Questões de Português - Regência para Concurso

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Ano: 2015 Banca: Quadrix Órgão: CFP
Q1187129 Português
Mais da metade dos estudos de psicologia não pode ser reproduzido
O maior esforço até o momento para reproduzir pesquisas da área da psicologia revelou que mais da metade delas falha ao ser replicada ‒ e mesmo aquelas que tiveram sucesso apresentaram resultados menos "intensos". A conclusão é de uma ampla análise publicada na revista Science e revela a preocupação dos cientistas por artigos mais rigorosos e confiáveis, que realmente façam avançar a ciência ‒ e não apenas confiram status e tragam financiamento para seus autores. A reprodutibilidade é um dos parâmetros mais importantes para conferir veracidade a um estudo. Nos últimos anos, os pesquisadores têm se debatido com um número crescente de artigos retratados, com erros, falhas ou, simplesmente, fraudentos. Para verificar se os artigos poderiam ser reproduzidos, 270 cientistas de todo o mundo, liderados pelo psicólogo Brian Nosek, professor da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, passaram três anos repetindo 100 estudos publicados nos mais importantes periódicos de psicologia durante 2008. Entraram em contato com os autores e pediram apoio para adaptar os testes, se fosse o caso. Ao final, conseguiram reproduzir apenas 36% dos resultados. Destes, a maior parte (83%) tinha efeitos com metade da "intensidade" dos originais. Os pesquisadores incluíram pesquisas famosas, como a que afirmou que mulheres comprometidas se sentem mais atraídas por homens solteiros no período fértil. De acordo com os cientistas responsáveis pela análise, a baixa taxa de reprodutibilidade não quer dizer que as pesquisas originais eram fraudes, mas que carecem de parâmetros que indiquem o grau de replicabilidade dos achados. Afinal, em ciências como a psicologia ou a medicina o número de variáveis envolvidas e que precisam ser controladas para que um estudo tenha sucesso é muito grande. Ao contrário de experiências com modelos animais, como ratos ou porcos, que podem ter o genoma manipulado pelos pesquisadores e vivem em laboratório, os homens têm histórias de vida e atitudes muito diversas que podem influenciar os resultados, como se fossem "ruídos" nos estudos. "É importante destacar que estes resultados tão decepcionantes não questionam diretamente a validade das teorias iniciais", avaliou Gilbert Chin, psicólogo e redator-chefe da Science. "O que(1) concluímos é que deveríamos confiar menos em muitos dos resultados destas experiências."
Credibilidade O estudo faz parte do Projeto Reprodutibilidade, uma colaboração internacional formada para identificar padrões de reprodutibilidade e práticas que poderiam melhorar os artigos científicos. É a segunda vez, neste ano, que a Science dedica ao tema. Em uma das edições de junho, Nosek e outros autores chamaram a atenção para o número crescente de fraudes e retratações na ciência, causadas, entre outros motivos, pela valorização do número de publicações científicas que pode incentivar a queda de qualidade e favorecer a desonestidade. De acordo com dois comentários, a avaliação quantitativa tem feito a ciência evoluir de forma "dramática e inquietante" e ajudado a promover fraudes, a falta de transparência e uma série de equívocos. Os cientistas sugeriram novos e mais rigorosos parâmetros para a avaliação de estudos, que(2) promovam a qualidade dos estudos. Mais que apontar fragilidades, os cientistas esperam que análises como que revela a pouca reprodutibilidade das pesquisas em psicologia possam ajudar os pesquisadores a fazer uma ciência mais exata e confiável, estabelecendo padrões para sua reprodução e verificação. (veja.abril.com.br. Acesso em 28/08/2015)
Assinale a alternativa que contenha um verbo sublinhado com a mesma regência, corretamente empregada, que o verbo "carecer" (em destaque no texto, "carecem"), no contexto em que aparece.
Alternativas
Q1187038 Português
A noite em que os hotéis estavam cheios
O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.
Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.
— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!
O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:
— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente… O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?
O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.
— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.
O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.
No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.
— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:
— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.
O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a ideia boa, e até agradeceu. Saíram.
Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.
SCLIAR, Moacyr. In: ____. A massagista japonesa. Porto Alegre: L&PM, 1982.
Glossário
Êxito: sucesso, resultado satisfatório.
Incógnitos: desconhecidos ou que não querem ser reconhecidos.
Manjedoura: tabuleiro onde se deposita alimento para os animais em estábulos.
Na frase “Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!” , o termo sublinhado obedece as regras da regência verbal por que:
Alternativas
Ano: 2004 Banca: FCC Órgão: TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Q1186916 Português
A frase totalmente de acordo com as normas da gramática prescritiva, no que se refere à regência, é:
Alternativas
Q1186533 Português
O item abaixo apresenta fragmentos adaptados de textos diversos. Julgue-os quanto à correção gramatical, de acordo com as normas da linguagem padrão.
O aparelho disciplinar perfeito poderia capacitar um único olhar para tudo ver permanentemente. Um ponto central seria, ao mesmo tempo, fonte de luz que iluminasse todas as coisas e lugar de convergência para tudo o que deve ser sabido: olho perfeito a que nada escapa e centro em direção ao qual todos os olhares convergem.
Alternativas
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: MPE-AM
Q1185880 Português
Seria verdade que o homem, ao ser expulso do paraíso, sofreu como condenação ter de trabalhar? O trabalho é um castigo? Seria o ócio uma dádiva? Independentemente da necessidade de trabalhar para ganhar o sustento, muitas vezes enfrentando tarefas enfadonhas e repetitivas, impondo-se o deslocamento de casa até a fábrica ou o escritório, com horas de sacrifício dentro do metrô ou do ônibus, penso que o trabalho dá sentido à vida. 
Somos condenados a viver. Nascemos, e nas condições que se apresentam, devendo enfrentar a situação de filho de beltrano e de sicrana, rico ou pobre, brasileiro, suíço ou angolano. Viver é uma aventura que de plano enfrenta o barulho depois do confortável silêncio do útero materno. Inicia-se o percurso e cabe a cada qual afirmar sua individualidade. 
 Cada qual se põe na vida diante desta empreitada: obter sua realização pessoal. Pela via do trabalho a pessoa marca sua individualidade, assinala sua passagem por esta vida, ocupa as horas do cotidiano visando a construir sua autoestima e a conquista importante do reconhecimento dos demais. 
O trabalho atua em duas frentes: permite, de um lado, que as pessoas se afirmem perante si mesmas, motivando a busca de realização, podendo trazer orgulho no sucesso ou dor diante de eventual fracasso; e, de outro lado, faz surgir entre os consorciados o reconhecimento de uma condição própria como sapateiro, mecânico, médico, professor, cozinheiro. Esse espaço na sociedade causa satisfação ou desilusão, se reconhecido como o melhor sapateiro do bairro ou o pior cozinheiro da região. 
Assim, fracassar na execução de uma profissão ou ofício é do jogo da vida. Mais frustrante mesmo é nem sequer entrar no jogo para fazer algo com sua cara, com seu jeito, da sua forma, esperando infantilmente contar com acontecimentos externos para conseguir preencher o vazio de uma existência sem rosto. 
Dois fenômenos da atual sociedade digital, na qual mais se mexem os dedos no iPhone do que se ativam os neurônios, indicam uma falsa felicidade não derivada da efetivação de um projeto, mas sim de fatores marcadamente efêmeros, visivelmente enganosos: os relacionamentos pela rede Facebook e o culto às celebridades.
A urgência hoje vivida de compartilhar imediatamente todos os acontecimentos (ouvir uma música, comprar uma roupa, deliciar-se com um vinho, trocar um olhar) retira a vivência da realidade do âmbito individual, pois o essencial é antes dividir com alguém o sucedido para receber imediatamente o assentimento elogioso do que sentir isoladamente o prazer do fato, transformando-se, dessa maneira, o mundo numa grande academia do elogio mútuo. A satisfação, então, vem de fora, pois algo só vale se outrem vier a curtir. Instala-se um novo cartesianismo: eu compartilho, logo, existo.
Outra futilidade alienante domina os espíritos: a celebração das celebridades, os famosos, a mais perfeita criação artificial da mídia. Ídolos passageiros, sem conteúdo, apenas virtuais, povoam a fantasia. A existência perde consistência. Muitos são os espíritos empreendedores, porém, infelizmente, repetem-se hoje jovens para os quais a conquista árdua, a afirmação profissional deixa de ser importante para que eventuais fracassos não sejam sofridos, mas disfarçados, driblados pelo compartilhamento elogioso de momentos irrelevantes ou pelo consumismo desenfreado, que substitui o ser pelo possuir. A vida deixa de ter cor, passa em branco. 
(Miguel Reale Júnior. O Estado de S. Paulo. A2, 6 de abril de 2013, com adaptações) 
... que o trabalho dá sentido à vida. 
O verbo que apresenta idêntica regência está na frase: 
Alternativas
Respostas
2381: E
2382: A
2383: D
2384: C
2385: C