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Q1883998 Pedagogia
De acordo com Vasconcellos, embora o problema da avaliação envolva responsabilidades de vários níveis, desde o próprio aluno, sua família, problemas estruturais, o sistema educacional e o vestibular, entre outros, é no professor que reside a maior responsabilidade. O professor participa, mesmo inconscientemente, da distorção da avaliação. Ele não faz somente o que deseja ou o que sua consciência diz. Participa de um processo de alienação imposta a todo cidadão. E por que o professor acaba agindo assim? Nesse sentido, analise as afirmações abaixo:

1. Necessidade de controle, pois a sociedade lhe confiou uma tarefa para a qual ele está “habilitado e autorizado”. Porém, os alunos “não vêm significado e nem se sentem mobilizados com aquilo que o professor propõe”. Então, o desinteresse e indisciplina dos alunos passa a ser reprimido com a ameaça da avaliação e da nota.
2. Ingenuidade, também deforma o papel da avaliação. Quando mesmo não usando explicitamente a avaliação como ameaça, o professor o faz por não questionar essa prática, geralmente já assimilada pelos alunos.
3. Por convicção, por achar que a tensão da avaliação faz parte da preparação para a vida ou para o vestibular. Ou por considerar que há a necessidade de uma seleção social entre aptos e inaptos.
4. Por comodidade, quando se considera muito trabalhoso querer mudar, ainda mais pelo salário que recebe.
5. Por pressão, quando mesmo já tendo certa consciência, o professor se sente cobrado a manter a avaliação tradicional, pelos colegas, pelo vestibular, pelos pais ou mesmo pelos alunos.

O resultado da somatória dos números correspondentes às afirmações corretas é: 
Alternativas

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A alternativa correta para a questão é a alternativa E (15).

Vamos analisar o tema da questão. A questão aborda a responsabilidade do professor no processo de avaliação educacional, conforme discutido por Vasconcellos. Ele argumenta que, embora a avaliação envolva vários níveis de responsabilidade, a maior responsabilidade recai sobre o professor. O texto apresenta diferentes motivos pelos quais o professor pode acabar distorcendo o processo de avaliação, muitas vezes sem perceber, devido a várias pressões e condicionamentos.

Agora, vamos justificar a resposta correta e analisar cada alternativa.

1. Necessidade de controle: A sociedade confia ao professor uma tarefa importante, mas muitas vezes os alunos não se sentem motivados pelo que é proposto. O desinteresse e indisciplina são reprimidos com a ameaça da avaliação e da nota. Essa afirmação é correta. (Valor: 1)

2. Ingenuidade: Mesmo que o professor não use a avaliação como ameaça explicitamente, ele pode continuar essa prática por não questioná-la, algo geralmente já assimilado pelos alunos. Essa afirmação é correta. (Valor: 2)

3. Por convicção: Alguns professores acreditam que a tensão da avaliação é uma preparação necessária para a vida ou para o vestibular, ou que é necessário selecionar socialmente entre aptos e inaptos. Essa afirmação é correta. (Valor: 3)

4. Por comodidade: Mudar a prática de avaliação pode ser considerado trabalhoso, especialmente em relação ao salário recebido. Essa afirmação é correta. (Valor: 4)

5. Por pressão: Mesmo tendo consciência das distorções, o professor se sente pressionado a manter a avaliação tradicional pelos colegas, vestibulares, pais ou mesmo pelos alunos. Essa afirmação é correta. (Valor: 5)

Somando os valores das afirmações corretas: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15.

Portanto, a alternativa correta é a alternativa E (15).

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Embora o problema da avaliação envolva responsabilidades de vários níveis, desde o próprio aluno, sua família, problemas estruturais, o sistema educacional e o vestibular, entre outros, é no professor que reside a maior responsabilidade.

O professor participa, mesmo inconscientemente, da distorção da avaliação. Ele não faz somente o que deseja ou o que sua consciência diz. Participa de um processo de alienação imposta a todo cidadão.

Mas se é algo que pese, também lhe dá o poder de mudança mesmo que limitado, mas real. Vale lembrar que ele não pode fazer tudo como deseja, pois está submetido a uma hierarquia do sistema educacional.

Precisamos ser ajudados a encarar o que realmente é nossa prática de avaliação na realidade, independentemente de nossa consciência e de nossa vontade.

Mas, como o professor participa da distorção do sentido da avaliação? Dando destaque a ela, usando-a como instrumento de pressão e controle de comportamento; usando a avaliação-reprovação como instrumento de discriminação social: para “selecionar” os que têm “capacidade”.

E por que o professor acaba agindo assim?

Por necessidade, por ingenuidade, por convicção, por comodidade, por pressão.

  1. Necessidade de controle, pois a sociedade lhe confiou uma tarefa para a qual ele está “habilitado e autorizado”. Porém, os alunos “não vêm significado e nem se sentem mobilizados com aquilo que o professor propõe”. Então, o desinteresse e indisciplina dos alunos passa a ser reprimido com a ameaça da avaliação e da nota. Há uma distorção do sentido da avaliação de “formação” para o “medo”. Perde-se a oportunidade de ir a fundo no problema (relação escola-sociedade, processo de construção de conhecimento).
  2. Ingenuidade, também deforma o papel da avaliação. Quando mesmo não usando explicitamente a avaliação como ameaça, o professor o faz por não questionar essa prática, geralmente já assimilada pelos alunos.
  3. Por convicção, por achar que a tensão da avaliação faz parte da preparação para a vida ou para o vestibular. Ou por considerar que há a necessidade de uma seleção social entre aptos e inaptos.
  4. Por comodidade, quando se considera muito trabalhoso querer mudar, ainda mais pelo salário que recebe.
  5. Por pressão, quando mesmo já tendo certa consciência, o professor se sente cobrado a manter a avaliação tradicional, pelos colegas, pelo vestibular, pelos pais ou mesmo pelos alunos.

O problema da avaliação não é de ordem técnica e sim política. Seu uso autoritário e disciplinar. No sentido pedagógico, a solução do problema da avaliação está muito mais ligada à proposta de trabalho do professor e da escola e à metodologia de trabalho em sala de aula.

“A avaliação, portanto, acaba desempenhando, na prática, um papel mais político que pedagógico, ou seja, não é usada como recurso metodológico de reorientação do processo de ensino-aprendizagem, mas sim como instrumento de poder, de controle, tanto por parte do sistema social, como pela escola, pelo professor, quanto pelos próprios pais.

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