por Gabriel Magno, pesquisador de Ciência da Computação da UFMG, Marcos Gonçalves e Jussara Almeida, professores de Ciência da Computação da UFMG, e Humberto Marques-Neto, professor de Ciência da Computação da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-Minas).
(FONTE: Alessandra Monnerat, O Estado de S.Paulo - 12 de maio de 2019 -
disponível em: https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,politica-e-principal-assunto-das-fake-news-no-whatsapp,70002825358)
(a) Você chegou atrasado e gostaria de saber o porquê.
(b) Você chegou atrasado e gostaria de saber por que.
(a) Você chegou atrasado e gostaria de saber o porquê.
(b) Você chegou atrasado e gostaria de saber por que.
Na ________ plenária ocorrida na data de ontem, o ________ do prefeito da cidade de Planaltina foi ________.
Observe o trecho abaixo:
[...]
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria
[...] (linhas 10 a 12)
Pode-se afirmar que as palavras destacadas funcionam, respectivamente, como