Questões de Concurso Sobre português

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Q2794931 Português

Texto I


Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.


Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.


É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.


Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.


O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.


Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:


1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.


2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.


3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.


4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.


5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.


6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.


7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.


8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.


Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.


Atentar à tira abaixo e responder o que se pede:


Texto III



Disponível em: > https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv =2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil<. Data da consulta: 23/02/2016

Acerca da tira anterior (Texto III), é CORRETO se afirmar que:

Alternativas
Q2794925 Português

Ler com atenção cada um dos textos abaixo e responder o que se pede.


Texto I


Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.


Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.


É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.


Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.


O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.


Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:


1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.


2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.


3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.


4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.


5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.


6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.


7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.


8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.


Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.



Disponível em: >https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Qav7f1mV-<. Data da consulta: 23/02/2016.


Leia com atenção as assertivas acerca dos textos I e II e em seguida responda o que se pede.


I. Embora tratem da mesma temática, concurso público, os textos I e II abordam distintas vertentes do tema: o primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, passar nos concursos é meio para se atingir os fins: ser funcionário público.

II. As temáticas são completamente distintas. O primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, o foco está no sonho de ser funcionário público, prescindindo o candidato, para tal, dos concursos públicos.

III. Por se enquadrarem em categorias de gêneros textuais completamente distintos - um em prosa, outro tirinha, misto de verbal e não verbal – os textos acima não poderiam, a princípio, tratar do mesmo tema.

IV. As eventuais falhas de estudo e preparação para concursos públicos, mostradas no texto I, não são diagnosticadas por autoridades no assunto, daí a razão de não poderem ser levadas a sério pelos concurseiros.

Sobre as expressões, extraídas do texto I, “casca de banana”, “pegadinhas”, “branco” e “mix”, no contexto, é verdadeiro se afirmar que, do ponto de vista de variação linguística:

Alternativas
Q2794922 Português

Ler com atenção cada um dos textos abaixo e responder o que se pede.


Texto I


Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.


Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.


É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.


Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.


O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.


Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:


1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.


2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.


3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.


4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.


5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.


6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.


7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.


8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.


Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.



Disponível em: >https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Qav7f1mV-<. Data da consulta: 23/02/2016.


Leia com atenção as assertivas acerca dos textos I e II e em seguida responda o que se pede.


I. Embora tratem da mesma temática, concurso público, os textos I e II abordam distintas vertentes do tema: o primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, passar nos concursos é meio para se atingir os fins: ser funcionário público.

II. As temáticas são completamente distintas. O primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, o foco está no sonho de ser funcionário público, prescindindo o candidato, para tal, dos concursos públicos.

III. Por se enquadrarem em categorias de gêneros textuais completamente distintos - um em prosa, outro tirinha, misto de verbal e não verbal – os textos acima não poderiam, a princípio, tratar do mesmo tema.

IV. As eventuais falhas de estudo e preparação para concursos públicos, mostradas no texto I, não são diagnosticadas por autoridades no assunto, daí a razão de não poderem ser levadas a sério pelos concurseiros.

A expressão sublinhada em “Estudar por materiais 'duvidosos'” pode significar, no contexto:

Alternativas
Q2794914 Português

Ler com atenção cada um dos textos abaixo e responder o que se pede.


Texto I


Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.


Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.


É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.


Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.


O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.


Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:


1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.


2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.


3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.


4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.


5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.


6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.


7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.


8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.


Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.



Disponível em: >https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Qav7f1mV-<. Data da consulta: 23/02/2016.


Leia com atenção as assertivas acerca dos textos I e II e em seguida responda o que se pede.


I. Embora tratem da mesma temática, concurso público, os textos I e II abordam distintas vertentes do tema: o primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, passar nos concursos é meio para se atingir os fins: ser funcionário público.

II. As temáticas são completamente distintas. O primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, o foco está no sonho de ser funcionário público, prescindindo o candidato, para tal, dos concursos públicos.

III. Por se enquadrarem em categorias de gêneros textuais completamente distintos - um em prosa, outro tirinha, misto de verbal e não verbal – os textos acima não poderiam, a princípio, tratar do mesmo tema.

IV. As eventuais falhas de estudo e preparação para concursos públicos, mostradas no texto I, não são diagnosticadas por autoridades no assunto, daí a razão de não poderem ser levadas a sério pelos concurseiros.

A presença do pronome VOCÊ no texto I dá a este um caráter de:

Alternativas
Q2794908 Português

Ler com atenção cada um dos textos abaixo e responder o que se pede.


Texto I


Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.


Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.


É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.


Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.


O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.


Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:


1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.


2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.


3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.


4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.


5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.


6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.


7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.


8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.


Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.



Disponível em: >https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Qav7f1mV-<. Data da consulta: 23/02/2016.


Leia com atenção as assertivas acerca dos textos I e II e em seguida responda o que se pede.


I. Embora tratem da mesma temática, concurso público, os textos I e II abordam distintas vertentes do tema: o primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, passar nos concursos é meio para se atingir os fins: ser funcionário público.

II. As temáticas são completamente distintas. O primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, o foco está no sonho de ser funcionário público, prescindindo o candidato, para tal, dos concursos públicos.

III. Por se enquadrarem em categorias de gêneros textuais completamente distintos - um em prosa, outro tirinha, misto de verbal e não verbal – os textos acima não poderiam, a princípio, tratar do mesmo tema.

IV. As eventuais falhas de estudo e preparação para concursos públicos, mostradas no texto I, não são diagnosticadas por autoridades no assunto, daí a razão de não poderem ser levadas a sério pelos concurseiros.

Assinale a alternativa na qual todas as palavras estão em consonância, quando o assunto tem a ver com as estratégias eficazes de estudos preparatórios para os concursos públicos, presentes no texto I:

Alternativas
Q2794899 Português

Ler com atenção cada um dos textos abaixo e responder o que se pede.


Texto I


Os erros mais comuns de quem estuda para concursos públicos.


Se você tinha facilidade para estudar para provas quando estava na escola, nada garante que saiba como se preparar para um concurso público.


É que os processos seletivos para conquistar uma vaga na máquina pública são muito mais complexos - e diferentes entre si - do que os exames acadêmicos a que somos submetidos ao longo da vida.


Para começar, diz Nestor Távora, coordenador do curso preparatório LFG, há um elemento único, desconhecido pela maioria das pessoas, que faz toda a diferença para o sucesso do candidato: o edital.


O problema é que o documento, que compila informações como a sequência, o conteúdo e o peso de cada prova, não recebe atenção suficiente da maioria dos candidatos. “Parece um erro bobo, mas muita gente já começa a abrir os livros sem ter familiaridade com o edital, o que compromete toda a sua estratégia de estudo”, diz Távora.


Mas as falhas na preparação para a grande prova vão muito além disso. Veja a seguir as mais frequentes, segundo professores ouvidos por EXAME.com:


1. Não estabelecer um ritmo para os estudos. A preparação para um concurso público pode ser tão cansativa quanto uma bateria de exercícios na academia. Por isso, calibrar a intensidade e a frequência das sessões de estudo é fundamental. De acordo com Távora, alguns candidatos vão ao esgotamento total num único dia, só para depois passar semanas sem tocar nos livros. “Você precisa planejar um cronograma que seja, ao mesmo tempo, constante e saudável”, afirma o professor.


2. Estudar por materiais “duvidosos”. Pela pressa ou desconhecimento, é comum que o concurseiro confie em livros, videoaulas e cursos de má qualidade. “Além de incompletos, eles podem não estar atualizados de acordo com as últimas retificações do edital”, diz Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual. Estudar por material desatualizado é “cair em casca de banana na certa”, segundo Rodrigo Lelis, professor do Universo do Concurso. Isso porque os avaliadores "adoram" fazer pegadinhas que envolvam a mudança trazida por uma lei recentemente atualizada.


3. Começar a preparação só depois da publicação do edital. De acordo com Marcus Bittencourt, advogado da União e professor do Damásio Educacional, muitos candidatos esperam a publicação do edital para abrir os livros. O problema é que o documento costuma sair poucos meses antes da primeira prova do concurso - um prazo muito curto para a preparação. Por isso, é melhor começar a estudar com base em editais anteriores. “Quando for publicado o novo, você terá tempo para fazer as adaptações necessárias e revisar os pontos já estudados, dando ênfase nas disciplinas de maior peso”, explica o professor.


4. Não distribuir bem as matérias ao longo da semana. Segundo Távora, muitos candidatos estudam de forma aleatória e caótica. O risco dessa atitude é chegar à prova sem ter coberto todos os assuntos mais importantes de cada área. Não adianta estudar só as matérias que você adora, porque assuntos importantes vão ficar de fora. Também não vale se dedicar apenas aos conteúdos mais difíceis, diz o professor, porque você vai se cansar. A melhor tática é estabelecer para a semana um “mix de disciplinas” completo, equilibrado e minimamente agradável.


5. Desconhecer a banca examinadora. Cada concurso é um universo com regras próprias. A maior parte das peculiaridades de cada processo seletivo se deve ao estilo dos avaliadores. Se você desconhece o estilo e as preferências dos seus avaliadores, horas e horas de estudo podem ser desperdiçadas. Enquanto algumas bancas gostam de elaborar provas enxutas e apegadas ao texto da lei, outras preferem exames mais longos e baseados em jurisprudência, exemplifica Távora. A Cespe/UnB, por exemplo, é uma banca que costuma elaborar exames em que cada resposta errada anula uma certa. Ignorar as regras de contagem de pontos, nesse caso, é fatal.


6. Estudar até a exaustão. No afã de conquistar a aprovação, muita gente estuda de manhã, à tarde e à noite, sem pausas. “É uma grande loucura”, diz Lelis, do Universo do Concurso. “É uma rotina que acaba com o equilíbrio emocional e gera muito estresse”. Segundo o professor, qualidade vale mais do que quantidade: é preferível estudar pouco, mas com afinco, do que passar por horas e horas debruçado sobre os livros. “O candidato exausto e estressado tem muito mais chances de ter um 'branco' ou até passar mal no dia da prova”, afirma o professor.


7. Não treinar. Outro erro frequente é restringir a sua preparação à leitura da matéria. “Claro que você precisa estudar textos, doutrinas e leis, mas não pode acreditar que isso será suficiente”, afirma Távora. Fazer exercícios e simulados é fundamental para a aprovação, e não só para testar o seu conhecimento. O treino também ajuda a se preparar para o formato das questões e dominar o tempo disponível para resolvê-las.


8. Estudar pensando em curto prazo. Segundo Rodrigo Menezes, diretor do site Concurso Virtual, outro erro frequente é esquecer que alguns editais demoram anos para ser publicados. A depender do seu objetivo, é preciso estudar com o foco no longo prazo.” O ideal para esse caso é usar técnicas de resumo e revisões para que o conteúdo não seja esquecido após um tempo”, afirma o especialista.


Disponível em: >http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/os-erros-mais-comuns-de-quem-estuda-para-concursos-publicos. <. Data da consulta: 23/02/2016.



Disponível em: >https://www.google.com.br/search?q=charges+sobre+concursos+publicos&espv=2&biw=1366&bih=667&tbm=isch&imgil=Qav7f1mV-<. Data da consulta: 23/02/2016.


Leia com atenção as assertivas acerca dos textos I e II e em seguida responda o que se pede.


I. Embora tratem da mesma temática, concurso público, os textos I e II abordam distintas vertentes do tema: o primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, passar nos concursos é meio para se atingir os fins: ser funcionário público.

II. As temáticas são completamente distintas. O primeiro se refere às estratégias e metodologias de estudo para passar nos concursos. O foco está nestes; já no segundo texto, o foco está no sonho de ser funcionário público, prescindindo o candidato, para tal, dos concursos públicos.

III. Por se enquadrarem em categorias de gêneros textuais completamente distintos - um em prosa, outro tirinha, misto de verbal e não verbal – os textos acima não poderiam, a princípio, tratar do mesmo tema.

IV. As eventuais falhas de estudo e preparação para concursos públicos, mostradas no texto I, não são diagnosticadas por autoridades no assunto, daí a razão de não poderem ser levadas a sério pelos concurseiros.

De acordo com o que se deduz da tese implícita no texto II, assinale a alternativa CORRETA:

Alternativas
Q2794752 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Em “Guedes, UM POLICIAL ADEPTO DO PRINCÍPIO DASINGELEZA, de Ferguson [...] jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare.” (§ 1), o trecho em destaque tem, sintaticamente, a função de:
Alternativas
Q2794746 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Assinale a alternativa em que está devidamente classificada a forma verbal composta destacada em “O local jáHAVIASIDO isolado pelos policiais.”
Alternativas
Q2794743 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

As palavras SAÍRA e POSSUÍA, retiradas do texto, recebem acento porque, de acordo com a norma culta, deve-se acentuar:
Alternativas
Q2794742 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Assinale a alternativa em que o termo destacado introduz uma oração cuja função sintática é objeto direto.
Alternativas
Q2794740 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Por meio da anáfora, estabelece-se uma relação coesiva de referência que nos permite interpretar um item ou toda uma ideia anteriormente expressa no texto. Exemplo desse mecanismo pode ser identificado na palavra destacada em:
Alternativas
Q2794738 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

“[...] SE existem duas ou mais teorias para explicar ummistério ” (§ 1)

No enunciado acima, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, mesmo que para trocá-la seja necessária a mudança do tempo verbal, por:

Alternativas
Q2794737 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

“ Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.’” (§ 6) No fragmento em questão, o uso das aspas por Rubem Fonseca visa, essencialmente:
Alternativas
Q2794734 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Analise as afirmativas a seguir, a respeito do segundo parágrafo.

I. Nas quatro ocorrências, a classe gramatical do UMé artigo indefinido.

II. Na segunda ocorrência, o QUE é um pronome relativo.

III. O verbo HAVER, na oração, é impessoal e está no pretérito perfeito do indicativo.

Está(ão) correta(s) somente a(s) afirmativa(s):

Alternativas
Q2794728 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas:

Guedes, um policial adepto do Princípio da Singeleza, de Ferguson – se existem duas ou mais teorias para explicar um mistério, a mais simples é a mais verdadeira –, jamais supôs que um dia iria encontrar a socialite Delfina Delamare. Ela, por sua vez, nunca havia visto um policial em carne e osso. O tira, como todo mundo, sabia quem era Delfina Delamare, a cinderela órfã que se casara com o milionário Eugênio Delamare, colecionador de obras de arte, campeão olímpico de equitação pelo Brasil, o bachelor mais disputado do hemisfério sul. Os jornais e revistas deram um grande destaque ao casamento da moça pobre que nunca saíra de casa, onde tomava conta de uma avó doente, com o príncipe encantado; e desde então o casal jamais deixou de ser notícia.

Houve um tempo em que os tiras usavam paletó, gravata e chapéu, mas isso foi antes de Guedes entrar para a polícia. Ele possuía apenas um terno velho, que nunca usava e que, de tão antigo, já entrara e saíra de moda várias vezes. Costumava vestir um blusão sobre a camisa esporte, a fim de esconder o revólver, um Colt Cobra 38, que usava sob o sovaco. [...]

Delfina Delamare nem sempre acompanhava o marido nas viagens. Na verdade ela não gostava muito de viajar. [...] Ela preferia ficar no Rio, trabalhandoemsuas obras filantrópicas.

O encontro entre Delfina e Guedes deu-se numa das poucas circunstâncias possíveis de ocorrer. Foi na rua, é claro, mas de maneira imprevista, para um e outro. Delfina estava no seu Mercedes, na rua Diamantina, uma rua sem saída no alto do Jardim Botânico. Quando chegou ao local do encontro Guedes já sabia que Delfina não estava dormindo, como chegaram a supor as pessoas que a encontraram, devido à tranquilidade do seu rosto e à postura confortável do corpo no assento do carro. Guedes, porém, havia tomado conhecimento, ainda na delegacia, do ferimento letal oculto pela blusa de seda que Delfina vestia.

O local já havia sido isolado pelos policiais. A rua Diamantina tinha árvores dos dois lados e, naquela hora da manhã, o sol varava a copa das árvores e refletia na capota amarelo-metálico do carro, fazendo-a brilhar como se fosse de ouro.

Guedes acompanhou atentamente o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística. Havia poucas impressões digitais no carro, colhidas cuidadosamente pelos peritos da polícia. Foram feitas várias fotos de Delfina, alguns closes da mão direita que segurava um revólver niquelado calibre 22. No pulso da mão esquerda, um relógio de ouro. Dentro da bolsa, sobre o banco do carro, havia um talão de cheques, vários cartões de crédito, objetos de maquiagem num pequeno estojo, um vidro de perfume francês, um lenço de cambraia, uma receita de papel timbrado do médico Pedro Baran (hematologia, oncologia) e um aviso de correio do Leblon para Delfina Delamare apanhar correspondência registrada. Esses dois documentos Guedes colocou no bolso. Havia no porta-luvas, além do documento do carro, um livro, Os Amantes, de Gustavo Flávio, com a dedicatória “Para Delfina que sabe que a poesia é uma ciência tão exata quanto a geometria, G.F.” A dedicatória não tinha data e fora escrita com uma caneta de ponta macia e tinta preta. Guedes colocou o livro debaixo do braço. Esperou a perícia terminar o seu lento trabalho no local; aguardou o rabecão chegar e levar o corpo da morta numa caixa de metal amassada e suja para ser autopsiado no Instituto Médico Legal. Delfina recebeu dos homens do rabecão o mesmo tratamento dos mendigos que caem mortos na sarjeta.

FONSECA, Rubem. Bufo & Spallanzani. 24 ed. rev. pelo autor. São Paulo: Companhia das Letras,1991, p. 13-14.

Em “NA VERDADE ela não gostava muito de viajar.” (§ 3) a locução em destaque expressa, no contexto, ideia de:
Alternativas
Q2794604 Português

Leia o texto a seguir para responder as questões de 1 a 5


UMA DECISÃO


Por Sírio Possenti, em 03/04/2014 Disponível em: http://terramagazine.terra.com.br/blogdosirio/blog/2014/04/03/uma-decisao/ Acesso em 20 de abril de 2014


Há 15 anos, ou mais, decidi que tentaria escrever sobre linguística em jornais ou onde conseguisse, fora da academia (a internet quebrou meu galho, depois de algum tempo). Pensava, como penso, que a língua é um objeto crucial tanto para o simples conhecimento (muitos acham que a curiosidade é uma característica humana, tese em que acredito cada vez menos) quanto para a educação, entre outras questões.

Pertenço a um grupo que trabalhou duramente, escrevendo e dando cursos, para atualizar currículos escolares no Brasil, coisa que foi feita pela metade – o que não é pouco para um país conservador, cujas “elites” nunca leram uma gramática. Estão longe de ter lido pelo menos tópicos elementares (verbetes de enciclopédia, por exemplo) sobre linguística geral, sociolinguística, psicolinguística, pragmática, teorias do texto e do discurso etc.

Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de introduzir teses de esquerda nas aulas de português, mas de introduzir teses que não sejam medievais sobre a realidade linguística mais banal e propor um tratamento escolar dos fatos de forma a facilitar o domínio da chamada norma culta. Portanto, é um projeto que poderia facilmente ser chamado de conservador. Só a ignorância elementar pode acusar estas teses de serem, por exemplo, de esquerda. [...]

Talvez só Steven Pinker possa concorrer com Saussure em sua quase irritação com certa idiotice dos “sábios”. Criticando duramente os colunistas de plantão que bradam contra a decadência da língua (também os há nos Estados Unidos!), Pinker profere a seguinte imprecação: “Eu digo a eles: Maven, shmaven! Kibbitzers e nudiks seria mais apropriado”. A sequência é assim traduzida por Claudia Berliner: “Que craques, que nada! Metidos a pentelhos seria mais apropriado” (O instinto da linguagem, p. 481).

O que mais ouvi de colegas durante esses anos é que deve ser difícil aguentar os comentários. É que todos sabem que a língua talvez seja o único campo que a sociedade ainda trata segundo critérios medievais: fundamentalmente, seguem-se argumentos de autoridade de manuais que mal se sustentam.

Mas eu insisto. E tenho uma espécie de sonho, bem modesto: um dia, lendo meus textinhos, no blog ou em outro lugar (nem vou informar onde mais publico periodicamente – a convite, se querem saber), a reação será razoável, se não puder ser racional. [...]

Já encontrei leitores de todos os tipos nesses longos anos: os que acham a linguística o fim da picada, os que acham que ela diz o óbvio, os que têm medo de suas teses, os que não entendem do que se trata etc. E há os que consideram os fatos, os argumentos e dizem que estão ou não estão convencidos da importância das novidades, mas que suas crenças estão um pouco abaladas.

Ultimamente, tenho me espantado com uma espécie de cruzada contra meus textos, que nem eram lidos ou eram alvo de pequenos debates, e ora de alguma simpatia, ora de antipatia, como é normal. Mas agora leio todas as semanas uma bobagem enorme, de um “especialista” que todas as semanas rotula meus textos de linguística bolivariana, tratem eles do que tratarem.

Mas que bobagem! E tem uma chusma de apoiadores. Ora, nunca houve mais de dez ou quinze leitores de meus textos. Agora há uma milícia que repete a mesma frase todas as semanas ou clica no sinal de apoio. Sou levado a crer que meus escritos incomodaram alguém.

Ontem (dia 02/04) encontrei consolo na coluna de Tostão, que se queixa de comentaristas e jornalistas esportivos que querem que ele repita (e fornece uma lista) “… e outras besteiras que ouço por aí”.

Não estou só. E vou em frente.

O segmento “ou mais” (l.1) indica que:

Alternativas
Q2794540 Português

A uberização da vida

1 A tecnologia e o trabalho vivem, nos últimos séculos, uma relação pontuada por uma série

2 de episódios surpreendentes, quase sempre marcados pelo conflito.

3 Desde o início da era industrial, no século XVIII, os operários de fábricas são assombrados

4 pelo espectro de sua substituição por máquinas. Naquela época, havia boatos, na Inglaterra, sobre

5 o lendário general Ned Ludd, que incitava a invasão das tecelagens e a destruição das máquinas

6 para conter o desemprego em massa.

7 Nunca saberemos ao certo se Ned Ludd realmente existiu. Contudo, o termo ludismo

8 passou a ser incorporado pela literatura sociológica e filosófica como designando a revolta contra

9 a tecnologia. Nas últimas décadas já se fala até em neoludismo, um movimento radical que

10 defende a reversão da humanidade para um estado pré-tecnológico.

11 É provável que ocorra algo semelhante a uma revolta ludita hoje em dia, se algumas

12 promessas da tecnologia se concretizarem. Uma delas é a substituição dos motoristas

13 profissionais pelo piloto automático do Google. Se isso ocorrer, presenciaremos a maior onda de

14 desemprego dos últimos séculos, o fantasma, dessa vez, seria a inteligência artificial.

15 No entanto, já existe uma outra revolução em curso, que chega liderada pelo aumento

16 crescente dos aplicativos. Além de nos disponibilizar serviços no esquema 24/7 (24 horas por

17 dia, sete dias da semana), a internet começa, agora, a preencher nichos de tempo livre com

18 trabalho. Chamo a esse fenômeno de uberização.

19 Frequentemente, o Uber é um aplicativo associado com a substituição dos táxis nas

20 grandes cidades, mas é muito mais do que isso. Inicialmente, o projeto do Uber era organizar

21 caronas solidárias nas grandes cidades. No entanto, alguns empresários perceberam que

22 poderiam aproveitar o fato de que, hoje em dia, praticamente todas as pessoas dirigem carros e

23 que, se essa força de trabalho fosse aproveitada e organizada por um aplicativo, os motoristas

24 amadores poderiam, praticamente, assumir o mercado preenchido pelos táxis, bastando, para

25 isso, fazer "bicos" em horas vagas.

26 Em pouco tempo, o Uber se tornou uma daquelas empresas arquibilionárias do vale do

27 silício, cujo endereço é apenas alguma caixa-postal de algum paraíso fiscal caribenho. Com ele,

28 vieram outros aplicativos para preencher com trabalho as horas vagas de muitas outras atividades

29 profissionais. A advogada que está com poucos clientes pode compensar essa situação se souber

30 fazer maquiagem. Há um aplicativo para chamá-la nas vésperas de eventos. Ela não precisa ser

31 uma maquiadora profissional e, por isso, sabe-se que ela cobrará a metade do preço. Se você tem

32 uma moto, pode maximizar seu uso fazendo entregas aos sábados em vez de deixá-la ociosa na

33 garagem do seu prédio. Todo mundo está disposto a fazer "bicos", e todo mundo, também fica

34 feliz quando pode pagar menos por um serviço.

35 A uberização é o trabalho em migalhas. Ela começa com a profissionalização do

36 amadorismo, pois todos podemos ser motoristas, jardineiros ou entregadores nas horas vagas.

37 Contudo, o inverso, ou seja, o rebaixamento de profissionais a amadores, já está acontecendo.

38 Muitos profissionais qualificados estão se inscrevendo em aplicativos que os selecionam para

39 prestar serviços a preços reduzidos em determinados horários ou dias da semana. É possível que,

40 em pouco tempo, o trabalho qualificado se torne parte do precariado.

41 Ainda é difícil prever os resultados da uberização do trabalho. A relação contínua entre

42 empregados e patrões tenderá a desaparecer, sobretudo no setor de serviços. A babá de seu

43 filho, quando você for ao cinema com sua esposa, será escalada por um aplicativo e,

44 dificilmente, será a mesma pessoa em todas as ocasiões. Não haverá mais o taxista de confiança

45 ou o garçom que te reconhece sempre que você entra em um determinado restaurante.

46 Com a uberização, a liberdade e a coação se tornam coincidentes, pois todos se tornarão

47 patrões de si mesmos. A dialética senhor-escravo, tão cara aos hegelianos e a seus herdeiros

48 marxistas, desaparecerá. Pois todos seremos sempre ao mesmo tempo senhores e escravos.

49 Exploraremos a nós mesmos de forma implacável.

50 A demarcação entre tempo livre por oposição ao horário de trabalho será ainda mais

51 diluída. Todos se sentirão culpados por tirar uma soneca após o almoço de domingo em vez de

52 aproveitar o tempo fazendo uma corrida de táxi para alguém que precisa ir ao aeroporto para

53 viajar, provavelmente, a trabalho.

54 Na Antiguidade, os gregos desprezavam o trabalho. No mundo cristão, sobretudo com a

55 reforma protestante, ele passou a ser associado com dignidade. Não ter emprego, não ter trabalho

56 passou a corroer a autoestima de muitas pessoas. O homem contemporâneo ainda associa

57 trabalho com dignidade, embora, paradoxalmente, esteja aceitando trabalhos cada vez mais

58 indignos para sobreviver.

59 O sociólogo sul-coreano Byung-Chul Han aponta, no seu livro A sociedade do cansaço

60 (Vozes, 2015), que não é por acaso que enfrentamos uma pandemia de depressão. De um lado, há

61 metas inatingíveis, e de outro, apenas oferta de trabalho precário.

62 A precariedade da vida tende a se tornar um padrão. As novas gerações já sabem que o

63 sonho da estabilidade ficou para trás. Como trabalhadores efêmeros e também consumidores

64 efêmeros, a ideia de uma vida melhor no futuro, como resultado de uma carreira, tende a

65 desaparecer.

A uberização da vida, João Teixeira. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.60/61.

A alternativa cujo termo transcrito é um caracterizador do nome é a:

Alternativas
Q2794538 Português

A uberização da vida

1 A tecnologia e o trabalho vivem, nos últimos séculos, uma relação pontuada por uma série

2 de episódios surpreendentes, quase sempre marcados pelo conflito.

3 Desde o início da era industrial, no século XVIII, os operários de fábricas são assombrados

4 pelo espectro de sua substituição por máquinas. Naquela época, havia boatos, na Inglaterra, sobre

5 o lendário general Ned Ludd, que incitava a invasão das tecelagens e a destruição das máquinas

6 para conter o desemprego em massa.

7 Nunca saberemos ao certo se Ned Ludd realmente existiu. Contudo, o termo ludismo

8 passou a ser incorporado pela literatura sociológica e filosófica como designando a revolta contra

9 a tecnologia. Nas últimas décadas já se fala até em neoludismo, um movimento radical que

10 defende a reversão da humanidade para um estado pré-tecnológico.

11 É provável que ocorra algo semelhante a uma revolta ludita hoje em dia, se algumas

12 promessas da tecnologia se concretizarem. Uma delas é a substituição dos motoristas

13 profissionais pelo piloto automático do Google. Se isso ocorrer, presenciaremos a maior onda de

14 desemprego dos últimos séculos, o fantasma, dessa vez, seria a inteligência artificial.

15 No entanto, já existe uma outra revolução em curso, que chega liderada pelo aumento

16 crescente dos aplicativos. Além de nos disponibilizar serviços no esquema 24/7 (24 horas por

17 dia, sete dias da semana), a internet começa, agora, a preencher nichos de tempo livre com

18 trabalho. Chamo a esse fenômeno de uberização.

19 Frequentemente, o Uber é um aplicativo associado com a substituição dos táxis nas

20 grandes cidades, mas é muito mais do que isso. Inicialmente, o projeto do Uber era organizar

21 caronas solidárias nas grandes cidades. No entanto, alguns empresários perceberam que

22 poderiam aproveitar o fato de que, hoje em dia, praticamente todas as pessoas dirigem carros e

23 que, se essa força de trabalho fosse aproveitada e organizada por um aplicativo, os motoristas

24 amadores poderiam, praticamente, assumir o mercado preenchido pelos táxis, bastando, para

25 isso, fazer "bicos" em horas vagas.

26 Em pouco tempo, o Uber se tornou uma daquelas empresas arquibilionárias do vale do

27 silício, cujo endereço é apenas alguma caixa-postal de algum paraíso fiscal caribenho. Com ele,

28 vieram outros aplicativos para preencher com trabalho as horas vagas de muitas outras atividades

29 profissionais. A advogada que está com poucos clientes pode compensar essa situação se souber

30 fazer maquiagem. Há um aplicativo para chamá-la nas vésperas de eventos. Ela não precisa ser

31 uma maquiadora profissional e, por isso, sabe-se que ela cobrará a metade do preço. Se você tem

32 uma moto, pode maximizar seu uso fazendo entregas aos sábados em vez de deixá-la ociosa na

33 garagem do seu prédio. Todo mundo está disposto a fazer "bicos", e todo mundo, também fica

34 feliz quando pode pagar menos por um serviço.

35 A uberização é o trabalho em migalhas. Ela começa com a profissionalização do

36 amadorismo, pois todos podemos ser motoristas, jardineiros ou entregadores nas horas vagas.

37 Contudo, o inverso, ou seja, o rebaixamento de profissionais a amadores, já está acontecendo.

38 Muitos profissionais qualificados estão se inscrevendo em aplicativos que os selecionam para

39 prestar serviços a preços reduzidos em determinados horários ou dias da semana. É possível que,

40 em pouco tempo, o trabalho qualificado se torne parte do precariado.

41 Ainda é difícil prever os resultados da uberização do trabalho. A relação contínua entre

42 empregados e patrões tenderá a desaparecer, sobretudo no setor de serviços. A babá de seu

43 filho, quando você for ao cinema com sua esposa, será escalada por um aplicativo e,

44 dificilmente, será a mesma pessoa em todas as ocasiões. Não haverá mais o taxista de confiança

45 ou o garçom que te reconhece sempre que você entra em um determinado restaurante.

46 Com a uberização, a liberdade e a coação se tornam coincidentes, pois todos se tornarão

47 patrões de si mesmos. A dialética senhor-escravo, tão cara aos hegelianos e a seus herdeiros

48 marxistas, desaparecerá. Pois todos seremos sempre ao mesmo tempo senhores e escravos.

49 Exploraremos a nós mesmos de forma implacável.

50 A demarcação entre tempo livre por oposição ao horário de trabalho será ainda mais

51 diluída. Todos se sentirão culpados por tirar uma soneca após o almoço de domingo em vez de

52 aproveitar o tempo fazendo uma corrida de táxi para alguém que precisa ir ao aeroporto para

53 viajar, provavelmente, a trabalho.

54 Na Antiguidade, os gregos desprezavam o trabalho. No mundo cristão, sobretudo com a

55 reforma protestante, ele passou a ser associado com dignidade. Não ter emprego, não ter trabalho

56 passou a corroer a autoestima de muitas pessoas. O homem contemporâneo ainda associa

57 trabalho com dignidade, embora, paradoxalmente, esteja aceitando trabalhos cada vez mais

58 indignos para sobreviver.

59 O sociólogo sul-coreano Byung-Chul Han aponta, no seu livro A sociedade do cansaço

60 (Vozes, 2015), que não é por acaso que enfrentamos uma pandemia de depressão. De um lado, há

61 metas inatingíveis, e de outro, apenas oferta de trabalho precário.

62 A precariedade da vida tende a se tornar um padrão. As novas gerações já sabem que o

63 sonho da estabilidade ficou para trás. Como trabalhadores efêmeros e também consumidores

64 efêmeros, a ideia de uma vida melhor no futuro, como resultado de uma carreira, tende a

65 desaparecer.

A uberização da vida, João Teixeira. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.60/61.

Ao se reescrever a oração “os operários de fábricas são assombrados pelo espectro de sua substituição por máquinas” (L.3/4), transpondo-a para a voz ativa, tem-se:

Alternativas
Q2794527 Português

A uberização da vida

1 A tecnologia e o trabalho vivem, nos últimos séculos, uma relação pontuada por uma série

2 de episódios surpreendentes, quase sempre marcados pelo conflito.

3 Desde o início da era industrial, no século XVIII, os operários de fábricas são assombrados

4 pelo espectro de sua substituição por máquinas. Naquela época, havia boatos, na Inglaterra, sobre

5 o lendário general Ned Ludd, que incitava a invasão das tecelagens e a destruição das máquinas

6 para conter o desemprego em massa.

7 Nunca saberemos ao certo se Ned Ludd realmente existiu. Contudo, o termo ludismo

8 passou a ser incorporado pela literatura sociológica e filosófica como designando a revolta contra

9 a tecnologia. Nas últimas décadas já se fala até em neoludismo, um movimento radical que

10 defende a reversão da humanidade para um estado pré-tecnológico.

11 É provável que ocorra algo semelhante a uma revolta ludita hoje em dia, se algumas

12 promessas da tecnologia se concretizarem. Uma delas é a substituição dos motoristas

13 profissionais pelo piloto automático do Google. Se isso ocorrer, presenciaremos a maior onda de

14 desemprego dos últimos séculos, o fantasma, dessa vez, seria a inteligência artificial.

15 No entanto, já existe uma outra revolução em curso, que chega liderada pelo aumento

16 crescente dos aplicativos. Além de nos disponibilizar serviços no esquema 24/7 (24 horas por

17 dia, sete dias da semana), a internet começa, agora, a preencher nichos de tempo livre com

18 trabalho. Chamo a esse fenômeno de uberização.

19 Frequentemente, o Uber é um aplicativo associado com a substituição dos táxis nas

20 grandes cidades, mas é muito mais do que isso. Inicialmente, o projeto do Uber era organizar

21 caronas solidárias nas grandes cidades. No entanto, alguns empresários perceberam que

22 poderiam aproveitar o fato de que, hoje em dia, praticamente todas as pessoas dirigem carros e

23 que, se essa força de trabalho fosse aproveitada e organizada por um aplicativo, os motoristas

24 amadores poderiam, praticamente, assumir o mercado preenchido pelos táxis, bastando, para

25 isso, fazer "bicos" em horas vagas.

26 Em pouco tempo, o Uber se tornou uma daquelas empresas arquibilionárias do vale do

27 silício, cujo endereço é apenas alguma caixa-postal de algum paraíso fiscal caribenho. Com ele,

28 vieram outros aplicativos para preencher com trabalho as horas vagas de muitas outras atividades

29 profissionais. A advogada que está com poucos clientes pode compensar essa situação se souber

30 fazer maquiagem. Há um aplicativo para chamá-la nas vésperas de eventos. Ela não precisa ser

31 uma maquiadora profissional e, por isso, sabe-se que ela cobrará a metade do preço. Se você tem

32 uma moto, pode maximizar seu uso fazendo entregas aos sábados em vez de deixá-la ociosa na

33 garagem do seu prédio. Todo mundo está disposto a fazer "bicos", e todo mundo, também fica

34 feliz quando pode pagar menos por um serviço.

35 A uberização é o trabalho em migalhas. Ela começa com a profissionalização do

36 amadorismo, pois todos podemos ser motoristas, jardineiros ou entregadores nas horas vagas.

37 Contudo, o inverso, ou seja, o rebaixamento de profissionais a amadores, já está acontecendo.

38 Muitos profissionais qualificados estão se inscrevendo em aplicativos que os selecionam para

39 prestar serviços a preços reduzidos em determinados horários ou dias da semana. É possível que,

40 em pouco tempo, o trabalho qualificado se torne parte do precariado.

41 Ainda é difícil prever os resultados da uberização do trabalho. A relação contínua entre

42 empregados e patrões tenderá a desaparecer, sobretudo no setor de serviços. A babá de seu

43 filho, quando você for ao cinema com sua esposa, será escalada por um aplicativo e,

44 dificilmente, será a mesma pessoa em todas as ocasiões. Não haverá mais o taxista de confiança

45 ou o garçom que te reconhece sempre que você entra em um determinado restaurante.

46 Com a uberização, a liberdade e a coação se tornam coincidentes, pois todos se tornarão

47 patrões de si mesmos. A dialética senhor-escravo, tão cara aos hegelianos e a seus herdeiros

48 marxistas, desaparecerá. Pois todos seremos sempre ao mesmo tempo senhores e escravos.

49 Exploraremos a nós mesmos de forma implacável.

50 A demarcação entre tempo livre por oposição ao horário de trabalho será ainda mais

51 diluída. Todos se sentirão culpados por tirar uma soneca após o almoço de domingo em vez de

52 aproveitar o tempo fazendo uma corrida de táxi para alguém que precisa ir ao aeroporto para

53 viajar, provavelmente, a trabalho.

54 Na Antiguidade, os gregos desprezavam o trabalho. No mundo cristão, sobretudo com a

55 reforma protestante, ele passou a ser associado com dignidade. Não ter emprego, não ter trabalho

56 passou a corroer a autoestima de muitas pessoas. O homem contemporâneo ainda associa

57 trabalho com dignidade, embora, paradoxalmente, esteja aceitando trabalhos cada vez mais

58 indignos para sobreviver.

59 O sociólogo sul-coreano Byung-Chul Han aponta, no seu livro A sociedade do cansaço

60 (Vozes, 2015), que não é por acaso que enfrentamos uma pandemia de depressão. De um lado, há

61 metas inatingíveis, e de outro, apenas oferta de trabalho precário.

62 A precariedade da vida tende a se tornar um padrão. As novas gerações já sabem que o

63 sonho da estabilidade ficou para trás. Como trabalhadores efêmeros e também consumidores

64 efêmeros, a ideia de uma vida melhor no futuro, como resultado de uma carreira, tende a

65 desaparecer.

A uberização da vida, João Teixeira. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.60/61.

A noção de valor antitético se faz presente no fragmento:

Alternativas
Q2794525 Português

A uberização da vida

1 A tecnologia e o trabalho vivem, nos últimos séculos, uma relação pontuada por uma série

2 de episódios surpreendentes, quase sempre marcados pelo conflito.

3 Desde o início da era industrial, no século XVIII, os operários de fábricas são assombrados

4 pelo espectro de sua substituição por máquinas. Naquela época, havia boatos, na Inglaterra, sobre

5 o lendário general Ned Ludd, que incitava a invasão das tecelagens e a destruição das máquinas

6 para conter o desemprego em massa.

7 Nunca saberemos ao certo se Ned Ludd realmente existiu. Contudo, o termo ludismo

8 passou a ser incorporado pela literatura sociológica e filosófica como designando a revolta contra

9 a tecnologia. Nas últimas décadas já se fala até em neoludismo, um movimento radical que

10 defende a reversão da humanidade para um estado pré-tecnológico.

11 É provável que ocorra algo semelhante a uma revolta ludita hoje em dia, se algumas

12 promessas da tecnologia se concretizarem. Uma delas é a substituição dos motoristas

13 profissionais pelo piloto automático do Google. Se isso ocorrer, presenciaremos a maior onda de

14 desemprego dos últimos séculos, o fantasma, dessa vez, seria a inteligência artificial.

15 No entanto, já existe uma outra revolução em curso, que chega liderada pelo aumento

16 crescente dos aplicativos. Além de nos disponibilizar serviços no esquema 24/7 (24 horas por

17 dia, sete dias da semana), a internet começa, agora, a preencher nichos de tempo livre com

18 trabalho. Chamo a esse fenômeno de uberização.

19 Frequentemente, o Uber é um aplicativo associado com a substituição dos táxis nas

20 grandes cidades, mas é muito mais do que isso. Inicialmente, o projeto do Uber era organizar

21 caronas solidárias nas grandes cidades. No entanto, alguns empresários perceberam que

22 poderiam aproveitar o fato de que, hoje em dia, praticamente todas as pessoas dirigem carros e

23 que, se essa força de trabalho fosse aproveitada e organizada por um aplicativo, os motoristas

24 amadores poderiam, praticamente, assumir o mercado preenchido pelos táxis, bastando, para

25 isso, fazer "bicos" em horas vagas.

26 Em pouco tempo, o Uber se tornou uma daquelas empresas arquibilionárias do vale do

27 silício, cujo endereço é apenas alguma caixa-postal de algum paraíso fiscal caribenho. Com ele,

28 vieram outros aplicativos para preencher com trabalho as horas vagas de muitas outras atividades

29 profissionais. A advogada que está com poucos clientes pode compensar essa situação se souber

30 fazer maquiagem. Há um aplicativo para chamá-la nas vésperas de eventos. Ela não precisa ser

31 uma maquiadora profissional e, por isso, sabe-se que ela cobrará a metade do preço. Se você tem

32 uma moto, pode maximizar seu uso fazendo entregas aos sábados em vez de deixá-la ociosa na

33 garagem do seu prédio. Todo mundo está disposto a fazer "bicos", e todo mundo, também fica

34 feliz quando pode pagar menos por um serviço.

35 A uberização é o trabalho em migalhas. Ela começa com a profissionalização do

36 amadorismo, pois todos podemos ser motoristas, jardineiros ou entregadores nas horas vagas.

37 Contudo, o inverso, ou seja, o rebaixamento de profissionais a amadores, já está acontecendo.

38 Muitos profissionais qualificados estão se inscrevendo em aplicativos que os selecionam para

39 prestar serviços a preços reduzidos em determinados horários ou dias da semana. É possível que,

40 em pouco tempo, o trabalho qualificado se torne parte do precariado.

41 Ainda é difícil prever os resultados da uberização do trabalho. A relação contínua entre

42 empregados e patrões tenderá a desaparecer, sobretudo no setor de serviços. A babá de seu

43 filho, quando você for ao cinema com sua esposa, será escalada por um aplicativo e,

44 dificilmente, será a mesma pessoa em todas as ocasiões. Não haverá mais o taxista de confiança

45 ou o garçom que te reconhece sempre que você entra em um determinado restaurante.

46 Com a uberização, a liberdade e a coação se tornam coincidentes, pois todos se tornarão

47 patrões de si mesmos. A dialética senhor-escravo, tão cara aos hegelianos e a seus herdeiros

48 marxistas, desaparecerá. Pois todos seremos sempre ao mesmo tempo senhores e escravos.

49 Exploraremos a nós mesmos de forma implacável.

50 A demarcação entre tempo livre por oposição ao horário de trabalho será ainda mais

51 diluída. Todos se sentirão culpados por tirar uma soneca após o almoço de domingo em vez de

52 aproveitar o tempo fazendo uma corrida de táxi para alguém que precisa ir ao aeroporto para

53 viajar, provavelmente, a trabalho.

54 Na Antiguidade, os gregos desprezavam o trabalho. No mundo cristão, sobretudo com a

55 reforma protestante, ele passou a ser associado com dignidade. Não ter emprego, não ter trabalho

56 passou a corroer a autoestima de muitas pessoas. O homem contemporâneo ainda associa

57 trabalho com dignidade, embora, paradoxalmente, esteja aceitando trabalhos cada vez mais

58 indignos para sobreviver.

59 O sociólogo sul-coreano Byung-Chul Han aponta, no seu livro A sociedade do cansaço

60 (Vozes, 2015), que não é por acaso que enfrentamos uma pandemia de depressão. De um lado, há

61 metas inatingíveis, e de outro, apenas oferta de trabalho precário.

62 A precariedade da vida tende a se tornar um padrão. As novas gerações já sabem que o

63 sonho da estabilidade ficou para trás. Como trabalhadores efêmeros e também consumidores

64 efêmeros, a ideia de uma vida melhor no futuro, como resultado de uma carreira, tende a

65 desaparecer.

A uberização da vida, João Teixeira. FILOSOFIA, Ciência & Vida, Ano IX, nº 120, p.60/61.

Sobre o uso das formas linguísticas no texto, é correto afirmar:

Alternativas
Respostas
13601: A
13602: D
13603: B
13604: D
13605: B
13606: E
13607: A
13608: C
13609: B
13610: E
13611: A
13612: C
13613: D
13614: B
13615: D
13616: C
13617: B
13618: C
13619: E
13620: C