Questões de Concurso

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Q2410888 Português

Leia os períodos a seguir:


I. A reação daquele homem foi, no mínimo, suspeita.

II.O primeiro homem a pisar na lua, o americano Neil Armstrong, ganhou um filme em sua homenagem.

III.São considerados grupo de risco para agravamento da COVID-19 os portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, e indivíduos fumantes, acima de 60 anos, gestantes, puérperas e crianças menores de 5 anos.

IV.Chico Buarque, o famoso cantor e compositor brasileiro, lançou um livro de contos referentes a algumas de suas composições.


Conforme norma-padrão da língua portuguesa, as vírgulas empregadas justificam-se pelas mesmas razões em:

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Q2408471 Português

TEXTO I


Quanto custa uma vida


Um vírus mortal assolou o mundo, por volta de 1910, sendo responsável por epidemias que se tornaram eventos comuns, principalmente nas cidades, durante os meses de verão, deixando milhares de crianças e adultos paralíticos.

Foi a descoberta, em 1952-55, da vacina, por Jonas Salk, que reduziu a incidência da doença de centenas de milhares de casos para menos de um milhar por ano e, no início dos anos sessenta, Albert Sabin, médico polaco, descobriu uma vacina oral, as célebres gotinhas, que ainda hoje fazem parte do plano de vacinação e que quase conseguiu eliminar a poliomielite em todo o mundo. Este médico renunciou aos direitos de patente, o que facilitou a utilização da vacina em todo o Mundo.

Nessa altura trabalhava-se em nome da ciência e da humanidade.

Certamente, os CEO (Chief Executive Officer) das multinacionais farmacêuticas diriam agora “que a investigação de novos fármacos é muito dispendiosa e com a existência das patentes podem recuperar os custos e continuar a inovar”.

A investigação é de fato muito cara. Contudo, as grandes empresas farmacêuticas deixaram há muito de fazer investigação e compram-na às universidades ou empresas mais pequenas.

Foi o que se passou com as vacinas contra a covid-19, com a agravante que a investigação foi paga com dinheiros públicos.

O problema é que a Big Pharma não quer só recuperar os custos da investigação, mas alcançar grandes lucros a curto prazo.

Os CEO contestam e afirmam que fixam o preço tendo em conta o “valor” que os seus produtos têm um grande valor terapêutico, e salvam muitas vidas, e é por isso que têm de ser caros.

Interrogamo-nos assim: quanto é que custa uma vida? Todas as outras medidas realizadas nos hospitais, no ambulatório e na saúde pública, até mesmo a oferta da água potável, também salvam vidas e o seu preço não é inflacionado.

As empresas aumentam os preços das suas mercadorias convertendo-as em produtos financeiros para especulação nos mercados.

Os maiores acionistas de muitas das grandes empresas farmacêuticas, que são empresas de investimento, geram ativos importantes como os fundos de pensões, a dívida pública, os patrimônios pessoais, etc., com valores várias vezes superiores ao nosso PIB.

No meu entender, a isto se deve os preços dos medicamentos e a proteção das patentes por oito a 12 anos.

Se não mudarmos este modelo, não vamos usufruir das inovações terapêuticas no futuro próximo, como agora os países mais pobres não irão receber suficientes vacinas contra a covid-19.

O monopólio das patentes é muito bom para as empresas, mas péssimo para os serviços de saúde.

A afirmação de políticos e comentadores midiáticos de que a União Europeia devia ter pago mais às grandes empresas farmacêuticas com a frase “o barato sai caro” é, sem dúvida, uma inversão de valores. Estes deveriam, sim, defender as propostas da OMS de suspensão das patentes.

Segundo as Nações Unidas, “milhões de pessoas são deixadas para trás quando se trata do acesso aos medicamentos e tecnologias que podem assegurar a sua saúde e bem-estar. O fracasso em reduzir os preços dos medicamentos patenteados está a dar como resultado que a milhões de pessoas se lhes negue o tratamento para salvar a sua vida em doenças como a sida, tuberculose, malária, hepatites virais, doenças não contagiosas e doenças raras (High Level Panel, 2015)”. Impõem-se exigir, pelo menos, a suspensão das patentes durante a pandemia.

Numa carta dirigida ao governo, em novembro passado, a Associação de Médicos pelo Direito à Saúde (AMPDS) associou-se a mais de 370 organizações internacionais exigindo a limitação da atribuição de patentes sobre as vacinas e medicamentos para a covid-19, tendo em conta os seus valores de defesa intransigente do direito à saúde, como um direito humano fundamental e da dignidade profissional dos médicos.

No entanto, vários governos, entre os quais os dos Estados Unidos, Japão e outros países ricos, votaram contra a suspensão das patentes das vacinas para a covid-19 durante a pandemia, numa reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Sendo as vacinas e os medicamentos um bem público, de carácter universal, instamos para que se vote um plano de suspensão das patentes nas vacinas contra o SARS-CoV-2, na próxima reunião da OMC.

Igualmente, alertamos para a necessidade de uma cobertura universal da vacina, não deixando para trás uma grande parte da população dos países pobres, de acordo com as posições da União Europeia e das Nações Unidas, particularmente a da Organização Mundial da Saúde.


Jaime Teixeira Mendes

(Disponível em: https://www,publico.pt/.Publicado em 15/03/2021. Adaptado.)

No quarto parágrafo, o autor emprega as aspas com o propósito de:

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Q2408309 Português

Texto 1


Brasil cria roupa contra a covid


Pesquisadores brasileiros produziram um tecido capaz de inativar o novo coronavírus. Os testes preliminares, feitos no último mês, apontaram que o produto têxtil desenvolvido consegue neutralizar mais de 99,9% das partículas virais em até um minuto. Além disso, foi comprovada a eficácia no combate a outras doenças virais, como sarampo e caxumba. A descoberta poderá ser usada não só para vestuário, mas também em outras funções, como cortinas e forro de estofados de locais públicos.

Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de funcionamento em situações de exposição à doença: "Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as chances de contaminação da doença caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por exemplo, o vírus já teria sido neutralizado, porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas química também".

Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido representa uma mudança de cenário. "Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está testado, ele condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores de loja, cortinas de teatro, assentos de avião ... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e tranquilidade maior para as pessoas que estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança de cenário", explicou o coordenador Adriano Passos.

Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou a importância dessa facilitação: "Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na estruturação, e eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em outros tecidos. E nós vamos doar uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo, então ainda estamos decidindo para onde doar"


Maria Clara Matturo

(Adaptado de: Jornal O Dia, Rio de Janeiro, 15/07/2020)

No terceiro parágrafo, o longo trecho entre aspas representa, em relação à primeira frase, uma:

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Q2408244 Português

Texto para responder às questões 1 a 8.


Ucrânia e o mundo civilizado


Cobertura ocidental sobre Ucrânia. Na CBS: "Este não é um lugar como o Iraque ou o Afeganistão. Esta é uma cidade relativamente civilizada, relativamente europeia". Na ITV britânica: "O impensável aconteceu. Esta não é uma nação em desenvolvimento do terceiro mundo-esta é a Europa!". Na BBC: "É muito emocionante para mim porque vejo europeus com olhos azuis e cabelos loiros sendo mortos".

Há quase meio milhão de refugiados da Ucrânia, metade deles para a Polônia, a mesma que há pouco mandava tropas para bater em refugiados. Há relatos de africanos e de brasileiros barrados em trens fugindo da Ucrânia. Enfatizar que nossa dor é seletiva -geográfica e racialmente -não apaga a realidade da dor (na Ucrânia, é real e cruel); apenas ressalta que nossa empatia é proporcional à humanidade que concedemos a quem sofre.

Raça é uma fronteira, nos lembra Achiume em "Racial Borders". Regimes formais (status de refugiado) e informais (ser aceito em um trem) conferem privilégios raciais a uns e imobilidade a outros. A quem chamamos civilizados, a compaixão. Aos bárbaros, a penúria. O maior campo de refugiados do mundo, no Quênia, continua ameaçado de fechar. Sanções econômicas dos EUA continuam a levar o Afeganistão à fome.

No livro "History of White People", Painter nos lembra que o reconhecimento de povos do Leste Europeu como igualmente brancos no Ocidente foi objeto de disputa. Foi por ter admirado a beleza de um crânio oriundo das montanhas do Cáucaso na Rússia, aliás, que Blumenbach, em 1795, classificou o grupo europeu como caucasiano.

A anedota persiste e nos lembra que raça é, ao mesmo tempo, arbitrária e poderosa. No mesmo século 18, o termo "civilização" era inventado para separar europeus dos bárbaros colonizados (nós, no caso). Por baixo do derramar de sangue da guerra, desumano e inútil, reside paradoxalmente a chave para compreender a nossa humanidade: todos sangramos, nós que somos seletivos no olhar.

Thiago Amparo Folha de São Paulo, 03/03/2022

O emprego da vírgula marca a elipse de um verbo em:

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Q2408179 Português

Texto 1


Clonar para biodiversidade


Em dezembro de 2020, o Centro de Conservação de Vida Selvagem do Colorado, nos EUA, foi palco de um nascimento histórico. Elizabeth Ann é o primeiro clone de uma espécie de furão ameaçada de extinção: o furão-de-patas-pretas. Ela é cópia de um ancestral que morreu na década de 1980 e teve suas células congeladas, uma fêmea chamada Willa. À primeira vista, o fato não impressiona. Afinal, quem não se lembra da ovelha Dolly, em 1996? Nas últimas décadas, a clonagem de mamíferos tornou-se lugar comum, utilizada constantemente para clonar animais de criação, esporte e domésticos. O que tem de tão especial neste novo clone?

A novidade não está na técnica, mas no uso. Elizabeth Ann foi criada com uma técnica muito similar à da ovelha Dolly. Óvulos de uma fêmea doméstica doadora foram coletados e tiveram seus núcleos removidos. O material genético de Willa foi então inserido neles, e um estímulo elétrico fez com que começassem a se dividir. O embrião foi implantado em uma fêmea doméstica, dentro de um esquema "barriga de aluguel”. Mas Elizabeth Ann não é um animal de criação ou de corrida, nem um pet. Ela é o primeiro mamífero clonado para um programa de conservação ambiental.

A espécie — furão-de-patas-pretas (Mustela nigripes) — já foi considerada extinta nos EUA na década de 1970, provavelmente devido à caça desenfreada do cão-da-pradaria, que era seu prato preferido. Na década de 1980, no entanto, foi descoberta uma pequena colônia destes animais, e teve início um programa de conservação. Não foi fácil, porque apenas sete animais conseguiram se reproduzir, o que diminui muito a diversidade genética dos descendentes, aumentando inclusive a suscetibilidade a doenças.

Uma estratégia para aumentar a diversidade é introduzir genes de populações diferentes, mas como fazer isso em uma espécie em extinção, onde todos os indivíduos são geneticamente muito próximos? Elizabeth Ann vem para resolver este problema. Ela traz genes de um animal que morreu há 35 anos, com uma diversidade genética três vezes maior do que a encontrada na população existente. É como se todos os furões-de-patas-pretas fossem primos de primeiro grau, e ela, uma estrangeira de um país distante.

Elizabeth Ann, agora sexualmente madura, após seu primeiro aniversário, aguarda a escolha do parceiro, que está sendo cuidadosamente selecionado entre os machos da espécie. E preciso, segundo os tratadores, escolher o macho mais “cavalheiro”, porque não se pode correr o risco de um namorado mais brutamontes machucar a única fonte de genes diferentes. Se ela conseguir se reproduzir e ter descendentes saudáveis, seu caso pode marcar o início de novos programas de conservação e reintrodução de genes para outras espécies em extinção.

O sucesso do programa em furões pode beneficiar muito mais do que os furões em si. Pode ser uma prova de conceito e atrair interesse e financiamento para repetir o processo com outras espécies. Clonar animais selvagens sempre foi um desafio muito maior do que animais domésticos, até porque as técnicas de criação e reprodução em cativeiro não são tão bem estabelecidas para espécies com as quais a Humanidade não convive tanto. O Zoológica de San Diego, por exemplo, está nos primeiros estágios para tentar o mesmo processo com o rinoceronte-branco-do-Norte, espécie da qual existem hoje só dois indivíduos. O sucesso de Elizabeth Ann pode servir para impulsionar programas como esse.

Clones normalmente nos levam a pensar em cópias e redução de diversidade. Elizabeth Ann vem para nos lembrar que clonagem e modificação genética são apenas ferramentas. O que fazemos com elas depende de nossa criatividade, ética e recursos. Clones podem ser usados para promover biodiversidade, e quem sabe, resgatar mais espécies em extinção.


Natália Pastenak

(O Globo, 31 de janeiro de 2022)

O emprego da vírgula introduzindo comentário da autora com valor de possibilidade ocorre em:

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