Questões de Concurso Comentadas por alunos sobre figuras de linguagem em português

Foram encontradas 3.127 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2171450 Português
A lição das árvores que perdem as folhas no outono.
Cada estação traz consigo as lições de um novo ciclo da vida.
Lira Neto – 09/2021

Os dias estão mais curtos, as noites mais longas. Levanto-me cedo, para preparar o café. Ainda faz escuro lá fora. Uma neblina toma conta do terraço, o frio atravessa a vidraça perto de onde está posta a pequena mesa redonda da cozinha. A partir de agora, vai ser necessário envergar um agasalho enquanto empunho a xícara e leio os jornais. O outono chegou na Europa. Oficialmente, a mudança de estação ocorre apenas amanhã, quarta-feira, dia 22 de setembro. Mas já é possível sentir a mutação térmica, bem como testemunhar a tonalidade alaranjada dos primeiros raios de luz a inundar o horizonte, rompendo o nevoeiro da manhã. As flores do canteiro acordam cobertas de orvalho. As árvores da rua tingem-se de vermelhos, amarelos e marrons.

É minha época preferida do ano. Ao longo do dia, o céu estará límpido, a paisagem ensolarada. Mas o vento frio exigirá o uso do casaco, que esteve guardado e esquecido, por tantos meses, no fundo do armário do quarto. De hoje em diante, ele terá de ficar sempre à mão, junto ao cachecol, no cabideiro próximo à porta da entrada de casa.

Cearense que sou, gosto, sobretudo, desta combinação de sol e frio, de dias tão dourados quanto amenos. Os finais de tarde, sobretudo, reservam pequenos prazeres durante o passeio vespertino pela vizinhança. A dramaticidade típica do pôr do sol ganha contornos ainda mais expressivos, suavemente melancólicos.

Em breve, as calçadas estarão atapetadas de folhas secas e quebradiças, que estralarão sobre a sola dos sapatos ao serem pisadas. Cogumelos brotarão por entre a folhagem úmida caída ao solo. É a época, também, das grandes colheitas.

As barraquinhas das vendas e mercadinhos estarão abarrotados de castanhas, avelãs, marmelos, romãs e, meus favoritos, caquis — aqui chamados de dióspiros, nome que não faz jus ao festival de sabor, cor e textura de uma fruta assim tão extraordinária.

É necessário, porém, estar atento aos sinais da natureza, essa velha e sábia senhora que sempre gosta de pregar peças aos incautos. De súbito, o vento vira de direção, o céu escurece, redemoinhos se formam sob nossos pés.

O preço a se pagar pela imprevidência é um maldito resfriado ou uma gripe oportunista, a serem padecidos com nariz vermelho e na companhia de uma manta grossa de lã, canecas de chá e pratos de sopa quente.

Afora isso, tomados os devidos cuidados, o outono é, para nós, humanos, uma bela lição natural a respeito dos instantes de transição. Quando as árvores vão perdendo assim todas as folhas, aos poucos ficando desnudas após nos oferecerem seus melhores frutos, estão a nos enviar silencioso recado. É preciso despir-se do que já não nos serve mais, desapegar de velhas fórmulas, rancores, tabus, preconceitos. Preparar-se para os dias vindouros.

Cada estação traz consigo as lições de um novo ciclo da vida. Outono é o momento de colher e se desfrutar aquilo que se semeou na primavera. Hora de deleite e, ao mesmo tempo, de introspecção. “Tempus autumnus” — tempo do ocaso, em latim. Aparentemente mortas, com galhos nus, as árvores estão reagindo à escassez gradativa de sol, luz e calor, elementos indispensáveis à fotossíntese e ao metabolismo vegetal. Manter as folhas, nessas circunstâncias, seria imprevidência, desperdício de energia. Os nutrientes acumulados nos últimos meses as alimentarão ao longo do outono e, mais adiante, até o final do gélido inverno europeu.

É essa a mensagem que este raio alaranjado de sol me transmite ao adentrar agora pela janela do escritório. O ocaso é apenas a lenta preparação para a manhã seguinte. Sim, o outono é a véspera do friorento inverno. Mas, também, a antevéspera da primavera.

Pode parecer chavão, lugar-comum, mensagem de autoajuda barata. Mas aquela árvore ali em frente, com suas folhas mudando de verde para marrom, não cansa em apregoar o que tanto insistimos em não ouvir.

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br
“Quando as árvores vão perdendo assim todas as folhas, aos poucos ficando desnudas, [...] estão a nos enviar silencioso recado.” (Nono parágrafo)
O autor, usou nesta afirmação, um tipo de figura de linguagem caracterizada pela
Alternativas
Q2171280 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder à questão que a ele se refere. 

Texto 01


Quanto tempo a gente tem?  

12_.png (809×414)

Disponível em: https://vidasimples.com/vida-emocional. Acesso em: 14 fev. 2023. Adaptado. 
Considere o trecho: “Afinal, como escreveu Quintana ao fim do poema: ‘Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas’”. (Linhas 21-23) Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a organização morfossintática e semântica do trecho.
I. O termo “se” é uma conjunção subordinativa adverbial, que introduz, no trecho, uma ideia de condição. II. O uso da forma “olhava” é uma marca do registro coloquial, já que, no registro formal, tendo em vista o contexto em que foi empregada, seria “olharia”. III. O pronome “me” foi usado em posição proclítica, mas poderia ter sido usado, com igual correção, em posição enclítica ao verbo “dado”. IV. O substantivo “casca” e o adjetivo “dourada” em relação ao substantivo “horas” constroem uma metáfora. V. Os verbos “seguiria” e “iria” foram usados estabelecendo relação com o verbo “fosse”, de acordo com a norma.
Estão CORRETAS as afirmativas
Alternativas
Q2171279 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder à questão que a ele se refere. 

Texto 01


Quanto tempo a gente tem?  

12_.png (809×414)

Disponível em: https://vidasimples.com/vida-emocional. Acesso em: 14 fev. 2023. Adaptado. 
Considere o trecho: ‘“Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira. Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, já terminou o ano.’” (Linhas 9-10)
I. Os termos “seis horas”, “sexta-feira”, “Natal” e “terminou o ano” formam um recurso de expressão denominado gradação. II. O termo “quando” poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por “mal”, também com função de conjunção subordinativa temporal. III. A palavra “quando” em “quando se vê” é atrativa, por isso se verifica a ocorrência da próclise obrigatória, de acordo com a norma. IV. O verbo “são” encontra-se no plural, concordando com o termo “seis horas”, mas poderia ter sido usado, com igual correção, no singular. V. A vírgula que separa a oração “Quando se vê” é facultativa, de acordo com a norma, para separar oração adverbial antecipada.
Estão CORRETAS as afirmativas
Alternativas
Q2171154 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 03 a seguir para responder à questão que a ele se refere.

Texto 03 




Disponível em: https://acontecendoaqui.com.br/propaganda/smiles. Acesso em: 17 fev. 2023.

Na afirmativa “Somos a mais completa plataforma de viagens [...]”, verifica-se o uso do recurso de expressão denominado
Alternativas
Q2170990 Português

Considere a crônica “Vende a casa”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.




(ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. São Paulo: Companhia das Letras, 2020) 

A personificação é um recurso expressivo que consiste em pensar seres inanimados ou irracionais como se eles fossem humanos, atribuindo-lhes linguagem, sentimentos e ações típicos dos seres humanos. Ocorre esse recurso expressivo em:
Alternativas
Respostas
431: E
432: C
433: A
434: C
435: E