Questões de Concurso Sobre português
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TEXTO I
Ouvindo a leitura
[...] ouvi um cão latir ao longe. Outros latidos foram respondendo, até que, trazido pelo vento que agora soprava de leve sobre o Passo, chegou aos meus ouvidos um urro selvagem, que parecia vir de muito longe, tão longe quanto a imaginação pode alcançar. Esse é um dos trechos de Drácula, de Bram Stoker. A descrição tenta compor um cenário sombrio, com uivos, latidos, o som do vento, mas deixa parte dessa tarefa para o leitor, para onde sua imaginação puder alcançar. O trecho destacado foi retirado de uma versão eletrônica de Drácula, feita para e-readers, uma entre tantas novidades que as tecnologias de comunicação trouxeram para o mundo dos livros. Nesse suporte o leitor pode ir além do texto, acessando links na internet relacionados ao conteúdo da obra, fazer anotações, ou comentar sobre o que está lendo nas redes sociais
Uma das novidades tecnológicas mais recentes é um aplicativo que produz ambientes sonoros para livros. Sincronizado com trechos das obras, o booktrack, nome dessa tecnologia, propõe uma espécie de trilha sonora para a leitura. Com o aplicativo, ao ler o trecho acima, ouviríamos o latido do cão ao longe, o som do vento, os uivos. Mas, que efeitos isso teria em nosso modo de ler? Como fica nossa capacidade de imaginar, de compor um cenário a partir da leitura
O filósofo e psicanalista André Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não acredita que essas tecnologias afetem nossa capacidade de imaginar. Para ele, tal receio é análogo ao que tivemos quando surgiram os primeiros livros ilustrados, ou quando o cinema floresceu. A imaginação sempre existirá com toda a sua potência. E, certamente, se a novidade das trilhas sonoras dos livros pegar, passará a haver uma grande inventividade na criação de trilhas para os mesmos livros, ou mesmo a opção de cada leitor criar sua própria trilha, diz. Além do mais, não penso que os e-books substituirão os livros; apenas tendem a ser uma nova mídia, que proporcionará prazeres diferentes, e não uma mídia substituta, que extinga a anterior, complementa.
Um caminho promissor para a compreensão dos impactos das tecnologias no mundo da leitura talvez seja admitir vários tipos de leitores, vários tipos de leituras convivendo simultaneamente. Para o presidente da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Antonio Carlos Amorim, é certo que a leitura estimula a imaginação, assim como o fazem o cinema, e, em certa medida, as práticas culturais baseadas na oralidade. Ele aponta, no entanto, que a leitura participa da circulação de um conjunto de significações culturais que constituem imaginários sociais. Os sujeitos leitores, em contato com imagens, sons e odores, por exemplo, entrarão em contato com a leitura do livro em atravessamentos vários e distintos daquele suposto envolvimento da leitura silenciosa ou em voz alta das letras impressas em papel. E tal situação pode significar mais uma abertura do que uma restrição à experiência leitora, que estimula ou permite ou valoriza a imaginação, afirma. Ainda segundo ele, em uma sociedade que prima pelo multissensorial e pela experiência do efêmero e do inusitado, essas tecnologias serão efetivamente capazes de atrair novos leitores.
MARIUZZO, Patrícia. Revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, São Paulo, v.64, n.3, p. 61-62, 2012.
O texto, ao levantar questões, apresenta alguns pontos de vista que são defendidos através de diferentes recursos, como, por exemplo, argumentos de
TEXTO I
Ouvindo a leitura
[...] ouvi um cão latir ao longe. Outros latidos foram respondendo, até que, trazido pelo vento que agora soprava de leve sobre o Passo, chegou aos meus ouvidos um urro selvagem, que parecia vir de muito longe, tão longe quanto a imaginação pode alcançar. Esse é um dos trechos de Drácula, de Bram Stoker. A descrição tenta compor um cenário sombrio, com uivos, latidos, o som do vento, mas deixa parte dessa tarefa para o leitor, para onde sua imaginação puder alcançar. O trecho destacado foi retirado de uma versão eletrônica de Drácula, feita para e-readers, uma entre tantas novidades que as tecnologias de comunicação trouxeram para o mundo dos livros. Nesse suporte o leitor pode ir além do texto, acessando links na internet relacionados ao conteúdo da obra, fazer anotações, ou comentar sobre o que está lendo nas redes sociais
Uma das novidades tecnológicas mais recentes é um aplicativo que produz ambientes sonoros para livros. Sincronizado com trechos das obras, o booktrack, nome dessa tecnologia, propõe uma espécie de trilha sonora para a leitura. Com o aplicativo, ao ler o trecho acima, ouviríamos o latido do cão ao longe, o som do vento, os uivos. Mas, que efeitos isso teria em nosso modo de ler? Como fica nossa capacidade de imaginar, de compor um cenário a partir da leitura
O filósofo e psicanalista André Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não acredita que essas tecnologias afetem nossa capacidade de imaginar. Para ele, tal receio é análogo ao que tivemos quando surgiram os primeiros livros ilustrados, ou quando o cinema floresceu. A imaginação sempre existirá com toda a sua potência. E, certamente, se a novidade das trilhas sonoras dos livros pegar, passará a haver uma grande inventividade na criação de trilhas para os mesmos livros, ou mesmo a opção de cada leitor criar sua própria trilha, diz. Além do mais, não penso que os e-books substituirão os livros; apenas tendem a ser uma nova mídia, que proporcionará prazeres diferentes, e não uma mídia substituta, que extinga a anterior, complementa.
Um caminho promissor para a compreensão dos impactos das tecnologias no mundo da leitura talvez seja admitir vários tipos de leitores, vários tipos de leituras convivendo simultaneamente. Para o presidente da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Antonio Carlos Amorim, é certo que a leitura estimula a imaginação, assim como o fazem o cinema, e, em certa medida, as práticas culturais baseadas na oralidade. Ele aponta, no entanto, que a leitura participa da circulação de um conjunto de significações culturais que constituem imaginários sociais. Os sujeitos leitores, em contato com imagens, sons e odores, por exemplo, entrarão em contato com a leitura do livro em atravessamentos vários e distintos daquele suposto envolvimento da leitura silenciosa ou em voz alta das letras impressas em papel. E tal situação pode significar mais uma abertura do que uma restrição à experiência leitora, que estimula ou permite ou valoriza a imaginação, afirma. Ainda segundo ele, em uma sociedade que prima pelo multissensorial e pela experiência do efêmero e do inusitado, essas tecnologias serão efetivamente capazes de atrair novos leitores.
MARIUZZO, Patrícia. Revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, São Paulo, v.64, n.3, p. 61-62, 2012.
No que se refere a aspectos coesivos do texto, no trecho Nesse suporte o leitor pode ir além do texto [...] (primeiro parágrafo), a expressão destacada retoma
TEXTO I
Ouvindo a leitura
[...] ouvi um cão latir ao longe. Outros latidos foram respondendo, até que, trazido pelo vento que agora soprava de leve sobre o Passo, chegou aos meus ouvidos um urro selvagem, que parecia vir de muito longe, tão longe quanto a imaginação pode alcançar. Esse é um dos trechos de Drácula, de Bram Stoker. A descrição tenta compor um cenário sombrio, com uivos, latidos, o som do vento, mas deixa parte dessa tarefa para o leitor, para onde sua imaginação puder alcançar. O trecho destacado foi retirado de uma versão eletrônica de Drácula, feita para e-readers, uma entre tantas novidades que as tecnologias de comunicação trouxeram para o mundo dos livros. Nesse suporte o leitor pode ir além do texto, acessando links na internet relacionados ao conteúdo da obra, fazer anotações, ou comentar sobre o que está lendo nas redes sociais
Uma das novidades tecnológicas mais recentes é um aplicativo que produz ambientes sonoros para livros. Sincronizado com trechos das obras, o booktrack, nome dessa tecnologia, propõe uma espécie de trilha sonora para a leitura. Com o aplicativo, ao ler o trecho acima, ouviríamos o latido do cão ao longe, o som do vento, os uivos. Mas, que efeitos isso teria em nosso modo de ler? Como fica nossa capacidade de imaginar, de compor um cenário a partir da leitura
O filósofo e psicanalista André Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não acredita que essas tecnologias afetem nossa capacidade de imaginar. Para ele, tal receio é análogo ao que tivemos quando surgiram os primeiros livros ilustrados, ou quando o cinema floresceu. A imaginação sempre existirá com toda a sua potência. E, certamente, se a novidade das trilhas sonoras dos livros pegar, passará a haver uma grande inventividade na criação de trilhas para os mesmos livros, ou mesmo a opção de cada leitor criar sua própria trilha, diz. Além do mais, não penso que os e-books substituirão os livros; apenas tendem a ser uma nova mídia, que proporcionará prazeres diferentes, e não uma mídia substituta, que extinga a anterior, complementa.
Um caminho promissor para a compreensão dos impactos das tecnologias no mundo da leitura talvez seja admitir vários tipos de leitores, vários tipos de leituras convivendo simultaneamente. Para o presidente da Associação de Leitura do Brasil (ALB), Antonio Carlos Amorim, é certo que a leitura estimula a imaginação, assim como o fazem o cinema, e, em certa medida, as práticas culturais baseadas na oralidade. Ele aponta, no entanto, que a leitura participa da circulação de um conjunto de significações culturais que constituem imaginários sociais. Os sujeitos leitores, em contato com imagens, sons e odores, por exemplo, entrarão em contato com a leitura do livro em atravessamentos vários e distintos daquele suposto envolvimento da leitura silenciosa ou em voz alta das letras impressas em papel. E tal situação pode significar mais uma abertura do que uma restrição à experiência leitora, que estimula ou permite ou valoriza a imaginação, afirma. Ainda segundo ele, em uma sociedade que prima pelo multissensorial e pela experiência do efêmero e do inusitado, essas tecnologias serão efetivamente capazes de atrair novos leitores.
MARIUZZO, Patrícia. Revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, São Paulo, v.64, n.3, p. 61-62, 2012.
O impacto das novas tecnologias no mundo da leitura, segundo o citado no texto pelo presidente da Associação de Leitura do Brasil, terá como consequência, a/o
A CIÊNCIA-PROBLEMA
Há três séculos, o conhecimento científico não
faz mais do que provar suas virtudes de verificação e
de descoberta em relação a todos os outros modos
de conhecimento. É o conhecimento vivo que conduz
05 a grande aventura da descoberta do universo, da vida,
do homem. Ele trouxe, e de forma singular neste
século, fabuloso progresso ao nosso saber. Hoje,
podemos medir, pesar, analisar o Sol, avaliar o
número de partículas que constituem nosso universo,
10 decifrar a linguagem genética que informa e programa
toda organização viva. Esse conhecimento permite
extrema precisão em todos os domínios da ação,
até na condução de naves espaciais fora da órbita
terrestre.
15 Correlativamente, é evidente que o conhecimento
científico determinou progressos técnicos inéditos
como a domesticação da energia nuclear e os
princípios da engenharia genética. A ciência é,
portanto, elucidativa (resolve enigmas, dissipa
20 mistérios), enriquecedora (permite satisfazer
necessidades sociais e, assim, desabrochar
a civilização); é, de fato, e justamente, conquistadora,
triunfante.
E, no entanto, essa ciência elucidativa, enrique-
25 cedora, conquistadora e triunfante, apresenta- nos,
cada vez mais, problemas graves que se referem ao
conhecimento que produz, à ação que determina, à
sociedade que transforma. Essa ciência libertadora
traz, ao mesmo tempo, possibilidades terríveis de
30 subjugação. Esse conhecimento vivo é o mesmo que
produziu a ameaça do aniquilamento da humanida-
de. Para conceber e compreender esse problema,
há que acabar com a tola alternativa da ciência “boa”,
que só traz benefícios, ou da ciência “má”, que só
35 traz prejuízos. Pelo contrário, há que, desde a parti-
da, dispor de pensamento capaz de conceber e de
compreender a ambivalência, isto é, a complexida-
de da ciência.
MORIN, Edgard. Ciência com consciência. 3.ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999 (adaptado).
O texto é essencialmente:
TEXTO PARA AS QUESTÕES 01 A 05
Por que não falar sobre suicídio?
Um fantasma ronda a imprensa desde os seus primórdios: o temor de reportar casos de suicídio.
As razões desse receio são perfeitamente compreensíveis. O tema é envolto por um véu de sofrimento e perplexidade. Para familiares de suicidas, o sentimento de culpa é inescapável. Como em todo luto, há negação, raiva e tristeza. E há mais: no suicídio é preciso tentar entender e aceitar as razões de quem decidiu abreviar a vida, contrariando o instinto de sobrevivência comum a todas as espécies. Falar sobre quem morreu é sempre uma tarefa delicada para a mídia, mas mesmo nas maiores tragédias humanas o sentimento que prevalece é o da consternação com a morte.
Morrer é uma certeza sobre a qual as dúvidas prevalecem: exceto alguns pacientes desenganados, quase ninguém sabe como, quando, onde ou de quê irá morrer. Matar a si próprio é impor uma certeza sobre todas as dúvidas, exceto uma: como seria o restante da vida se a escolha de morrer não triunfasse.
O suicídio, em muitos casos, pode ser um ato extremo de comunicação: uma busca sem volta de expor sentimentos antes represados. Segundo o alerta “Prevenir suicídio – um imperativo global” (2014), da Organização Mundial de Saúde, uma prevenção eficaz depende de inúmeros fatores – entre eles, informação de qualidade. Negligenciar as ocorrências pode aumentar o risco de novas tentativas.
A mídia tem o dever de dar à sociedade a melhor informação para evitar que as pessoas se desencantem com a vida.
E talvez estejamos falhando em ajudar quem sofre com a perda de um ente querido a lidar com essa angústia.
“Os Sofrimentos do Jovem Werther”, obra do poeta alemão Goethe lançada em 1774, narra como uma desilusão amorosa levou o personagem do título ao suicídio. A publicação do romance, embora ficcional, provocou uma onda de suicídios pelo mesmo motivo, no que ficou conhecido como “Efeito Werther” — uma das razões pelas quais criou-se o tabu de que a divulgação de um suicídio pode estimular novos casos. Tal crença poderia ser válida no século 18 de Goethe, mas não sobrevive aos tempos atuais de comunicação instantânea, em que tais atos são cometidos ao vivo diante de câmeras de tevê ou transmitidos em tempo real por redes sociais. Negar a existência dessas ocorrências é um equívoco tão grande quanto acreditar que torná-las públicas são decisivas para que outros escolham o mesmo destino. Um dos princípios do jornalismo é buscar a verdade.
Disponível em: https://istoe.com.br/por-que-nao-falar-sobre-suicidio/. Acesso em: 03/05/2018.
A respeito do suicídio, o texto permite afirmar que:
Assinale a alternativa em que o emprego da concordância nominal está INCORRETO:
Assinale a alternativa onde o pronome pessoal está empregado corretamente:
Nosso objetivo ao nos comunicarmos é que
aprovem e assimilem nossas fundamentações
ou argumentações. Entre o desejo e sua
realização há uma série de detalhes que pode
funcionar como barreira sem que percebamos.
A insegurança é um de nossos principais
inimigos internos. Se, de saída, não confiarmos
em nossa capacidade de captar o interesse e a
aprovação da plateia, então não há milagre
capaz de fazer o contrário. Essa segurança vai
permear toda a apresentação, contaminando-a
de maneira irreversível. É fácil perceber os
seus sinais: gaguejamos, permeamos a fala
com cacoetes verbais ou de “brancos” (aquelas
pausas evidentes de quem perdeu o fio da
meada), assumimos posturas corporais de
derrota, não vemos a hora de acabar com esse
martírio e, então, perdemos o foco dos nossos
argumentos. Se não acreditamos em nós, quem
acreditará? Assim, a atitude correta para
começar é acreditar em nós mesmos e em
nossa capacidade de expressar o que queremos
da melhor maneira. E trabalhar neste sentido,
ou seja, encarar o desafio de falar em público,
transformando esse momento no melhor
possível todas as vezes que precisamos fazê-lo.
Para tanto, aceite a necessidade de se expor e
trate de se conhecer muito bem, para aproveitar
suas qualidades e corrigir suas falhas. O talento
para a comunicação pode e deve ser construído
passo a passo, com entusiasmo e certeza de que
para chegar lá é preciso o primeiro passo e,
depois, ir dando um de cada vez. Haverá muito
mais adiante. A cada conquista, surge um novo
e gratificante motivo para continuar
aperfeiçoando este diferencial. Nem mesmo
uma natural timidez ou introversão pode
impedir alguém de se apresentar bem diante de
uma plateia. Assim, deixe de se apoiar em uma
muleta como esta, caso esteja nesta categoria
de pessoas. O remédio para superar as próprias
limitações é treino, exercício constante e
dedicação (...). (DOUGLAS, William et ali. A
arte de falar bem em público. São Paulo: Agir,
2016, p. 28).
Assinale a alternativa que indica corretamente a classe gramatical da palavra “irreversível” (linha 12):
Nosso objetivo ao nos comunicarmos é que
aprovem e assimilem nossas fundamentações
ou argumentações. Entre o desejo e sua
realização há uma série de detalhes que pode
funcionar como barreira sem que percebamos.
A insegurança é um de nossos principais
inimigos internos. Se, de saída, não confiarmos
em nossa capacidade de captar o interesse e a
aprovação da plateia, então não há milagre
capaz de fazer o contrário. Essa segurança vai
permear toda a apresentação, contaminando-a
de maneira irreversível. É fácil perceber os
seus sinais: gaguejamos, permeamos a fala
com cacoetes verbais ou de “brancos” (aquelas
pausas evidentes de quem perdeu o fio da
meada), assumimos posturas corporais de
derrota, não vemos a hora de acabar com esse
martírio e, então, perdemos o foco dos nossos
argumentos. Se não acreditamos em nós, quem
acreditará? Assim, a atitude correta para
começar é acreditar em nós mesmos e em
nossa capacidade de expressar o que queremos
da melhor maneira. E trabalhar neste sentido,
ou seja, encarar o desafio de falar em público,
transformando esse momento no melhor
possível todas as vezes que precisamos fazê-lo.
Para tanto, aceite a necessidade de se expor e
trate de se conhecer muito bem, para aproveitar
suas qualidades e corrigir suas falhas. O talento
para a comunicação pode e deve ser construído
passo a passo, com entusiasmo e certeza de que
para chegar lá é preciso o primeiro passo e,
depois, ir dando um de cada vez. Haverá muito
mais adiante. A cada conquista, surge um novo
e gratificante motivo para continuar
aperfeiçoando este diferencial. Nem mesmo
uma natural timidez ou introversão pode
impedir alguém de se apresentar bem diante de
uma plateia. Assim, deixe de se apoiar em uma
muleta como esta, caso esteja nesta categoria
de pessoas. O remédio para superar as próprias
limitações é treino, exercício constante e
dedicação (...). (DOUGLAS, William et ali. A
arte de falar bem em público. São Paulo: Agir,
2016, p. 28).
O verbo “permear” (linha 11) pode ser substituído por qual dos verbos a seguir?
Assinale a alternativa que reescreve as frases abaixo num só período, com as devidas alterações, de acordo com a norma culta de escrita e mantendo o mesmo sentido.
Os proprietários de carro inconscientemente sabem que ele sai caro.
Os dados da tabela não refletem exatamente uma situação particular.
Os dados da tabela revelam o quão caro pode sair a manutenção de um carro.
Que alternativa explica a relação exposta pelo texto entre o futebol e a educação?
Assinale a alternativa que reescreve o período abaixo, conservando-lhe o sentido.
Leia atentamente o texto a seguir para responder às questões de 01 a 08.
OS NAMORADOS DA FILHA
Quando a filha adolescente anunciou que ia dormir com o namorado, o pai não disse nada. Não a recriminou, não lembrou os rígidos padrões morais de sua antiga juventude. Homem avançado, já esperava que aquilo acontecesse um dia. Só não esperava que acontecesse tão cedo.
Mas tinha uma exigência, além das clássicas recomendações. A moça podia dormir com o namorado:
─ Mas aqui em casa.
Ela, por sua vez, não protestou. Até ficou contente. Aquilo resultava em inesperada comodidade. Vida amorosa em domicílio, o que mais podia desejar? Perfeito.
O namorado não se mostrou menos satisfeito. Entre outras razões, porque passaria a partilhar o abundante café da manhã da família. Aliás, seu apetite era espantoso: diante do olhar assombrado e melancólico do dono da casa, devorava toneladas do melhor requeijão, do mais fino presunto, tudo regado a litros de suco de laranja.
Um dia, o namorado sumiu. Brigamos, disse a filha, mas já estou saindo com outro. O pai pediu que ela trouxesse o rapaz. Veio, e era muito parecido com o anterior: magro, cabeludo, com apetite descomunal.
Brevemente, o homem descobriria que constância não era uma característica fundamental de sua filha. Os namorados começaram a se suceder em ritmo acelerado. Cada manhã de domingo, era uma nova surpresa: este é o Rodrigo, este é o James, este é o Tato, este é o Cabeça. Lá pelas tantas, ele desistiu de memorizar nomes ou mesmo fisionomias. Se estava na mesa do café da manhã, era namorado. Às vezes, também acontecia ─ ah, essa próstata, essa próstata ─ que ele levantava à noite para ir ao banheiro e cruzava com um dos galãs no corredor. Encontro insólito, mas os cumprimentos eram sempre gentis.
Uma noite, acordou, como de costume, e, no corredor, deu de cara com um rapaz que o olhou apavorado. Tranquilizou-o:
─ Eu sou o pai da Melissa. Não se preocupe, fique à vontade. Faça de conta que a casa é sua.
E foi deitar.
Na manhã seguinte, a filha desceu para tomar café. Sozinha.
─ E o rapaz? ─ perguntou o pai.
─ Que rapaz? ─ disse ela. Algo lhe ocorreu, e ele, nervoso, pôs-se de imediato a checar a casa. Faltava o CD player, a máquina fotográfica, a impressora do computador. O namorado não era namorado. Paixão poderia nutrir, mas era pela propriedade alheia.
Um único consolo restou ao perplexo pai: aquele, pelo menos, não fizera estrago no café da manhã.
(Moacyr Scliar. Crônica extraída da Revista Zero Hora, 26/4/1998)
Assinale a alternativa que indica o clímax do texto.
Um homem leal (fragmento)
Apaguemos a lanterna de Diógenes: achei um homem. Não é príncipe, nem eclesiástico, nem filósofo, não pintou uma grande tela, não escreveu um belo livro, não descobriu nenhuma lei científica. (...)
Não, o homem que achei não é nada disso. É um barbeiro, mas tal barbeiro que, sendo barbeiro, não é exatamente barbeiro. Perdoai a logomaquia; o estilo ressente-se da exaltação da minha alma. Achei um homem. Se aquele cínico Diógenes pode ouvir, do lugar onde está, as vozes cá de cima, deve cobrir-se de vergonha e tristeza; achei um homem. E importa notar que não andei atrás dele. Estava em casa muito sossegado, com os olhos nos jornais e o pensamento nas estrelas, quando um pequenino anúncio me deu rebate ao pensamento, e este desceu mais rápido que o raio até o papel. Então li isto: “Vende-se uma casa de barbeiro fora da cidade, o ponto é bom e o capital diminuto; o dono vende por não entender...”
Eis aí o homem. Não lhe ponho o nome, por não vir no anúncio, mas a própria falta dele faz crescer a pessoa. O ato sobra. Essa nobre confissão de ignorância é um modelo único de lealdade, de veracidade, de humanidade. (...)
Crônica - A Semana - 1896 - 26 de julho [188] - página 717. MACHADO DE ASSIS - OBRAS COMPLETAS - VOLUME III Companhia José Aguilar Editora, Rio de Janeiro, 1973.
(logomaquia - discussão acerca do sentido ou origem de uma palavra)
O autor admira e elogia no homem do anúncio o fato de ele
Muitas empresas ainda acreditam que devem
ter como objetivo o lucro a qualquer custo,
principalmente se puder ser conseguido com o
prejuízo da concorrência e até mesmo dos
clientes. E em um ambiente em que
aparentemente vale tudo, como no competitivo
mundo empresarial, as considerações éticas
são as principais a perder o valor. No entanto,
uma nova tendência vem crescendo a cada ano
e hoje é uma realidade. Estamos falando das
exigências do cidadão, que recaem na procura
por produtos ou serviços de qualidade. O
cidadão também exige que as empresas que
fornecem os produtos sejam éticas e atuem
com responsabilidade social e ambiental. Em
outras palavras, na hora da compra, além da
relação custo/benefício, o consumidor também
presta atenção se a empresa tem uma atuação
positiva na comunidade em que está inserida.
Mas, afinal, o que é uma empresa ética? A ética
empresarial envolve a determinação da
organização em cumprir os compromissos
assumidos para com todos os que têm algum
tipo de envolvimento com ela. Compromissos
que devem satisfazer algumas expectativas
desse público diretamente relacionado a ela. A
ideia parece muito simples. No entanto, essas
expectativas quase sempre refletem o
pensamento da sociedade como um todo, o que
amplia o alcance do comportamento ético da
organização. Sabemos, por exemplo, que uma
das questões mais “quentes” atualmente é o
controle social sobre a agressão ao meio
ambiente. Os altos custos ambientais, por
exemplo, pela ameaça que representam à
população e ao planeta, estão colocando as
empresas devastadoras em uma posição muito
delicada. Afinal, os interesses desse tipo de
empresa entram em conflito direto com os
interesses da coletividade. Assim, a ética
empresarial hoje não é mais um modismo entre
os vários que permeiam o mundo corporativo,
mas sim um processo que vem sendo adotado
de forma crescente por muitas empresas (...).
(ALENCASTRO, Mário S. C. Ética
Empresarial. Curitiba: Intersaberes, p. 23).
Considerando o texto, assinale a alternativa correta:
Assinale a alternativa em que a concordância verbal está de acordo com a norma gramatical:
Assinale a alternativa que completa de forma correta, respectivamente:
I. O jogo _____ me referi foi ganho pelo Brasil.
II. O escritor _____ livro acabei de ler encontra-se em Curitiba.
A alternativa que apresenta erro quanto à concordância verbal é:
Identifique as alternativas que apresentam a correta relação entre as palavras destacadas e a circunstância indicada nos parênteses:
I. A coleta de lixo reciclável só terá sucesso se houver colaboração da população das cidades. (condição)
II. Longe do episódio da remessa de equipamentos quebrados para os hospitais da região, mesmo que o governo assuma seu erro, a decepção permanecerá viva na mente dos munícipes. (concessão)
III. Quando um homem morre na prisão por discordar dos governantes, todos os democratas do mundo ficam de luto. (causa)
IV. Ainda que sejam fiéis parceiros comerciais, o que é bom para um nem sempre é bom ou interessante para o outro. (conformidade)
V. Há um clamor popular para que as regras para as próximas eleições sejam claras. (finalidade)
Quanto à relação entre as palavras destacadas e a circunstância indicada nos parênteses, estão corretas:
Complete os espaços da frase abaixo com uma das alternativas indicadas.
_________________ a entrada de pessoas estranhas no recinto. No entanto, uma vez lá dentro, o ambiente, que ___________ pela _____________ das pessoas, é muito agradável.