Questões de Concurso
Sobre problemas da língua culta em português
Foram encontradas 3.261 questões
Entrevista
Ciência
Domênico de Masi “A desorientação é o maior mal do nosso tempo”
Celso Masson
Edição 24.03.2017 - nº 2467
Professor de sociologia na Universidade La Sapienza, em Roma, o italiano Domenico de Masi, 79 anos, ficou conhecido pelo conceito de “ócio criativo”, em que trabalho, aprendizado e prazer se combinam para gerar desenvolvimento econômico com justiça social.
Seu mais recente livro, “Alfabeto da Sociedade Desorientada” (Objetiva), que chega ao Brasil esta semana, procura traduzir o que ele chama de “rota da aventura humana pós-industrial”: um caminho que a humanidade vem percorrendo sem uma referência sociológica que substitua as ideologias e crenças tradicionais que serviram como reguladoras das relações sociais.
Nesta entrevista a ISTOÉ, ele afirma que a sociedade se tornou incapaz de distinguir “o que é belo e o que é feio, o que é verdadeiro e o que é falso, o que é bom e o que é ruim, o que é direita e o que é esquerda e até o que é vivo e o que é morto”. Diz ainda que a inteligência artificial poderá resolver problemas incompreendidos pelo ser humano [...].
Para que serve o “Alfabeto da sociedade desorientada”?
Talvez o mundo em que vivemos hoje não seja o melhor dos mundos possíveis, mas, com certeza, é o melhor dos mundos que já existiram. A sociedade atual atingiu uma longevidade acentuada, um número altíssimo de países democráticos, uma ampla globalização e uma tecnologia extremamente útil no que diz respeito às necessidades humanas. Contudo, por uma série de motivos que analisei em meu livro anterior, “O futuro chegou” (Casa da Palavra), falta à sociedade atual um modelo sociológico como referência. Por isso, ela é incapaz de distinguir o que é belo e o que é feio, o que é verdadeiro e o que é falso, o que é bom e o que é ruim, o que é direita e o que é esquerda e até o que é vivo e o que é morto. Eu vou dedicar essa parte final da minha vida e dos meus estudos a tentar entender qual é a meta e qual é a rota dessa aventura humana pós-industrial. Daí a necessidade de explorar, com uma série de “acupunturas sociológicas”, alguns aspectos significativos da nossa sociedade. Neste livro exploro vinte e seis.
A desorientação é um mal do nosso tempo?
É o maior mal do nosso tempo porque torna impossível o que é necessário e nos impede de fazer escolhas precisas em um mundo que nos obriga a escolher com determinação. Quando nos encontramos na frente de algo que é necessário, mas impossível, estamos na presença do trágico. Como dizia Sêneca: “Nenhum vento é a favor do marinheiro que não sabe onde querer ir”.
Adaptação de http://istoe.com.br/desorientacao-e-o-maior-mal-nosso-tempo/,
acesso em 28 de mar. de 2017.
Entrevista
Ciência
Domênico de Masi “A desorientação é o maior mal do nosso tempo”
Celso Masson
Edição 24.03.2017 - nº 2467
Professor de sociologia na Universidade La Sapienza, em Roma, o italiano Domenico de Masi, 79 anos, ficou conhecido pelo conceito de “ócio criativo”, em que trabalho, aprendizado e prazer se combinam para gerar desenvolvimento econômico com justiça social.
Seu mais recente livro, “Alfabeto da Sociedade Desorientada” (Objetiva), que chega ao Brasil esta semana, procura traduzir o que ele chama de “rota da aventura humana pós-industrial”: um caminho que a humanidade vem percorrendo sem uma referência sociológica que substitua as ideologias e crenças tradicionais que serviram como reguladoras das relações sociais.
Nesta entrevista a ISTOÉ, ele afirma que a sociedade se tornou incapaz de distinguir “o que é belo e o que é feio, o que é verdadeiro e o que é falso, o que é bom e o que é ruim, o que é direita e o que é esquerda e até o que é vivo e o que é morto”. Diz ainda que a inteligência artificial poderá resolver problemas incompreendidos pelo ser humano [...].
Para que serve o “Alfabeto da sociedade desorientada”?
Talvez o mundo em que vivemos hoje não seja o melhor dos mundos possíveis, mas, com certeza, é o melhor dos mundos que já existiram. A sociedade atual atingiu uma longevidade acentuada, um número altíssimo de países democráticos, uma ampla globalização e uma tecnologia extremamente útil no que diz respeito às necessidades humanas. Contudo, por uma série de motivos que analisei em meu livro anterior, “O futuro chegou” (Casa da Palavra), falta à sociedade atual um modelo sociológico como referência. Por isso, ela é incapaz de distinguir o que é belo e o que é feio, o que é verdadeiro e o que é falso, o que é bom e o que é ruim, o que é direita e o que é esquerda e até o que é vivo e o que é morto. Eu vou dedicar essa parte final da minha vida e dos meus estudos a tentar entender qual é a meta e qual é a rota dessa aventura humana pós-industrial. Daí a necessidade de explorar, com uma série de “acupunturas sociológicas”, alguns aspectos significativos da nossa sociedade. Neste livro exploro vinte e seis.
A desorientação é um mal do nosso tempo?
É o maior mal do nosso tempo porque torna impossível o que é necessário e nos impede de fazer escolhas precisas em um mundo que nos obriga a escolher com determinação. Quando nos encontramos na frente de algo que é necessário, mas impossível, estamos na presença do trágico. Como dizia Sêneca: “Nenhum vento é a favor do marinheiro que não sabe onde querer ir”.
Adaptação de http://istoe.com.br/desorientacao-e-o-maior-mal-nosso-tempo/,
acesso em 28 de mar. de 2017.
Leia este texto.
O tempo passa voando quando você faz _______ gosta.
Já reparou que toda vez que você está se divertindo, ______ um filme, o tempo parece passar mais rápido?
_______acontece ______ sempre que você está aproveitando a vida você está preferindo viver _____ observar o tempo passar.
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto, respectivamente e de acordo com a norma-padrão.
Fascínio
De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.
Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.
Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.
(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura,
música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase a seguir de modo a garantir a coerência com as informações do texto.
A análise de A noite americana permite compreender ________ Truffaut foi o único de sua geração que se estabeleceu no ramo do cinema, ________ haver outros que continuam a fazer bons trabalhos.
Sempre se imaginou que o uso exagerado de smartphones e tablets, com o corpo curvado e a atenção sugada pela tela, pudesse fazer _______ para o corpo. Estudos recentes constatam: faz sim. Uma das pesquisas revela um malefício surpreendente: o _________ eletrônico acelera o surgimento de rugas no pescoço. Criou-se até um termo, tech neck (neck é pescoço, em inglês), para designar os ______ que resultam da postura equivocada. Um trabalho coordenado pela Universidade Chung-Ang, da Coreia do Sul, mostrou que mulheres a partir dos 29 anos apresentaram vincos na região do pescoço – enquanto o natural seria depois do 40. O ponto em comum entre as pessoas investigadas: o _______ uso dos eletrônicos.
(Taís Botelho. Erga a cabeça! Veja, 16.08.2017. Adaptado)
No aviso reproduzido abaixo, há problema de redação provocado por desobediência às normas gramaticais.
Disponível em: >https://www.google.com.br/search?q=erros+de+ortogr%C3%A1ficos+engra%C3%A7ados&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=f97i1aW8C9MyZM%253A%252Csd KlnflC- Data da consulta: < 22/11/2017.
Acerca dos desvios presentes no texto acima, assinale a alternativa CORRETA.
Texto 1
Antes de iniciar este livro, imaginei construi-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa. (Fragmentos do romance São Bernardo, Graciliano Ramos)
Disponível em: > https://veele.files.wordpress.com/2010/02/sc3a3obernardo-gracilianoramos.pdf<. Data da consulta: 22/11/2017.
Texto 2
Disponível em: > https://www.google.com.br/search?q=exemplos+de+publicidades+criativas&tbm=isch&tbs=rimg:CSHeD00PaY1eIjjOFXCVUkNHw3YS4w- <.
Data da consulta: 22/11/2017.
Avalie as assertivas abaixo, referentes ao enunciado “Use nossas impressoras e descubra por que temos inimigos”, na publicidade acima, e, em seguida, responda ao que se pede.
I- Há equívoco na grafia da palavra “por que”, já que esta deveria ser escrita, de acordo com a norma culta, e nesta situação comunicativa, da seguinte forma: “porque”.
II- A estratégia criativa, proposta na publicidade, de afirmar que “temos inimigos” pode se referir à tese de que a qualidade do produto, sendo incomparável, poderia gerar inveja, perseguição, e, com efeito, inimizade do produto concorrente.
III- Os verbos “use” e “descubra”, nestas circunstâncias frasais, estão em plena harmonia, em termos de uso das pessoas gramaticais, já que ambos estão conjugados na terceira pessoa do singular do imperativo afirmativo.
Está CORRETO o que se afirma apenas em
Assinale a opção correta em relação às estruturas do texto.
Um dos processos mais utilizados hoje em dia para a conservação de alimentos se deve (1) às descobertas de Louis Pasteur. Até então acreditava-se que a conservação se dava apenas porque (2) os recipientes utilizados isolavam os produtos do ar, que seria a única fonte de contaminação. Pasteur provou que não era bem assim. O cientista francês fora chamado para resolver o problema da rápida fermentação de vinhos, que (3) vinha prejudicando a indústria vinícola da França. Após experiências, Pasteur descobriu que a acidificação do vinho era causada pela presença de microrganismos presentes na própria bebida. Ao mesmo tempo verificou que esses microrganismos eram eliminados ao serem submetidos com uma (4) temperatura em torno de 60ºC durante um determinado período. O método usado no vinho foi aplicado com sucesso por Pasteur também na produção da cerveja. No século XX foi desenvolvida a ultrapasteurização, utilizada principalmente para o (5) tratamento de leite. Por esse processo, o leite é submetido a temperaturas entre 140ºC e 150ºC por 2 a 4 segundos e imediatamente resfriado para temperatura inferior a 32ºC. O leite é então acondicionado em embalagens cartonadas ou assépticas, chamadas também de “longa vida”.
http://alimentacaoforadolar.com.br/quais-sao-as-fases-da-historia-da-alimentacao/ (com adaptações)
Para que o texto fique gramaticalmente correto é necessário substituir:
Texto 1
Arrumando a mala e o espírito
Lembro bem dos dias que antecederam a minha primeira viagem à Europa. Era como se eu estivesse prestes a embarcar para outra galáxia. Quê! Surpresas minhas. Tanto que, quando aterrissei em Londres, não foram os monumentos históricos que me causaram impacto, e sim o fato de me deparar com farmácias, paradas de ônibus e escolas. Meu devaneio não havia previsto o lugar-comum. Sei lá o que imaginava encontrar de tão insólito, só sei que caí na real: as cidades, pelo menos as ocidentais, têm estrutura muito similar: o que nos encanta, na verdade, é o confronto com o nosso outro eu, aquela parte de nós que nunca se conformou com a vida em prisão domiciliar.
Viajar é correr atrás do nosso eu ancestral, aquele rebelde que escapou da domesticação e que não vê a hora do reencontro com sua alma peregrina. Quando pensamos em todas as opções que o planeta oferece, dá uma certa vertigem. Qual o melhor lugar para arrancar a gravata, tirar o salto alto e ficar desnudo para si mesmo? Diante de quais das sete maravilhas do mundo conseguiremos redimensionar o nosso próprio tamanho e passar a viver com mais humildade, prazer e leveza?
Sem ilusões: estamos falando de turismo, e não de um retiro espiritual. O melhor local para conhecer a si mesmo é onde se está todos os dias da semana em todos os anos da vida, uma viagem que não termina e que acontece dentro da gente. O processo é interno, sempre foi. Viajar é apenas o tubo de oxigênio que nos permite mergulhar mais fundo na nossa estranheza e insegurança. Mesmo por uma semana? Que seja. É mais do que dura uma viagem lisérgica. E dessa droga ninguém deveria prescindir, o vício incurável no deslumbre.
Martha Medeiros
Fonte: Revista Viagem e Turismo. Fevereiro de 2017. Texto Adaptado.
Leia o texto abaixo:
[...] Algumas coisas não mudam nunca - e ainda bem. O céu de Lisboa. A luz de Lisboa. O resto está sempre mudando. Primeiro,.......................................a cidade recuperou a sua beira-rio com o fim das intermináveis obras do metrô nos arredores da Praça do Comércio. Não sei bem do...................................... de tantas obras. Mudar o que já é lindo,...................................... ?
Queremos sempre modificar o que já é perfeito?
Ninguém sabe ser tão vintage como Lisboa. Há motivos...................................... Lisboa é Lisboa.
Fonte: Revista Viagem e Turismo. Fevereiro de 2017. Texto adaptado.
Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as lacunas do texto.
Texto 5
Nos bailes da vida
Foi nos bailes da vida ou num bar
Em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim
Cantar era buscar o caminho
Que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boleia de caminhão
Era assim
Com a roupa encharcada e a alma
Repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
De viver nem de cantar
NASCIMENTO, M. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/47438/ Acesso em 12/11/2017.
Coluna 1
1. por que 2. porque 3. por quê 4. porquê
Coluna 2
( ) A juventude às vezes erra..................................é muito ansiosa. ( ) Não vai dizer-nos o ..................................do seu procedimento? ( ) Quero saber..................................você está chorando. ( ) O motivo..................................tomei aquela decisão é segredo. ( ) Ela sempre chega atrasada e não sei....................................
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.