Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre denotação e conotação em português

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Q2259063 Português
Leia o texto para responder à questão.

Felicidade Instantânea

        Transbordam nas prateleiras das livrarias os manuais de autoajuda. Como ser mais feliz, como ter sucesso, como pensar positivo, como conquistar um amor, como ter mais qualidade de vida. Vendem feito picolé na praia. Eu só me pergunto uma coisa: adianta?
        Se o leitor, depois de ler um destes livros, ficar mesmo mais feliz, mais bem-sucedido, mais amado e mais rico, então me curvo. Mas desconfio que o único bem verdadeiro que estes livros fazem é o de dar ao leitor a impressão de que ele está reagindo diante da própria frustração. Se alguém acha que a sua vida, em certo aspecto, não anda legal, o fato de deslocar-se até uma livraria, comprar um destes livros e lê-lo até o fim já configura uma iniciativa, uma atitude favorável a si mesmo. Tenho certeza de que isso ajuda mais que as palavras de ordem contidas nestas publicações, tipo “reinvente sua relação”, “pense se precisa mesmo comprar uma nova torradeira” ou “seja flexível”. Se fosse fácil assim, a psicanálise seria extinguida.
        A princípio, todo mundo sabe que deve beber muita água, praticar exercícios, ter autoestima, não se exigir demais, etc. Só que, para isso deixar de ser uma intenção e se tornar um hábito, a descoberta tem que se dar de dentro para fora, vagarosamente. É preciso mergulhar um pouco mais fundo em busca das próprias necessidades, e este é um aprendizado que se dá através do pensar e do sentir, duas coisas que raríssimos livros de autoajuda estimulam.
        Autoajuda, de verdade, são todos os outros livros: romances clássicos, policiais, biografias, ficção científica, crônicas do cotidiano, enfim, tudo que convida à reflexão, tudo que diverte e intriga, faz rir e chorar, tudo que nos auxilia no autorreconhecimento e nos justifica como seres humanos.
(Marta Medeiros, Non-stop: crônicas do cotidiano.)
Assinale a alternativa em que há palavra(s) empregada(s) em sentido figurado.
Alternativas
Q2258797 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.

        Nestes dias em que a atualidade nos assusta, o desafio é encontrar uma maneira de não escrever sobre a atualidade, embora pensemos nela constantemente. Que assunto nos levaria o mais longe possível do catastrófico noticiário do dia? Já sei: a batata.
        A batata começou a existir no Peru, onde era tão importante que os incas a usavam como unidade básica de tempo, o tempo que levavam para cozinhá-la. Os franceses, a princípio, resistiram à batata, como resultado de uma crença de que ela causava lepra. Quem acabou com a crença foi Antoine-Augustin Parmentier, que adquiriu o gosto pela sopa da batata numa prisão da Prússia e, na volta à França, transformou o tubérculo num sucesso, tanto que flores da planta passaram a ser usadas na lapela, na corte de Luís XVI.
        A batata também tem uma história trágica. Na Irlanda do século 19, as várias virtudes da batata a transformaram numa virtual monocultura, cujas sucessivas colheitas fracassadas foram responsáveis pela fome que matou um milhão de pessoas.
         Batatas fritas são as batatas mais comuns e democráticas feitas no mundo desde que elas foram levadas do Peru. Nos Estados Unidos elas são chamadas de “francesas fritas”, porque lá gostam de pensar que o que é muito excitante não pode ser muito americano e, por exemplo, chamam beijo de língua de “beijos franceses”. Quando os franceses não quiseram apoiar a invasão do Iraque por tropas americanas, surgiu um movimento nos Estados Unidos para rebatizar as fritas de “batatas da liberdade”. Não pegou.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Batata. O Estado de São Paulo, 08.03.2020. Adaptado).
Assinale a alternativa cuja frase apresenta sentido figurado.
Alternativas
Q2258688 Português
Atente para as frases abaixo.
I. Quando leio Machado de Assis, os parágrafos me arrastam, as páginas fluem e o livro se encerra sem que eu tenha dado pela passagem das horas.
II. Tratando-se de um romance como esse, o leitor deve ficar atento a todos os detalhes, pois não há minúcia que possa ser dada como irrelevante para a significação do contexto.

III. Mal avistei as velas e percebi, pela nervosa movimentação delas, que a agitação do mar obrigara os velejadores a aportarem mais cedo do que desejam.
IV. Ele ganha a vida perdendo-a, pois nenhum prazer encontra no trabalho, marcado por uma rotina em que se apaga toda possibilidade de aventura.
Há aproveitamento de recursos de linguagem figurada APENAS nas frases
Alternativas
Q2258636 Português
O PIB do Tocantins alcançou o valor de R$ 43,6 bilhões de reais em 2020 e apresenta crescimento acumulado de 118%

O resultado do PIB do Tocantins em 2020 alcançou o valor de R$43,6 bilhões de reais, divulgou o IBGE, em parceria com a Secretaria de Planejamento e Orçamento do Estado do Tocantins (Seplan). O Estado do Tocantins apresenta crescimento acumulado de 118% no PIB, levando em consideração a série histórica de 2002 a 2020, o que representa uma taxa de crescimento médio de 4,4% ao ano.
Na série histórica de 2002-2020, o PIB do Brasil apresentou, em volume, crescimento médio de 2,0% ao ano (a.a.). Mato Grosso registrou o maior crescimento entre as 27 Unidades da Federação, com variação média de 4,7% a.a., seguido pelo Tocantins, com variação de 4,4% a.a. Em relação ao crescimento acumulado no volume do PIB, o Rio de Janeiro apresentou o pior resultado entre os estados, já que cresceu, desde 2002, apenas 21,6%; o 2° pior resultado é do Rio Grande do Sul, com 24,3%; os demais Estados brasileiros registraram crescimento acima de 30%. Nesse sentido registra-se que o Mato Grosso cresceu 130% e o Tocantins cresceu 118%.
Para o desempenho do Mato Grosso e do Tocantins, foi relevante o crescimento em volume da Agropecuária, e para o Estado do Tocantins também contribuíram as atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação e Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. […]
A Agropecuária de Tocantins cresceu 1,4% em 2020, em relação ao ano anterior, desempenho que se vinculou sobretudo à atividade agrícola. O incremento dessa atividade foi impulsionado especialmente pelo cultivo da soja e de outros cereais, como milho e algodão herbáceo, este último com menor representatividade na agricultura do Estado, mas com aumento expressivo na produção. Também registraram crescimento positivo as atividades pecuárias. Em contrapartida, a silvicultura, que é uma atividade sazonal e extrativista, apresentou um crescimento de 278,2%, impulsionada pela extração em tora de eucalipto.
A Indústria do Estado de Tocantins registrou variação em volume de -1,3%. Este desempenho ocorreu principalmente pela queda em volume de 6,0% na atividade de construção e de 6,5% nas indústrias de transformação. A variação negativa da construção deveu-se à retração nos segmentos de serviços especializados para construção civil, também fortemente impactados pela pandemia da Covid-19. A queda em volume na produção das indústrias de transformação ocorreu principalmente nos setores de alimentos, de produtos químicos orgânicos e inorgânicos. Registraram crescimento positivo as atividades de eletricidade e água (6,3%) e a atividade extrativista mineral (1,1%).

FREGONESI, Patrícia. Disponível em: https://www.to.gov.br/seplan/ noticias/o-pib-do-tocantins-alcancou-o-valor-de-r-436-bilhoes-dereais-em-2020-e-apresenta-crescimento-acumulado-de-118/ 69a1onjdrykz. Acesso em: 27 de jun 2023. Fragmento adaptado. publicado: 17 de nov 2022.
Assinale a alternativa em que todos os termos sublinhados apresentam sentido conotativo.
Alternativas
Q2258589 Português
O fim da civilização do automóvel?

        Quem, em um futuro próximo, precisará ter carro próprio? A pergunta parece soar um tanto sem sentido hoje, mas o radar da mudança do setor automobilístico não para de pulsar. O que ele está anunciando?
        Foi-se o tempo em que fazer a autoescola e conquistar a CNH era o sonho dos jovens recém-saídos da adolescência. Hoje, essa geração parece dar muito mais valor para smartphones, tablets e viagens ao exterior. A posse de um carro está lá na quarta, quinta colocação no ranking dos sonhos de consumo.
        Aplicativos de carona compartilhada, Uber e meios de transporte ecológicos e politicamente corretos, como a bicicleta, são hoje produtos substitutos do velho e bom automóvel, essa é a verdade. Os dados corroboram esses fatos: de 2014 a 2018, a emissão de CNH caiu 32% em todo o País, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ainda, a idade média dos novos condutores aumentou significativamente, chegando em 2014 a 27 anos.
        Mais dados: a consultoria Box 1824 ouviu 3 mil jovens entre 18 e 24 anos em 146 cidades brasileiras em junho de 2018. Resultado: apenas 3% deles apontou o carro como prioridade de compra. Nos Estados Unidos, pesquisa da Rockefeller Foundation com jovens na mesma faixa etária relatou que 75% dos entrevistados gostariam de viver em um lugar em que não precisassem ter carro.
        Outra pesquisa, realizada em 2015 no Reino Unido pela empresa Prophet, mostrou um dado arrebatador: 65% das pessoas entre 18 e 34 anos preferem um smartphone de última geração a um automóvel novo.
        A importância do carro é cada vez menor para as novas gerações, isso é fato, e tecnologias potenciais como a do carro autônomo ajudam a reforçar essa nova visão. Carros sem motorista, conectados ao celular, poderão, em um amanhã muito próximo, apanhar os passageiros em determinado local, deixando-os no destino e ficando livres para os próximos usuários.
         Para que ter carro em um mundo assim? Por que pagar IPVA, seguro, combustível e estacionamento e ainda correr o risco de ter o veículo multado, amassado ou roubado? O modelo de negócio da indústria automobilística mudou: de fabricantes de carros, as montadoras terão de se transformar em provedoras de mobilidade, caso contrário, correm sério risco de ficar pelo caminho. Google, Amazon e Apple são gigantes que já estão de olho no promissor mercado de carros autônomos, e estima-se que em 2030 eles representarão 15% da frota mundial.
        A Era 4.0 está quebrando paradigmas na poderosa indústria automobilística e a transformará radicalmente nos próximos anos, seja pelo uso de novas tecnologias, que viabilizarão a utilização em larga escala de carros autônomos, seja pela mudança de comportamento dos consumidores, cada vez mais seduzidos pela conveniência de aplicativos como Uber, menos presos à posse e mais afeitos ao uso de carros compartilhados.

(Fonte: Empresas Proativas 4.0 — adaptado.)
Dependendo do uso que fazemos das palavras, elas são tomadas no sentido denotativo, ou seja, literal, ou no sentido conotativo, isto é, figurado. Sobre essa distinção, analisar os itens abaixo, levando-se em conta seu funcionamento no texto:
I. Em “[...] mas o radar da mudança do setor automobilístico não para de pulsar” (1º parágrafo), as palavras “radar” e “pulsar” são consideradas denotativamente, visto que expressam a captação de pulsações por antenas, fenômeno muito comum envolvendo automóveis.
II. No fragmento “Por que pagar IPVA, seguro, combustível e estacionamento e ainda correr o risco de ter o veículo multado, amassado ou roubado?” (7º parágrafo), os termos sublinhados são empregados pelo autor no sentido conotativo, uma vez que não expressam uma realidade, mas uma condição hipotética.
III. No excerto “[...] caso contrário, correm sério risco de ficar pelo caminho”, a expressão sublinhada é utilizada de maneira conotativa, indicando algo como “terem sua atuação comprometida”.

Está(ão) CORRETO(S):
Alternativas
Respostas
141: A
142: A
143: C
144: D
145: C