Vinha (1999), no texto O educador e a moralidade infantil n...

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Q931066 Pedagogia

Vinha (1999), no texto O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista, relata que viveu uma situação profissional na qual havia uma criança que, ao jogar, percebendo que iria perder, afirmava que não queria mais jogar. Foi assim na primeira vez, na segunda os meninos falaram que não queriam mais jogar com ela. O que Piaget diz é que nós protegemos muito as crianças. Não permitimos que elas sintam a consequência do ato. Quando brigam, vamos lá imediatamente e pedimos para se desculparem. É importante que o adulto permita que as crianças sintam as consequências dos atos (Vinha, 1999).


Piaget diz que quando for necessário tomar uma atitude diante de transgressões a regras e/ou conflitos vividos por uma criança, o educador deve

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A alternativa correta é a A - se valer de sanções por reciprocidade.

Para entender o tema desta questão, é importante ter em mente os conceitos de Jean Piaget sobre o desenvolvimento moral das crianças. Piaget abordou o crescimento moral como um processo construtivo, onde as crianças aprendem moralidade por meio de interações sociais e vivências de conflitos de regras. Ele diferenciou dois tipos de moralidade: a heterônoma, onde regras são impostas por autoridades e não são passíveis de negociação, e a autônoma, onde as crianças compreendem e aceitam regras como resultantes de consensos e são capazes de modificar regras a partir de acordos mútuos.

Piaget defendia que, para o desenvolvimento da moralidade autônoma, é fundamental que as crianças experimentem as consequências de seus atos. Isso inclui reconhecer as repercussões de suas ações em relação aos outros. No exemplo do enunciado, a criança que desiste do jogo quando está prestes a perder deve enfrentar as respostas naturais dos colegas, que podem decidir não mais jogar com ela se perceberem que sua atitude é recorrente e injusta.

Sanções por reciprocidade significam que a resposta a uma transgressão ou a um comportamento inadequado deve estar diretamente relacionada às ações da criança, e não ser algo imposto arbitrariamente ou externamente. Tais sanções são uma forma de fazer com que a criança perceba as consequências sociais de seus atos e aprenda com elas, movendo-se em direção ao desenvolvimento de uma moralidade autônoma.

As outras alternativas não estão de acordo com as ideias de Piaget sobre a moralidade autônoma: a B falha em focar na importância da reciprocidade e da construção conjunta de regras, a C e a D sugerem uma abordagem mais diretiva e menos construtivista, e a E propõe a promoção de uma moralidade heterônoma, que é o oposto da abordagem defendida por Piaget.

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GABARITO:

a) se valer de sanções por reciprocidade.

Piaget diz que quando for necessário tomar uma atitude diante de transgressões a regras e/ou conflitos vividos por uma criança, o educador deve se valer de sanções por reciprocidade

Na reciprocidade ,é a retirada de sentimentos, sendo assim o adulto rompe sentimentos se for necessário para que a criança sinta o quanto falhou

Segundo o Dicionário Aurélio (1994), “sanção é a pena ou recompensa com que se tenta garantir a execução de uma lei; aprovação ou media regressiva infligida por uma autoridade.

Quando falamos sobre sanções sempre nos remetemos a pensar em adultos, mas hoje irei falar um pouco sobre sanções relacionadas a crianças. O adulto é um dos fatores que não descartamos, ele se faz muito importante para que consigamos desenvolver sentimentos nas crianças.

Sempre utilizamos as sanções de forma arbitrária, o pensamento mais forte é sempre que a sanção acarretará em um final ruim, por exemplo se seu filho tirou notas baixas, ele ficará sem sua festa de aniversário, se ele não participou das aulas de teatro, ficará sem sua mesada. A falta de cumprimento de regras acarreta sempre na retirada de um privilégio.

De acordo com Telma Vinha (2009, p.370), existem dois tipos de sanções as expiatórias e as por reciprocidade. Sanções expiatórias segundo Piaget: tem como caráter coagir aquele que esta fazendo um ato incorreto, porém quando esta sanção é utilizada ela de fato não coincide com o ato feito. Tanto faz se a criança quebrar um objeto da casa e for punido com uma surra, o que importa é que a criança seja punida.

Sanções por reciprocidade tem um caráter contrário, esta sanção tem como objetivo agir de forma coerente no momento que for necessário punir, uma criança pelo ato incorreto feito. Um dos fatores que a sanção por reciprocidade utiliza é a retirada de sentimentos, sendo assim o adulto rompe sentimentos se for necessário para que a criança sinta o quanto falhou. Quando a criança rasga um livro, ela não deve apanhar e sim consertar o mesmo, assim ela entende que não se deve rasgar os livros. Quando uma criança mente, o adulto fica bravo e pode dizer a ela que não confia mais no que ela fala, assim o adulto esta rompendo um laço e a criança se sente triste e compreende que não se deve mentir.

Quando a sanção corresponde ao que foi feito, a internalização da criança fica mais compreensível, agora no que se diz a respeito de sentimentos ela demora um pouco mais a compreender, mas quanto mais esta sanção for usada de forma correta, mais clara ela vai ficando.

fonte:medium.com/@mariamartaferreirasilva1993/voc%C3%AA-sabe-o-que-%C3%A9-san%C3%A7%C3%A3o-8e5147bbc5aa

Piaget diz que quando for necessário tomar uma atitude, o educador deve se valer de sanções por reciprocidade.
São aquelas sanções que têm relação direta com aquilo que a criança fez. Por exemplo, as crianças estão brincando com um jogo e uma rouba. O que elas fazem? Não vão mais querer jogar com aquele menino. Havia uma criança que, no meio do jogo, quando ele via que ia perder, dizia que não queria mais jogar. Foi assim na primeira vez, na segunda os meninos falaram que não queriam mais jogar com ele. É uma decorrência natural do ato.
O que o Piaget diz é que nós protegemos muito as crianças. Não permitimos que elas sintam a consequência do ato. Quando brigam, vamos lá imediatamente e pedimos para se desculparem. É importante que o adulto permita que as crianças sintam as consequências dos atos. “Por que
será que o grupo não quer mais jogar com você? O que você vai fazer para deixar claro que você está disposto a mudar.”
Outros tipos de sanções por reciprocidade são: privar temporariamente a criança de algo que ela está estragando; reparar o dano causado, se ela quebrou algo; sujou, limpou.

FONTE: VINHA, Telma Pileggi. O educador e a moralidade infantil numa perspectiva construtivista. Revista do Cogeime, nº 14, julho/99, pág. 15-38.

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