Questões de Concurso Público DPE-RS 2022 para Defensor Público
Foram encontradas 14 questões
Pedro foi preso em flagrante delito portando cinco quilos de maconha em sua mochila. Em seu interrogatório, negou a traficância, mas admitiu a posse da droga, afirmando que ela não lhe pertencia e que apenas a estava levando para guardá-la, em troca de recompensa financeira. Pedro, que não possuía antecedentes criminais, foi condenado por tráfico ilícito de entorpecentes.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Segundo o entendimento do STJ, Pedro tem direito à
atenuante da confissão espontânea, que não exige o
reconhecimento da traficância pelo acusado, bastando a mera
admissão da posse.
No que diz respeito ao processo penal, julgue o seguinte item.
São característicos do sistema acusatório os dispositivos do
Código de Processo Penal que facultam ao juiz, de ofício,
ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes ou
determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir a
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante.
No que diz respeito ao processo penal, julgue o seguinte item.
O STF fixou o entendimento de que a falta de audiência de
custódia constitui irregularidade que não conduz à
automática revogação da prisão preventiva, cabendo ao juízo
da causa promover análise acerca da presença dos requisitos
autorizadores da medida extrema; entretanto, tal
entendimento não afasta a impossibilidade de conversão
imediata da prisão em flagrante em prisão preventiva sem
que haja prévia representação da autoridade policial ou
requerimento do Ministério Público ou do querelante,
conforme a jurisprudência da Suprema Corte.
No que diz respeito ao processo penal, julgue o seguinte item.
No cumprimento de cartas rogatórias para a inquirição de
testemunhas, sendo o Brasil o Estado requerido, a depender
de qual seja o país rogante, conforme os acordos de
cooperação vigentes, deverão ser observadas as regras
processuais próprias do Estado rogante para a realização do
ato.
Quanto ao acordo de não persecução penal, julgue o item a seguir.
A confissão exigida no acordo de não persecução penal não
pode ser considerada como meio de prova apto a condenar o
corréu que não se submeta ao acordo.
Quanto ao acordo de não persecução penal, julgue o item a seguir.
Presentes os requisitos para a realização do acordo de não
persecução penal, a autoridade judiciária poderá impor ao
Ministério Público a obrigação de ofertar o acordo.
A respeito da colaboração premiada, julgue o seguinte item.
De acordo com o entendimento majoritário do Plenário do
STF, a autoridade policial tem legitimidade para propor
acordo de colaboração premiada, porém, nessa hipótese, sua
eficácia é condicionada à anuência do Ministério Público.
A respeito do procedimento relativo aos processos vinculados ao tribunal do júri, julgue o item a seguir, considerando as disposições do Código de Processo Penal.
O juiz, não se convencendo da materialidade do fato ou da
existência de indícios suficientes de autoria, terá de
impronunciar o acusado; todavia, na hipótese de concurso de
agentes, o juiz, na sentença de pronúncia, deverá limitar-se a
averiguar a prova da materialidade e os indícios de autoria
em relação ao autor direto do delito, e não os indícios de
autoria da ação do partícipe, que constitui figura acessória,
sob pena de invadir competência do conselho de sentença,
uma vez que a ação do partícipe, por não envolver a prática
do verbo nuclear do tipo penal, é matéria reservada à análise
dos jurados, em sessão plenária de julgamento.
A respeito do procedimento relativo aos processos vinculados ao tribunal do júri, julgue o item a seguir, considerando as disposições do Código de Processo Penal.
Considere que, em sessão plenária do tribunal do júri,
estejam ambos os pronunciados intimados pessoalmente para
solenidade e que haja pedido de apenas um dos dois corréus
para oitiva de determinada testemunha em plenário, arrolada
a título imprescindível. Nessa situação, caso a testemunha
não compareça, ainda que intimada, o juiz poderá determinar
sua condução imediata ou reagendar o julgamento para o
primeiro dia desimpedido.
A respeito do procedimento relativo aos processos vinculados ao tribunal do júri, julgue o item a seguir, considerando as disposições do Código de Processo Penal.
Paulo, acusado de instigação ao suicídio, alegou, em sua
defesa pessoal, ter agido movido por coação moral
irresistível. A pedido da defesa, o acusado foi submetido a
exame de insanidade mental, no qual os peritos afirmaram a
inimputabilidade do denunciado, com indicação terapêutica
de tratamento ambulatorial, embora o delito a ele imputado
seja apenado com reclusão, o que, nos termos do art. 97 do
Código Penal, em tese demandaria a internação de Paulo
pelo ato cometido. Ao término da instrução, tanto a defesa
técnica quanto a acusação formalizaram apenas pedidos de
absolvição imediata e de aplicação da medida de segurança
consistente no tratamento ambulatorial. Nesse caso, como
houve reconhecimento da inimputabilidade do acusado e
convergiram a defesa técnica e o Ministério Público no
pedido de absolvição, o juiz singular poderá absolver o
acusado e aplicar-lhe medida de segurança consistente no
tratamento ambulatorial, por ser mais benéfica do que a
internação, sem necessidade de submissão do acusado ao
plenário do júri, já que, em eventual julgamento pelo
colegiado, a coação moral irresistível poderia não ser
reconhecida pelos jurados.
Com base na legislação pertinente, julgue o seguinte item.
De acordo com entendimento sumulado do Supremo
Tribunal Federal, o prazo para o próprio acusado recorrer da
sentença penal condenatória, quando o denunciado for
assistido por defensor público ou advogado dativo, corre a
partir da juntada aos autos do mandado de intimação da
sentença.
A respeito de questões e processos incidentes, julgue o seguinte item.
Carlos foi denunciado por roubo duplamente majorado.
Durante a instrução, o juiz, por entender que havia indícios
veementes da procedência ilícita de bem imóvel existente em
nome do denunciado, acabou por ordenar o sequestro de tal
bem, a pedido do Ministério Público, que afirmou ter sido a
aquisição do imóvel financiada com o produto da subtração.
Nessa situação, o denunciado poderá embargar o sequestro,
em autos apartados, e a sentença penal não poderá ser
prolatada antes da decisão definitiva dos embargos.
A respeito de questões e processos incidentes, julgue o seguinte item.
É permitido ao juiz, caso entenda por séria e fundada a
controvérsia sobre o estado civil das pessoas, suspender o
andamento da ação penal se a decisão sobre a existência do
crime depender da solução de tal controvérsia, hipótese em
que a retomada do processo penal dependerá do trânsito em
julgado de sentença cível, o que não impede a inquirição de
testemunhas nem a produção de provas urgentes.
A partir das disposições legais e da jurisprudência dos tribunais superiores acerca de temas relacionados à execução penal, julgue o item a seguir.
Pedro foi denunciado pela prática de latrocínio e, embora
tenha alegado em seu interrogatório que estava a negócios
em outra cidade no dia e na hora do fato descrito na
denúncia, ele foi condenado. A defesa interpôs recurso de
apelação ao tribunal de justiça, com fundamento na
insuficiência probatória, porém a corte estadual manteve na
íntegra a condenação. O STJ, sem fazer qualquer incursão no
mérito, não conheceu do recurso especial defensivo, com
fundamento no enunciado da sua Súmula n.º 7. Após o
trânsito em julgado da condenação, a defesa produziu, em
juízo, prova nova que comprovava cabalmente o álibi de
Pedro. Nessa situação, é do STJ a competência para
processamento e julgamento da ação de revisão criminal com
vistas à absolvição de Pedro, pois, de acordo com a
Constituição Federal de 1988, cabem àquela corte as revisões
criminais de seus próprios julgados.