Questões de Concurso
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A etnografia da América indígena contém um tesouro de referências a uma teoria cosmopolítica que imagina um universo povoado por diferentes tipos de agências ou agentes subjetivos, humanos como não-humanos – os deuses, os animais, os mortos, as plantas, os fenômenos meteorológicos, muitas vezes também os objetos e os artefatos –, todos providos de um mesmo conjunto básico de disposições perceptivas, apetitivas e cognitivas, ou, em poucas palavras, de uma “alma” semelhante. Essa semelhança inclui um mesmo modo, que poderíamos chamar performativo, de apercepção: os animais e outros não-humanos dotados de alma “se veem como” pessoas, e portanto, em condições ou contextos determinados, “são” pessoas, isto é, são entidades complexas, com uma estrutura ontológica de dupla face (uma visível e outra invisível), existindo sob os modos pronominais do reflexivo e do recíproco e os modos relacionais do intencional e do coletivo. O que essas pessoas veem, entretanto – e que sorte de pessoas elas são –, constitui precisamente um dos problemas filosóficos mais sérios postos por e para o pensamento indígena.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p. 43. [Adaptado].
Conforme o texto, na concepção ameríndia, a cultura tem qual forma?
Mesmo que os espanhóis tivessem visto muitos indígenas na Espanha e os houvesse conhecido bem, os espanhóis, por exemplo, conheceram na América pela primeira vez urna sociedade matriarcal. As rainhas e princesas que conheceram riam-se deles e escandalizam seu senso de decoro. As regras de urna sociedade onde os homens não faziam as leis eram diferentes da sua, e, como os "civilizados" tem feito em todo o mundo, condenavam sem hesitar os modelos dessa cultura diferente e a tratavam de modificar.
HANKE, Lewis. Aristóteles e os índios americanos. Maria Lucia Galvão Carneiro (Tradutora). São Paulo: Livraria Martins, 1955, p. 73 e 74. [Adaptado].
O relato demonstra qual aspecto da interação entre as duas culturas distintas?
É como um reflexo da carência de verdadeira unidade nacional, a despeito das unidades simplesmente dinásticas, que se verifica pela mesma época nas terras europeias submetidas à Coroa de Castela. Cada um dos antigos reinos peninsulares mantinha sua própria personalidade política e jurídica. Em terras de Castela, continuavam, na ocasião dos descobrimentos marítimos, a prevalecer as normas jurídicas peculiares ao direito castelhano. Nos velhos Estados integrantes da Coroa de Aragão, mantinha-se da mesma forma a vigência de seus direitos particulares: aragonês, catalão, valenciano, maiorquino. Navarra, incorporada ao reino aragonês, conservou durante os primeiros tempos, dentro da península, sua condição de estado soberano e independente.
HOLANDA, Sérgio B. Visão do Paraíso. São Paulo, Companhia das letras. 2010, p. 460. [Adaptado].
Taís características da administração da Coroa de Castela refletiram qual característica da administração da colônia?
Menor de oito anos, propriedade do funcionário público José Joaquim Moreira. O crime foi confessado pelo menor Nicolau Teixeira da Cunha, que acusou como seu parceiro o caixeiro português Antônio Pereira da Silva. Este alegou ao subdelegado que apenas tratara de lavar a menina por estar ensanguentada e chorando. Ele fora desmentido pela vítima e por um moleque da casa que levara a negrinha a pedido do caixeiro. O corpo de delito foi procedido pelos doutores Manuel Antunes de Sales (1817-1864) e pelo baiano Francisco Sabino Coelho de Sampaio. Os médicos declararam achar a menor ‘estuprada e com as partes sexuais tão dilaceradas, intumescidas e ensangüentadas que fazia consternar.
CORREIO SERGIPENSE. APUD: CARDOSO, A. Escravidão em Sergipe. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, n. 34, 2003-2005, p. 61 e 62. [Adaptado].
Casos como o apresentado suscitaram qual comportamento dos escravizados no Sergipe?
Bem como uma grande preocupação do período da higienização. O século XIX assistiu a várias epidemias, dentre elas a de cólera bem como ao crescimento de um discurso higienista. Na Província de Sergipe, a cólera chegou em 1855 e fez inúmeras vítimas entre escravizados e livres, nas diversas regiões, com o isso ocorreu a difusão do discurso citado e das práticas higienistas.
CUNHA, Joceneide. Senzalas de palha, choças e choupanas: apontamentos sobre a história da moradia escrava nas terras sergipanas (1801-1888). Revista Do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, n. 46, 2016. [Adaptado].
Qual foi uma das medidas feitas para mitigar os efeitos da situação descrita?
De qualquer modo, deve-se atribuir a tais sentimentos ou idéias de obrigações de paternidade da parte de alguns patriarcas, considerável influência na interpretação das condições de raça e classe que desde os começos da colonização do Brasil vêm se verificando no nosso País e resultando em constantes transferências de indivíduos de côr, da classe a que pareciam condenados pela condição da raça materna e, até certo ponto, dêles - a condição de dominados - menos para a condição de dominadores que para a de marginais ou intermediários entre dominadores ou dominados. As transferências de indivíduos e até de grupos inteiros, por esse e por outros meios, de um para outro plano social, é que, acentuando-se, tornaram-se, desde fins do século XVIII, mas, principalmente, durante o século XIX, um dos estímulos mais fortes ao desenvolvimento de formas chamas individuais e, ao mesmo tempo, étnica.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano – vol 2. 7. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985, p. 356. [Adaptado].
O texto relativiza a outra interpretação da história brasileira que
Leia o texto a seguir.
Mas o que vejo? É um sonho!... A barbaria
Erguer-se neste século, à luz do dia.
Sem pejo se ostentar.
E a escravidão – nojento crocodilo
Da onda turva expulso lá do Nilo –
Vir aqui se abrigar!...
Oh! Deus! não ouves dentre a imensa orquestra
Que a natureza virgem manda em festa
Soberba, senhoril,
Um grito que soluça aflito, vivo,
O retinir dos ferros do cativo,
Um som discorde e vil?
ALVES, Castro. Obra Completa. Rio de Janeiro, Editora Nova Aguilar S. A, 1997, p. 216. [Adaptado].
O que nesse poema incomodava a elite brasileira do século
XIX?
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A individualidade assim descrita nada tem em comum com as diversas concepções do individualismo e, sobretudo, com aquele que denominarei “individualismo de direita, à americana”, que é tão-somente uma tentativa disfarçada de coagir e vencer o indivíduo em sua singularidade. Esse pretenso individualismo, que sugere fórmulas como “livre empresa”, arrivismo e sociedade liberal, é o laisser-faire econômico e social: a exploração das massas pelas classes dominantes com a ajuda da velhacaria legal; a degradação espiritual e o doutrinamento sistemático do espírito servil, processo conhecido sob o nome de “educação”. Essa forma de “individualismo” corrompido e viciado, verdadeira camisa de força da individualidade, reduz a vida a uma corrida degradante aos bens materiais, ao prestígio social; sua sabedoria suprema exprime-se numa frase: “Cada um por si e maldito seja o último”.
GOLDMAN, Emma. O indivíduo, a sociedade e o Estado, e outros ensaios. São Paulo: Editora Hedra, 2007, p. 32. [Adaptado].
Qual conceito sintetizaria a descrição do parágrafo?
Alguns escritores confundiram sociedade e governo de tal forma que restou entre essas duas partes pouca ou nenhuma diferença. Contudo, elas não apenas são diferentes como também possuem origens diversas. A sociedade é produto das nossas necessidades, e o governo, da nossa maldade; a sociedade promove a nossa felicidade de modo positivo, unindo nossas afeições, e o governo faz isso de modo negativo, cerceando os nossos excessos. Uma encoraja a agregação, o outro cria distinções. Uma é padroeira, o outro é punidor.
PAINE, Thomas. O bom senso. São Paulo, Faro Editorial. 2022, p. 11. [Adaptado].
Embora nascido na Inglaterra, Thomas Paine (1737-1809) foi um dos intelectuais mais importantes para a Independência dos Estados Unidos. Inclusive, sua participação resultou na honraria de ser considerado um dos Founding Fathers of the United States (Pais Fundadores dos Estados Unidos). O texto demonstra sua aproximação com qual teoria política?
A dinâmica recente da economia sergipana gerou/gera relevantes mudanças espaciais e sociais (produção, circulação, empregos, renda, consumo etc.). Todavia, o estado possui um setor portuário obsoleto, ou seja, com reduzida modernização, eficiência e competitividade.
JUNIOR, Nelson Fernandes Felipe. O setor portuário de Sergipe: redes, fluxos e participação do capital privado. Revista de Geografia (Recife). V. 35, No. 5, 2018. Disponível em:https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistageografia/article/download/229392/309 . Acesso em: 18 jun. 2024.
O setor portuário é vital para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de um Estado. São gargalos do setor portuário em Sergipe
O campo petrolífero de Carmópolis apresenta o maior número de poços produtores do país. A área de mineração do município, composta por 1.105 poços de exploração de petróleo e gás, representa 2,31 % da área municipal e apresenta qualidade muito baixa. Tais poços constituem-se em manchas que fragmentam negativamente a paisagem do município e causam danos irreversíveis ao meio ambiente.
SOBRAL, Ivana Silva. SILVA, Gicélia Mendes da. Cartografia das implicações ambientais da produção De petróleo onshore no município de Carmópolis, Sergipe, Brasil. 2015. Disponível em:https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5280103.pdf . Acesso em: 18 jun. 2024. [Adaptado].
Encontram-se associados a esse tipo de atividade econômica a