Questões de Concurso
Para fafipa
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No dia dos seus 102 anos, uma adorável matriarca está sentada junto à mesa de sua cozinha, rodeada de filhas e amigas. Ela corta os quiabos que serão preparados e servidos mais tarde aos visitantes, como de costume. Entrevistada, diz ao jornalista: “A vida, a gente é que decide. Eu escolhi a felicidade”.
A aniversariante, dona Canô, mãe de Bethânia, minha irmã querida, naturalmente não quis dizer que “escolher a felicidade” é viver sem problemas, sem dramas pessoais ou as dores do mundo. Nem quer dizer ser irresponsável, eternamente infantil. Ao contrário, a entrevistada falou em “decidir” e “escolher”. Apesar de fatalidades como a doença, e a morte, o desemprego, as perdas amorosas, a falta do dinheiro essencial à dignidade, podemos decidir que tudo fica como está ou vai melhorar, dentro do que podemos. Posso optar por me sentir injustiçada, ficando amarga e sombria; posso escolher acreditar no ser humano e em alguma coisa maior do que toda a nossa humana circunstância: posso buscar sempre alguma claridade, e colaborar com ela. Dentro de minhas limitações pessoais e de minha condição individual, eu faço diferença, todos fazemos.
Desse início pessoal, passo ao mais geral: leio que 40% dos nossos jovens e crianças vivem abaixo da linha de pobreza: que o desemprego é uma calamidade, a violência cresce a cada dia e o analfabetismo não diminui; que crianças continuam, aos milhares e milhares, brincando no barro feito terra e esgoto. Leio, vejo e sei que milhares e milhares de velhos vivem em condições sub-humanas, pois sua aposentadoria é miserável, o serviço de saúde pública também, morre-se em corredores de hospitais ou em filas de postos de saúde, onde médicos exaustos e pessimamente pagos, fazem muito mais do que podem.
Não vou recitar a ladainha de que as circunstâncias não justificam euforia nem ufanismo simplesmente porque nós não decidimos algo melhor do que isso que escrevi acima, e todo o resto que qualquer um conhece – e apesar disso continuamos deitando a cabeça no travesseiro toda noite e dormindo quem sabe até bem.
Tenho medo do ufanismo: ele pode ser burro e cego. Olimpíada no Brasil, Copa do Mundo no Brasil, tudo bem: mas eu preferia que antes disso a gente tivesse resolvido os gravíssimos e tristes problemas, tão dramáticos, de comida, saúde, educação, moradia, decência e dignidade de boa parte do povo brasileiro que agora samba e celebra porque teremos Copa, teremos Olimpíada, teremos festa.
Sei que este não é um artigo simpático. Certamente não é alegrinho. Realmente ele trata do que não decidimos, ou decidimos mal, ou decidimos não decidir, como, por exemplo, exigir líderes mais sensatos, mais presentes, mais realistas, mais dignos em todos os níveis. Podíamos decidir ser mais respeitados enquanto povo, mais olhados enquanto gente, mais seguros e mais protegidos enquanto sociedade.
Ou isso a gente não decide porque nem sabe das coisas, pois não se informa, não sabe ler, se sabe ler não costuma, nem o jornal esquecido no banco do ônibus. Onde o povo carrega doença e dor, descrença e desalento, mas também, aqui e ali, leva um jornal para saber onde afinal vivemos, em quem afinal podemos acreditar, e o que afinal deveríamos esperar. Indagados, os mais desassistidos dirão que Deus é quem sabe, Deus decide, a quem ama Deus faz sofrer – frase de imensurável crueldade.
Ou será melhor nem saber nem aprender a ler, nem pegar a folha de jornal, nem ouvir o noticioso no radinho de pilha. Basta saber que sempre há em algum canto motivo para um breve ou longo carnaval, celebrando alguma coisa que possivelmente não vai encher nem o nosso bolso nem a barriga de nossos filhos, nem construir uma casa decente, nem botar esgoto, nem cuidar da nossa saúde, nem amparar nossos velhos, nem coisa nenhuma que seja forte, firme, boa e real. Porque, infelizmente, por aqui ainda decidimos pouco, e poucas vezes decidimos bem. Não porque Deus quis assim, mas porque a gente nem ao menos sabe por onde começar. (LUFT, Lya. A gente decide. VEJA. 21 out.2009.p.26.)
“Tenho medo do ufanismo: ele pode ser burro e cego. Olimpíada no Brasil, Copa do Mundo no Brasil, tudo bem: mas eu preferia que antes disso a gente tivesse resolvido os gravíssimos e tristes problemas, tão dramáticos, de comida, saúde...” A palavra em destaque representa, no sexto parágrafo, uma relação de:
Assinale a alternativa que apresenta o país que NÃO é membro pleno do Mercosul.
Com base nas informações acima, indique o nome do(a) arqueólogo(a) responsável por esta importante descoberta.
Sobre os exames e suas indicações, é correto afirmar que:
Qual é a Lei que o regulamenta?
A luz do Sol, ao chegar à atmosfera, possui coloração branca, porém, essa luz se movimenta por meio de ondas que permanecem espalhadas de maneira imperceptível aos olhos. Por causa do oxigênio e do nitrogênio presentes na atmosfera, a luz solar sofre algumas alterações relacionadas à cor, pois, apesar de ser branca aos olhos, é, na verdade, um misto de várias cores, que podem ser vistas, por exemplo, quando ocorre a formação de um arco-íris. Cada cor possui uma onda com tamanho diferente. A onda correspondente à cor azul possui um dos menores comprimentos visíveis, e o maior pertence à cor vermelha. Quando a luz solar, influenciada pelos gases atmosféricos, chega à percepção humana, ocorre um fenômeno físico nomeado espalhamento Rayleigh, que provoca a dispersão dessa luz ao passar por determinadas partículas de ar. Esse cruzamento entre a luz e as partículas de ar apresenta um reflexo da luz que possui absorção de parte de sua energia, de modo que suas cargas vibrem, emitindo mais radiação. Como a cor azul possui menor comprimento, as pequenas partículas de ar presentes na atmosfera encontram compatibilidade com elas, absorvendo-a. Ao absorver o azul, as partículas de ar liberam essa coloração por todo o espaço, dando a impressão de que o céu é azul. Quando o Sol chega ao ocaso, sua luz se distancia da atmosfera, fazendo com que o azul seja diluído. A partir daí, consegue-se perceber o tom avermelhado no céu por causa da onda de maior comprimento dessa cor. O aparecimento do vermelho se deve à necessidade de uma onda se espalhar menos pela atmosfera por causa da distância entre ela e o astro. Adaptado de: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/por-queceu-azul.htm>.
Em qual das palavras abaixo o acento agudo foi empregado INCORRETAMENTE:
A luz do Sol, ao chegar à atmosfera, possui coloração branca, porém, essa luz se movimenta por meio de ondas que permanecem espalhadas de maneira imperceptível aos olhos. Por causa do oxigênio e do nitrogênio presentes na atmosfera, a luz solar sofre algumas alterações relacionadas à cor, pois, apesar de ser branca aos olhos, é, na verdade, um misto de várias cores, que podem ser vistas, por exemplo, quando ocorre a formação de um arco-íris. Cada cor possui uma onda com tamanho diferente. A onda correspondente à cor azul possui um dos menores comprimentos visíveis, e o maior pertence à cor vermelha. Quando a luz solar, influenciada pelos gases atmosféricos, chega à percepção humana, ocorre um fenômeno físico nomeado espalhamento Rayleigh, que provoca a dispersão dessa luz ao passar por determinadas partículas de ar. Esse cruzamento entre a luz e as partículas de ar apresenta um reflexo da luz que possui absorção de parte de sua energia, de modo que suas cargas vibrem, emitindo mais radiação. Como a cor azul possui menor comprimento, as pequenas partículas de ar presentes na atmosfera encontram compatibilidade com elas, absorvendo-a. Ao absorver o azul, as partículas de ar liberam essa coloração por todo o espaço, dando a impressão de que o céu é azul. Quando o Sol chega ao ocaso, sua luz se distancia da atmosfera, fazendo com que o azul seja diluído. A partir daí, consegue-se perceber o tom avermelhado no céu por causa da onda de maior comprimento dessa cor. O aparecimento do vermelho se deve à necessidade de uma onda se espalhar menos pela atmosfera por causa da distância entre ela e o astro. Adaptado de: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/curiosidades/por-queceu-azul.htm>.
Indique a opção em que há uma palavra com 6 (seis) fonemas:
II- Gritava de fome.
III- Antonio era de Minas.
IV- O convite ficou sobre a mesa de trabalho. A preposição “de” traduz, respectivamente, ideia de:
Não há vagas (Ferreira Gullar)
O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no poema. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão. O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras – porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço O poema, senhores, não fede nem cheira.
Quando o eu lírico anuncia que “não há vagas” sua intenção é a de: