Questões de Pedagogia - A Didática e o Processo de Ensino e Aprendizagem para Concurso
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Escola Sem Partido volta ao Congresso, mas agora pior
Texto coloca como direito dos alunos gravar as aulas, denunciar e constranger professores, e proíbe grêmios estudantis de fazerem ‘atividade político-partidária’
Fonte: Fepesp (06/02/2019)
Escola sem partido: BH é a primeira capital a aprovar projeto na Câmara Municipal
Depois de longa obstrução, projeto foi aprovado em primeiro turno na reunião ordinária desta segunda-feira
Fonte: Estado de Minas (16/10/2019)
STF julga inconstitucional lei de Alagoas inspirada no movimento Escola Sem Partido
Por nove votos a um, a corte decidiu pela inconstitucionalidade do texto que determinava “princípio da neutralidade política e ideológica” em sala de aula e lembrou que a Constituição prevê a “liberdade de ensinar e o pluralismo de ideias”
Fonte: O Globo (22/08/2020)
O Escola Sem Partido nasceu em 2004, e, de acordo com a definição constante na página do movimento, trata-se de “[…] uma iniciativa conjunta de estudantes e pais preocupados com o grau de contaminação político-ideológica das escolas brasileiras, em todos os níveis: do ensino básico ao superior”. Ao longo dos anos, em todo o país, despontaram esforços na tentativa de legitimar os anseios do movimento por meio de aprovação de leis tanto na esfera federal, quanto estadual e municipal. Nesse contexto, qual fragmento abaixo sintetizaria o posicionamento freiriano, especificamente acerca da abordagem política dentro das escolas?
[...] É impossível falar sobre a história única sem falar sobre poder. Existe uma palavra em igbo na qual sempre penso quando considero as estruturas de poder no mundo: nkali. É um substantivo que, em tradução livre, quer dizer “ser maior do que outro”. Assim como o mundo econômico e político, as histórias também são definidas pelo princípio de nkali: como elas são contadas, quem as conta, quando são contadas e quantas são contadas depende muito de poder.
O poder é a habilidade não apenas de contar a história de outra pessoa, mas de fazer que ela seja sua história definitiva. O poeta palestino Mourid Barghouti escreveu que, se você quiser espoliar um povo, a maneira mais simples é contar a história dele e começar com “em segundo lugar”. Comece a história com as flechas dos indígenas americanos, e não com a chegada dos britânicos, e a história será completamente diferente. Comece a história com o fracasso do Estado africano, e não com a criação colonial do Estado africano, e a história será completamente diferente.
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Companhia das Letras, 2019.
[...] A pensadora e feminista negra Lélia Gonzalez nos dá uma perspectiva muito interessante sobre esse tema, porque criticava a hierarquização de saberes como produto da classificação racial da população. Ou seja, reconhecendo a equação: quem possuiu o privilégio social possui o privilégio epistêmico, uma vez que o modelo valorizado e universal de ciência é branco. A consequência dessa hierarquização legitimou como superior a explicação epistemológica eurocêntrica conferindo ao pensamento moderno ocidental a exclusividade do que seria conhecimento válido, estruturando-o como dominante e, assim, inviabilizando outras experiências do conhecimento. Segundo a autora, o racismo se constituiu “como a ‘ciência’ da superioridade eurocristã (branca e patriarcal)”. Essa reflexão de Lélia Gonzalez nos dá uma pista sobre quem pode falar ou não, quais vozes são legitimadas e quais não são.
[...] Lélia Gonzalez provoca e desestabiliza a epistemologia dominante, assim como Linda Alcoff. Em uma epistemologia para a próxima revolução, a filósofa panamenha critica a imposição de uma epistemologia universal que desconsidera o saber de parteiras, povos originários, a prática médica de povos colonizados, a escrita de si na primeira pessoa e que se constitui como legítima e com autoridade para protocolar o domínio do regime discursivo [...].
Seria preciso, então, desestabilizar e transcender a autorização discursiva branca, masculina cis e heteronormativa e debater como as identidades foram construídas nesses contextos.
RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. Belo Horizonte, Letramento 2017.
A análise da supremacia narrativa baseada nas relações de poder entre as diferentes nações dominadas e dominadoras, trazida por Chimamanda Adichie, e a proposta de desestabilização e transcendência, apontada por Djamila Ribeiro, poderiam, de acordo com as teorias trazidas por Silva (2007), serem mais bem executadas pela construção de um currículo inspirado em qual base epistemológica?
1. Técnico-científica 2. Autogestionária 3. Interpretativa 4. Democrático-participativa
( ) Decisões coletivas (assembleias, reuniões), eliminação de todas as formas de exercício de autoridade e de poder.
( ) A escola é uma realidade social subjetivamente construída, não dada nem objetiva.
( ) Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados.
( ) A ação organizadora valoriza muito as interpretações, os valores, as percepções e os significados subjetivos, destacando o caráter humano e preterindo o caráter formal, estrutural, normativo.
( ) Poder centralizado no diretor, destacando-se as relações de subordinação, em que uns têm mais autoridade que outros.
( ) Prescrição detalhada de funções e tarefas, acentuando a divisão técnica do trabalho escolar.
( ) Recusa a normas e a sistemas de controles, acentuando a responsabilidade coletiva.
A sequência CORRETA é: