Questões de Concurso Sobre português
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De acordo com o trecho: “Aquele homem tinha bom caráter.”, assinale a alternativa em que todas as palavras seguem a mesma regra de acentuação de “caráter”.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e em relação à ortografia, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas.
1. Ela bebeu três ___ícaras de chá antes de sair.
2. Não tinha dinheiro, então pagou com ___eque.
3. A criança com bo___e___as rosadas, ria sem parar.
4. O en__adrista militante foi presto esta semana.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e em relação ao contexto, assinale a alternativa que apresenta a grafia correta do termo destacado.
De acordo com o trecho: “O diretor do departamento demitiu o funcionário”, assinale a alternativa cujo verbo está flexionado de forma incorreta.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e em relação à concordância verbal, assinale a alternativa incorreta.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que apresenta a grafia correta.
Leia o trecho abaixo para responder à questão 4.
“Apesar de todas as medidas de ordem profilática, como os cordões sanitários, a proibição expressa de contato com os enfermos e outras, irrompiam frequentes as pandemias.”
Fonte: História da Cidade de São Paulo, de Afonso d’Escragnolle Taunay. Adaptado
Assinale a alternativa que apresenta um sinônimo da palavra destacada no trecho.
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, leia o trecho abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas.
Estaremos ____ 7h15min na escola para assistir ____ aulas e fazer ____ prova final.
Leia o texto abaixo para responder às questões 1 e 2.
Um estudo da Universidade Columbia provou na prática, pela primeira vez, um conceito que tem gerado polêmica nos últimos anos: o uso da Internet pode reduzir a capacidade de memorização das pessoas. Um grupo de 106 (cento e seis) voluntários foi submetido a 4 (quatro) baterias de testes de memória – sendo que, na metade dos casos, tinham um computador para ajudar. Esses voluntários ficaram dependentes da máquina e se saíram mal quando não tinham acesso a ela. Segundo os cientistas, isso acontece porque as pessoas delegam ao Google a obrigação de se lembrar das coisas.
Fonte: revista Super Interessante. Ed. 295. Adaptado.
Leia o trecho abaixo para responder à questão 2.
“Segundo os cientistas, isso acontece porque as pessoas delegam ao Google a obrigação de se lembrar das coisas.”
Assinale a alternativa cuja palavra destacada apresenta uma antonímia de “delegam”.
Leia o texto abaixo para responder às questões 1 e 2.
Um estudo da Universidade Columbia provou na prática, pela primeira vez, um conceito que tem gerado polêmica nos últimos anos: o uso da Internet pode reduzir a capacidade de memorização das pessoas. Um grupo de 106 (cento e seis) voluntários foi submetido a 4 (quatro) baterias de testes de memória – sendo que, na metade dos casos, tinham um computador para ajudar. Esses voluntários ficaram dependentes da máquina e se saíram mal quando não tinham acesso a ela. Segundo os cientistas, isso acontece porque as pessoas delegam ao Google a obrigação de se lembrar das coisas.
Fonte: revista Super Interessante. Ed. 295. Adaptado.
De acordo com o texto, é correto afirmar que
(Texto)
1 Você já ouviu falar dos narvais? São
baleias conhecidas por ter o canino
esquerdo alongado. Mas, até agora,
ninguém sabia para que ele servia.
5 Cientistas canadenses descobriram o
mistério usando drones.
Os narvais usam seus dentes longos
para se alimentarem. Eles desorientam
os bacalhaus do Ártico ao golpeá-los
10 rapidamente. O peixe fica imobilizado e
acaba sendo devorado.
(Adaptado de G1, 25/05/2017)
Em “Cientistas canadenses descobriram o mistério usando drones.” (linhas 5 e 6), o verbo “descobriram” não exige preposição para introduzir seu complemento. Dessa forma, é correto afirmar que ele classifica-se corretamente como:
(Texto)
1 Você já ouviu falar dos narvais? São
baleias conhecidas por ter o canino
esquerdo alongado. Mas, até agora,
ninguém sabia para que ele servia.
5 Cientistas canadenses descobriram o
mistério usando drones.
Os narvais usam seus dentes longos
para se alimentarem. Eles desorientam
os bacalhaus do Ártico ao golpeá-los
10 rapidamente. O peixe fica imobilizado e
acaba sendo devorado.
(Adaptado de G1, 25/05/2017)
“Mas, até agora, ninguém sabia para que ele servia. (...)” (Linhas 3 e 4). As vírgulas presentes no trecho em questão são utilizadas com o objetivo de:
(Texto)
1 Você já ouviu falar dos narvais? São
baleias conhecidas por ter o canino
esquerdo alongado. Mas, até agora,
ninguém sabia para que ele servia.
5 Cientistas canadenses descobriram o
mistério usando drones.
Os narvais usam seus dentes longos
para se alimentarem. Eles desorientam
os bacalhaus do Ártico ao golpeá-los
10 rapidamente. O peixe fica imobilizado e
acaba sendo devorado.
(Adaptado de G1, 25/05/2017)
“O peixe fica imobilizado e acaba sendo devorado.” (linhas 10 e 11).
Em relação às classes gramaticais das palavras do trecho retirado do Texto, assinale a alternativa correta:
(Texto)
1 Você já ouviu falar dos narvais? São
baleias conhecidas por ter o canino
esquerdo alongado. Mas, até agora,
ninguém sabia para que ele servia.
5 Cientistas canadenses descobriram o
mistério usando drones.
Os narvais usam seus dentes longos
para se alimentarem. Eles desorientam
os bacalhaus do Ártico ao golpeá-los
10 rapidamente. O peixe fica imobilizado e
acaba sendo devorado.
(Adaptado de G1, 25/05/2017)
Observe o trecho abaixo retirado do Texto e assinale o tempo e o modo verbal no qual se encontra o verbo sublinhado:
“São baleias conhecidas por ter (...)” (linhas 1 e 2)
(Texto)
1 Você já ouviu falar dos narvais? São
baleias conhecidas por ter o canino
esquerdo alongado. Mas, até agora,
ninguém sabia para que ele servia.
5 Cientistas canadenses descobriram o
mistério usando drones.
Os narvais usam seus dentes longos
para se alimentarem. Eles desorientam
os bacalhaus do Ártico ao golpeá-los
10 rapidamente. O peixe fica imobilizado e
acaba sendo devorado.
(Adaptado de G1, 25/05/2017)
Analisando-se o primeiro parágrafo do Texto e seu contexto, é correto afirmar que a palavra “mistério” (linha 6) possui como melhor significado o seguinte:
Texto – Saudade
1----------Conversávamos sobre saudade. E de
2---repente me apercebi de que não tenho
3---saudade de nada. (...) Nem da infância
4---querida, nem sequer das borboletas azuis,
5---Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De
6---quem morreu sinto é falta, o prejuízo da
7---perda, a ausência. A vontade da presença,
8---mas não no passado, e sim presença atual.
9---Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora.
10--Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
11----------A vida é uma coisa que tem de passar,
12--uma obrigação de que é preciso dar conta.
13--Uma dívida que se vai pagando todos os
14--meses, todos os dias. Parece loucura lamentar
15--o tempo em que se devia muito mais.
16----------Gostaria de ter palavras boas, eficientes,
17--para explicar como é isso de não ter
18--saudades; fazer sentir que estou exprimindo
19--um sentimento real, a humilde, a nua verdade.
20--Você insinua a suspeita de que talvez seja isso
21--uma atitude.(...) Pois então eu lhe digo que
22--essa capacidade de morrer de saudades, creio
23--que ela só afeta a quem não cresceu direito;
24--feito uma cobra que se sentisse melhor na
25--pele antiga, não se acomodasse nunca à pele
26--nova. (...)
27----------Fala que saudade é sensação de perda.
28--Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não
29--sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo,
30--emoções, corpo e alma. E gastar não é perder,
31--é usar até consumir.
32----------E não pense que estou a lhe sugerir
33--tragédias. Tirando a média, não tive quinhão
34--por demais pior que o dos outros. Houve
35--muito pedaço duro, mas a vida é assim
36--mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e
37--a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
38----------Infância sem lágrimas, amada, protegida.
39--Mocidade - mas a mocidade já é de si uma
40--etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o
41--que quer, ou quer demais. Qual será, nesta
42--vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos
43--fazer confidências de exaltação, de
44--embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é
45--a quadra dramática por excelência, o período
46--dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos
47--desajustamentos trágicos. A idade dos
48--suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo,
49--dos grandes heroísmos. É o tempo em que a
50--gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo
51--tempo sente que sobra nesse mesmo mundo.
52--A idade em que se descobre a solidão
53--irremediável de todos os viventes. (...)
54----------Não sei mesmo como, entre as inúmeras
55--mentiras do mundo, se consegue manter essa
56--mentira maior de todas: a suposta felicidade
57--dos moços. Por mim, sempre tive pena deles,
58--da sua angústia e do seu desamparo.
59--Enquanto esta idade a que chegamos, você e
60--eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas
61--ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera.
62--E mesmo quando se exige muito, só se espera
63--o possível. Se as surpresas são poucas,
64--poucos também os desenganos. A gente vai
65--se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
-----(...)
66----------E depois há o capítulo da morte, sempre
67--presente em todas as idades. Com a diferença
68--de que a morte é a amante dos moços e a
69--companheira dos velhos. Para os jovens ela é
70--abismo e paixão. Para nós, foi se tornando
71--pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar
72--devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a
73--ruga no rosto, a vista fraca, os achaques.
74--Velha amiga que vem de viagem e de cada
75--porto nos manda um postal, para indicar que
76--já embarcou.
QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um
açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
Texto adaptado.
Assinale a opção em que a anteposição ou a posposição do adjetivo ao substantivo implica mudança de significado.
Texto – Saudade
1----------Conversávamos sobre saudade. E de
2---repente me apercebi de que não tenho
3---saudade de nada. (...) Nem da infância
4---querida, nem sequer das borboletas azuis,
5---Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De
6---quem morreu sinto é falta, o prejuízo da
7---perda, a ausência. A vontade da presença,
8---mas não no passado, e sim presença atual.
9---Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora.
10--Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
11----------A vida é uma coisa que tem de passar,
12--uma obrigação de que é preciso dar conta.
13--Uma dívida que se vai pagando todos os
14--meses, todos os dias. Parece loucura lamentar
15--o tempo em que se devia muito mais.
16----------Gostaria de ter palavras boas, eficientes,
17--para explicar como é isso de não ter
18--saudades; fazer sentir que estou exprimindo
19--um sentimento real, a humilde, a nua verdade.
20--Você insinua a suspeita de que talvez seja isso
21--uma atitude.(...) Pois então eu lhe digo que
22--essa capacidade de morrer de saudades, creio
23--que ela só afeta a quem não cresceu direito;
24--feito uma cobra que se sentisse melhor na
25--pele antiga, não se acomodasse nunca à pele
26--nova. (...)
27----------Fala que saudade é sensação de perda.
28--Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não
29--sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo,
30--emoções, corpo e alma. E gastar não é perder,
31--é usar até consumir.
32----------E não pense que estou a lhe sugerir
33--tragédias. Tirando a média, não tive quinhão
34--por demais pior que o dos outros. Houve
35--muito pedaço duro, mas a vida é assim
36--mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e
37--a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
38----------Infância sem lágrimas, amada, protegida.
39--Mocidade - mas a mocidade já é de si uma
40--etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o
41--que quer, ou quer demais. Qual será, nesta
42--vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos
43--fazer confidências de exaltação, de
44--embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é
45--a quadra dramática por excelência, o período
46--dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos
47--desajustamentos trágicos. A idade dos
48--suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo,
49--dos grandes heroísmos. É o tempo em que a
50--gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo
51--tempo sente que sobra nesse mesmo mundo.
52--A idade em que se descobre a solidão
53--irremediável de todos os viventes. (...)
54----------Não sei mesmo como, entre as inúmeras
55--mentiras do mundo, se consegue manter essa
56--mentira maior de todas: a suposta felicidade
57--dos moços. Por mim, sempre tive pena deles,
58--da sua angústia e do seu desamparo.
59--Enquanto esta idade a que chegamos, você e
60--eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas
61--ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera.
62--E mesmo quando se exige muito, só se espera
63--o possível. Se as surpresas são poucas,
64--poucos também os desenganos. A gente vai
65--se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
-----(...)
66----------E depois há o capítulo da morte, sempre
67--presente em todas as idades. Com a diferença
68--de que a morte é a amante dos moços e a
69--companheira dos velhos. Para os jovens ela é
70--abismo e paixão. Para nós, foi se tornando
71--pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar
72--devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a
73--ruga no rosto, a vista fraca, os achaques.
74--Velha amiga que vem de viagem e de cada
75--porto nos manda um postal, para indicar que
76--já embarcou.
QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um
açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
Texto adaptado.
Sobre a sintaxe da frase “Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma.” (linhas 29-30), é correto afirmar que
Texto – Saudade
1----------Conversávamos sobre saudade. E de
2---repente me apercebi de que não tenho
3---saudade de nada. (...) Nem da infância
4---querida, nem sequer das borboletas azuis,
5---Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De
6---quem morreu sinto é falta, o prejuízo da
7---perda, a ausência. A vontade da presença,
8---mas não no passado, e sim presença atual.
9---Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora.
10--Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
11----------A vida é uma coisa que tem de passar,
12--uma obrigação de que é preciso dar conta.
13--Uma dívida que se vai pagando todos os
14--meses, todos os dias. Parece loucura lamentar
15--o tempo em que se devia muito mais.
16----------Gostaria de ter palavras boas, eficientes,
17--para explicar como é isso de não ter
18--saudades; fazer sentir que estou exprimindo
19--um sentimento real, a humilde, a nua verdade.
20--Você insinua a suspeita de que talvez seja isso
21--uma atitude.(...) Pois então eu lhe digo que
22--essa capacidade de morrer de saudades, creio
23--que ela só afeta a quem não cresceu direito;
24--feito uma cobra que se sentisse melhor na
25--pele antiga, não se acomodasse nunca à pele
26--nova. (...)
27----------Fala que saudade é sensação de perda.
28--Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não
29--sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo,
30--emoções, corpo e alma. E gastar não é perder,
31--é usar até consumir.
32----------E não pense que estou a lhe sugerir
33--tragédias. Tirando a média, não tive quinhão
34--por demais pior que o dos outros. Houve
35--muito pedaço duro, mas a vida é assim
36--mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e
37--a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
38----------Infância sem lágrimas, amada, protegida.
39--Mocidade - mas a mocidade já é de si uma
40--etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o
41--que quer, ou quer demais. Qual será, nesta
42--vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos
43--fazer confidências de exaltação, de
44--embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é
45--a quadra dramática por excelência, o período
46--dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos
47--desajustamentos trágicos. A idade dos
48--suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo,
49--dos grandes heroísmos. É o tempo em que a
50--gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo
51--tempo sente que sobra nesse mesmo mundo.
52--A idade em que se descobre a solidão
53--irremediável de todos os viventes. (...)
54----------Não sei mesmo como, entre as inúmeras
55--mentiras do mundo, se consegue manter essa
56--mentira maior de todas: a suposta felicidade
57--dos moços. Por mim, sempre tive pena deles,
58--da sua angústia e do seu desamparo.
59--Enquanto esta idade a que chegamos, você e
60--eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas
61--ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera.
62--E mesmo quando se exige muito, só se espera
63--o possível. Se as surpresas são poucas,
64--poucos também os desenganos. A gente vai
65--se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
-----(...)
66----------E depois há o capítulo da morte, sempre
67--presente em todas as idades. Com a diferença
68--de que a morte é a amante dos moços e a
69--companheira dos velhos. Para os jovens ela é
70--abismo e paixão. Para nós, foi se tornando
71--pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar
72--devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a
73--ruga no rosto, a vista fraca, os achaques.
74--Velha amiga que vem de viagem e de cada
75--porto nos manda um postal, para indicar que
76--já embarcou.
QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um
açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
Texto adaptado.
O valor semântico da preposição destacada nas orações está corretamente identificado em
Texto – Saudade
1----------Conversávamos sobre saudade. E de
2---repente me apercebi de que não tenho
3---saudade de nada. (...) Nem da infância
4---querida, nem sequer das borboletas azuis,
5---Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De
6---quem morreu sinto é falta, o prejuízo da
7---perda, a ausência. A vontade da presença,
8---mas não no passado, e sim presença atual.
9---Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora.
10--Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
11----------A vida é uma coisa que tem de passar,
12--uma obrigação de que é preciso dar conta.
13--Uma dívida que se vai pagando todos os
14--meses, todos os dias. Parece loucura lamentar
15--o tempo em que se devia muito mais.
16----------Gostaria de ter palavras boas, eficientes,
17--para explicar como é isso de não ter
18--saudades; fazer sentir que estou exprimindo
19--um sentimento real, a humilde, a nua verdade.
20--Você insinua a suspeita de que talvez seja isso
21--uma atitude.(...) Pois então eu lhe digo que
22--essa capacidade de morrer de saudades, creio
23--que ela só afeta a quem não cresceu direito;
24--feito uma cobra que se sentisse melhor na
25--pele antiga, não se acomodasse nunca à pele
26--nova. (...)
27----------Fala que saudade é sensação de perda.
28--Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não
29--sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo,
30--emoções, corpo e alma. E gastar não é perder,
31--é usar até consumir.
32----------E não pense que estou a lhe sugerir
33--tragédias. Tirando a média, não tive quinhão
34--por demais pior que o dos outros. Houve
35--muito pedaço duro, mas a vida é assim
36--mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e
37--a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
38----------Infância sem lágrimas, amada, protegida.
39--Mocidade - mas a mocidade já é de si uma
40--etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o
41--que quer, ou quer demais. Qual será, nesta
42--vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos
43--fazer confidências de exaltação, de
44--embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é
45--a quadra dramática por excelência, o período
46--dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos
47--desajustamentos trágicos. A idade dos
48--suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo,
49--dos grandes heroísmos. É o tempo em que a
50--gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo
51--tempo sente que sobra nesse mesmo mundo.
52--A idade em que se descobre a solidão
53--irremediável de todos os viventes. (...)
54----------Não sei mesmo como, entre as inúmeras
55--mentiras do mundo, se consegue manter essa
56--mentira maior de todas: a suposta felicidade
57--dos moços. Por mim, sempre tive pena deles,
58--da sua angústia e do seu desamparo.
59--Enquanto esta idade a que chegamos, você e
60--eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas
61--ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera.
62--E mesmo quando se exige muito, só se espera
63--o possível. Se as surpresas são poucas,
64--poucos também os desenganos. A gente vai
65--se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
-----(...)
66----------E depois há o capítulo da morte, sempre
67--presente em todas as idades. Com a diferença
68--de que a morte é a amante dos moços e a
69--companheira dos velhos. Para os jovens ela é
70--abismo e paixão. Para nós, foi se tornando
71--pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar
72--devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a
73--ruga no rosto, a vista fraca, os achaques.
74--Velha amiga que vem de viagem e de cada
75--porto nos manda um postal, para indicar que
76--já embarcou.
QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um
açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
Texto adaptado.
Assinale a opção em que a relação de ideias estabelecida nas orações está identificada corretamente.
Texto – Saudade
1----------Conversávamos sobre saudade. E de
2---repente me apercebi de que não tenho
3---saudade de nada. (...) Nem da infância
4---querida, nem sequer das borboletas azuis,
5---Casimiro. Nem mesmo de quem morreu. De
6---quem morreu sinto é falta, o prejuízo da
7---perda, a ausência. A vontade da presença,
8---mas não no passado, e sim presença atual.
9---Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora.
10--Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
11----------A vida é uma coisa que tem de passar,
12--uma obrigação de que é preciso dar conta.
13--Uma dívida que se vai pagando todos os
14--meses, todos os dias. Parece loucura lamentar
15--o tempo em que se devia muito mais.
16----------Gostaria de ter palavras boas, eficientes,
17--para explicar como é isso de não ter
18--saudades; fazer sentir que estou exprimindo
19--um sentimento real, a humilde, a nua verdade.
20--Você insinua a suspeita de que talvez seja isso
21--uma atitude.(...) Pois então eu lhe digo que
22--essa capacidade de morrer de saudades, creio
23--que ela só afeta a quem não cresceu direito;
24--feito uma cobra que se sentisse melhor na
25--pele antiga, não se acomodasse nunca à pele
26--nova. (...)
27----------Fala que saudade é sensação de perda.
28--Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não
29--sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo,
30--emoções, corpo e alma. E gastar não é perder,
31--é usar até consumir.
32----------E não pense que estou a lhe sugerir
33--tragédias. Tirando a média, não tive quinhão
34--por demais pior que o dos outros. Houve
35--muito pedaço duro, mas a vida é assim
36--mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e
37--a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
38----------Infância sem lágrimas, amada, protegida.
39--Mocidade - mas a mocidade já é de si uma
40--etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o
41--que quer, ou quer demais. Qual será, nesta
42--vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos
43--fazer confidências de exaltação, de
44--embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é
45--a quadra dramática por excelência, o período
46--dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos
47--desajustamentos trágicos. A idade dos
48--suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo,
49--dos grandes heroísmos. É o tempo em que a
50--gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo
51--tempo sente que sobra nesse mesmo mundo.
52--A idade em que se descobre a solidão
53--irremediável de todos os viventes. (...)
54----------Não sei mesmo como, entre as inúmeras
55--mentiras do mundo, se consegue manter essa
56--mentira maior de todas: a suposta felicidade
57--dos moços. Por mim, sempre tive pena deles,
58--da sua angústia e do seu desamparo.
59--Enquanto esta idade a que chegamos, você e
60--eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas
61--ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera.
62--E mesmo quando se exige muito, só se espera
63--o possível. Se as surpresas são poucas,
64--poucos também os desenganos. A gente vai
65--se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos.
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66----------E depois há o capítulo da morte, sempre
67--presente em todas as idades. Com a diferença
68--de que a morte é a amante dos moços e a
69--companheira dos velhos. Para os jovens ela é
70--abismo e paixão. Para nós, foi se tornando
71--pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar
72--devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a
73--ruga no rosto, a vista fraca, os achaques.
74--Velha amiga que vem de viagem e de cada
75--porto nos manda um postal, para indicar que
76--já embarcou.
QUEIROZ, Rachel de. Um alpendre, uma rede, um
açude. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
Texto adaptado.
Na frase: “Saudade será isso?” (linha 9), o pronome destacado