Questões de Concurso Público CRC-RJ 2023 para Contador
Foram encontradas 60 questões
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288375
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
As alternativas a seguir apresentam formas inadequadas de reescrever o seguinte período destacado, considerando o sentido
original e a observação e aplicação da norma padrão: “Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria,
na mobilidade e na energia) muita ciência e muita inovação tecnológica.” (2º§), à EXCEÇÃO de:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288376
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Atentando-se para os elementos paratextuais em relação ao texto propriamente dito, é correto afirmar que:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288377
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Em uma das frases a seguir foi apresentada uma sugestão de substituição ao termo destacado, de forma adequada ao contexto;
indique-a.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
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Q2288378
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Considerando o texto, assinale a afirmativa correta sobre a economia a que é feita referência antecipadamente no subtítulo
do texto.
Ano: 2023
Banca:
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Órgão:
CRC-RJ
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Q2288379
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Considerando as relações das palavras e suas funções sintáticas estabelecidas a partir do emprego nas orações destacadas a
seguir, assinale a afirmativa correta.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288380
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
A tese central apresentada e defendida no texto pode ser identificada no trecho destacado na seguinte alternativa:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288381
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Em “E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência a floresta
destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias.” (2º§), há estabelecida uma relação concessiva que
poderia também ser expressa por
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288382
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Em relação à pontuação empregada no texto, analise as afirmativas a seguir considerando as normas estabelecidas gramaticalmente e assinale aquela que apresenta correção.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288383
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase nos trechos destacados a seguir, indique a alternativa cuja afirmativa está
correta.
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288384
Português
Texto associado
Preservar Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista
Segundo Ricardo Abramovay, economia baseada no conhecimento da floresta favorece inovação e riqueza.
[...] Temos a matriz energética menos emissora do mundo, quando o Brasil é comparado com países de importância territorial,
demográfica e econômica equivalente à sua. Nossos transportes contam igualmente com uma fonte não emissora, o etanol, usado
muito menos do que deveria, infelizmente, graças aos subsídios concedidos aos fósseis. Onde se concentram então nossas emissões?
Resposta: na destruição florestal. O Brasil e a Indonésia são os únicos países do mundo em que mais da metade das emissões
vem do desmatamento. E é importante não confundir devastação florestal com a própria agricultura, embora, com muita frequência,
a floresta destruída (e não só na Amazônia) dê lugar a atividades agropecuárias. A agropecuária responde por 22% de nossas emissões
graças a doisfatores: por um lado à fermentação entérica dos ruminantes da qual resulta um dos mais potentes gases de efeito estufa,
o metano. Como o Brasil possui o maior rebanho bovino comercial e é o mais importante exportador de carne do mundo, reduzir
estas emissões é um imenso desafio, que exige (da mesma forma que na indústria, na mobilidade e na energia) muita ciência e muita
inovação tecnológica. O mesmo pode ser dito das emissões derivadas do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura.
Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento
(e, portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija
investimentos vultosos.
Cabe então perguntar: quais os custos de interromper a devastação? Será que desmatar a Amazônia não é o equivalente à
recusa da China e da Índia em subscrever um acordo climático ambicioso em 2009? Seria válido o argumento de que, da mesma
forma que, em 2009, os indianos e os chineses não tinham alternativa ao uso do carvão; a sobrevivência e o desenvolvimento dos 25
milhões de brasileiros que vivem na Amazônia dependem de sua possibilidade de colocar a floresta abaixo, nela implantando
atividades agropecuárias convencionais? Não estará a Amazônia presa a um dilema insuperável entre gerar renda para os que nela
vivem ou preservar a floresta? É fundamental enfrentar estas perguntas pois elas estão na base da tentativa de imprimir algum
fundamento racional àquilo que o Brasil e o mundo assistem hoje com tanto temor e tanta indignação na Amazônia.
O principal erro dos que toleram, compactuam ou promovem o desmatamento é não se dar conta de que desmatar a Amazônia
não produz nem riqueza, nem bem-estar. Na verdade, o desmatamento é o mais importante vetor da perenização do atraso e das
precárias condições de vida na região. Ele exprime uma forma primitiva de extrativismo que se materializa, por exemplo, na
importância do tráfico de madeira clandestina, que funciona como obstáculo à exploração madeireira sustentável, para a qual existem
tecnologias e até sistemas de certificação baseados no uso de blockchain, como mostram os trabalhos da BVRio.
Além disso, como é, na sua esmagadora maioria ilegal, o desmatamento na Amazônia funciona com base na formação de
quadrilhas que se especializam em invadir terras públicas e territórios pertencentes a comunidades indígenas e ribeirinhas. A
construção de pistas de pouso clandestinas e a contratação de motoqueiros (por parte dos pertencentes ao grupo de WhatsApp
que organizou, no dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, conforme reportagem da revista Globo Rural) incendiando o capim seco
dos acostamentos nos distritos à beira da BR-163 e no município de Altamira, é apenas um entre vários indícios dos efeitos da
legitimação da destruição florestal sobre o tecido cívico da região.
Tão importante quanto a criminalidade ligada à esmagadora maioria do desmatamento na Amazônia é a avaliação que se
pode fazer hoje de seus resultados econômicos e socioambientais. [...]
Os trabalhos recentes de Carlos Nobre e Ismael Nobre listam um vasto conjunto de produtos do extrativismo com imenso
potencial econômico. Uma das bases para a exploração sustentável destes produtos é a unidade entre trabalho científico e a própria
cultura material dos povos da floresta. Um dos mais emblemáticos exemplos desta junção é a Rede de Sementes do Xingu, organizada
pelo Instituto Socioambiental. Populações indígenas e ribeirinhas coletam sementes que são selecionadas por técnicos da EMBRAPA
e do Instituto Socioambiental e vendidas a fazendeiros para que possam cumprir seus compromissos de reflorestamento. Mel, óleo
de pequi, copaíba, borracha, castanha são inúmeros os produtos de uso alimentar, farmacêutico e cosmético que a ciência, aliada aos
povos da floresta, pode revelar e ajudar a explorar de maneira sustentável. O selo Origens Brasil, que certifica estes produtos e já está
em grandes cidades brasileiras, acaba de receber um importante reconhecimento internacional por parte da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU). É um exemplo das oportunidades do uso sustentável da floresta em pé com
produtos capazes de exprimir nos mercados os valores contidos na preservação da floresta e no respeito aos povos que nela
vivem.
A manutenção da floresta em pé não corresponde portanto a uma redoma de contemplação, economicamente paralisada.
Ao contrário, ela é um manancial de riquezas que se exprimem tanto em seus serviços ecossistêmicos e na cultura dos que aí
habitam como no valor de seus produtos. A equipe coordenada pelo professor Britaldo Soares-Filho da UFMG e o economista Jon
Strand do Banco Mundial estimaram o valor de alguns destes serviços. Em artigo publicado na prestigiosa Nature Sustainabillity, eles
mostram que o desmatamento de um hectare gera perdas anuais de até US$ 40 para a produção de castanha do Pará e US$ 200 para
a produção madeireira sustentável. Além disso, como o avanço do desmatamento compromete a produção de água por parte da
floresta, seus impactos sobre a agricultura e a produção de energia nas hidrelétricas são altamente ameaçadores.
Em suma, mais que apagar os incêndios que hoje a destroem, a Amazônia precisa de políticas que estimulem a emergência de
uma economia do conhecimento (e não da destruição) da natureza, que represente aquilo que temos de melhor: a capacidade de
fazer da ciência a base para produzir riqueza e bem-estar, valorizando os ensinamentos e a sabedoria dos povos da floresta.
(ABRAMOVAY, Ricardo. Preservar a Amazônia é mais lucrativo que desmatar, diz economista. Folha de S.Paulo. São Paulo. Em: 01/09/2019.)
“Mas, contrariamente ao que ocorre com a agropecuária, com a indústria ou com os transportes, zerar o desmatamento (e,
portanto, reduzir a contribuição do Brasil à crise climática) não é algo que depende de ciência e de tecnologia ou que exija investimentos vultosos.” (3º§) Pode-se afirmar que o operador argumentativo “mas” indica, em relação às ideias e informações expressas:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288385
Matemática
Considere que todos os profissionais cadastrados no Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro foram classificados em apenas um dos seguintes grupos: A e B. Sabe-se que 65% dos profissionais foram classificados no grupo A. Além disso,
80% dos profissionais são da capital do Estado. Tendo em vista que dos profissionais que são da capital do Estado, 30% deles
foram classificados no grupo B, se determinado profissional cadastrado no Conselho Regional de Contabilidade do Rio de
Janeiro for selecionado aleatoriamente desse relatório, qual a probabilidade dele ser classificado no grupo A e não ser oriundo da
capital do Estado?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
Provas:
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288386
Matemática
O prédio onde é sediado determinado Conselho Regional de Contabilidade possui 2 andares, com o mesmo número de servidores
trabalhando em cada andar. Considere que os servidores do conselho trabalham em apenas um dos seguintes regimes: 6h/dia e
8h/dia. A razão entre o número de servidores que trabalham 6h/dia e o número de servidores que trabalham 8h/dia no primeiro
e segundo andares é
3/2
e
1/2
, respectivamente. Se forem considerados todos os servidores do conselho, qual a razão entre o
número de servidores que trabalham 6h/dia e o número de servidores que trabalham 8h/dia?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288387
Raciocínio Lógico
O presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro ofertou os seguintes cursos remotos aos 72 profissionais
da contabilidade recém-cadastrados no conselho:
I. Perícia Contábil e Desafios na Atuação Profissional. II. Conciliação Contábil e Análise de Contas. III. Perícia Criminal Contábil: no Campo dos Crimes contra a Ordem Tributária.
Dentre os profissionais, 15 deles optaram por não fazer nenhum dos cursos, já que são bem qualificados. Por outro lado, 9 profissionais participaram dos três cursos remotos. Além disso, 15 profissionais participaram apenas dos cursos remotos I e II, e 13 funcionários participaram apenas dos cursos remotos II e III. Considerando que nenhum profissional participou de apenas um único curso remoto, quantos profissionais participaram do curso III?
I. Perícia Contábil e Desafios na Atuação Profissional. II. Conciliação Contábil e Análise de Contas. III. Perícia Criminal Contábil: no Campo dos Crimes contra a Ordem Tributária.
Dentre os profissionais, 15 deles optaram por não fazer nenhum dos cursos, já que são bem qualificados. Por outro lado, 9 profissionais participaram dos três cursos remotos. Além disso, 15 profissionais participaram apenas dos cursos remotos I e II, e 13 funcionários participaram apenas dos cursos remotos II e III. Considerando que nenhum profissional participou de apenas um único curso remoto, quantos profissionais participaram do curso III?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288388
Raciocínio Lógico
Em determinado Conselho Regional de Contabilidade existem cinco pontos estratégicos onde os guardas se posicionam para garantir
a segurança do local. Atualmente, o conselho conta com a colaboração de quatro guardas que ocupam os cinco pontos. Na entrada
e saída do conselho, há um ponto estratégico que deverá sempre ser ocupado por um guarda. Os demais pontos estratégicos podem
ser ocupados por, no máximo, um guarda. Com base nas informações, de quantas formas distintas os guardas poderão ser alocados
nos cinco pontos estratégicos?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
|
Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288389
Raciocínio Lógico
Drica, Eunice e Fátima são servidoras do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro e exercem as profissões de advogada, contadora e fiscal contábil, mas não necessariamente nessa ordem. Cada uma das três servidoras escolheu, de forma
distinta, um dos seguintes meses para tirar férias no próximo ano: janeiro, julho e dezembro. Sabe-se que Eunice irá tirar férias em
janeiro e Drica é advogada. Além disso, a servidora que é fiscal contábil irá tirar férias em julho. Com base nestas informações, é
correto afirmar que:
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288390
Noções de Informática
Sobre tipos de computadores, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Supercomputadores: utilizados para tarefas que exigem grande poder de processamento e quando o problema é o tempo de cálculo. Normalmente, empregados como servidor de rede com sistemas que gerenciam o tráfego de arquivos e correio eletrônico.
( ) Computadores pessoais (PCs): computadores de pequeno porte para uso pessoal, tanto para fins domésticos quanto comerciais; são os computadores de mesa (desktops).
( ) Mainframes: tipo de computador dedicado ao trato de grandes volumes de dados, que opera com processadores especializados e usa variados recursos tecnológicos, sendo capaz de hospedar e executar diferentes e complexas aplicações; são, geralmente, empregados por um único usuário de cada vez.
( ) Minicomputador: computador de médio porte empregado como suporte multiusuário; pode ser utilizado como servidor de uma rede de computadores.
A sequência está correta em
( ) Supercomputadores: utilizados para tarefas que exigem grande poder de processamento e quando o problema é o tempo de cálculo. Normalmente, empregados como servidor de rede com sistemas que gerenciam o tráfego de arquivos e correio eletrônico.
( ) Computadores pessoais (PCs): computadores de pequeno porte para uso pessoal, tanto para fins domésticos quanto comerciais; são os computadores de mesa (desktops).
( ) Mainframes: tipo de computador dedicado ao trato de grandes volumes de dados, que opera com processadores especializados e usa variados recursos tecnológicos, sendo capaz de hospedar e executar diferentes e complexas aplicações; são, geralmente, empregados por um único usuário de cada vez.
( ) Minicomputador: computador de médio porte empregado como suporte multiusuário; pode ser utilizado como servidor de uma rede de computadores.
A sequência está correta em
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288391
Noções de Informática
O Google Chrome é um navegador de Internet desenvolvido pelo Google, que permite realizar pesquisas não apenas por texto, mas também através de pesquisas de imagens. Tendo em vista que no menu Ferramentas da barra de pesquisa é possível escolher algumas configurações, a pesquisa por imagens no Google Chrome é permitida
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288392
Noções de Informática
José criou uma planilha do Excel conforme o modelo. Em seguida, selecionou a tabela e clicou em Inserir – “Tabela Dinâmica”:
Qual é a função da ferramenta “Tabela Dinâmica” no Excel 2013?
Qual é a função da ferramenta “Tabela Dinâmica” no Excel 2013?
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288393
Noções de Informática
O Menu Iniciar no Windows 10, um elemento central da interface de usuário do sistema operacional, fornece acesso rápido
e conveniente a aplicativos, programas, configurações e demais recursos do computador. Sobre as configurações do Menu
Iniciar, analise as afirmativas a seguir.
I. Nele, é possível escolher quais pastas serão exibidas. II. Suas configurações podem ser acessadas clicando com o botão direito do mouse na barra de tarefas e, em seguida, selecionar “Configurações da Barra de Tarefas”; em seguida “Iniciar”. III. Possui “blocos dinâmicos” que podem ser adicionados ou removidos. IV. Pode ser configurado para aparecer na tela inteira ao ser clicado.
Está correto o que se afirma em
I. Nele, é possível escolher quais pastas serão exibidas. II. Suas configurações podem ser acessadas clicando com o botão direito do mouse na barra de tarefas e, em seguida, selecionar “Configurações da Barra de Tarefas”; em seguida “Iniciar”. III. Possui “blocos dinâmicos” que podem ser adicionados ou removidos. IV. Pode ser configurado para aparecer na tela inteira ao ser clicado.
Está correto o que se afirma em
Ano: 2023
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
CRC-RJ
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Advogado
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Instituto Consulplan - 2023 - CRC-RJ - Contador |
Q2288394
Noções de Informática
Sabe-se que a segurança da informação está diretamente relacionada à proteção de um conjunto de informações, no sentido
de preservar o valor que possuem para um indivíduo ou uma organização, sendo possível utilizar uma VPN. Podemos afirmar
que uma VPN é um