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Q2496387 Português

Barata entende


    Nesta casa, quando vim para cá, havia muitas baratas. Grandes, lentas, parecidas umas com as outras. Eram vistas à noite saindo da cozinha e passavam por mim, muitas vezes, aos pares, como as mulheres amigas que passeiam conversando.

    Havia uma que não se juntava com as outras e era diferente. Um pouco mais clara, talvez. Mais alazã. Essa, quando eu estava escrevendo, se punha defronte, em cima da Antologia poética, de Vinicius de Moraes, e ficava me olhando. A princípio, a testemunha, a vigilância, sua simples presença me causava um certo desconforto. Depois, já não me fazia o menor mal. Ao contrário, quando parava para pensar, fitava-a e as ideias me vinham mais depressa.

    Uma noite, demorou a aparecer e, enquanto a esperei, confesso, não estivesse sossegado. Imaginei que lhe houvesse acontecido alguma coisa. Tivesse comido um pó errado. Encontrado uma dessas gatas lascivas, que matam as baratas aos pouquinhos, brincando com elas. Só sei que, quando levantei os olhos e a vi, outra vez, em cima da Antologia Poética, não contive o grito:

    — Onde é que você andava!?

    A barata desceu do livro e começou a caminhar, na direção do banheiro. Parou, na porta, e voltou-se para mim, como que pedindo que a seguisse. Não me custava nada. Era a primeira vez. No banheiro, no canto onde se guardavam as vassourinhas e o desentupidor, parou. Ficou parada. Com um ar de “olhe para isso”. Lá, havia um pó amarelo, que a cozinheira, sem me consultar e absolutamente certa de que estava prestando um grande serviço, comprara. Eu precisava fazer qualquer coisa para minha barata saber que não era eu, que não fora eu, que não seria eu, nunca…

    Abaixei-me e, quando ia começar a varrer o veneno, descobri que a pobrezinha, antes, tinha ido no pó. Estava com as patinhas e a boca sujas de amarelo. Além disso, já se punha mal nas pernas. Ia morrer, como de fato morreu, minutos depois, erguendo-se sobre o traseiro e caindo, pesadamente, de barriga para cima. Então, eu lhe gritei, com toda voz e toda inocência:

    — Olha, barata, não fui eu, não!

    No dia seguinte, porque as outras não me interessavam, ou temendo que viesse, um dia, a me interessar por outra, telefonei para Insetisan e pedi que mandassem dedetizar a casa.


(Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria. Pesquisa, organização e introdução de Guilherme Tauil, Todavia, 2021, pp. 391-392. Publicada originalmente em: O Jornal, de 10/11/1962.)

Considere a flexão do verbo sublinhado na fala do autor para a barata: “Olha, barata, não fui eu, não!” (7º§). É correto afirmar que o verbo sublinhado está conjugado na:
Alternativas
Q2495871 Português
Analise a conjugação dos verbos em destaque nas frases seguintes.

I- Quando tu puderes, agradecerei tua ajuda.
II- Nós vínhamos caminhando na orla, quando fomos abordados por dois rapazes.
III- Se ele soubesse a verdade, ficaria arrasado.
IV- Quando tu disseres a novidade, ela ficará muito feliz.

Após análise das frases, assinale a alternativa que apresenta, na ordem correspondente, a correta conjugação dos verbos (pessoa, tempo e modo).  
Alternativas
Q2495866 Português
Analise a grafia das palavras em destaque nas frases a seguir.

I- O vaqueiro não colocou a cela do cavalo corretamente e o patrão terminou caindo.
II- O senso do IBGE demonstrou o envelhecimento da população.
III- A insipiência daquele indivíduo me assusta.
IV- A sessão de direitos é a transferência de direito de posse sobre um bem.
V- O concerto realizado no teatro municipal terminou muito tarde.

Após análise dos períodos, conclui-se que estão grafadas incorretamente as palavras destacadas em:
Alternativas
Q2494983 Português
O verbo haver, no sentido de existir, ocorrer e acontecer é impessoal, ou seja, não deve flexionar, ficando sempre na terceira pessoa do singular. Isso ocorrerá, inclusive, em locuções verbais (com verbos auxiliares).

Assinale a alternativa que está de acordo com a norma culta.
Alternativas
Q2494980 Português
Português de Menas
O que os jornalistas brasileiros estão fazendo com a língua portuguesa é de sacudir as tumbas e incomodar o sono eterno dos grandes mestres da palavra.


Fazem muitos anos que os gramáticos mais sucetíveis, sem excessão, ficam muito espantados com os casos de agressão à língua que pululam nos jornais. Há muitos anos atrás, lembram os mais antigos leitores contumazes de jornais e revistas, publicados, principalmente, no Brasil, o português praticado pela Imprensa era mais escorreito, mais chegado ao que se convencionou chamar de “uso culto da língua”.
Luiz Egypto, Imprensa, junho 1990, p. 12. Colaboraram: Mair Pena Neto, Regina Prado e Conceição Freitas
O texto acima foi publicado propositalmente com vários desvios da norma culta.
Analise as afirmativas abaixo em relação ao texto.

1. O verbo fazer foi empregado no plural, quando deveria estar no singular (faz), porque indica tempo decorrido. Logo, não há sujeito.
2. O verbo ficar, em “ficam muito espantados”, deveria estar na terceira pessoa do singular (fica) para concordar com a palavra agressão.
3. A grafia correta é exceção, que provém do verbo excetuar.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Alternativas
Respostas
161: A
162: A
163: A
164: D
165: D