Kleiman (1993) afirma que “o autor deixa [pistas] no texto p...

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Ogro filipino


    Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, já xingou a mãe do americano Barack Obama, amaldiçoou a União Europeia e ameaçou declarar guerra ao Canadá.

    O líder filipino também pede a eliminação física de traficantes e usuários de drogas – e vem sendo atendido. O número de assassinatos extrajudiciais de pessoas envolvidas com entorpecentes no país disparou depois que o presidente chegou ao poder, em 2016.

    A oposição fala em 20 mil mortos; outras fontes, talvez mais confiáveis, mencionam a cifra de 5.000.

    Duterte não é um tirano que conquistou o poder pela força – e isso só torna seu caso mais assustador. Ele foi eleito democraticamente e conta com apoio de 79% do eleitorado, segundo pesquisas.

    Pode-se atribuir grande parte da aprovação ao desempenho da economia, que vem crescendo a um ritmo de mais de 6% anuais, com inflação e desemprego sob controle. A prosperidade encoraja filipinos a relativizar as manifestações absurdas de seu presidente.

    As perspectivas futuras não se mostram animadoras em termos de democracia e direitos humanos. O Senado era a única instituição que ainda fazia algum contraponto ao poder de Duterte – o Judiciário já se encontra manietado.

    Depois de conquistar recentemente a maioria na Casa legislativa, o líder filipino poderá dar continuidade a projetos mais polêmicos, como a introdução da pena de morte para traficantes.

    Teme-se também que ele vá tentar uma fórmula de perpetuar-se no poder, seja diretamente, seja através da filha Sara Duterte-Carpio, hoje prefeita de Davao, a quarta cidade mais populosa do país.

(Ogro filipino. Editorial. Folha de S.Paulo, 06.06.2019. Adaptado)

Kleiman (1993) afirma que “o autor deixa [pistas] no texto para ajudar a reconstruir seu quadro referencial”. Elas constituem a modalização, isto é, “aquelas palavras que indicam o grau de comprometimento do autor com a verdade, ou a justeza da informação, relativizando-a ou para mais, a certeza absoluta, ou para menos, a possibilidade mais remota”. A análise da autora está corretamente exemplificada com a expressão destacada na seguinte passagem do texto:
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