Questões de Concurso
Sobre vícios da linguagem em português
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AS QUESTÕES DE 01 A 08 SE REFEREM AO TEXTO SEGUINTE.
Não vale dizer
Ruy Castro*
Vale dizer. Vale lembrar. Vale ressaltar. Vale destacar. Vale acrescentar. E outros vales isso ou aquilo. Você pode não ter se tocado, mas, de há algum tempo, essas palavras estão lhe entrando pelos olhos com alarmante frequência e ocupando espaço à toa. A frase começa com "Vale dizer que ..." e segue-se o que a pessoa acha que vale dizer. Não ocorre a ela que, se dispensar o "vale dizer" e disser logo o que tem a dizer, sua informação não sofrerá nenhum prejuízo. Ao contrário, ganhará em concisão e objetividade.
É um vício de linguagem, como um tique nervoso ou uma pálpebra que dispara. E, como todo vício ou tique, brota de algum lugar no espaço e chega direto aos dedos de quem escreve, sem um estágio intermediário no nicho do cérebro onde se escolhem as palavras. A pessoa, quando se dá conta, já escreveu e, na verdade, nem se dá conta. Aliás, "na verdade" também é um desses tiques. Na verdade, por que "na verdade"? E quem garante que seja verdade? Em tempo: mesmo que fique ansioso com a ideia, experimente escrever sem usar "na verdade" e veja como não lhe fará a menor falta.
"Em tempo"? Eis outra relíquia arrancada do passado e posta a circular na mídia como se já não pudéssemos passar sem. Equivale ao "vale dizer". Dá-se assim: na sequência de uma informação, sapeca-se um ponto-parágrafo e, sem qualquer motivo, começa-se o parágrafo seguinte com "Em tempo ..." ‒ e lá vem a preciosa informação. É como se o autor temesse esquecer-se dela ou que seu espaço fosse acabar e ele não a usasse a tempo. Donde volto a sugerir: se escrever "Em tempo ...", experimente apagá-la e veja se seu conteúdo perde alguma coisa.
Alguém dirá que são implicâncias de um escriba ranzinza e que ninguém está ligando para isso. Pois devia estar. Manter a língua eficiente, como queria Ezra Pound, é obrigação de todos os que fazem uso dela.
"Fazer uso"? Epa! De todos que a usam, digo.
* Jornalista e escritor.
Folha de São Paulo, Opinião, 14 mar. 2022, p. A 2. Adaptado.
A repetição é um recurso textual significativo com diversas funções, entre as quais a de contribuir para a organização discursiva e a monitoração da coerência textual, além de ser usada como estratégia reiterativa necessária para a produção de textos coerentes.
A esse respeito, avalie o que se afirma sobre o emprego da repetição da palavra “vale” no primeiro parágrafo do texto: “Vale dizer. Vale lembrar. Vale ressaltar. Vale destacar. Vale acrescentar”.
I – Com finalidade estilística para reforçar a ideia pretendida, mas enfatizando o segundo verbo de cada repetição, cujo objetivo é o de realçar significados semelhantes.
II – Por seu teor expressivo, a fim de chamar a atenção do leitor para a continuidade da argumentação, que é uma das condições da coesão e da preservação da coerência textual nesse texto.
III – Como falha textual comprometedora das sequências discursivas, ao impedir que se transforme em uma produção coesa e fluida, o que torna o texto pobre do ponto de vista do vocabulário.
Está correto apenas o que se afirma em
A intensa busca da perfeição
Nos enganaram. É isso mesmo. Nem tudo termina em beijo. Quase nada, na verdade. E por que que insistimos que sim? Talvez eu não devesse atribuir a dúvida a todos nós. Só a mim mesma já está de bom tamanho.
Faço parte da massa de pessoas viciadas em comédias românticas do tipo água-com-açúcar. Sabe que aqueles filmes podem fazer um mal e tanto? Tudo é sempre tão perfeito, tão maravilhoso! E, claro, no meio do filme há sempre uma crise entre o casal e, no último quarto, no final, tudo começa a se ajeitar. Tudo caminhando para o grande final. O beijo! A câmera fecha no casal se beijando na chuva ou na praia, ou entre as flores. Ou ainda todas as anteriores ao mesmo tempo.
O cara é sempre bonito, gostoso, simpático, sorridente, carinhoso, cheiroso, bom cozinheiro, bemvestido, inteligente - todas as variáveis existentes. A moça é sempre maravilhosa, determinada, inteligente, bem-humorada, bem-vestida, delicada, meiga, romântica - e todas as outras variáveis existentes. Então, só o que posso concluir é que, afinal, nos enganaram.
Nem todas somos maravilhosas, meigas, determinadas e tudo o mais ao mesmo tempo. E, acreditem, nem todos eles são lindos, gostosos e - ao mesmo tempo - inteligentes, simpáticos e tudo o mais... E aí, como é que fica a vida real? Como é que nos mostram tudo isso e, depois - como se fosse um belo prêmio de consolação - nos dão isso. Acho que acabo de descobrir por que os filmes românticos terminam quando o casal dá o beijo definitivo. É porque, a partir daí, começa a realidade. E eles não vão querer nos mostrar a realidade. Não vende.
Daí, por que esses filmes podem fazer um mal e tanto. Ficamos esperando a perfeição. E ela deve ser realmente como nos filmes. Não aceitamos qualquer amostra barata. E então, um tem mau hálito, outro uma barriguinha, outro usa meia de ursinho, outro é um pouco lerdo, outro usa aparelho, outro gosta do É o Tchan! E, se por acaso vocês saem – se é que se chega a tal ponto - nada de passeios ao luar, velas, beijos debaixo da chuva. No dia seguinte, nada de telefonemas, mensagens ou e-mails apaixonados, nem mesmo - muito menos - flores.
Então, quando parei para pensar nisso, depois de uma maratona de três desses retratos da perfeição, achei que talvez devêssemos nunca mais assistir a eles. Greve às comédias românticas! Mas, no fim, acho que isso não resolveria. Devemos, isso sim, deixar de ser tão covardes. Levantar do sofá, desligar a TV e dar a cara a tapa. É tão cômodo sentar e dizer "nada é bom o bastante para mim" e não correr o risco de se machucar. Nada mais perfeito do que um amor de verdade, com todas as suas falhas e imperfeições. Com todas as brigas, encontros e desencontros, mau hálito e meias de ursinho. Sabe por quê? Porque, no fim, descobrimos que somos perfeitos pelo simples fato de não o sermos.
Annita Veslasque. Publicado no jornal Estado de Minas 29.03.2005
A última passagem do texto “Porque, no fim, descobrimos que somos perfeitos pelo simples fato de não o sermos.” encerra um recurso de estilo; esse recurso é uma:
Instrução: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto abaixo.
-
O uso de simuladores de realidade virtual na educação cirúrgica
-
- Os traços da simulação na história podem ser rastreados até tempos muito antigos. Platão e
- Aristóteles já falavam sobre aprender por meio da diversão e da imitação. Daquela época até o
- Renascimento, o teatro foi baseado nesses fundamentos e foi usado como uma arte educacional.
- Na Idade Média, cavaleiros treinavam com manequins feitos de madeira e palha para torneios
- de justas, manuseio de espadas e tiro com besta. Esses simuladores permitiram que eles se
- desenvolvessem por meio da repetição, melhor gerenciamento do medo e aprimoramento de
- suas habilidades de combate. Em Maio de 1759, surge o primeiro simulador médico. Madame du
- Coudray, parteira, recebeu do rei Luís XV um certificado e uma pensão para poder ensinar às
- matronas rurais “a arte do parto”. Ela viajou pela França por 25 anos para treinar mais de cinco
- mil mulheres e cerca de quinhentos médicos e cirurgiões. Graças à sua ação educacional ao longo
- de sua vida, ela reduziu significativamente a mortalidade infantil e materna na França. Foi com
- a pesquisa sobre ressuscitação cardiopulmonar entre as décadas de 1950 e 1960 que os
- manequins – e especialmente a simulação – experimentaram um desenvolvimento significativo.
- No contexto atual da simulação, a origem do desenvolvimento desta técnica de aprendizagem
- e treinamento corresponde a uma consciência da necessidade de melhorar a qualidade do
- atendimento, logo após a publicação do relatório To err is human nos Estados Unidos. A qualidade
- do atendimento é uma abordagem que deve assegurar a cada paciente a combinação de atos
- diagnósticos e terapêuticos, visando ao melhor resultado em termos de saúde, de acordo com o
- estado atual da ciência médica, pelo melhor custo pelo mesmo resultado, pelo menor risco
- iatrogênico e pela maior satisfação em termos de procedimentos, resultados e contatos humanos
- no sistema de saúde.
- Como uma nova abordagem, a introdução da realidade virtual (RV) teve grande sucesso e
- ofereceu perspectivas estimulantes para o treinamento cirúrgico e o planejamento cirúrgico pré-
- operatório de procedimentos complexos. A segurança do paciente e a necessidade de
- treinamento cirúrgico são duas necessidades para as quais a RV oferece uma solução inovadora
- e promissora, desafiando anos de tradição, superando dilemas legais e éticos. Assim, os pontos
- fortes da simulação de RV incluem: as possibilidades quase ilimitadas para cirurgiões e
- internos/residentes treinarem sem estresse em ambientes realistas; e o custo dos simuladores
- de RV, que é menor do que os modelos de treinamento tradicionais alternativos.
- Atualmente, os residentes de oftalmologia podem treinar cirurgia de catarata operando em
- modelos animais ou humanos; ou em laboratórios úmidos onde olhos sintéticos estão
- disponíveis. Isso permite que eles desenvolvam suas habilidades, repetindo cada etapa da
- extração da catarata em um ambiente controlado, livre de qualquer pressão associada à cirurgia
- em um paciente real. No entanto, esses métodos têm sido criticados por não serem realistas e
- simularem inadequadamente a consistência e a anatomia do tecido, mas também por não
- permitirem qualquer avaliação objetiva. Neste caso, a pergunta “a tecnologia de simulação
- oferece a possibilidade de novas modalidades de treinamento e avaliação e pode, assim, ajudar
- a preparar os jovens cirurgiões, reduzindo sua ansiedade, mas principalmente os riscos para o
- paciente?” recebe uma resposta positiva em relação à validade dos simuladores para o treino
- cirúrgico na área da oftalmologia, em cirurgias de catarata, no treino de procedimentos que são
- considerados essenciais, como a realização de uma capsulorrexe, a facoemulsificação, a
- fissuração do núcleo cristalino e a sucção de massas cristalinas. A simulação de realidade virtual
- oferece um meio de aprendizagem sem riscos em situações complexas, críticas ou raras, bem
- como a promoção de abordagens de aprendizagem interdisciplinares e em equipe. Além disso,
- pode desempenhar um papel importante na avaliação de resultados e predição. Assim, os
- simuladores de realidade virtual constituem um meio promissor de treinamento e inauguram um
- novo paradigma na educação cirúrgica.
-
(Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/cirurgia-de-catarata. –
texto especialmente adaptado para esta prova).
Em “Na Idade Média, cavaleiros treinavam com manequins feitos de madeira e palha para torneios de justas e manuseio de espadas e tiro com besta”, nota-se o uso da figura de linguagem denominada:
Instrução: As questões de números 11 a 20 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.
A Sala de Aula Invertida
01 A utilização de metodologias híbridas na educação representa uma resposta ___
02 necessidade de plasticidade no processo de ensino e aprendizagem. Nos últimos anos, as
03 tecnologias digitais permitiram desenvolver novas formas de aprender e ensinar, com práticas
04 de experimentação e vivência no ambiente escolar. A Sala de Aula Invertida é uma perspectiva
05 metodológica na qual o estudante aprende por meio da articulação entre espaços e tempos on-
06 line – síncronos e assíncronos – e presenciais. Na Sala de Aula Invertida, tem-se uma mudança
07 na forma tradicional de ensinar. O conteúdo passa a ser estudado em casa e as atividades são
08 realizadas em sala de aula. Com isso, o estudante deixa para ____ aquela postura passiva de
09 ouvinte e assume o papel de protagonista do seu aprendizado. Mas as mudanças não param por
10 aí! O professor, em sala de aula, deixa o papel de expositor de informação e passa a mediar
11 atividades envolventes e desafiadoras, com o objetivo de direcionar e orientar o estudante _____
12 construção do seu próprio conhecimento. Porém, como toda e qualquer metodologia de ensino,
13 precisa ser pensada e planejada com atenção para que os objetivos pedagógicos sejam
14 alcançados.
15 A Sala de Aula Invertida surgiu a partir de uma reflexão do professor de Ciências Aaron
16 Sams, em 2007: “O momento que os alunos realmente precisam da minha presença física é
17 quando empacam e carecem de ajuda individual. Não necessitam de mim pessoalmente ao lado
18 deles, tagarelando um monte de coisas e informações; eles podem receber o conteúdo sozinhos”.
19 Partindo dessa premissa, Aaron Sams e o também professor Jonathan Bergmann pensaram em
20 gravar videoaulas para que os estudantes assistissem ao vídeo como “dever de casa” e usassem
21 todo o tempo livre de sala de aula para tirar dúvidas quanto aos conceitos não compreendidos.
22 Assim, seria possível realizar atividades práticas e dinâmicas com seus estudantes, de forma a
23 proporcionar o protagonismo desses últimos na construção dos seus conhecimentos. Com isso,
24 iniciaram uma pequena revolução na escola em que trabalhavam. Porém, é preciso deixar claro
25 que, diferente de passar um vídeo ou material de leitura para que seja estudado em casa para
26 em seguida discutir o conteúdo em sala de aula (prática comum para alguns professores), a Sala
27 de Aula Invertida propõe a Aprendizagem Invertida aos alunos. Esta é uma abordagem
28 pedagógica na qual a aula expositiva passa da dimensão da aprendizagem grupal para a
29 dimensão da aprendizagem individual, enquanto o espaço em sala de aula é transformado em
30 um ambiente de aprendizagem dinâmico e interativo, no qual o professor guia os estudantes na
31 aplicação dos conceitos.
32 Desse modo, o professor: deixa de ser o centro das atenções e passa a auxiliar o estudante
33 no processo de aprendizagem como um mentor, um especialista no assunto; possui mais
34 liberdade para desenvolver e utilizar recursos didáticos diferenciados para o aprendizado do
35 estudante; passa a conhecer melhor os estudantes, conseguindo identificar necessidades
36 específicas de ensino e de avaliação que melhor se adequem a cada indivíduo. Por outro lado, o
37 estudante: adequa-se à realidade de estudantes que possuem muitas atividades, dispondo de
38 maior liberdade para programar seus estudos; auxilia colegas que enfrentam dificuldades de
39 aprendizagem; pode adequar o professor à sua velocidade (pauzar o professor, para que melhor
40 compreenda o conteúdo, e acelerar o professor quando tem facilidade com o conteúdo);
41 intensifica sua interação com o professor, experiência inestimável para ambos; aprimora o
42 trabalho em equipe, habilidade requisitada no cotidiano dos profissionais do futuro; assume
43 menos tarefa de casa, uma vez que muitos exercícios são feitos em sala de aula e em equipe.
44 Portanto, para que a Sala de Aula Invertida apresente todas essas vantagens e cumpra
45 seus objetivos, é preciso uma mudança de postura tanto do professor quanto do estudante.
46 Através dessa mentalidade aplicada, a sala de aula poderá ter maior produtividade a partir da
47 maior interação entre professor e estudante, bem como menor perda de tempo devido à
48 diminuição da dispersão dos estudantes.
Disponível em: https://ifg.edu.br/attachments/article/19169/Sala%20de%20aula%20invertida_%20por%20onde%20come%C3%A7ar %20(21-12-2020).pdf – texto especialmente adaptado para esta prova.
Na frase “A Sala de Aula Invertida surgiu a partir de uma reflexão do professor de Ciências Aaron Sams” (l. 15 e 16), constata-se que o autor do texto recorreu ao uso da figura de linguagem denominada:
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Como garantir tempo de planejamento dentro da jornada dos professores?
Por José Marcos Couto Júnior
01............Ser um dos vencedores do Prêmio Educador Nota 10 em 2018 foi um dos momentos mais
02...marcantes de minha trajetória. Nos últimos dias estava recordando aquela experiência e ...... de
03...que, durante os compromissos da premiação, pediram-nos para responder duas perguntas: “o
04...professor é um herói?” e “o magistério é uma espécie de sacerdócio?”
05............Esses questionamentos geraram um belo debate entre os vencedores. Havia quem
06...concordasse e quem discordasse. Assim como pensava ...... quase quatro anos, reafirmo o meu
07...entendimento: não somos heróis. Embora acredite que, sem amor e empatia, o processo de
08...aprendizagem nunca será completo e satisfatório, somos profissionais da Educação. Por isso,
09...necessitamos de boas condições de trabalho e de valorização profissional.
10............Dentro dessas necessidades não pode faltar o direito ao tempo de planejamento do
11...docente. Estamos em junho de 2022, catorze anos após a aprovação da Lei 11.738/2008, a qual
12...garante 1/3 da carga horária do professor dedicada ___ atividades realizadas fora de sala de
13...aula. No entanto, infelizmente, ela ainda é uma realidade distante para muitos educadores.
14............Não há como falarmos sobre valorização da profissão sem viabilizar momentos para o
15...planejamento, e sem compreendermos que ele faz parte da rotina escolar. Do contrário,
16...perdemos qualidade nas aulas por um lado, ao mesmo tempo em que passamos a exigir que o
17...professor estenda sua jornada de trabalho por outro lado.
18............Faltam quadros docentes que viabilizem essa organização da rotina. No entanto, esse
19...problema não pode “ficar na conta” do professor, muito menos prejudicar ____ aprendizagens
20...dos alunos. Além disso, essa deve ser uma demanda primordial de gestores, mas a princípio não
21...de gestores escolares. Cabe ao executivo federal, estadual e municipal, bem como aos seus
22...respectivos ministros/secretários, garantirem a contratação de docentes, além de
23...desenvolverem grades curriculares que permitam a dedicação para as atividades fora de sala de
24...aula dentro da jornada de trabalho.
25............Enquanto isso não acontece, quem está na ponta é afetado. E mesmo sem sermos aqueles
26...que poderão sanar o problema em definitivo, precisamos agir. Nesse sentido, passa-se a exigir
27...que os gestores escolares busquem estratégias provisórias para mitigar o problema.
28............Desde já reafirmo que o termo melhor empregado neste caso é “mitigação”. Gestores
29...escolares não darão conta de garantir um tempo de planejamento adequado em unidades
30...escolares sem professores. É o velho ditado que afirma não ser possível “fazer omeletes sem
31...ovos”.
32............Muitas vezes a própria equipe gestora acaba atuando em sala de aula como solução
33...emergencial. Evidentemente, este é o pior dos cenários, pois como a minha avó dizia, de novo
34...apelando para o conhecimento popular, “cobre-se um santo para descobrir outro”. No fim,
35...terminamos exercendo mal as duas funções.
36............Assim, para garantirmos o direito dos alunos ____ aulas de qualidade e do docente
37...planejar dentro de sua jornada de trabalho, faz-se urgente encontrar soluções com apoio de
38...parceiros da escola. Precisamos pedir ajuda, ...... não conseguiremos isso sozinhos.
(Disponível em: Revista Nova escola – https://novaescola.org.br/conteudo/21285/gestao-escolar-como
garantir-tempo-para-o-planejamento-dentro-da-jornada-de-trabalho-dos-professores – texto adaptado especialmente para esta prova).
O autor emprega o ditado popular “cobre-se um santo para descobrir outro” (l. 34) como uma metáfora para explicar determinada situação. Assinale a alternativa que indica o sentido pretendido pelo uso dessa alegoria.
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
A sofisticação da línguas indígenas
Por Reinaldo José Lopes
- Você provavelmente já encontrou pelas redes sociais o famigerado #sqn, aquele jeito
- telegráfico de dizer que tal coisa é muito legal, “só que não”. Agora, imagine uma língua
- totalmente diferente do português que deu um jeito de incorporar um conceito parecido na
- própria estrutura das palavras, criando o que os linguistas apelidaram de “sufixo frustrativo” –
- um #sqn que faz parte da própria história do idioma.
- Bom, é exatamente assim que funciona no kotiria, um idioma da família linguística tukano
- que é falado por indígenas do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Colômbia. Para exprimir
- a função “frustrativa”, o kotiria usa um sufixo (ou seja, alguns sons colocados no fim da palavra)
- com a forma --ma. Você quer dizer que foi até um lugar sem conseguir o que queria indo até lá?
- Basta pegar o verbo “ir”, que é wa’a em kotiria, e acrescentar o sufixo: wa’ama, “ir em vão”.
- Dá para encontrar detalhes surpreendentes como esse em todas as mais de 150 línguas
- indígenas ainda faladas no território brasileiro. Elas são apenas a ponta do iceberg do que um
- dia existiu por aqui, diga-se. Como mostra o livro Índio Não Fala Só Tupi, lançado neste ano
- pelas linguistas Bruna Franchetto e Kristina Balykova, calcula-se que pelo menos 80% dos
- idiomas que eram falados no Brasil desapareceram de 1500 para cá.
- Mesmo assim, o país continua abrigando uma das maiores diversidades linguísticas do
- planeta, com a presença de idiomas tão diferentes entre si quanto o alemão do árabe ou os
- idiomas do Congo em relação ao mandarim (aliás, algumas das línguas “made in Brazil” usam
- tons, semelhantes a notas musicais, para diferenciar o significado de algumas sílabas, algo que
- o mandarim também faz).
- O famoso tupi antigo ou tupinambá, falado em boa parte do litoral brasileiro quando Pedro
- Álvares Cabral pisou aqui, era só uma delas. A propósito, esqueça aquele negócio de “tupiguarani”,
- expressão que é meio como dizer “português-espanhol”. O tupi é uma língua; o guarani
- é outra – e, aliás, existem diversas formas de guarani, nem sempre inteligíveis entre si.
- O único emprego correto do substantivo composto “tupi-guarani” é o que serve para
- designar uma subfamília linguística com esse nome, a qual engloba dezenas de idiomas. Entre
- seus membros ainda usados no cotidiano estão o nheengatu (um descendente moderno do tupi
- do Brasil-Colônia), os vários “guaranis”, o tapirapé e o guajá. Uma subfamília, como você pode
- imaginar, faz parte de uma família linguística mais ampla – nesse caso, a família tupi
- propriamente dita, que inclui ainda outras dezenas de línguas, como o munduruku, o juruna, o
- tupari e o suruí.
- Existem pelo menos outras três grandes famílias linguísticas no país, diversas outras
- famílias de porte mais modesto e, de quebra, várias línguas consideradas isoladas, ou seja, sem
- nenhum parentesco identificável com outros idiomas. É mais ou menos o mesmo caso do basco,
- falado na Espanha e na França – com a diferença de que o basco é um dos únicos casos desse
- tipo no território europeu. Essa comparação ajuda a entender o tamanho da riqueza linguística
- brasileira.
(Disponível em: Revista Superinteressante – https://super.abril.com.br/historia/a-sofisticacao-das-linguas-
indigenas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
No texto, temos o emprego da expressão “a ponta do iceberg” em sentido metafórico. Assinale a alternativa que indica o sentido pretendido pelo uso dessa metáfora.
Leia o texto para responder às questões a seguir.
Salão do Artesanato da Paraíba começa nesta quarta e deve atrair mais de 100 mil pessoas em Campina
Todos os caminhos do artesanato paraibano estão em direção a Campina Grande, onde, nesta quarta-feira (08), será aberto o 34º Salão do Artesanato Paraibano – o primeiro presencial após dois anos de pandemia severa da covid-19. A expectativa é de que sejam batidos os números de 2019, quando o evento teve a visita de mais de 100 mil pessoas e a venda superior a R$ 1,3 milhões. Toda a estrutura foi montada no Museu de Arte Contemporânea (MAC) e funcionará das 15h às 22h, até o dia 03 de julho. A entrada é gratuita, com arrecadação voluntária de alimentos não perecíveis para posterior doação a instituições filantrópicas.
O tema do Salão do Artesanato em 2022 será “Bordados que contam histórias” e, além da exposição dos trabalhos de 400 artesãos, representando as diferentes tipologias de artesanato produzidas em todas as regiões estado, em especial de João Pessoa, Campina Grande, Alagoa Nova, Galante, Serra Redonda e Gurinhém, o clima de confraternização e calor humano certamente serão um dos principais diferenciais para o sucesso do evento que acontece ainda em clima dos festejos juninos.
O calor humano, o entusiasmo visto nos olhos, a expectativa desse retorno presencial já são marcas do evento, conforme a gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Marielza Rodriguez. “Todos estavam morrendo de vontade de se abraçar novamente, de se conectar, e esse momento chegou”. Sobre a estimativa de vendas, a gestora explicou que os números não são mensuráveis, tendo em vista os artesãos receberem encomendas durante todo o ano.
A escolha pelo bordado, segundo Marielza Rodrigues, foi do próprio governador da Paraíba, João Azevêdo, que adotou o critério de potencializar todas as tipologias que, por algum motivo, estejam longe dos holofotes das pessoas. O bordado é uma técnica milenar utilizada para ornamentar tecidos, fruto do talento e da habilidade com linha e agulha. “Além dos trabalhos, o Salão irá contar histórias dessas bordadeiras, que narram as suas vidas e de sobrevivência explorando o talento e a agilidade com as mãos na produção das peças”.
Para a presidente da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo), Ruth Avelino, a realização do Salão do Artesanato em Campina Grande em pleno São João serve de maior estímulo para que as pessoas, da Paraíba e do Brasil, visitem o local. O artesanato, conforme a executiva, é um dos diferenciais que o paraibano tem e muito valorizado até mesmo fora do país. “O artesanato mexe com basicamente toda a cadeia produtiva, gerando novos empregos e injetando milhões de reais na economia local”, pontuou.
Ruth Avelino destacou ainda, que por uma ação do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campina Grande, a Azul Linhas Aéreas começou a operar voos dedicados (fretados) para o Maior São João do Mundo, desde a quinta-feira (02), com saída do Aeroporto de Campinas, interior de São Paulo. As frequências serão operadas quatro vezes por semana, às segundas, quartas, sextas e domingos, em parceria com a Azul Viagens. As aeronaves são um Airbus A320neo, com capacidade para até 174 clientes, serão responsáveis por cumprir o trajeto que vai durar quase três horas.
https://www.pbtur.pb.gov.br/2022/06/07
Em: “... Bordados que contam histórias” e “Todos estavam morrendo de vontade de se abraçar novamente...”, podemos afirmar que a linguagem figurada é marcada respectivamente por:
Leia a frases a seguir.
A __________ é uma figura de linguagem que consiste na substituição de uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de interdependência, de inclusão ou de implicação.
Marque a opção que preenche CORRETAMENTE a lacuna.
Leia o texto.
Tinha dezessete anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por fazer bigode. Os olhos, vivos e resolutos, eram a minha feição verdadeiramente máscula. Como ostentasse certa arrogância, não se distinguia bem se era uma criança com fumos de homem, se um homem com ares de menino. Ao cabo era um lindo garção*, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o realismo veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.
Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado; e facilmente se imagina que mais de uma dama inclinou diante de mim a fronte pensativa, ou levantou para mim os olhos cobiçosos. De todas, porém, a que me cativou foi uma … uma … uma que não sei se diga; este livro é casto, ao menos na intenção; na intenção ele é castíssimo. Mas vá lá; ou se há de dizer tudo ou nada. A que me cativou foi uma dama espanhola, Marcela, a “linda Marcela”, como lhe chamavam os rapazes do tempo. E tinham razão os rapazes. Era filha de hortelão da Astúrias; disse-mo ela mesma, num dia de sinceridade, porque a opinião aceita é que nascera de um letrado de Madri, vítima da invasão francesa, ferido, encarcerado, espingardeado, quando ela tinha apenas doze anos.
Cosas de España. Quem quer que fosse, porém, o pai, letrado ou hortelão, a verdade é que Marcela não possuía a inocência rústica, e mal chegava a entender a moral do código. Era boa moça, lépida, sem escrúpulos, um pouco tolhida pela austeridade do tempo, que não lhe permitia arrastar pelas ruas os seus estouvamentos e berlindas; luxuosa, impaciente, amiga do dinheiro e de rapazes. Naquele ano, morria de amores por um certo Xavier, sujeito abastado e tísico, – uma pérola.
* rapaz, moço
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas. Excerto)
No primeiro parágrafo do texto temos a presença de figuras de linguagem.
Assinale a alternativa que apresenta uma delas.
Leia atentamente o texto abaixo.
As Escolhas que Fazemos
Tudo o que acontece em nossas vidas decorre das decisões que tomamos e das escolhas que fazemos. Até mesmo quando não definimos uma opção, estamos fazendo uma escolha e o que vem a seguir, guarda relação de causa e efeito com aquela decisão escolhida. Não são raras ...... vezes que discutimos e debatemos sobre o efeito, quando deveríamos nos ater ....... causa, .......... raiz dos problemas e situações que estamos analisando.
No Brasil fizemos uma escolha equivocada ao priorizarmos o ensino superior, em detrimento ............ educação básica. Não que o nível superior não seja importante, pelo contrário, é muito relevante na trajetória de quem busca boa colocação e melhores oportunidades no mundo do trabalho, cada vez mais competitivo. Porém, não se constrói uma obra começando pelo teto, inicia-se por uma boa base, um alicerce bem estruturado, sobre o qual construiremos toda a estrutura.
Não é raro ouvirmos que os primeiros semestres dos cursos universitários precisam ser usados para fazer um nivelamento do conhecimento dos calouros, uma vez que chegam com conteúdos e conhecimentos insuficientes para o bom desempenho nos cursos escolhidos. Podemos então concluir que .............. educação básica precisa melhorar.
Educação é um processo sequencial. Para que os alunos cheguem bem-preparados aos cursos universitários, precisamos de uma boa educação no ensino médio. Para que cheguem bem-preparados ao ensino médio, precisamos de uma boa educação nos anos iniciais. Assim alcançaremos melhores resultados no processo educacional.
Revista nsc DC: Santa Catarina, ano 37.n12.156, maio/2022. Adaptado.
Analise a frase abaixo:
■ “Helena ficou muito triste quando soube que ele estava cego dos olhos.”
Qual o vício de linguagem que se observa na frase?
PARÁBOLA DO HOMEM RICO
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Todos são poetas à sua maneira, mas é bem possível que, se todos o fossem realmente, não houvesse mais lugar para a poesia. Porque a poesia é a amante espiritual dos homens, aquela com quem eles traem a rotina do cotidiano. A poesia restituilhes o que a vida prática lhes subtrai: a capacidade de sonhar. O desgaste físico e moral imposto pelo exercício das profissões, em que o ser humano deve despersonalizar-se ao máximo para atingir um índice ideal de eficiência - eis a grande arma da poesia. Depois que o banqueiro passa o dia manipulando o jogo de interesses do seu banco, vem a poesia e, na forma de um beijo de mulher, diz-lhe que o amor é menos convencional que o dinheiro. Ou o bancário, que passa o dia depositando e calculando o dinheiro alheio, ao ver chegar a depositária grã-fina, linda e sofisticada, sonha em tornar-se um dia banqueiro. E fazendo-o, invade o campo da poesia. Pois tudo é fantasia. Cada ação provoca um sonho que lhe é imediatamente contrário. Tal é a dinâmica da vida, e sem ela a poesia não teria vez.
Isso me faz lembrar certa noite em Paris, num jantar com meus amigos Marie-Paule e Jean-Georges Rueff, em companhia de um grande comerciante francês, um homem super-rico, dono de um dos maiores supermercados da França, superviajado, superlindo e casado com uma mulher superlinda. Nós nos havíamos conhecido alguns anos antes, em Estrasburgo, onde ele e os Rueff então moravam, e um pilequinho em comum nos havia aproximado, depois de um papo de coração aberto que nos levou até a madrugada. O assunto agora era o mesmo, a poesia, e o nosso prezado homem rico, depois de discutirmos um pouco a extraordinária vida desse jovem gênio que foi o poeta Jean-Arthur Rimbaud, fez-nos ver que não há casamento possível entre o Grande Lírico e o Grande Empresário: ou se é uma coisa, ou se é outra. O verdadeiro homem de empresa ao mesmo tempo inveja e despreza o poeta, uma vez que não se pode preocupar além dos limites com as palavras da poesia. Elas são, para ele, o reverso da medalha: o ouro impalpável. E como as mulheres - dizia-me ele ao lado da sua - são seres devorados de lirismo, sobretudo no amor, o capitalista tinha que pagar seu preço ao artista: e esse preço, via de regra, era a própria mulher.
- Elas ficam conosco porque nós representamos poder aquisitivo, podemos dar-lhes as coisas de que necessitam para ficarem mais sedutoras, terem mais disponibilidade para cuidar da própria beleza. Mas essa beleza, elas a entregam a vocês, os artistas. No fundo, as mulheres nos odeiam. O que não impede que vocês sejam todos gigolôs do capitalismo. [...]
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(Adaptado: Vinicius de Moraes. Rio de Janeiro, Jornal do Brasil, 31/12/1969).
Indique uma passagem do texto que alude paradoxalmente ao comportamento do homem de empresa:
Sobre figuras de linguagem, relacione a Coluna I com a Coluna II e marque a alternativa correta.
COLUNA I.
A- Metáfora.
B- Comparação.
C- Eufemismo.
D- Sinestesia.
E- Antítese.
COLUNA II.
1- Seu coração é como um cofre.
2- O orador tinha uma voz gélida.
3- Ao lado do casebre, erguia-se uma mansão.
4- O cachorrinho foi para o céu.
5- O médico buscava a raiz do problema.
Considere o texto a seguir, escrito por Rubem Braga, para responder as próximas questões.
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“Leio uma carta de um amigo que está há alguns anos na Europa: não aguenta mais, quer voltar para o Brasil. Meu primeiro pensamento é escrever para lhe contar que o Brasil não está valendo muito a pena; que tudo de ruim que ele deixou aqui há dois ou três anos somente piorou; que a minha cozinheira pede mais dinheiro para as mesmas compras e o meu jornal paga o mesmo dinheiro pelas mesmas crônicas; que o trânsito está cada dia pior; que pela primeira vez na história faltou água anteontem em meu apartamentinho; que a jovem professora primária do subúrbio me informa que a miséria e as mazelas da criançada aumentaram; que acha ridículo dar noções de higiene a um garoto quando sabe que essas noções apenas irão fazê-lo mais infeliz sem o tornar menos sujo, pois ele dorme no mesmo quarto em que dormem cinco pessoas mais, e seu casebre não tem instalações sanitárias nem água encanada: que falta transporte, falta energia, falta telefone, falta governo, e parece que só não falta é falta de vergonha. Ia escrever isso para meu amigo; mas eu também já morei no estrangeiro; também já senti, no fim de um verão, que outro outono chuvoso e frio ia me levando para um inverno de dias curtos e pardos, de vento e de lama; e também arrumei as malas, ansioso para voltar ao Brasil e ao sol do Brasil; o sol e tudo que vem do sol, as frutas, a fala doce, a cadência do andar das mulheres, o jeito de comer, de beber e de amar, a convicção inconfessada, secreta, mas profunda, de que as coisas urgentes e desagradáveis que devem ser feitas hoje sem falta podem ser deixadas para amanhã ou depois... Que venha o amigo! Há um sofá no apartamento em que você cabe, e quando faltar água sairemos alegremente, de toalha embaixo do braço, peito aberto, braços nus. Comer, sempre se come; Dora faz angu e faz torresmo, e até estou com vontade de comprar um pintassilgo para cantar na varanda, talvez uma canarinha loura para amar o pintassilgo: e tenho duas redes onde poderemos deitar nas noites de verão para olhar as estrelas e sonhar com outro Brasil, com aquele Brasil com que sonhamos quando estamos na Europa”. (O saudoso, Rubem Braga, com adaptações).
No trecho “falta transporte, falta energia, falta telefone, falta governo”, o autor emprega a figura de linguagem denominada:
Com base na leitura do texto, assinale a alternativa CORRETA:
Leia atentamente o texto a seguir para responder as próximas questões.
“Se daqui a um minuto posso estar vivo ou morto, daqui a um minuto, qualquer que seja a minha condição aparente, serei o ringue de uma briga entre a vida e a morte. A todo momento, sou apenas um ângulo, reto, agudo ou obtuso, entre a vida e a morte. A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio, antes de tudo, não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de forças da vida, assim como elástico, diverso e amplo é o campo de forças da morte. Ficamos facilmente deprimidos ou exaltados em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois. Às vezes é mais intensa a pressão da vida; outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se diz com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. De modo algum. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solidários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Dizendo mais claro: não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que estas não nos matem. Tudo dependerá da resistência, não da nossa vontade, do nosso mistério: se o mergulhador descer um pouco mais, a desigualdade de pressões lhe será fatal; se o centro de gravidade da torre de Pisa se deslocar mais um pouco, ela ruirá; enquanto não ruir, a torre usufruirá de sua perigosa inclinação, do mesmo modo que os mergulhadores vivem um estado de euforia nos estágios submarinos que precedem a profundidade mortal. Mas a morte pode sobrevir, não só de doenças, mas também de acidentes, de uma organização das circunstâncias que se chama acaso. Pois acho eu que a morte, por doença ou acidente, é sempre a mesma; quando ela se apodera de nós, seja por uma queda de pressão, seja por uma queda de elevador, é que se rompeu o equilíbrio: o centro de gravidade de um sistema se deslocou o mínimo necessário; o mergulhador foi longe demais na sua ousadia pesada, mas eufórica”. (Encenação da morte, Paulo Mendes Campos, com adaptações).
Ao afirmar que “usufruímos também as experiências da morte, desde que estas não nos matem”, pode-se afirmar que o autor apresenta um:
Leia atentamente o texto a seguir para responder as próximas questões.
“Se daqui a um minuto posso estar vivo ou morto, daqui a um minuto, qualquer que seja a minha condição aparente, serei o ringue de uma briga entre a vida e a morte. A todo momento, sou apenas um ângulo, reto, agudo ou obtuso, entre a vida e a morte. A vida nos quer, a morte nos quer. Somos o resultado da tensão ocasionada pelas duas forças que nos puxam. Esse equilíbrio, antes de tudo, não é estável. Amplo, diverso e elástico é o campo de forças da vida, assim como elástico, diverso e amplo é o campo de forças da morte. Ficamos facilmente deprimidos ou exaltados em razão das oscilações de intensidade desses dois campos magnéticos, sendo o tédio o relativo equilíbrio entre os dois. Às vezes é mais intensa a pressão da vida; outras vezes é mais intensa a pressão da morte. Não se diz com isso que a exaltação seja a morte e a depressão seja a vida. De modo algum. Há exaltações e exultações que se polarizam na morte, assim como há sistemas de depressão que gravitam em torno da vida. O estranho, do ponto de vista biológico, é que somos medularmente solidários com ambos os estados de imantação mais intensa, os da vida e os da morte. Dizendo mais claro: não aproveitamos apenas a vida, mas usufruímos também as experiências da morte, desde que estas não nos matem. Tudo dependerá da resistência, não da nossa vontade, do nosso mistério: se o mergulhador descer um pouco mais, a desigualdade de pressões lhe será fatal; se o centro de gravidade da torre de Pisa se deslocar mais um pouco, ela ruirá; enquanto não ruir, a torre usufruirá de sua perigosa inclinação, do mesmo modo que os mergulhadores vivem um estado de euforia nos estágios submarinos que precedem a profundidade mortal. Mas a morte pode sobrevir, não só de doenças, mas também de acidentes, de uma organização das circunstâncias que se chama acaso. Pois acho eu que a morte, por doença ou acidente, é sempre a mesma; quando ela se apodera de nós, seja por uma queda de pressão, seja por uma queda de elevador, é que se rompeu o equilíbrio: o centro de gravidade de um sistema se deslocou o mínimo necessário; o mergulhador foi longe demais na sua ousadia pesada, mas eufórica”. (Encenação da morte, Paulo Mendes Campos, com adaptações).
No trecho “serei o ringue de uma briga entre a vida e a morte”, pode-se afirmar que o autor emprega a figura de linguagem denominada:
Origem da aporofobia.
A origem desse novo conceito é a unrao das palavras gregas áporos (pobre) e phobos (medo). Ele apareceu em uma série de textos publicados pela escritora e filósofa espanhola Adela Cortina desde os anos 1990. Segundo a professora espanhola, a repugnância aos pobres é a verdadeira atitude comportamentos subjacente supostamente a racistas xenofóbicos.
Em 2017 esse nome foi eleito a palavra do ano pela Fundación dei Espãnol Urgente (Fundéu BBVA), sendo usado em vários artigos jornalísticos e em livros. A filósofa Adela Cortina criou o termo para dar visibilidade a essa patologia social que existe no mundo todo. O rechaço aos grupos, raças e etnias que habitualmente não têm recursos e, portanto, não podem oferecer nada, ou parece que não o podem.
https://brasilescola. uol. com. br/sociologia/aporofobia. htm
A troca da partícula muda o sentido em:
O que é aporofobia?
Aporafobia é um sentimento difuso de rechaço ao pobre. E o preconceito ainda pouco estudado com o fato de uma pessoa viver em estado de pobreza. O que significa que, além de não ter dinheiro, essa pessoa parece ser uma desamparada, isto é, carente de recursos, direitos, oportunidades, ou até capacidades para deixar de ser pobre.
A aporofobia é comum em sociedades como as nossas que são organizadas em torno da ideia de contrato. O pobre é o verdadeiramente diferente. Não pelo fato de viver com muito pouco dinheiro, mas porque ele nada tem de atrativo para oferecer aos outros. O pobre do qual se tem medo é aquele visto como incapaz de contratar ou ser contratado em qualquer esfera social.
É este tipo de desprezo que caracteriza atitudes aporófobas. É o rechaço a quem não pode entregar nada em troca ou ao menos parece não poder. E por isso é excluído da condição de contrato político, econômico ou social desse mundo de dar e receber no qual só podem entrar os que parecem ter algo de interessante para dar em retorno.
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A figura de linguagem presente em: "( ... ) desse mundo de dar e receber( ... )" é:
Qual figura de linguagem está presente na frase: "O sorriso dele era um arco-íris no meu dia."
Na frase “O menino viu o incêndio da escola”, temos um vício de linguagem conhecido como: