Em sua obra A Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire (1987) fa...

Alternativa Correta: A - As asserções 1 e 2 estão corretas e 1 justifica 2.

A obra A Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire é um marco na educação crítica e libertadora. Freire critica o modelo de educação tradicional, que ele denomina de "concepção bancária". Nessa visão, o conhecimento é visto como um depósito feito pelo professor (que detém o saber) no aluno (que é considerado ignorante), conforme descrito na primeira asserção. Assim, o papel do educando é passivo, recebendo informações sem um processo crítico de aprendizagem.

Esta crítica é aprofundada na segunda asserção, onde se fala do educador como o sujeito central do processo educativo. Neste cenário, o educador "conduz" os educandos a memorizar de forma mecânica o conteúdo que é transmitido, sem incentivar a crítica ou a criação de conhecimento autônomo por parte dos alunos. Isso reforça a ideia de que os alunos são meros receptáculos a serem preenchidos com o conhecimento que o educador possui, enfatizando o caráter opressivo desta concepção.

Portanto, a asserção 1 justifica a asserção 2 ao mostrar que, na concepção bancária, o conhecimento é tratado como uma "doação" dos que se consideram sábios (o educador) para aqueles que são vistos como carentes deste saber (os educandos). Isso sustenta a prática de uma educação focada na narração e memorização, mais do que no pensamento crítico e na construção coletiva do saber.

Assim, a alternativa A é a correta porque ambas as asserções são verdadeiras e a primeira efetivamente justifica a segunda, tendo em vista que a lógica de doação do conhecimento implica na metodologia de memorização mecânica do conteúdo, uma característica fundamental da concepção bancária criticada por Paulo Freire.