Determinado Deputado Federal, no afã de reduzir a carga tri...

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Q574695 Direito Constitucional
Determinado Deputado Federal, no afã de reduzir a carga tributária da indústria brasileira, apresentou projeto de lei alterando a alíquota máxima de um tributo. Esse projeto, se convertido em lei, acarretaria sensível redução das receitas da União para o exercício financeiro subsequente. Considerando a sistemática constitucional afeta ao processo legislativo, é possível afirmar que o projeto é:
Alternativas

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Vamos analisar a questão proposta, que aborda o processo legislativo e a iniciativa de projetos de lei em matéria tributária.

Primeiro, é importante entender que a Constituição Federal brasileira define regras específicas para a iniciativa de leis. No caso de leis que tratam de matéria tributária, a Constituição estabelece que não há iniciativa privativa do Presidente da República, ou seja, qualquer parlamentar pode apresentar projeto de lei sobre tributos. Esse é um ponto central para resolver a questão.

Vamos examinar as alternativas:

Alternativa A: Incorreta. Afirmar que são privativos do Presidente da República os projetos de lei em matéria tributária é um equívoco. De acordo com o artigo 61 da Constituição, não há essa exclusividade. A matéria tributária pode ser iniciada por qualquer membro do Congresso Nacional.

Alternativa B: Incorreta. Alterações que impactam o orçamento não precisam ser feitas exclusivamente por emenda constitucional. A Constituição permite que leis ordinárias ou complementares tratem de matérias que impactem o orçamento, desde que respeitem o devido processo legislativo.

Alternativa C: Incorreta. O argumento de que projetos de iniciativa parlamentar não podem acarretar a redução da receita pública não é válido. A Constituição não proíbe tais projetos; o que ela exige é que qualquer proposta respeite as normas orçamentárias e fiscais vigentes, como a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Alternativa D: Correta. Esta alternativa está correta porque, de fato, não há iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para matérias tributárias. Isso significa que o deputado agiu dentro de sua competência ao propor o projeto.

Alternativa E: Incorreta. Embora o Congresso Nacional tenha competência para legislar sobre todas as matérias de competência da União, existem regras específicas para a iniciativa de certos tipos de projeto, o que não impede, neste caso, a atuação do deputado.

Em resumo, a correta interpretação das normas constitucionais evidencia que a iniciativa de propor projetos de lei sobre matéria tributária não é exclusiva do Presidente da República, e por isso, a alternativa D é a correta. Um exemplo prático seria se outro parlamentar propusesse uma alteração na alíquota de determinado imposto, algo perfeitamente possível dentro das normas legislativas.

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Gabarito Letra D

Nesse sentido, negando a iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo, já decidiu a 1a Turma do Supremo Tribunal Federal (AgRg nº 148.469-9-SP, de 10/10/95, Relator Ministro Ilmar Galvão), em acórdão cuja ementa, neste ponto, reza: “O ordenamento constitucional vigente não contém disposição que contemple a iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo para o processo legislativo em matéria tributária"

A iniciativa para leis tributárias é somente nos territórios (art. 61, §1, II, b)

bons estudos

Letra (d)


Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.


§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;


"A reserva de lei de iniciativa do chefe do Executivo, prevista no art. 61, § 1º, II, b, da Constituição, somente se aplica aos Territórios federais." (ADI 2.447, rel. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE de 4-12-2009.)


"Não ofende o art. 61, § 1º, II, b, da CF, lei oriunda de projeto elaborado na Assembleia Legislativa estadual que trate sobre matéria tributária, uma vez que a aplicação deste dispositivo está circunscrita às iniciativas privativas do chefe do Poder Executivo Federal na órbita exclusiva dos territórios federais." (ADI 2.464, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 11-4-2007, Plenário, DJ de 25-5-2007.) No mesmo sentido: RE 601.348-ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 22-11-2011, Segunda Turma, DJE de 7-12-2011. Vide: ADI 3.205, rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 19-10-2006, Plenário, DJ de 17-11-2006.

Justamente por haver a iniciativa privativa em matéria tributária dos Territórios, como já dito pelo Renato, acredito que a questão deveria ser anulada.

Outra questão sobre o mesmo tema e da mesma banca: Q625467

Segundo o  Supremo Tribunal Federal, esse dispositivo constitucional, ao se referir à  iniciativa privativa do Presidente da República em matéria tributária, aplica-se  exclusivamente  aos tributos que digam respeito aos Ter­ritórios  Federais. Em qualquer outro caso relativo a matéria tributária, não há iniciativa legislativa privativa do Chefe do Executivo, ainda que se cuide de lei que conceda renúncia fiscal ou vise à minoração ou revogação de tributo. Membros do Poder Legislativo podem, portanto, apresentar pro­jeto de lei cujo conteúdo consista em instituir, modificar ou revogar tributo.

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