Questões de Concurso
Comentadas sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Minha primeira tentativa de ler Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, foi um fracasso. Eu ainda estava na escola e me confundia com as frases longas e as palavras antigas. Acabei desistindo.
Anos depois, li do começo ao fim, desfrutando cada página da história daquela dupla inusitada: o cavaleiro idealista determinado a transformar a realidade para que se assemelhe à de seus livros e seus sonhos; e o escudeiro pragmático que tenta manter seu mestre na dura realidade para que ele não se perca nas nuvens da fantasia.
Tudo é deslumbrante nesse livro, que simboliza melhor do que qualquer outro a infinita variedade da língua espanhola para expressar a condição humana com todas as nuances, a fantasia que leva o ser humano a transformar a vida. Em outras palavras, a forma como a literatura nos defende da frustração, do fracasso e da mediocridade.
O mundo estreito e provinciano de La Mancha, pelo qual Dom Quixote e Sancho fazem sua peregrinação, pouco a pouco se torna, graças à coragem do determinado cavaleiro andante, um universo de aventuras insólitas, em que se entrelaçam audácia, absurdo e humor, para nos mostrar como a imaginação pode transformar o tédio em aventura e converter o cotidiano em uma peripécia inusitada em que se alternam o maravilhoso, o milagroso, o patético – todos os matizes de que se faz a vida.
Em livro recente, o crítico Santiago Muñoz Machado analisa as biografias mais importantes do escritor Miguel de Cervantes para saber em que sociedade surgiu Dom Quixote. O leitor da obra de Muñoz Machado encontrará tudo: o aparato jurídico que reinava na Espanha enquanto Cervantes escrevia as aventuras de Dom Quixote, as festas populares, a propagação da feitiçaria, os crimes da Inquisição, a vida elevada dos artistas, a mentalidade militar à sombra da Coroa.
Cervantes era um homem simples e miserável, aparentemente desde muito jovem. No começo da vida, um crime o leva para a Itália. Como todos os humildes, ele se torna soldado. E guerreia em Lepanto contra os turcos, quando não deveria, por causa de condição de que sofria. E, então, devido a raptores berberiscos, ele passou cinco anos em Argel, onde deve ter sofrido o indescritível, sobretudo depois de suas tentativas de fuga. Padres trinitarianos o salvaram, pagando seu resgate. Na Espanha, tentou ir para a América, mas o Estado sequer respondeu às suas cartas. Ou seja, com ele tudo acontecia de maneira tal que ele poderia muito bem se tornar ressentido. E, no entanto, a generosidade e a hombridade de Cervantes estão mais do que garantidas. Era um homem sem remorso, preocupado em elevar a vida de seus concidadãos. Um homem bom e idealista.
Quando li Dom Quixote, já havia muito tempo que lia romances de cavalaria, nos quais o formalismo tentava frear os excessos da época. Sob a ferocidade das batalhas, surgiu um mundo de paz e ordem, segundo um plano rígido destinado a acabar com a espontaneidade que mostrava o mundo como ele é: pútrido e irremediável. Será que, depois de tanto sofrer na vida, Cervantes também não tivesse buscado a mesma coisa?
(Adaptado de: LLOSA, Mario Vargas. Disponível em: www.cultura.estadao.com.br. Acessado em: 05.05.2022)
“coibir” (linha 16) por reprimir
Texto para o item.
Em relação aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item.
Os termos “enredo” (linha 23) e “conversa” (linha 25)
estão sendo empregados como sinônimos no texto.
Texto para o item.
Em relação aos aspectos gramaticais e aos sentidos do texto apresentado, julgue o item.
Na linha 22, o período “Às vezes, é bom, amável.”
exprime uma ideia oposta àquela expressa no período
“Outras vezes, é mau, amargo.”, uma vez que os
adjetivos “bom” e “mau” se encontram em uma relação
de antonímia, assim como os adjetivos “amável” e
“amargo” expressam sentidos contrários.
Letra de médico
Na farmácia, presencio uma cena curiosa, mas não rara: balconista e cliente tentam, inutilmente, decifrar o nome de um medicamento na receita médica. Depois de várias hipóteses acabam desistindo. O resignado senhor que porta a receita diz que vai telefonar ao seu médico e voltará mais tarde. "Letra de doutor", suspira o balconista, com compreensível resignação. Letra de médico já se tornou sinônimo de hieróglifo, de coisa indecifrável.
Um fato tanto mais intrigante quando se considera que os médicos, afinal, passaram pelas mesmas escolas que outros profissionais liberais. Exercício da caligrafia é uma coisa que saiu de moda, mas todo aluno sabe que precisa escrever legivelmente, quando mais não seja, para conquistar a boa vontade dos professores. A letra dos médicos, portanto, é produto de uma evolução, de uma transformação. Mas que fatores estariam em jogo atrás dessa transformação?
Que eu saiba, o assunto ainda não foi objeto de uma tese de doutorado, mas podemos tentar algumas explicações. A primeira, mais óbvia (e mais ressentida), atribui os garranchos médicos a um mecanismo de poder. Doutor não precisa se fazer entender: são os outros, os seres humanos comuns, que precisam se familiarizar com a caligrafia médica. Quando os doutores se tornarem mais humildes, sua letra ficará mais legível.
Pode ser isso, mas acho que não é só isso. Há outros componentes: a urgência, por exemplo. Um doutor que atende dezenas de pacientes num movimentado ambulatório de hospital não pode mesmo caprichar na letra. Receita é uma coisa que ele precisa fornecer - nenhum paciente se considerará atendido se não levar uma receita. A receita satisfaz a voracidade de nossa cultura pelo remédio, e está envolta numa aura mística: é como se o doutor, através dela, acompanhasse o paciente. Mágica ou não, a receita é, muitas vezes, fornecida às pressas; daí a ilegibilidade.
Há um terceiro aspecto, mais obscuro e delicado. É a relação ambivalente do médico com aquilo que ele receita - a sua dúvida quanto à eficácia (para o paciente, indiscutível) dos medicamentos. Uma dúvida que cresce com o tempo, mas que é sinal de sabedoria. Os velhos doutores sabem que a luta contra a doença não se apoia em certezas, mas sim em tentativas: "dans la médicine comme dans l'amour, ni jamais, ni toujours", diziam os respeitados clínicos franceses: na medicina e no amor, "sempre" e "nunca" são palavras proibidas. Daí a dúvida, daí a ansiedade da dúvida, da qual o doutor se livra pela escrita rápida. E pouco legível.
[...]
SCLIAR, Moacyr. A face oculta ? inusitadas e reveladoras histórias da medicina. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001. [adaptado]
O termo destacado tem como sinônimo:
Leia o texto, para responder à questão.
O animal satisfeito dorme
Para responder à questão, considere a seguinte passagem do último parágrafo:
... aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…
A oposição de sentido que há entre as palavras “escuro”
e “claro” existe também entre
Sou um entusiasta da atividade física. Há mais de 20 anos corro quase que diariamente. E recomendo a todos que se mexam, se possível sob a orientação de um profissional. Mas sou veementemente contrário ao hábito corporativista, tão disseminado por aqui...
No contexto em que estão inseridos, os termos em destaque na passagem têm como sinônimos, respectivamente:
I. Um sinônimo para a palavra “exaurir” é “esgotar”.
II. Um sinônimo para a palavra “espalhafatoso” é “discreto”.
• O contraste mais notável é visível quando se examina a relação entre desemprego e escolaridade. (2º parágrafo)
• ... são também aquelas mais sujeitas à informalidade e às piores condições de emprego e de remuneração. (3º parágrafo)
• ... se o País dispusesse de uma política bem desenhada e bem executada de formação de recursos humanos... (3º parágrafo)
Os termos destacados significam, correta e respectivamente:
Atenção: Para responder à questão, considere o trecho da crônica “O VIP sem querer”, de Carlos Drummond de Andrade.
é uma coisa que nasce com o indivíduo, ou não nasce, e jamais lhe será consubstancial (26º parágrafo)
O termo sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido do texto, por:
Atenção: Para responder à questão, considere o trecho da crônica “O VIP sem querer”, de Carlos Drummond de Andrade.
Atenção: Para responder à questão, considere o poema de Mario Quintana.
Recordo ainda... e nada mais me importa…
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas, ai,
Embora idade e senso eu aparente,
Não vos iluda o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai…
Que envelheceu, um dia, de repente!...
(QUINTANA, Mario. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2005)
Texto para o item.
Internet: <www.metropoles.com/saúde> (com adaptações).
Acerca de aspectos linguísticos do texto, julgue o item.
O vocábulo “adiposo” (linha 8) poderia ser substituído,
no texto, sem prejuízo do sentido original, por
gorduroso.
O sinônimo que substitui o termo em destaque sem alteração de sentido é:
Texto I
Texto para a questão.
Karina Gil. Inteligência emocional: como anda a sua? Internet:
No que se refere à correção gramatical e à coerência das ideias do texto, julgue o item, que consistem em propostas de substituição para vocábulos e trechos destacados do texto.
“de suma importância” (linha 9) por sumariamente
importante
Dadas as relações coesivas do terceiro parágrafo do texto, entende-se que as expressões “transtorno psicológico”, “transtornos mentais” e “distúrbio psíquico” são semanticamente equivalentes.