Questões de Concurso
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“(...) os poetas trágicos são versados em todas as artes, em todas as coisas humanas relativas às virtudes e aos vícios, e até mesmo nas coisas divinas; na verdade, é necessário, afirmam, que o bom poeta, se quiser criar uma bela obra, conheça os temas de que trata, pois de outra forma não seria capaz de criar. É preciso, pois, examinar se tais pessoas, tendo-se deparado com imitadores desse gênero, não foram enganadas pela visão de suas obras, não se dando conta de que elas se acham afastadas em três graus do real, e de que, sem conhecer a verdade, é fácil realizá-las com êxito, pois os poetas criam fantasmas e não coisas reais (...)”.
(PLATÃO. A República. São Paulo: Perspectiva, 2006, Livro X.)
Platão atribui um papel pedagógico importante à arte na cidade ideal concebida n’A República, mas seus critérios são rigorosos e sua crítica recai sobre os poetas, por serem “imitadores”.
Com relação à crítica platônica da imitação, analise as afirmativas a seguir.
I. A crítica platônica da imitação inclui uma hierarquização da mimese em relação às essências, que são a única realidade.
II. A crítica platônica da imitação distingue o bom do mau poeta, pois o primeiro conhece sua arte, por isso, acede ao Belo.
III. A crítica platônica da imitação elogia o papel da tragédia, por sua abordagem superior das virtudes e vícios humanos.
Assinale:
“O ato de fala total na situação de fala total é o único fenômeno real que, em última análise, pretendemos elucidar”.
(AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Clarendon Press, 1962, p. 147.)
J. L. Austin é um dos representantes da renovação em Filosofia da linguagem no século XX, ao propor um método de análise de questões filosóficas por meio do uso da linguagem entendida como modo de ação por meio das palavras.
Assinale a opção que identifica corretamente essa corrente contemporânea da Filosofia da linguagem.
“Tudo o que existe abaixo do Primeiro tem de provir dele, quer imediatamente, quer através de intermediários. Tem de haver uma ordem de segundo grau e uma ordem de terceiro grau, na qual a segunda volta-se à primeira e a terceira à segunda”.
(PLOTINO. Tratados das Enéades. São Paulo: Polar Editorial, 2000, p.55.)
O neoplatonismo pode ser compreendido, de modo geral, como uma Filosofia baseada em uma estrutura hierárquica que tem como princípio o Uno, razão pela qual também é conhecido como uma henologia e tem em Plotino seu grande representante.
Assinale a opção que caracteriza corretamente o sistema plotiniano em relação à sua estrutura hierárquica do ser.
São problematizações políticas corretas sobre o Estado e a Sociedade formuladas na Época Moderna, à exceção de uma. Assinale-a.
Leia o fragmento a seguir a respeito da perspectiva aristotélica da Metafísica.
Todos admitem que algumas coisas sensíveis são _____; portanto deveremos desenvolver a nossa pesquisa partindo dessas coisas. De fato, é de grande utilidade proceder gradualmente na direção daquilo que é mais cognoscível. Com efeito, todos adquirem o saber desse modo: procedendo através das coisas que são menos cognoscíveis por natureza, isto é, _____ na direção das que são mais cognoscíveis por natureza, isto é, _____.
Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.
A ética normativa é um dos campos de estudo da Ética, podendo ser dividida em duas categorias: a ética teleológica e a ética deontológica.
Assinale a opção que caracteriza corretamente um exemplo de ética normativa.
As alternativas a seguir apresentam características da noção wittgensteiniana de jogo de linguagem, à exceção de uma. Assinale-a.
Em uma conferência proferida na Universidade de Viena, Freud afirmou que o ingênuo amor-próprio dos homens, no transcorrer dos séculos, teve de se submeter a três grandes golpes desferidos pela ciência: o heliocentrismo de Copérnico, a teoria da evolução de Charles Darwin e a própria psicanálise por ele concebida.
Para Freud, a ferida narcísica trazida pela psicanálise
“A rosa é sem porquê, floresce porque floresce, não cuida de si própria, não pergunta se a vemos”.
(Angelus Silesius, séc. XVII.)
Na obra de Leibniz se ratificou um princípio filosófico que se opõe à indeterminação exemplificada na frase citada, do místico alemão Angelus Silesius, buscando, ao contrário, a explicação do porquê as coisas existirem e serem como são, e não de outra maneira.
Assinale a opção que identifica corretamente esse princípio.
“‘É pensado: consequentemente há pensante’: a isso chega a argumentação de Descartes. Mas isso significa postular nossa crença no conceito de substância já como ‘verdadeira a priori’ – que, quando seja pensado, deva haver alguma coisa ‘que pense’ é, porém, apenas uma formulação de nosso hábito gramatical, que põe para um fazer um agente”.
(NIETZSCHE, Friedrich. A vontade de poder.
Rio de Janeiro: Contraponto, 2008, p. 261.)
Com relação à crítica de Nietzsche à Filosofia da subjetividade, analise as afirmativas a seguir.
I. O pensamento envolve afetos inconscientes, por isso o sujeito-substrato que sabe que pensa é uma ficção.
II. A constituição fisiológica do homem é fonte de conhecimento, o que leva o pensamento nietzscheano a criticar a ideia de um substrato anímico de origem transcendente.
III. A crença na consciência subjetiva leva à suposição de que só há interpretações, ao passo que para Nietzsche os fatos em si mesmos mostram o caráter ilusório da perspectiva múltipla do sujeito.
Assinale:
“É indiferente o que a consciência sozinha empreenda; de toda esta porcaria conservamos apenas um resultado: que esses três momentos – a força de produção, o estado social e a consciência – podem e devem entrar em contradição entre si, porque, com a divisão do trabalho, fica dada a possibilidade, mais ainda, a realidade, de que a atividade espiritual e a material caibam a indivíduos diferentes.”
(Adaptado de MARX, Karl. A ideologia alemã.
6ª ed. São Paulo: HUCITEC, 1987, p. 45.)
Com base no texto, assinale a opção que identifica corretamente o conceito de ideologia em Karl Marx.
“(...) tenham os juízos a origem que tiverem ou se apresentem em sua forma lógica como quiserem, existe uma diferença entre eles pelo seu conteúdo, que faz com que sejam simplesmente explicativos e nada acrescentem ao conteúdo do conhecimento, ou extensivos e ampliem o conhecimento dado (...)”.
(KANT, Immanuel. Prolegômenos a toda metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Lisboa: Edições 70, s/d, § 2.)
Assinale a opção que identifica corretamente a que juízos o trecho kantiano se refere.
“O gênio, em geral, é poético. Onde o gênio atuou – atuou poeticamente. O homem genuinamente moral é poeta”.
(NOVALIS. Fragmentos-Diálogos-Monólogos. São Paulo: Iluminuras, 1988, p. 124.)
A afirmação de Novalis ecoa a ideia romântica alemã de genialidade, que teve em Friedrich Schiller um de seus porta-vozes. Assinale a opção que identifica corretamente o ideal estético schilleriano associado à moral.
“Unicamente a autêntica e pura razão humana é a que se torna necessária e aconselhável para servir de orientação, e não um suposto e misterioso sentido da verdade, uma exaltada intuição sob o nome de fé, na qual a tradição ou a revelação podem ser enxertadas, sem o consentimento da razão.”
(Adaptado de KANT, Imanuel. O que significa orientar-se no pensamento?[1786].
In:Textos seletos. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985, p. 72.)
Com base no texto citado, assinale a alternativa que identifica corretamente o conceito kantiano de razão, um dos pilares do iluminismo filosófico.
“A magia e a astrologia postulavam a solidariedade e unidade da natureza inteira, onde o cintilar do astro mais distante repercute no lugar mais recôndido do mundo e, inversamente, onde todo movimento da alma se prolonga em ecos infinitos. Não existem abismos nem fronteiras, mas uma gama de correspondências na corrente motriz da vida universal”.
(GARIN, Eugenio. Moyen Âge et Renaissance. Paris: Gallimard, 1969, p. 131.)
Com relação ao pensamento filosófico renascentista, referido na citação, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) O platonismo renascentista foi elaborado a partir da leitura e tradução de Platão e Plotino, e concebeu um universo hierárquico que, conectando o Uno ao mundo físico, fazia deste último uma teia de afinidades ocultas.
( ) A obra Sobre a natureza das coisas (De rerum natura), de Epicuro, foi uma das principais fontes do atomismo renascentista, que concebeu um universo atomístico, infinito e formado por átomos, que viria a influenciar a ciência moderna no século XVII.
( ) O aristotelismo no Renascimento prolongou a interpretação medieval de Aristóteles como a grande autoridade do saber, reiterando a metafísica tomista de um cosmo fechado, qualitativo, finito e geocêntrico.
As afirmativas são, respectivamente,
A Filosofia, enquanto um modo específico de conhecimento, data historicamente do mundo grego. Por volta dos séculos VI e V a.C., filósofos oriundos de várias cidades, da Magna Grécia à Ásia Menor, renovaram o pensamento quanto às indagações humanas sobre o cosmos e a vida social. A respeito desse processo, relacione as regiões de emergência da Filosofia no mundo grego com as respectivas contribuições dos filósofos de lá oriundos.
1. Agrigento, na Sicília.
2. Eleia, no sul da Itália.
3. Abdera, na Trácia.
4. Mileto, na Jônia.
( ) A contribuição de Empédocles consistiu na crítica à Filosofia unitária dos eleatas, propondo, no lugar, uma pluralidade de princípios explicativos da physis.
( ) Provável discípulo e sucessor de Tales, Anaximandro concebe como princípio da physis o ilimitado, do qual deriva a multiplicidade das coisas limitadas.
( ) O núcleo do pensamento parmenídico reside em sua afirmação de que pensar e ser é o mesmo, o que confere um sentido forte à Filosofia como ontologia.
( ) A Filosofia de Demócrito é um desenvolvimento da teoria de seu mestre, Leucipo, pela qual a physis é concebida a partir de átomos incriados, indestrutíveis e imutáveis.
Assinale a opção que mostra a relação correta, de cima para baixo.
“O que implica o sistema da polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. Torna-se o instrumento político por excelência, a chave de toda autoridade no Estado, o meio de comando e de domínio sobre outrem”.
(VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego.
Rio de Janeiro: DIFEL, 2002, p. 54.)
As alternativas a seguir apresentam aspectos do valor da palavra para o pensamento filosófico grego, à exceção de uma. Assinale-a.
“Tivessem os bois, os cavalos e os leões mãos, e pudessem, com elas, pintar e produzir obras como os homens, os cavalos pintariam figuras de deuses semelhantes a cavalos, e os bois semelhantes a bois, cada (espécie animal) reproduzindo a sua própria forma”.
(Xenófanes de Colofão, séc. VI-V a. C. In: BORNHEIM, Gerd A. (org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 2008, p. 32.)
Nascido por volta de 570 a. C. o filósofo Xenófanes, oriundo da cidade jônica de Colofão, foi um crítico da concepção dos deuses herdada de Homero e Hesíodo. No fragmento citado, essa crítica recai
Com relação às diversas vertentes de investigação que orientaram o desenvolvimento da Filosofia, na Grécia Antiga, analise as afirmativas a seguir.
I. A explicação do cosmos, em Tales e Pitágoras, recorreu ao instrumental geométrico e ao cálculo, com influências da cultura egípcia.
II. O apoio na língua grega, em especial o verbo ser, contribuiu para expressar raciocínios de identidade e diferença, de que são exemplos Parmênides e Heráclito.
III. O recurso ao monoteísmo do elemento natural foi utilizado para articular a ideia de unidade e totalidade da physis, como testemunha a Filosofia de Anaxímenes e Zenão de Eleia.
Assinale:
Para trabalhar um conceito ainda pouco conhecido por seus alunos, o professor exibiu contraexemplos relacionando características de alguns polígonos. Para isso, preparou o seguinte exercício para seus alunos:
Observe as figuras a seguir.
Essa questão envolveu os seguintes conceitos: