Questões de Português - Regência para Concurso

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Q2300688 Português
O Lixo


Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
– É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
[...]
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?


VERÍSSIMO, Luís Fernando. O analista de Bagé. RJ: Objetiva. 2002.
[Adaptado].
Na expressão “- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...” há uma modificação da regência pronominal do verbo “conhecer”, que é classificado como
Alternativas
Q2300080 Português
Texto 1


QUEM É ARSÈNE LUPIN, O LADRÃO DE CASACA QUE INSPIROU ASSANE NA SÉRIE DA NETFLIX


         Difícil terminar os episódios de Lupin e não ficar interessado em saber mais sobre Arsène Lupin. Na série, o ladrão de casaca é uma espécie de modelo para o protagonista vivido por Omar Sy, inspirando todos os seus planos, desde os pseudônimos que usa até os numerosos disfarces. A influência é tanta que o detetive Guedira (Soufiane Guerrab), como bom fã do personagem, reconhece o padrão nas atividades ilícitas de Assane Diop. Isso porque, embora Lupin não seja um nome tão familiar para o público brasileiro, ele é basicamente o Sherlock Holmes dos franceses – quer dizer, isso se o herói de Arthur Conan Doyle não investigasse crimes, mas sim os cometesse.
       Ainda assim, essa comparação está longe de ser infundada. Holmes, de fato, foi uma das inspirações do autor Maurice Leblanc para criar Arsène Lupin no início do século XX, mas não foi a única. Especulase que o personagem seja uma mistura de cinco figuras, entre pessoas reais e ficcionais. Uma delas foi Marius Jacob. Adepto de uma vertente do anarquismo, o ilegalismo, Jacob era um ladrão conhecido pelo seu senso de humor e pela generosidade com suas vítimas, traços bastante reconhecíveis em Lupin – inclusive os valores anarquistas. O nome do ladrão de casaca, por sua vez, parece ser inspirado em Arsène Lopin, um conselheiro municipal de Paris. Além dessas personalidades históricas, estudiosos ainda apontam elementos de personagens criados pelo inglês E. W. Hornung e pelo francês Octave Mirbeau, todos criminosos conhecidos pela elegância.
           A partir dessa amálgama de referências, Leblanc atendeu o pedido do editor da revista Je Sais Tout e escreveu A Detenção de Arsène Lupin em 1905. No texto, o autor apresentou seu sofisticado protagonista que, apesar de sempre usar uma cartola e um monóculo, era irreconhecível. Afinal, esperto como poucos, ele era muito habilidoso e um verdadeiro mestre dos disfarces. Por isso, sempre escapava, por mais improvável que fosse a situação. 
          A história foi um sucesso tão notável que Leblanc continuou produzindo tramas centradas em Lupin por quase 40 anos. No total, foram 38 contos, 15 romances, quatro peças de teatro e três novelas, dentre as quais um embate contra o famoso detetive de Conan Doyle, nela parodiado como Herlock Sholmes.
            Tratando-se de um personagem tão popular na primeira metade do século XX, era inevitável que Arsène Lupin fosse estrelar outras obras além das literárias. Mas se engana quem pensa que ele ficou restrito à Europa. O ladrão de casaca apareceu sim em produções dos cinemas francês, alemão e inglês, mas também marcou presença em Hollywood e na TV argentina.
        Nos anos 1930, percebendo a relevância do personagem, a MGM decidiu lançar sua própria adaptação cinematográfica da obra de Leblanc. Estrelado por John e Lionel Barrymore, o filme acompanhava a história de um detetive encarregado de capturar o misterioso Arsène Lupin, que dava título à obra. No entanto, a produção chamou mais atenção por uma polêmica envolvendo uma cena sensual com a atriz Karen Morley do que pela história. Décadas depois, foi a vez do ator argentino Narciso Ibáñez Menta tentar a sorte com o personagem, mas a produção também acabou dividindo as críticas.
           Ainda que não faltem exemplos no cinema e em séries live-action, talvez as obras mais bem-sucedidas de Arsène Lupin – fora os livros e, agora, a produção da Netflix – sejam o mangá Lupin III e o anime que mais tarde ele originou. Mais uma releitura do que propriamente uma adaptação – como é também Lupin –, ambas as obras acompanham o neto do ladrão de casaca que, seguindo os passos do avô, lidera um grupo de criminosos.
            Além delas, não se pode esquecer que Lupin também foi personagem de jogos, a exemplo de Sherlock Holmes: Némesis, que brincava com a rivalidade entre detetive e ladrão, e Persona 5, em que era um dos protagonistas.
            Fato é que quer você o conheça pelos livros ou pelas numerosas adaptações, Arsène Lupin é um personagem memorável, cujas façanhas sempre deixam seu público com vontade de mais. Por isso, enquanto a Netflix não anuncia a data de estreia da terceira temporada de Lupin, que já foi confirmada por Omar Sy, não faltam opções para seus espectadores matarem as saudades.


Adaptado de:
https://www.omelete.com.br/quadrinhos/arsene-lupin-quem-eadaptacoes. Acesso em: 22/09/2023.
Assinale a alternativa em que TODOS os verbos são transitivos.
Alternativas
Q2298232 Português
     O crescimento desordenado das cidades vem sendo tema de grandes discussões na elaboração de políticas públicas de planejamento urbano. Esse crescimento vem causando uma série de prejuízos à saúde humana, como aparecimento de doenças infectocontagiosas, violência urbana, falta de saneamento básico, desigualdade social, desastres naturais, entre outros. A aglomeração de muitas pessoas em pequenos locais é um dos fatores de risco para vários agravos, tais como problemas respiratórios, cardiovasculares, entre outros.
     Associado ao processo de urbanização desenfreada, está também o crescimento populacional não acompanhado de planejamento, que vem gerando “inchaço’’ de pessoas em cidades não preparadas, fazendo surgir favelas em áreas insalubres e sujeitas a condições de risco, e o pior, o surgimento de doenças e epidemias causadas pela falta de higiene e de serviços sanitários básicos.
     No Brasil, um dos mais recorrentes impactos negativos em virtude dessa falta de planejamento são as inundações, que, em maiores precipitações pluviométricas, assolam as populações, favorecendo o aumento e a migração de vetores de epidemias e doenças, e, assim, expondo, dessa forma, comunidades inteiras a sérios riscos de saúde.
    A urbanização é um processo de transformação de uma população rural em população urbana decorrente da migração, levando-se em conta o crescimento vegetativo. A partir disso, as pessoas saíram do campo para as cidades em busca de trabalho nas fábricas e em busca de melhores condições de vida.
     O grande problema foi a falta de planejamento urbano encontrado nessas cidades que ocasionou um inchaço populacional, contribuindo para o surgimento de favelas sem infraestrutura e amontoado de habitações em condições insalubres.
     De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por volta de meados do século XIX a população urbana brasileira que residia em áreas com alguma infraestrutura de habitação, saneamento, transporte, emprego, renda, assistência à saúde, entre outras, representava 1,7% da população total do planeta, atingindo, em 1960 (um século depois), 25% e, em 1980, 41,1%. Em 1995, a população urbana mundial atingiu 46% do total, o equivalente a 2,7 milhões de pessoas.
      O processo de adensamento urbano brasileiro, de forma desenfreada nos grandes centros, está associado à desigualdade social, promovida pela grande concentração de renda nas mãos de poucas pessoas. Essa desigualdade pode contribuir para a concentração acentuada de população em estado de pobreza, habitando as áreas periféricas aos centros urbanos, de forma desordenada, se aglomerando irregularmente em locais carentes de infraestrutura e de serviços básicos. 
      Diante dessa situação, a precariedade de saneamento, a ausência de água tratada, a violência acentuada, a marginalização social e o déficit de moradias adequadas contribuem para a proliferação de doenças infectocontagiosas e degradação socioambiental, favorecendo a incidência de doenças ocasionadas pelo estresse social, estimuladas pelo uso de drogas, potencializando o aumento da violência urbana e afetando a qualidade de vida da população.

(Fonte: Secad Artmed — adaptado.)
O verbo sublinhado no segmento “[...] as pessoas saíram do campo para as cidades [...]” tem a mesma transitividade que a forma verbal da alternativa: 
Alternativas
Q2297785 Português

Como contribuir com a formação de leitores nos Anos Finais do Fundamental?


É importante ouvir os interesses dos alunos, abrir espaço para debates e reflexões e colocar as obras em diálogo com a realidade dos estudantes


[...] 


Michelli, atualmente com 36 anos, se formou em Letras e se especializou em Gestão de Bibliotecas Escolares pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, atua como docente de Língua Portuguesa dos Anos Finais do Ensino Fundamental na EBM Paulina Wagner, em Blumenau, e na EEF Clara Donner, em Timbó, ambas no interior de Santa Catarina. Em 2020, ela foi uma das 50 finalistas do Prêmio Educador Nota 10 com o projeto O podcast na sala de aula: oralidade, escrita e tecnologia.


        Mas, mesmo apreciando muito os livros e suas histórias, Michelli tinha dificuldade de inserir o trabalho com a leitura literária nas suas aulas. “Eu incentivava [a leitura] e conversava com os alunos, mas era difícil trabalhar um livro inteiro, especialmente por serem textos mais longos e pela questão do acesso às obras. Por mais que a gente tivesse biblioteca, não contávamos ainda com o PNLD [Programa Nacional do Livro Didático] Literário, que garantiria obras a todos os alunos. Isso era um entrave”, diz.


Contextualização, discussões e reflexões


Essa realidade começou a mudar em 2019, quando ela fazia mestrado em Letras na UFSC e teve a ideia de desenvolver um projeto literário a partir do livro O menino do dedo verde, clássico infanto-juvenil do escritor francês Maurice Druon. “Em uma das disciplinas do mestrado, nós estudamos alguns critérios de qualidade de uma obra infantojuvenil. Achei esse livro uma ótima escolha por ter também capítulos curtos e algumas ilustrações, adequado para turmas de 6º ano, com as quais trabalhei”, explica. Com isso, a professora partiu para a prática em sala de aula: primeiro, fez a apresentação do autor, contextualizando a época em que a obra foi escrita. Depois, para motivar a leitura, relacionou o livro com outros textos que dialogam com a história. Como o enredo aborda a temática da guerra, Michelli decidiu mostrar o trailer do filme O menino do pijama listrado — inspirado no livro homônimo, de John Boyne — a fim de ampliar o olhar dos alunos para um dos assuntos tratados. Os primeiros capítulos foram lidos em sala, e depois a professora combinou prazos para que os estudantes lessem e pudessem discutir alguns temas em grupo.

 

Para ela, a prática de sempre contextualizar algum assunto que aparecia na história e recorrer a materiais complementares foi essencial para engajar a turma, que se envolveu com a trama. Em um trecho da obra, o garoto visita uma cadeia, e esse foi o gancho para falar com os alunos sobre o sistema prisional brasileiro. Com o auxílio de um infográfico, a conversa rendeu um bom debate sobre direitos humanos. Em outra parte da história, o menino conhece uma favela e usa o poder de seu dedo para florir o lugar. Com isso, Michelli propôs uma discussão que partiu de uma reportagem sobre artistas plásticos que fizeram diversas pinturas nas casas de uma comunidade no México, ação que colaborou para melhorar a segurança das pessoas.


“São discussões que acontecem a partir da história, e não cobranças com questionários e fichas de leitura. A proposta é sempre ter conversas sobre algo que surgiu na narrativa, mas que vai mais a fundo em questões que nos fazem refletir, que é uma das coisas que a literatura provoca na gente”, comenta. Para encerrar o trabalho com O menino do dedo verde, as crianças plantaram mudinhas de flores em um vaso e o entregaram para alguém que estava precisando de um gesto de gentileza. Depois, escreveram um depoimento sobre esse momento.

[...]

(Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21390/ como-contribuir-com-a-formacao-de-leitores-nos-anos-finaisdo-fundamental)

 

Leia o fragmento a seguir:


“Para encerrar o trabalho com O menino do dedo verde, as crianças plantaram mudinhas de flores em um vaso e o entregaram para alguém que estava precisando de um gesto de gentileza.” 


Os verbos PLANTAR e PRECISAM, no contexto supracitado, estão corretamente identificados como, respectivamente: 

Alternativas
Q2297644 Português
    O crescimento desordenado das cidades vem sendo tema de grandes discussões na elaboração de políticas públicas de planejamento urbano. Esse crescimento vem causando uma série de prejuízos à saúde humana, como aparecimento de doenças infectocontagiosas, violência urbana, falta de saneamento básico, desigualdade social, desastres naturais, entre outros. A aglomeração de muitas pessoas em pequenos locais é um dos fatores de risco para vários agravos, tais como problemas respiratórios, cardiovasculares, entre outros.
     Associado ao processo de urbanização desenfreada, está também o crescimento populacional não acompanhado de planejamento, que vem gerando “inchaço’’ de pessoas em cidades não preparadas, fazendo surgir favelas em áreas insalubres e sujeitas a condições de risco, e o pior, o surgimento de doenças e epidemias causadas pela falta de higiene e de serviços sanitários básicos.
      No Brasil, um dos mais recorrentes impactos negativos em virtude dessa falta de planejamento são as inundações, que, em maiores precipitações pluviométricas, assolam as populações, favorecendo o aumento e a migração de vetores de epidemias e doenças, e, assim, expondo, dessa forma, comunidades inteiras a sérios riscos de saúde.
     A urbanização é um processo de transformação de uma população rural em população urbana decorrente da migração, levando-se em conta o crescimento vegetativo. A partir disso, as pessoas saíram do campo para as cidades em busca de trabalho nas fábricas e em busca de melhores condições de vida.
      O grande problema foi a falta de planejamento urbano encontrado nessas cidades que ocasionou um inchaço populacional, contribuindo para o surgimento de favelas sem infraestrutura e amontoado de habitações em condições insalubres.
     De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por volta de meados do século XIX a população urbana brasileira que residia em áreas com alguma infraestrutura de habitação, saneamento, transporte, emprego, renda, assistência à saúde, entre outras, representava 1,7% da população total do planeta, atingindo, em 1960 (um século depois), 25% e, em 1980, 41,1%. Em 1995, a população urbana mundial atingiu 46% do total, o equivalente a 2,7 milhões de pessoas.
      O processo de adensamento urbano brasileiro, de forma desenfreada nos grandes centros, está associado à desigualdade social, promovida pela grande concentração de renda nas mãos de poucas pessoas. Essa desigualdade pode contribuir para a concentração acentuada de população em estado de pobreza, habitando as áreas periféricas aos centros urbanos, de forma desordenada, se aglomerando irregularmente em locais carentes de infraestrutura e de serviços básicos. 
     Diante dessa situação, a precariedade de saneamento, a ausência de água tratada, a violência acentuada, a marginalização social e o déficit de moradias adequadas contribuem para a proliferação de doenças infectocontagiosas e degradação socioambiental, favorecendo a incidência de doenças ocasionadas pelo estresse social, estimuladas pelo uso de drogas, potencializando o aumento da violência urbana e afetando a qualidade de vida da população.

(Fonte: Secad Artmed — adaptado.)
O verbo sublinhado no segmento “[...] as pessoas saíram do campo para as cidades [...]” tem a mesma transitividade que a forma verbal da alternativa:
Alternativas
Respostas
386: B
387: D
388: D
389: B
390: D