Questões de Concurso
Para educa
Foram encontradas 4.809 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Leia o poema.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(OSWALD DE ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972).
A análise adequada desse poema ocorre em: E do mulato sabido
O Modernismo brasileiro teve como marco introdutório a Semana de Arte Moderna, em 1922. É tradicionalmente divido em três gerações: geração de 1922, geração de 1930 e geração de 1945. Acerca da segunda geração, analise as asserções que se seguem.
I. Entre os escritores, no campo da prosa, destacam-se Graciliano Ramos, José Lins do Rêgo e Rachel de Queiroz.
II. Teve como marco inicial o poema Os sapos, de Manuel Bandeira.
III. O romance urbano Capitães de Areia, de Jorge Amado, é um exemplo de obra literária está inserido nessa fase.
IV. A obra Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, representa o caráter regionalista do período.
É CORRETO apenas o que se afirma em
Leia o fragmento.
[...] é uma referência ou uma incorporação de um elemento discursivo a outro, podendo-se reconhecê-lo quando um autor constrói a sua obra com referências a textos, imagens ou a sons de outras obras e autores e até por si mesmo, como uma forma de reverência, de complemento e de elaboração do nexo e sentido deste texto/imagem.
Esse conceito caracteriza
Leia o fragmento.
[...] quamdo a rollda vehesse acerca daquella porta, que elles bradariam altas vozes apupamdo: “Ex a rraposa vai! Eyla rraposa vai!” e que estomçe (grifo nosso) estevessem quedos e nom movessem nada [...].
(A cronica d’El Rey D. João I. In: VASCONCELLOS, J. L. Textos arcaicos. Lisboa: Clássica, 1922, p. 78).
Na palavra destacada nesse excerto, observa-se a presença da variação
Leia o trecho a seguir.
"Parece admissível que uma das razões pelas quais não se chegou satisfatoriamente ao vasto domínio da textualidade reside na pouca abrangência em que se vê essa mesma textualidade. Os textos não são determinados simplesmente por seus elementos imanentes. Vão além e atingem fatores contextuais que, na verdade, o condicionam, o determinam e lhe conferem propriedade e relevância. Ou seja, é preciso chegar ao nível das práticas sociais e ao nível das práticas discursivas, onde, de fato, se definem as convenções do uso adequado e relevante da língua. Desde estas dimensões complexas e alargadas - é que se pode perceber como são os textos concretos, os textos historicamente reais, que circulam nas relações interpessoais.
E neste ponto se chega à noção de gêneros de texto. [...]
Antunes, Irandé. Língua, gêneros textuais e ensino. Perspectiva, Florianópolis, v.20, n.01, p.65-76, jan./jun. 2002.
A partir da reflexão apresentada sobre o texto e os gêneros textuais, considere as assertivas a seguir como verdadeira (V) ou falsa.
( ) os grupos sociais regulam as condições do percurso que os gêneros realizam.
( ) os gêneros são marcados pela predominância de blocos sequenciais, que constituem o texto como um todo, ou por "esquemas sequenciais prototípicos".
( ) Em decorrência de seu caráter instável, os gêneros favorecem a construção de expectativas para cada evento discursivo.
( ) Alguns textos contêm indicadores de suas especificidades de gênero, de maneira que a capacidade de efetivação e de identificação dos gêneros exclui parte do "conhecimento de mundo".
O preenchimento CORRETO dos parênteses está na alternativa:
Dois casinhos
O tema da variação linguística, especialmente quando não se trata de casos marcados — bons para preconceitos — é ocasião para interessantes reflexões. É que nela há um cruzamento de fatores de natureza diversa — gramaticais e de posição social dos falantes, pelo menos. Seja pelo cruzamento, seja pela diversidade de fatores, a questão se toma mais complexa. Vale a pena tentar esclarecê-la.
Vejam o que se pôde ler no sisudo Estadão (25 nov. 1999): “Causou constrangimento entre os parlamentares as perguntas da deputada Maria Laura Carneiro à ex-namorada de Fernandinho Beira-Mar, Alda Inês, na CPI do Narcotráfico”.
Se essa construção (com concordância verbal “errada”) ocorresse em conversa ou entrevista, por mais formal que fosse, não causaria espanto. Talvez nem fosse percebida. Aparecendo em texto escrito, e no Estadão, um jornal de linguagem conservadora, fornece elementos para reflexões.
A frase começa com o verbo, eis a questão. Esta estrutura é o fator mais importante para explicar a ausência de concordância (o sujeito é “as perguntas da deputada”). Quem escreveu este texto não escreveria “As perguntas da deputada causou constrangimento”. Mas, invertida a ordem sujeito-verbo, a relação sujeito-predicado se perde para o falante. Para efeito de concordância, importa que não haja nada antes do verbo, ou seja, é como se “causou” fosse um verbo impessoal. Que esteja na dita terceira pessoa do singular não é nem banal nem casual.
Este fenômeno é, de certa forma, o avesso de outro. Ocorrem cada vez mais construções do tipo “A política dessas duas cidades são melhores do que...”, em que o verbo concorda com o nome que está mais próximo (aqui, “duas cidades") e não com seu sujeito (aqui, "a política”). Esta construção é o avesso da outra porque naquela também o verbo concorda com o que está mais próximo: não concorda com nada, já que antes dele não há nada.
Alguns poderiam imaginar que assim se produz confusão de “pensamento”. Pode-se ver facilmente que não. O “pensamento” é claro, ninguém deixa de entender a frase. Há casos em que a forma (a sintaxe) não resolve tudo. Se às vezes a sintaxe não é suficiente para a clareza do que se diz, em outras ela não interfere de forma alguma na compreensão do enunciado, que parece funcionar independentemente da sintaxe.
Talvez o mais importante nessas construções seja a falta de consciência de que se está cometendo um “erro”. É como se esta sintaxe fosse padrão, como se fosse correta, segundo as exigências daquele jornal. Os sociolinguistas ensinam que, quando um “erro” não é mais percebido, então não há mais um “erro”, mas uma nova norma.
Comento brevemente um segundo caso, colhido em coluna do ótimo Tostão (FSP, 28 nov. 1999): “Se o Atlético-MG se iludir de que tem um excepcional time, por causa da vitória sobre o Cruzeiro, e não ter garra e humildade, dança como o Vasco". Para horror de muitos, Tostão não escreveu “tiver”.
Definitivamente, cada vez mais há menos pessoas percebendo que certos verbos deveriam ter um futuro do subjuntivo irregular. O que dizer de sua abolição em penas como as de Tostão?
Pode ser que seja apenas a língua mudando, sem que os falantes percebam.
(POSSENTI, Sírio. Dois casinhos. In :_______portadas línguas. 2. ed.
Curitiba: Criar, 2002. p. 51*53.)