Questões de Concurso Público SEDUC-CE 2013 para Professor Pleno I - Língua Portuguesa

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Q912869 Literatura

Textos para a questão


Texto I

   

    A beleza de Virgília tinha agora um tom grandioso, que não possuíra antes de casar. Era dessas figuras talhadas em pentélico, de um lavor nobre, rasgado e puro, tranquilamente bela, como as estátuas, mas não apática nem fria. Ao contrário, tinha o aspecto das naturezas cálidas, e podia-se dizer que, na realidade, resumia todo o amor. Resumia-o sobretudo naquela ocasião, em que exprimia mudamente tudo quanto pode dizer a pupila humana. Mas o tempo urgia; deslacei-lhe as mãos, peguei-lhe nos pulsos, e, fito nela, perguntei-lhe se tinha coragem.

— De quê?
— De fugir.
Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. LXIII Fujamos. Porto Alegre: L&PM, 2004, p.110-1.

Texto II

    Rita, essa noite, recolhera-se aflita e assustada. (...) Desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes.
Aluísio Azevedo. O cortiço. Cap. XV. São Paulo: Ática, 1990, p. 117

A partir da leitura comparativa entre os textos I e II, assinale a opção correta acerca da diferença entre a produção literária realista e a naturalista no Brasil.
Alternativas
Q912870 Literatura

Textos para a questão


Texto I

   

    A beleza de Virgília tinha agora um tom grandioso, que não possuíra antes de casar. Era dessas figuras talhadas em pentélico, de um lavor nobre, rasgado e puro, tranquilamente bela, como as estátuas, mas não apática nem fria. Ao contrário, tinha o aspecto das naturezas cálidas, e podia-se dizer que, na realidade, resumia todo o amor. Resumia-o sobretudo naquela ocasião, em que exprimia mudamente tudo quanto pode dizer a pupila humana. Mas o tempo urgia; deslacei-lhe as mãos, peguei-lhe nos pulsos, e, fito nela, perguntei-lhe se tinha coragem.

— De quê?
— De fugir.
Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas. LXIII Fujamos. Porto Alegre: L&PM, 2004, p.110-1.

Texto II

    Rita, essa noite, recolhera-se aflita e assustada. (...) Desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a com a sua tranquila seriedade de animal bom e forte, o sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração, e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior. O cavouqueiro, pelo seu lado, cedendo às imposições mesológicas, enfarava a esposa, sua congênere, e queria a mulata, porque a mulata era o prazer, era a volúpia, era o fruto dourado e acre destes sertões americanos, onde a alma de Jerônimo aprendeu lascívias de macaco e onde seu corpo porejou o cheiro sensual dos bodes.
Aluísio Azevedo. O cortiço. Cap. XV. São Paulo: Ática, 1990, p. 117

Tendo como referência os textos I e II, assinale a opção correta acerca da representação literária da vida social pelas obras realistas e naturalistas.
Alternativas
Q912871 Literatura
Vaso Chinês Alberto de Oliveira
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa.
Com base na leitura do poema acima, assinale a opção correta no que diz respeito à estrutura, ao tema e aos aspectos da produção poética parnasiana no Brasil.
Alternativas
Q912872 Literatura
No que se refere às características gerais do Simbolismo, assinale a opção correta.
Alternativas
Q912873 Português
A Catedral Alphonsus de Guimarães
Entre brumas, ao longe, surge a aurora, O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu risonho, Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a benção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Põe-se a lua a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu tristonho, Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
O céu é todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. E a catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu.
E o sino geme em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Assinale a opção correta em relação a esse poema.
Alternativas
Respostas
36: C
37: B
38: B
39: B
40: C