Questões de Concurso
Comentadas sobre paulo freire em pedagogia
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Julgue o item a seguir.
Paulo Freire pensa a ação educativa valendo-se da
necessária postura que deve ter o educador progressista,
entendido aqui como aquele que, estando consciente de
sua responsabilidade, com competência técnica, associa
o ensino do conteúdo à leitura crítica da realidade,
inquietando os educandos, desafiando-os para que
percebam que o mundo pode ser mudado, transformado,
reinventado. Para tanto, o autor propõe uma educação
transformadora, educação para a democracia pela
participação de todos, calcada no homem livre, racional,
capaz de promover mudanças.
Julgue o item a seguir.
As práticas pedagógicas problematizadoras, que rompem
com os esquemas característicos da educação
tradicional, transformando o educador naquele que não
apenas educa, mas que enquanto educa é educado em
diálogo com o educando. Essa proposta amplamente
difundida por Paulo Freire estabelece uma relação do
olhar vertical sob as práticas de ensino da educação.
( ) A verdadeira aprendizagem transforma os educandos em sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. ( ) A rigorosidade metódica não é aplicada à “educação bancária”, isto é, não se esgota no ensino de conteúdo que será apenas memorizado pelo educando. ( ) O ensino deve propor condições que exijam a presença de educadores e educandos criadores, instigadores, inquietos e rigorosamente curiosos porque os conhecimentos não podem ser simplesmente transferidos. ( ) O educador reacionariamente pragmático possibilita aos educandos construírem e reconstruírem seus conhecimentos numa perspectiva dialógica.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
I ensinar é criar as possibilidades para que o aluno construa ou reconstrua conhecimentos.
II respeitar a diversidade é fundamental para que cada aluno se aproprie da sua identidade e aja com autonomia.
III valorizar o conteúdo programático e a disciplina formal exigida pela ciência, é essencial para a formação do aluno.
IV apreender a realidade circundante e problematizá-la é tarefa mais complexa e geradora de novos saberes.
Das afirmativas acima, estão corretas, apenas:
I - ( ) É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo.
II - ( ) Faz parte do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero nega radicalmente a democracia.
III - ( ) Ensinar a pensar certo não é uma experiência em que ele – o pensar certo – é tomado em si mesmo e dele se fala ou uma prática que puramente se descreve. O pensar certo é algo que se faz e que se vive enquanto dele se fala com a força do testemunho.
IV - ( ) O pensar certo não requer entendimento, uma vez que o entendimento, do ponto de vista do pensar certo, não é transferido, mas consolidado hierarquicamente. Um pensar certo hierárquico, dessa forma, será sempre corretamente submetido aos cuidados alienadores.
Assinale a sequência CORRETA.
VAZ, Aline Choucair. Paulo Freire, presente! Por uma pedagogia crítica na atualidade. In: CHACON, Daniel Ribeiro de Almeida (org.) Pedagogia da Resistência: escritos a partir da vida e obra de Paulo Freire. Petrópolis: Vozes, 2021, p. 56.
Com relação à obra de Paulo Freire, assinale a alternativa incorreta.
No âmbito dos saberes pedagógicos em crise, ao recolocar questões tão relevantes agora quanto foram na década de 60, de acordo com Freire
De acordo com o autor, são exigências do ensinar, exceto:
Analise o que se informa a seguir:
"Ler e escrever são atos linguísticos e, portanto, a compreensão da natureza da escrita, de suas funções e usos é indispensável a esse processo". A criança, desde muito cedo, já tem conhecimentos sobre o funcionamento da linguagem oral e isto pode se constituir como base para a futura compreensão do funcionamento do texto escrito (...) "A leitura é um processo interativo, onde interagem diversos níveis de conhecimento, é uma fonte de prazer, satisfação pessoal, de realização, que serve de grande estímulo e motivação para a criança tanto na escola quanto no ambiente familiar".
Disponível em: http://www2.unemat.br/revistafaed/content/vol/vol_16/artigo_16/133_152.pdf) - (P.3 e 6) - (Adaptado)
Os dados contidos na informação identificam a visão de:
A frase: "A leitura de mundo precede a leitura da palavra" é uma das frases mais célebres de Paulo Freire. Ela aponta a relação imprescindível entre o contexto e o texto que o educador explora na abertura do Congresso Brasileiro de Leitura, em novembro de 1981, com o texto "A importância do ato de ler". (...) Em última instância, o aprendizado é solitário, embora se desenvolva na convivência com os outros e com o mundo. O mesmo autor continua dizendo: (...) a decifração da palavra fluía naturalmente da leitura do mundo particular (...) fui alfabetizado no chão do quintal da minha casa, à sombra das mangueiras, com palavras do meu mundo e não do mundo dos meus pais. O chão foi o quadro-negro, gravetos o meu giz. Por isso, é que ao chegar à escolinha particular de Eunice Vasconcelos (...) já estava alfabetizado.
Disponível em: https://www.cenpec.org.br/tematicas/da-leiturado-mundo-a-leitura-da-palavra) - (Adaptado)
Os elementos apresentados no enunciado permitem inferir corretamente que:
Para Magda Soares (2007), a identificação de Paulo Freire com um método de alfabetização e até, mais especificamente, com um método de alfabetização de adultos parece uma incorreção e uma redução. Primeiro, uma incorreção, pois se atribui a método o sentido restrito que essa palavra tem no vocabulário pedagógico. Segundo, uma redução, pois restringe-se o pensamento de Paulo Freire à criação de um método de alfabetização. Na verdade, Paulo Freire criou uma concepção de alfabetização. Para Soares (2007, p. 119), "[...] uma concepção de alfabetização como prática da liberdade, educação como conscientização [...]". Uma concepção de alfabetização que, na perspectiva da autora, não foi apenas uma concepção como método analítico-sintético de ensinar a ler e escrever, mas como meio de democratização da cultura, como oportunidade de reflexão sobre o mundo e a posição e lugar do homem.
A autora descreve que a concepção de alfabetização que Paulo Freire criou transforma o material com que se alfabetiza, o objetivo com que se alfabetiza e as relações sociais em que se alfabetiza. Isso posto, analise as afirmativas a seguir:
I.Em relação ao material, além de selecionar palavras do universo vocabular dos alfabetizandos, as palavras selecionadas são aquelas que possuem significado social, cultural, político e vivencial.
II.O objetivo se transforma de alfabetização como aprendizado de técnicas do ler e do escrever, para alfabetização como tomada de consciência, como meio de superação de uma consciência ingênua e conquista de uma consciência crítica.
III.Nas relações sociais, o alfabetizando (o aluno) não é considerado apenas como aluno, mas como participante de um grupo, o alfabetizador considerado não como professor, mas como coordenador de debates, a interação entre coordenador e participantes considerada não como aula, mas como diálogo.
IV.Ainda no tocante às relações sociais, não se pode esquecer das relações familiares, que não participam da sistematização da alfabetização, mas colaboram na medida do possível.
É correto o que se afirma em:
Segundo as ideias de Paulo Freire expressas no texto precedente, o letramento prescinde do conhecimento da diversidade de textos que percorrem a sociedade, de suas funções, intencionalidades e especificidades, bem como das ações necessárias para interpretá-los e produzi-los.
A concepção freireana de leitura está de acordo com a ideia de alfabetizar letrando, que consiste em orientar a criança a aprender a ler e a escrever, levando-a a conviver com práticas sociais de leitura e de escrita.
Para estar sintonizado com o que indica Paulo Freire no texto precedente, o ensino de língua portuguesa deve amparar-se em diversas práticas de leitura, especialmente naquelas relacionadas à cultura tradicional e contemporânea do estudante.