Questões de Concurso Público Prefeitura de Agrolândia - SC 2025 para Fiscal Superior de Obras e Posturas

Foram encontradas 40 questões

Q3195055 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
O autor, ao relembrar sua infância e as escolhas de times nas aulas de educação física, reflete sobre sua postura e a dos colegas em relação aos alunos que eram constantemente excluídos. Qual é o sentimento predominante que o autor expressa ao revisitar essas memórias?
Alternativas
Q3195056 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
Ao escrever o texto “Escolhendo times na escola”, Fabrício Carpinejar utiliza uma experiência pessoal para discutir um tema mais amplo que transcende o ambiente esportivo. Qual é o principal objetivo do autor ao compartilhar essa lembrança da infância?
Alternativas
Q3195057 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
Considerando o texto de Fabrício Carpinejar, analise as afirmativas a seguir, que tratam das reflexões do autor sobre o ambiente escolar e a formação de times nas aulas de educação física:

I. O autor reconhece que, por ser boleiro, não percebia o sofrimento dos colegas excluídos, pois estava focado em seu próprio desempenho.
II. O texto sugere que o ambiente escolar, ao invés de acolher e ensinar, pode reforçar preconceitos, estereótipos e práticas de exclusão entre os alunos.
III. O autor demonstra orgulho de nunca ter sido o último a ser escolhido nos times, mostrando satisfação por sua popularidade entre os colegas.

Está correto o que se afirma em:
Alternativas
Q3195058 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
Na oração “Atuavam sob o signo do pânico e da opressão”, a palavra “sob” é classificada, gramaticalmente, como:
Alternativas
Q3195059 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
Em determinado momento do texto, o autor questiona: “Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo?” Com essa indagação, Carpinejar está evidenciando uma crítica relacionada ao ambiente escolar. O que o autor pretende destacar com essa reflexão?
Alternativas
Q3195060 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
No contexto do trecho “Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico”, a conjunção “Mas” introduz uma ideia de:
Alternativas
Q3195061 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
No trecho “Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis”, a palavra “retroativa” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
Alternativas
Q3195062 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
Na oração “Lamento a minha passividade”, o sujeito e os termos sublinhados são classificados, respectivamente, como:
Alternativas
Q3195063 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
No que se refere à grafia de palavras, “entrosar” é um exemplo de vocábulo em que o S tem som de Z. Em qual das alternativas abaixo também há um exemplo de vocábulo corretamente grafado com S, exercendo som de Z?
Alternativas
Q3195064 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
A palavra “publicamente”, utilizada no texto, é formada por meio de: 
Alternativas
Q3195065 Raciocínio Lógico
Considere que um ano passa a ser formado por 12 meses com 28 dias, cada um. Cada um dos meses tem exatamente 4 semanas, e cada semana tem 2 dias não-úteis: sábado e domingo. Ainda, foi definido que, entre segunda e sexta-feira, ao longo do ano, há 4 dias feriados, ou seja, não-úteis. Com base nisso, se for sorteado um dia útil desse ano, qual é a probabilidade aproximada de ser o primeiro dia útil do ano inteiro?
Alternativas
Q3195066 Matemática
Uma fábrica de objetos plásticos produz cubos maciços decorativos. Os cubos possuem todas as faces com a mesma cor, e somente uma delas tem um ponto branco no centro. Sejam dois cubos produzidos: um de aresta 20 cm e outro de aresta 8 cm. Se fosse possível coincidir os pontos brancos desses dois cubos, ambos com essa face voltada para cima, e se retirasse o volume do cubo menor, do cubo maior, o formato resultante teria volume de:
Alternativas
Q3195067 Matemática
Uma aplicação financeira é regida por juros simples, com taxa de 0,5% mensais. Uma pessoa aplica um capital de R$ 120.000,00 nessas condições, e deseja saber quanto tempo mínimo o saque do montante será maior que o dobro do capital, sendo que, ao sacar o montante, a instituição financeira retém 5% do montante obtido. Qual será esse tempo mínimo?
Alternativas
Q3195068 Estatística
Abaixo é possível se observar quatro diferentes conjuntos de dados numéricos, cada um deles com exatos oito dados numéricos:

Imagem associada para resolução da questão

Considere que se deseja obter a mediana entre as médias aritméticas dos quatro conjuntos de dados numéricos. Qual das alternativas apresenta essa mediana? (Considere duas casas decimais e critérios de arredondamento nos resultados)
Alternativas
Q3195069 Matemática
Sejam duas progressões, sendo a Primeira, aritmética, e a Segunda, geométrica. A Primeira possui como primeiro elemento, o número 2, e tem como razão, o número 2. A Segunda possui como primeiro elemento, o número 2, e tem como razão, o número 3. Qual será o elemento da Primeira que terá o mesmo valor do 10° elemento da Segunda?
Alternativas
Q3195070 Noções de Informática
No contexto do sistema operacional Windows 11, como se denomina o recurso disponível nas opções de Segurança do Windows, representado na figura abaixo?

Imagem associada para resolução da questão
Alternativas
Q3195071 Noções de Informática
Qual o atalho de teclado no Windows 10 que permite fixar ou soltar uma janela ativa na metade da tela, utilizando o recurso de Ajuste de Tela (Snap Assist)?
Alternativas
Q3195072 Noções de Informática
Em relação aos atalhos de teclado no Google Chrome, em ambiente Windows, qual é o atalho, em português, que permite abrir novamente a última aba fechada?
Alternativas
Q3195074 Noções de Informática
No Microsoft PowerPoint 2019, em português, o recurso Animações permite a inserção de efeitos em textos ou objetos das apresentações. Estes efeitos podem se classificados em de Entrada, de Ênfase e de Saída. Qual alternativa apresenta um exemplo de efeito de Ênfase?
Alternativas
Respostas
1: D
2: C
3: B
4: B
5: B
6: D
7: C
8: A
9: A
10: A
11: D
12: C
13: B
14: B
15: D
16: D
17: C
18: A
19: A
20: B