Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre denotação e conotação em português

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Q2036087 Português
       Por herança da evolução, o homem tem uma tendência a se concentrar no que pode dar errado. Nas cavernas do Pleistoceno, gerava mais descendentes quem tinha medo de ataques e antecipava problemas. A ansiedade garantiu nossa sobrevivência, mas nos faz enxergar a realidade de um jeito enviesado. Nos aterrorizamos com ameaças mesmo quando há motivos para ficarmos tranquilos.
        É perfeitamente racional ser otimista em momentos ruins. Tome como exemplo os anos 80, quando o Brasil teve sua pior crise econômica. A economia decepcionava, mas vivíamos uma pequena revolução da medicina. Até aquela década, era preciso lidar com gastrites e úlceras a vida inteira. O escritor Nelson Rodrigues acordava todas as madrugadas para amestrar a úlcera com mingau. Então um laboratório farmacêutico criou um remédio simples que inibe a produção de ácido gástrico. Úlceras que, antes duravam décadas, hoje são resolvidas com omeprazol, em poucos dias – a um custo de poucos reais.

(Lendro Narloch. Fique tranquilo e aproveite. Veja.com. Adaptado)
Assinale a alternativa em que se observa o emprego da linguagem figurada.
Alternativas
Q2035921 Português

Uma onda de criatividade


Antes da web, pessoas comuns só podiam publicar ideias e criações se convencessem guardiões dos portais da mídia a lhes dar destaque. Mas a web deu a elas uma plataforma global para publicar seus escritos, fotos, áudios e vídeos, e as pessoas agarraram a oportunidade.

(Folha de S. Paulo. 09.03.2014. Adaptado)


Em – ... as pessoas agarraram a oportunidade. –, observa-se emprego de sentido figurado, o que se repete em:
Alternativas
Q2035523 Português
As ciências e as humanidades

    Os grandes pensadores do Iluminismo eram tanto cientistas, muitos com grandes contribuições à matemática, às ciências da natureza e à física, como filósofos que refletiam sobre nossa condição humana compartilhada. Posteriormente, dentro de uma lógica instrumental, por razões didáticas e para possibilitar maior profundidade nas abordagens, optamos por especializar os domínios de saber e pesquisa.
     Isso nos trouxe inúmeras vantagens e permitiu que avanços importantes ocorressem em áreas mais diversas. Mas foram igualmente relevantes as perdas: o mundo real não é separado em disciplinas, ele apresenta problemas a desafiar nossa inventividade e senso de justiça.
     Precisamos ter mecanismos para religar os saberes, tanto na prática profissional e de pesquisa como na educação das novas gerações que terão que enfrentar um mundo muito distinto do nosso. Mas, mesmo dentro do que é específico de cada domínio de saber, parece que há distâncias intransponíveis para que se faça uso de ferramentas próprias de qualquer ciência, como o raciocínio matemático.
    Steven Pinker, psicólogo cognitivista e linguista, ressalta em seu livro recente, “Enlightenment Now” (Iluminismo já), a importância de análises quantitativas e do uso de evidências científicas nas humanidades.
    Isso me fez lembrar das nossas dificuldades para formar analistas de políticas sociais que não tiveram, no ensino superior, um aprendizado sólido de estatística e um raciocínio matemático bem desenvolvido. Afinal, políticas públicas devem ser avaliadas em seus resultados e em seu impacto. Dizer que determinado programa educacional é instigante, apaixonante não quer dizer necessariamente que funciona para assegurar aprendizado em alto nível para todos.
    Um dos grandes erros em educação é nos basearmos só em impressões ou adotarmos abordagens em escala sem testarmos projetos num número menor de escolas para verificar se causam bons resultados de aprendizagem.
    Isso não quer dizer que as aulas devam ser monótonas ou não engajadoras. Hoje sabemos, graças a boas pesquisas educacionais que contam com dados qualitativos e quantitativos, que aulas em que alunos participam mais, aplicando conhecimentos adquiridos em problemas concretos, com bons professores orientando, tendem a dar mais certo.
(Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 03.08.2018. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o termo destacado, no contexto, está empregado em sentido figurado.
Alternativas
Q2034147 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.

A VIDA ON-LINE

O home office e a rotina pela internet são tendências sem volta.

Walcyr Carrasco


Uma das vantagens da vida de autor sempre foi trabalhar em casa. Acordo a hora que eu quero, escrevo de meias e pijama, se quiser. É uma vida confortável. Agora, o home office está com tudo. Era uma tendência, mas com a quarentena tornou-se comum. É um caminho sem volta.

As empresas gastam menos com um funcionário remoto. Não precisam investir em escritórios, fornecer cafezinhos… Em home office, trabalha-se todo o tempo, praticamente. Uma conhecida estava no esquema fazia tempo em uma multinacional. Vivia em São Paulo. Certa época, teve uma chefe em Nova York e um funcionário em Singapura. Os três conciliavam o tempo e o fuso. É óbvio que num sistema assim não existe horário para parar. A produtividade é maior.

Em janeiro deste ano, uma pesquisa do Instituto Ipsos mostrou que 49% das pessoas gostariam de trabalhar em casa. Hoje, o número deve ter crescido muito. Quem trabalha on-line não gasta tempo no trânsito, pode morar numa cidade menor, sem se apavorar com congestionamentos. Só como exemplo.

Não se vive absolutamente isolado. A gente vê menos pessoas, mas se diverte com o comércio on-line, por exemplo. Nada mais atraente que entrar em um site e comprar algo que pareça fundamental, como uma máquina de fazer pão. Bem, pelo menos de repente eu achei que não poderia mais viver sem uma. Foi uma saga. As empresas exigem cadastros chatíssimos, que eu demorava séculos para preencher. Pior. No final, diziam que eu já tinha cadastro! No passado, devo ter feito alguns. Não tenho a menor ideia da antiga senha e e-mail — já troquei muitos. E aí não vendem, sou expulso das compras como um vigarista. Já me aconteceu no Magazine Luiza, no Shoptime, no Mercado Livre… Finalmente, um amigo comprou para mim, em seu cartão. A máquina de fazer pão está chegando. Já tenho um saco de farinha e a sensação de que estou livre da devastação. As empresas têm de se adequar à nova demanda. É fato. Mas a compra on-line está se solidificando. Grandes grifes já vendem roupas. Livrarias, nem se fala. No futuro, assim como agora, não irei tanto a lojas físicas.

Muita gente que conheço está tomando aulas. De dança, de voz, de inglês… Pessoalmente, vou voltar ao pilates. E, quem sabe, estudar literatura francesa, que adoro. Tudo por Skype! E haja lives! Todo mundo quer fazer! Já não tenho mais agenda nas próximas duas semanas! Também adoro vê-las! Estou viciado nas lives!

As relações humanas crescem. Velhos amigos e amigas me procuram. Troco receitas de comida. Porque uma das consequências da quarentena é que todo mundo vai engordar! E, se o amigo estiver tossindo, ainda dou bons conselhos para se cuidar. De longe… Talvez venha a atuar como coach (sou formado, sim!), de tanto que dou conselho para ninguém pirar — nem eu mesmo, aliás. Eu me aconselho o tempo todo!

Há menos contato físico, mas voltaremos a tê-lo? A plataforma tecnológica já existia. O coronavírus veio acelerar uma mudança total no comportamento. A vida, de agora em diante, será definitivamente on-line.

Publicado em VEJA de 15 de abril de 2020.
A gente vê menos pessoas, mas se diverte com o comércio on-line, por exemplo.” 4º§
A expressão destacada é característica da linguagem: 
Alternativas
Q2033305 Português
Pãezinhos quentinhos

    A grande alegria familiar de Fabrício não é levar presentes para os filhos ou para a esposa, não é fechar bons negócios no trabalho, não é a promessa de um prato predileto, mas é abrir a porta de casa com os pãezinhos quentinhos no colo. Esquentam o seu peito no caminho a pé, tal bebê sonhando com o berço. Que alegria é quando ele chega à padaria e o atendente diz “o pão acabou de sair”.
    Aparecer na padaria exatamente com o pão saindo do forno é como um prêmio, pois Fabrício não levaria os pães cabisbaixos, frios e duros, cansados. Estava pegando os mais cobiçados, os de miolo quente e de casca crocante. Desciam do fogo direto para o calor das mãos e o café da tarde da família.
   Fabrício já salivava imaginando a geleia de morango ou a manteiga derretendo em sua crosta. Não pode haver, para ele, melhor sensação do que ser pontual na retirada dos pães. Ele encara os vizinhos na rua com a superioridade do privilégio. Não pode nem fechar o saco onde estão os pães, tamanho o frescor do nascimento. O cheiro emana para a barba de Fabrício.
    Não existe desentendimento com a mulher, cisma dos filhos, dívida bancária ou mal-estar com a vida que resista à sua aparição caseira gritando: “Os pães quentinhos, venham logo para a mesa!”

(Fabrício Carpinejar. Minha esposa tem a senha do meu celular.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que há palavra ou expressão empregada com sentido figurado.
Alternativas
Respostas
351: C
352: C
353: D
354: C
355: B