Questões de Concurso
Comentadas sobre uso da vírgula em português
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O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. Desde sua criação (ou surgimento, dependendo do ponto de vista), o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal. O fenômeno da violência é tão antigo quanto o ser humano. Desde sua criação (ou surgimento, dependendo do ponto de vista), o homem sempre esteve dividido entre razão e instinto, paz e guerra, bem e mal.
Não é de hoje que o cidadão se sente desassistido pelo Estado e vulnerável à ação de bandidos. (...) Estamos entre os 20 países mais violentos do planeta. E, apesar das estatísticas, em matéria de ações de segurança pública, estamos praticamente inertes e, pior: na contramão do bom senso! (...)
No Brasil de valores esquizofrênicos, pode-se matar um cidadão e sair impune. Mas a lei não perdoa quem destrói um ninho de papagaio. É cadeia na certa! (...)
(Rachel Sheherazade - jornal Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2014)
A inserção de vírgula logo após o vocábulo “encontrada” (l.21), além de preservar a correção gramatical do texto, daria ênfase à informação contida no trecho “as duas únicas localidades onde a espécie pode ser encontrada” (l.20-21).
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens de 1 a 7.
O emprego das vírgulas que isolam “de 1940” (l. 19) é facultativo, de modo que a supressão dessas vírgulas não prejudicaria o sentido original ou a correção gramatical do texto.
SANTOS, Joaquim Ferreira dos. Na pista do sonho. O que as mulheres procuram na bolsa. Rio de Janeiro: Record, 2003.
I. As reticências foram empregadas para indicar hesitação ou a suspensão de uma ideia que fica a cargo do leitor completar.
II. A primeira vírgula, empregada no fragmento, indica que há um termo fora de posição habitual, ou seja, um termo deslocado.
III. O travessão duplo foi utilizado para indicar o discurso direto.
IV. Usou-se o travessão duplo para isolar enunciado intercalado em outro enunciado.
V. Os dois primeiros travessões isolam enunciado intercalado, finalizando o primeiro.
assinale
Em Maragojipe, no Recôncavo Baiano, os primeiros colonizadores portugueses decidiram fixar residência às margens do Rio Paraguaçu devido à facilidade de atracar navios de grande calado e à abundância de madeira de lei para a manutenção das embarcações. Cinco séculos depois, a indústria naval mais uma vez define o destino da cidade. Há dois anos teve início a construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, uma sociedade entre as construtoras Odebrecht, OAS, UTC e a japonesa Kawasaki. A obra emprega 7217 pessoas.
“Fiquei desempregada em Salvador e vim para Maragojipe em 2008 para trabalhar no Estaleiro de São Roque, já pensando num futuro emprego na Enseada do Paraguaçu", conta a supervisora de refeitório ALICE VITÓRIA DUARTE, de 45 anos, que foi promovida no ano passado e hoje recebe 6200 reais, o maior salário de sua carreira. Alice está pagando um curso técnico para o filho em Salvador para que ele também possa trabalhar no estaleiro. Nos próximos meses, mais vagas qualificadas serão criadas à medida que ocorre a transição da fase de obras para a de operação do estaleiro, que começará a produzir a primeira sonda de petróleo neste ano. O polo industrial que se formará no entorno, com investimentos de 1,5 milhões de reais, vai empregar cerca de 4000 pessoas, das quais pelo menos 1000 com salário superior a 5000 reais.
VEJA. São Paulo: Abril, n. 9, fev. 2014.
Dadas as afirmativas a respeito dos aspectos gramaticais encontrados no texto,
I. Em: “Em Maragojipe, no Recôncavo Baiano," (1º parágrafo), justifica-se o emprego das vírgulas por haver expressões com valor explicativo.
II. Na expressão “às margens do Rio" (1º parágrafo), o acento grave foi empregado em desacordo com a norma culta. Caso análogo acontece em “à facilidade de" (1º parágrafo).
III. Na oração “Há dois anos" (1º parágrafo), é possível substituir o verbo “Há" por “Devem haver" sem prejuízo da correção gramatical e do significado contextual.
IV. Em: “[...] e hoje recebe 6200 reais, o maior salário de sua carreira [...]" (2º parágrafo), justifica-se a vírgula por haver o emprego de um aposto.
verifica-se que está(ao) correta(s)
O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho e não se perturba - levanta voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto urbano persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem derreter sorvete a domicílio.
É sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto. Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e - uma perna mais curta - foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus. Salta a poça d'água no asfalto. Num só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.
Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão, trim-trim.
Um último comentário para compreendermos a relação entre trabalho e saúde mental: eu disse que o reconhecimento se refere ao trabalho. Mas, quando a qualidade de meu trabalho é reconhecida pelos outros, então me é possível - embora se trate de uma questão exclusivamente pessoal - destinar o reconhecimento do registro do fazer para o registro do ser: eu sou mais inteligente, mais competente, mais seguro de mim mesmo depois do trabalho do que antes dele. Pouco a pouco, de etapa em etapa, eu mesmo me desenvolvo, minha identidade se fortalece, eventualmente eu me realizo.
Podemos também constatar que o reconhecimento da qualidade do meu trabalho pelos meus pares faz de mim um técnico ou um artesão como os demais técnicos, como os demais artesãos, um pesquisador como os demais pesquisadores, um psicólogo como os demais psicólogos, um chefe como os demais chefes etc. Isso quer dizer que o reconhecimento me confere o pertencimento a uma equipe, a uma coletividade, a uma profissão. O reconhecimento confere, portanto, em troca do meu sofrimento, um pertencimento que exorciza a solidão. Em resumo, o reconhecimento permite àquele que trabalha transformar o seu sofrimento em desenvolvimento de sua identidade.
Ora, a identidade é o alicerce da saúde mental. Toda crise psicopatológica traz em si uma crise de identidade. Com frequência saímos de nossa infância mais ou menos deformados, com uma identidade inacabada, incompleta, instável. O trabalho, por meio da ação do reconhecimento, constitui uma segunda chance para edificar e desenvolver nossa identidade e adquirir assim uma melhor resistência psíquica em face dos desafios da vida.
Certas organizações do trabalho favorecem a psicodinâmica do reconhecimento e permitem inscrever o trabalho como mediador insubstituível da saúde. Por outro lado, aqueles que são privados de trabalho, os desempregados de longa data ou desempregados primários, perdem também o direito de oferecer uma contribuição à organização do trabalho, à empresa e à sociedade. Assim, eles estão privados de qualquer reconhecimento, e podemos prever os danos psicopatológicos e sociais - em particular, o aumento da violência - que resultam de uma privação de emprego.
Visto a partir do teatro do desemprego, o trabalho parece um privilégio. Claro! Mas o mundo do trabalho tampouco é cor-de-rosa e certas organizações do trabalho em voga costumam destruir sistematicamente as engrenagens dessa dinâmica entre contribuição e retribuição. Desestruturam as condições do reconhecimento e da cooperação e minam as bases do viver em conjunto no trabalho. É preciso, portanto, na medida em que se busca uma ação racional no campo das relações entre trabalho e saúde mental (e também na redução da violência social) agir em duas frentes: aquela do emprego, claro, mas também aquela da organização do trabalho.
(Cristophe Dejours. “Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho?.” Cult. março/2010 - Fragmento.)
As cidades constituem-se como o maior artefato da cultura. E, justamente, se opõem à natureza. Qualquer condição urbana é um intervento sobre as condições naturais, o que desequilibra o status quo.
O convívio é algo necessariamente conflituoso, tenso, perigoso. E, como não temos o controle sobre a natureza, precisamos trabalhar com o imponderável e revesti-lo de cuidados compatíveis com as possibilidades do universo em convivência.
A ocupação das margens de rios é um modelo convencional na produção urbana. Todas as culturas o fizeram. Muitas cidades já sofreram com enchentes - e mesmo assim se mantiveram no mesmo lugar. É que razões mais determinantes foram escolhidas.
Também a ocupação de encostas e de morros é outro modelo universal. Mas há encostas firmes, há encostas frágeis. Há encostas que rompem sem ação antrópica e outras onde é a ação do homem que causa a derrubada.
No entanto, as cidades vitoriosas foram aquelas que souberam ajustar suas razões às da natureza. Mas, para o fazerem, planejaram, escolheram, construíram sistemas próprios, capazes de alcançar um patamar de confiança e conforto em que pudessem superar as incertezas do meio.
O Rio de Janeiro é uma cidade que tem aprendido. Das tragédias da década de 60, emergiu o serviço de geotecnia extremamente bem-sucedido da GeoRio. Nesses 40 anos, a cidade tem investido poderosamente na contenção de encostas e na eliminação de risco.
O Rio também tem investido na proteção a famílias em risco. É claro que não é simples, considerando-se que a falta de política habitacional é uma realidade no nosso país. Mas é considerável o esforço do município no reassentamento de famílias, pelo menos desde a década de 90, através do programa Morar Sem Risco.
O monitoramento das condições meteorológicas é outro trabalho importante que obviamente não previne as chuvas, mas pode ser útil na prevenção do dano. Monitorar e informar, alertar as famílias em risco, é tarefa complexa, de grande exigência tecnológica, que hoje já pode ser feita com bom resultado.
Agora, ante a dor, a melhor resposta será a busca da cooperação.
(Sérgio Magalhães - O Globo, 16/01/2011- disponível em: http://www.cidadeinteira.blogspot.com/ - fragmento)
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o exercício profissional?
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem sucedido na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concorrência - mas trata-se aí de uma questão secundária. (...)
(Ve ja, 07.03.2007. Adaptado)
Se a matemática é a rainha das ciências a física é a princesa. Apesar do surpreendente avanço do conhecimento nas mais diversas áreas poucas disciplinas podem se gabar de que são capazes de provar hipóteses da forma mais elegante possível que é postular a existência de uma coisa e depois encontrá-la experimentalmente.
FOLHA DE S.PAULO. São Paulo, 22 mar. 2014, A2.
Na chave de respostas do exercício, o número de vírgulas obrigatórias a serem colocadas no texto, de acordo com a norma-padrão, é
O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento. É dotado de dobradiças, músculos que formam alavancas capazes de deslocar o esqueleto em qualquer direção, ossos resistentes, ligamentos elásticos que amortecem choques e sistemas de alta complexidade para mobilizar energia, consumir oxigênio e manter a temperatura interna constante. Em 6 milhões de anos, a seleção natural se encarregou de eliminar os portadores de características genéticas que dificultavam a movimentação necessária para ir atrás de alimentos, construir abrigos e fugir de predadores.
Se o corpo humano fosse projetado para os usos de hoje, para que pernas tão compridas e braços tão longos? Se fossem só para ir de um assento a outro, nossas pernas poderiam ter metade do comprimento. Se os braços servissem apenas para alcançar o teclado do computador, para que antebraços? Seríamos anões de membros atrofiados, mas com um traseiro enorme, acolchoado, para nos dar conforto nas cadeiras.
A possibilidade de ganharmos a vida sem andar é aquisição dos últimos 50 anos. A disponibilidade de alimentos de qualidade acessíveis a grandes massas populacionais, mais recente ainda.
Para quem já morou em cavernas, a adaptação a um meio com alimentação rica em nutrientes e tecnologia para fazer chegar em nossas mãos tudo de que necessitamos foi imediata. Os efeitos adversos desse estilo de vida, no entanto, não demoraram para surgir: sedentarismo, obesidade e seu cortejo nefasto: complicações cardiovasculares, diabetes, câncer, degenerações neurológicas, doenças reumáticas e muitas outras.
Se todos reconhecem que a atividade física faz bem para o organismo, por que ninguém se exercita com regularidade?
Por uma razão simples: descontadas as brincadeiras da infância, fase de aprendizado, os animais nunca desperdiçam energia. Só o fazem atrás de alimento, sexo ou para escapar de predadores. Satisfeitas as três necessidades, permanecem em repouso.
Vá ao zoológico. Você verá uma onça dando um pique para manter a forma? Um chimpanzé - com quem compartilhamos 99% de nossos genes - correndo para perder a barriga?
É tão difícil abandonar a vida sedentária porque desperdiçar energia vai contra a natureza humana. Quando você ouvir alguém dizendo que, todos os dias, pula da cama louco de disposição para o exercício, pode ter certeza: é mentira. Essa vontade pode nos visitar num sítio ou na praia com os amigos, na rotina diária jamais.
Digo por experiência própria. Há 20 anos corro maratonas, provas de 42 quilômetros que me obrigam a levantar às cinco e meia para treinar. Fiz um trato comigo mesmo: ao acordar, só posso desistir de correr depois de vestir calção, camiseta e calçar o tênis. Se me permitir tomar essa decisão deitado na cama, cada manhã terei uma desculpa. Não há limite para as justificativas que a preguiça é capaz de inventar nessa hora.
Ao contrário do que os treinadores preconizam, não faço alongamento antes, já saio correndo, única maneira de resistir ao ímpeto de voltar para a cama. O primeiro quilômetro é dominado por um pensamento recorrente: “Não há o que justifique um homem a passar pelo que estou passando”.
Vencido esse martírio inicial, a corrida se torna suportável. Boa mesmo, só fica quando acaba. Nessa hora, a circulação inundada de endorfinas traz uma sensação de paz celestial.
Por isso, caro leitor, se você está à espera da chegada da disposição física para sair da vadiagem em 2014, tire o cavalo da chuva: ela não virá. Praticar exercícios com regularidade exige disciplina militar, a mesma que você tem na hora de ir para o trabalho.
(Drauzio Varella, Folha de S.Paulo, 11.01.2014, http://zip.net/bgl5Xn~. Adaptado)
Na média, nós rimos entre 15 e 20 vezes por dia. Mas a variação entre indivíduos é grande. E não só entre indivíduos. Mulheres riem mais do que homens, mas são piores contadoras de piadas. E, à medida que envelhecem, elas tendem a rir menos, o que não acontece com eles. Também preferimos (todos) rir à tarde e no início da noite.
Um bom estoque de informações como essas, além daquela que foi considerada a piada mais engraçada do mundo, está em Ha!: The Science of When We Laugh and Why (Ha!: a ciência de quando rimos e por quê), do neurocientista Scott Weems.
O livro é interessante sob vários aspectos. Além das já referidas trivialidades, cujo valor é intrínseco, Weems faz um bom apanhado de como andam os estudos do humor, campo que apenas engatinhava 30 anos atrás e hoje conta com sociedades e artigos dedicados ao tema.
O que me chamou a atenção, entretanto, é que o autor propõe um modelo um pouco diferente para compreender o humor, que seria um subproduto da forma como nosso cérebro processa as dezenas de informações conflitantes que recebe a cada instante. Embora nós gostemos de imaginar que usamos a lógica para avaliar as evidências e tirar uma conclusão, trabalhos neurocientíficos sugerem que a mente é o resultado de uma cacofonia de módulos e sistemas atuando em rede. Vence aquele módulo que grita mais alto. Frequentemente, o cérebro aproveita essa confusão para, a partir da complexidade, produzir ideias novas e criativas.
Quando essas ideias atendem a certos requisitos como provocar surpresa e apresentar algo que pareça, ainda que vagamente, uma solução para o conflito, achamos graça e sentimos prazer, que vem na forma de uma descarga de dopamina, o mesmo neurotransmissor envolvido no vício em drogas e no aprendizado.
Basicamente, o humor é o resultado inopinado de nosso modo de lidar com ambiguidades e complexidades.
(Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 13.04.2014. Adaptado)
As antigas redes sociais eram, até há poucos anos, as audiências da grande mídia. A situação reverteu-se: hoje a grande mídia está a reboque do imponderável. A internet criou o fluxo contínuo do noticiário, tornou-o obrigatório, é a sua força. A qualquer hora do dia sabe-se o que acontece em qualquer parte do mundo. É também sua fraqueza: difícil avaliar a dimensão e implicações dos milhões de itens noticiados em simultâneo.
O jorro informativo sem os intervalos para avaliação - fim do dia, da semana, do mês - perde o sentido e a contundência. Jornais e revistas sobreviveram ao longo de quatro séculos porque souberam acompanhar o movimento da informação. Aprenderam a deter-se em intervalos regulares para oferecer a súmula, a costura e eventuais arremates, antes da nova irrupção. A obsessão pela instantaneidade sem o contrapeso da consistência e acrescida de uma tremenda carga de frivolidades pode anular as vantagens da mídia digital.
O público jovem, que com ela se alimenta avidamente, um dia deixará de ser jovem. As dificuldades políticas, econômicas e ambientais, que se prenunciam, tornarão o jovem mais exigente. O bumerangue da urgência pode forçar a volta de algumas antiqualhas, joias “retrô”. Uma delas, o venerando jornalismo de qualidade.
(Alberto Dines. Revista de Jornalismo. ESPM, maio de 2012. Adaptado)
A internet criou o fluxo contínuo do noticiário, tornou-o obrigatório.
O público jovem, que com ela se alimenta avidamente ...
No trecho “Quanto ao gênero deles, não sei que diga que não seja inútil” (l.8-9) a vírgula separa orações coordenadas