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Q1922650 Psicologia
       Ângela, de 6 anos de idade, mora com os pais e o irmão mais velho. Apresenta desenvolvimento cognitivo adequado para a faixa etária e não há queixas escolares a seu respeito. Entretanto, de acordo com a genitora, a criança tem muito medo de trovão: “Toda vez que ameaça chover, tudo vira de cabeça pra baixo. Ela grita, chora, se esconde debaixo da mesa, debaixo da cama... É uma confusão. Agarra minha mão ou de quem estiver em casa e não desgruda mais. Chega a machucar. A gente percebe que o coração dela acelera. Só acalma quando a chuva passa” (sic). Em face das dificuldades encontradas para lidar com essa situação, os responsáveis de Ângela procuram atendimento especializado.

Considerando esse caso clínico hipotético, as contribuições da psicopatologia, o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), a Classificação Internacional das Doenças (CID-10) e os níveis de atenção à saúde, julgue os itens a seguir. 


Quadro clínico fóbico como o apresentado por Ângela costuma progredir associado a sintomas de ansiedade e medo de doenças específicas. 

Alternativas

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A alternativa correta é E - errado.

Vamos analisar o caso clínico apresentado.

Ângela, uma criança de 6 anos, apresenta um quadro específico de medo intenso de trovões, o que leva a comportamentos como gritar, chorar, se esconder e procurar segurança em contato físico com os adultos. Esses sintomas descritos são característicos de uma fobia específica, que é um transtorno de ansiedade reconhecido tanto pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) quanto pela CID-10 (Classificação Internacional de Doenças).

De acordo com o DSM-5, uma fobia específica é definida como um medo ou ansiedade intensa sobre um objeto ou situação específica (neste caso, trovões). A resposta fóbica geralmente ocorre sempre que a pessoa é exposta ao estímulo fóbico, e a reação pode incluir sintomas físicos como o aumento da frequência cardíaca, que foi observado em Ângela.

Agora, analisando a sentença da questão:

"Quadro clínico fóbico como o apresentado por Ângela costuma progredir associado a sintomas de ansiedade e medo de doenças específicas."

Essa afirmação está incorreta. O medo específico de trovões é uma fobia isolada e não está diretamente associado ao desenvolvimento de sintomas de ansiedade generalizada ou ao medo de doenças específicas. Uma fobia específica como a de Ângela não se enquadra em transtornos como ansiedade generalizada ou hipocondria (medo de doenças), a menos que haja outros fatores ou transtornos coexistentes que não foram mencionados no relato.

Portanto, a alternativa correta é E - errado, pois o medo de trovões de Ângela, um caso de fobia específica, não implica necessariamente uma progressão para medo de doenças ou sintomas de ansiedade generalizada.

Espero que esta explicação tenha ajudado a entender melhor como analisar e diferenciar os tipos de transtornos de ansiedade e a aplicação correta dos conceitos do DSM-5 e CID-10. Se tiver mais dúvidas, estarei à disposição para ajudar!

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Comentários

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Gabarito: ERRADO

''doenças específicas''?

Quadro clínico fóbico como o apresentado por Ângela costuma progredir associado a sintomas de ansiedade e medo de doenças específicas. 

Na evolução do quadro, segundo o DSM V, é comum a progressão e aumento dos sintomas de ansiedade e o medo de outras FOBIAS específicas. O erro da questão é falar em medo de DOENÇAS ESPECÍFICAS.

Primeiro, os indivíduos mais velhos podem ter mais probabilidade de aceitar fobias específicas do ambiente natural, assim como fobias de queda. Segundo, a fobia específica (como todos os transtornos de ansiedade) tende a ocorrer em comorbidade com condições médicas em indivíduos mais velhos, incluindo doença coronariana e doença pulmonar obstrutiva crônica. Terceiro, os indivíduos mais velhos podem ter mais probabilidade de atribuir os sintomas de ansiedade às condições médicas. Quarto, essas pessoas podem ter mais probabilidade de manifestar ansiedade de uma maneira atípica (p. ex., envolvendo sintomas de ansiedade e depressão) e, assim, têm mais chance de justificar um diagnóstico de transtorno de ansiedade não especificado. Além disso, a presença de fobia específica em pessoas mais velhas está associada à redução na qualidade de vida e pode servir como fator de risco para transtornos demenciais.

(DSM-V, P. 200)

O diagnóstico é de fobia específica, isso não significa que tendem a progredir para ansiedade ou hipocondria. Podem ser comorbidos, mas não há essa tendência.

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