Questões de Concurso Comentadas para câmara de areal - rj

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Q3079156 Direito Administrativo
De acordo com o art. 91 da Lei nº 14.133/2021, os contratos administrativos e seus aditamentos devem ter forma escrita e serem divulgados ao público. Nesse sentido, analise as assertivas:

I. Todos os contratos administrativos podem ser mantidos em sigilo, independentemente de sua natureza.
II. Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis dispensam formalização por escritura pública.
III. A forma eletrônica na celebração de contratos e de termos aditivos não é permitida pela Lei.
IV. Antes de formalizar ou prorrogar o contrato, a administração deve verificar a regularidade fiscal do contratado e consultar os cadastros de empresas inidôneas e punidas.

Está(ão) INCORRETA(S):
Alternativas
Q3079155 Direito Administrativo
O art. 90 da Lei nº 14.133/2021 dispõe sobre a convocação do licitante vencedor para a assinatura do contrato administrativo. Nesse sentido, pode-se afirmar que:
Alternativas
Q3079124 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

Uso de combustíveis fósseis atinge recordes em meio ao calor, fogo e tempestade.

Relatório publicado pelo Instituto de Energia mostra um cenário sombrio de um mundo que luta para se afastar de combustíveis que aquecem o planeta.

20/06/2024

O mundo consumiu quantidades recordes de petróleo, carvão e gás no ano passado, elevando a poluição por carbono do planeta a um novo patamar, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20), frustrando as esperanças dos cientistas climáticos.
O crescimento dos combustíveis fósseis gerou um aumento de 2,1% nas emissões relacionadas à energia no ano passado, elevando-as acima de 40 bilhões de toneladas pela primeira vez, de acordo com o relatório publicado quinta-feira pelo Instituto de Energia. [...]
O calor extremo brutal está atualmente queimando áreas do planeta. Uma onda de calor diferente de qualquer outra já vista em décadas está varrendo grandes partes dos EUA, que também está lutando com incêndios mortais, tempestades e inundações severas.
Centenas de pessoas morreram quando as temperaturas subiram para 51 graus Celsius durante a peregrinação anual Hajj a Meca, na Arábia Saudita. E a Índia está atualmente lutando com uma onda de calor mortal de verão que matou dezenas de pessoas.
O relatório também mostra que, embora o mundo esteja adicionando energias renováveis limpas em níveis recordes, a demanda global de energia está crescendo tão rapidamente que os combustíveis fósseis estão preenchendo as lacunas.
O ano passado foi “mais um ano de altos em nosso mundo faminto por energia”, disse Juliet Davenport, presidente do Instituto de Energia. “A energia é central para o progresso humano”, acrescentou. “Também é central para a nossa própria sobrevivência.”
O consumo global de petróleo, carvão e gás aumentou 1,5% em 2023, impulsionado, em particular, por um forte crescimento do petróleo. No ano passado, o mundo consumiu mais de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez, segundo o relatório. Os EUA continuaram a ser o maior produtor de petróleo, aumentando sua produção em 8% no ano passado. No geral, a proporção de combustíveis fósseis na matriz energética global de 2023 permaneceu em grande parte a mesma em 81,5%, uma queda de apenas 0,5% em relação ao ano anterior.
O crescimento dos combustíveis fósseis foi particularmente forte nas economias em desenvolvimento, segundo o relatório. Na Índia, o consumo destes combustíveis subiu 8% no ano passado e, pela primeira vez, o país usou mais carvão do que a Europa e a América do Norte juntas.
Na China, o uso de combustíveis fósseis atingiu um novo recorde em 2023, um aumento de 6%, com o fim de seus bloqueios prolongados da Covid levando a uma recuperação destes combustíveis. No entanto, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética geral do país está diminuindo, à medida que a China continua a adicionar grandes quantidades de energias renováveis. [...]
Foi constatado que o uso de combustíveis fósseis nas principais economias avançadas provavelmente atingiu um pico e está começando a cair. Nos EUA, os combustíveis fósseis caíram para 80% da energia total consumida. Na Europa, os combustíveis fósseis representaram menos de 70% da matriz energética pela primeira vez desde a Revolução Industrial, impulsionados pela redução da demanda e pelo crescimento das energias renováveis.
A geração de energia a partir de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica, aumentou 13% quase inteiramente devido a um boom de energia eólica e solar, de acordo com o relatório, embora o aumento das fontes renováveis não tenha sido suficiente para corresponder ao aumento da demanda global por energia, que aumentou 2% em 2023. [...]
Dave Jones, diretor de insights globais do think tank Ember, que não estava envolvido no relatório, disse que deveria ser um alerta para os governos agirem. “O mundo continua faminto de energia. Para que vire a maré no uso de combustíveis fósseis, as energias renováveis precisam subir muito mais rápido, mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-la”, disse ele à CNN.
Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, uma meta acordada pelos países no Acordo de Paris em 2015, o mundo precisa reduzir as emissões aproximadamente pela metade até o final desta década.

Adaptado
https://www.cnnbrasil.com.br
 

O vocábulo do texto que não apresenta desinência de gênero é:
Alternativas
Q3079123 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

Uso de combustíveis fósseis atinge recordes em meio ao calor, fogo e tempestade.

Relatório publicado pelo Instituto de Energia mostra um cenário sombrio de um mundo que luta para se afastar de combustíveis que aquecem o planeta.

20/06/2024

O mundo consumiu quantidades recordes de petróleo, carvão e gás no ano passado, elevando a poluição por carbono do planeta a um novo patamar, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20), frustrando as esperanças dos cientistas climáticos.
O crescimento dos combustíveis fósseis gerou um aumento de 2,1% nas emissões relacionadas à energia no ano passado, elevando-as acima de 40 bilhões de toneladas pela primeira vez, de acordo com o relatório publicado quinta-feira pelo Instituto de Energia. [...]
O calor extremo brutal está atualmente queimando áreas do planeta. Uma onda de calor diferente de qualquer outra já vista em décadas está varrendo grandes partes dos EUA, que também está lutando com incêndios mortais, tempestades e inundações severas.
Centenas de pessoas morreram quando as temperaturas subiram para 51 graus Celsius durante a peregrinação anual Hajj a Meca, na Arábia Saudita. E a Índia está atualmente lutando com uma onda de calor mortal de verão que matou dezenas de pessoas.
O relatório também mostra que, embora o mundo esteja adicionando energias renováveis limpas em níveis recordes, a demanda global de energia está crescendo tão rapidamente que os combustíveis fósseis estão preenchendo as lacunas.
O ano passado foi “mais um ano de altos em nosso mundo faminto por energia”, disse Juliet Davenport, presidente do Instituto de Energia. “A energia é central para o progresso humano”, acrescentou. “Também é central para a nossa própria sobrevivência.”
O consumo global de petróleo, carvão e gás aumentou 1,5% em 2023, impulsionado, em particular, por um forte crescimento do petróleo. No ano passado, o mundo consumiu mais de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez, segundo o relatório. Os EUA continuaram a ser o maior produtor de petróleo, aumentando sua produção em 8% no ano passado. No geral, a proporção de combustíveis fósseis na matriz energética global de 2023 permaneceu em grande parte a mesma em 81,5%, uma queda de apenas 0,5% em relação ao ano anterior.
O crescimento dos combustíveis fósseis foi particularmente forte nas economias em desenvolvimento, segundo o relatório. Na Índia, o consumo destes combustíveis subiu 8% no ano passado e, pela primeira vez, o país usou mais carvão do que a Europa e a América do Norte juntas.
Na China, o uso de combustíveis fósseis atingiu um novo recorde em 2023, um aumento de 6%, com o fim de seus bloqueios prolongados da Covid levando a uma recuperação destes combustíveis. No entanto, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética geral do país está diminuindo, à medida que a China continua a adicionar grandes quantidades de energias renováveis. [...]
Foi constatado que o uso de combustíveis fósseis nas principais economias avançadas provavelmente atingiu um pico e está começando a cair. Nos EUA, os combustíveis fósseis caíram para 80% da energia total consumida. Na Europa, os combustíveis fósseis representaram menos de 70% da matriz energética pela primeira vez desde a Revolução Industrial, impulsionados pela redução da demanda e pelo crescimento das energias renováveis.
A geração de energia a partir de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica, aumentou 13% quase inteiramente devido a um boom de energia eólica e solar, de acordo com o relatório, embora o aumento das fontes renováveis não tenha sido suficiente para corresponder ao aumento da demanda global por energia, que aumentou 2% em 2023. [...]
Dave Jones, diretor de insights globais do think tank Ember, que não estava envolvido no relatório, disse que deveria ser um alerta para os governos agirem. “O mundo continua faminto de energia. Para que vire a maré no uso de combustíveis fósseis, as energias renováveis precisam subir muito mais rápido, mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-la”, disse ele à CNN.
Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, uma meta acordada pelos países no Acordo de Paris em 2015, o mundo precisa reduzir as emissões aproximadamente pela metade até o final desta década.

Adaptado
https://www.cnnbrasil.com.br
 

Uma das funções da vírgula é separar oração adverbial anteposta à principal. Assinale a alternativa em que isso acontece.
Alternativas
Q3079122 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

Uso de combustíveis fósseis atinge recordes em meio ao calor, fogo e tempestade.

Relatório publicado pelo Instituto de Energia mostra um cenário sombrio de um mundo que luta para se afastar de combustíveis que aquecem o planeta.

20/06/2024

O mundo consumiu quantidades recordes de petróleo, carvão e gás no ano passado, elevando a poluição por carbono do planeta a um novo patamar, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20), frustrando as esperanças dos cientistas climáticos.
O crescimento dos combustíveis fósseis gerou um aumento de 2,1% nas emissões relacionadas à energia no ano passado, elevando-as acima de 40 bilhões de toneladas pela primeira vez, de acordo com o relatório publicado quinta-feira pelo Instituto de Energia. [...]
O calor extremo brutal está atualmente queimando áreas do planeta. Uma onda de calor diferente de qualquer outra já vista em décadas está varrendo grandes partes dos EUA, que também está lutando com incêndios mortais, tempestades e inundações severas.
Centenas de pessoas morreram quando as temperaturas subiram para 51 graus Celsius durante a peregrinação anual Hajj a Meca, na Arábia Saudita. E a Índia está atualmente lutando com uma onda de calor mortal de verão que matou dezenas de pessoas.
O relatório também mostra que, embora o mundo esteja adicionando energias renováveis limpas em níveis recordes, a demanda global de energia está crescendo tão rapidamente que os combustíveis fósseis estão preenchendo as lacunas.
O ano passado foi “mais um ano de altos em nosso mundo faminto por energia”, disse Juliet Davenport, presidente do Instituto de Energia. “A energia é central para o progresso humano”, acrescentou. “Também é central para a nossa própria sobrevivência.”
O consumo global de petróleo, carvão e gás aumentou 1,5% em 2023, impulsionado, em particular, por um forte crescimento do petróleo. No ano passado, o mundo consumiu mais de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez, segundo o relatório. Os EUA continuaram a ser o maior produtor de petróleo, aumentando sua produção em 8% no ano passado. No geral, a proporção de combustíveis fósseis na matriz energética global de 2023 permaneceu em grande parte a mesma em 81,5%, uma queda de apenas 0,5% em relação ao ano anterior.
O crescimento dos combustíveis fósseis foi particularmente forte nas economias em desenvolvimento, segundo o relatório. Na Índia, o consumo destes combustíveis subiu 8% no ano passado e, pela primeira vez, o país usou mais carvão do que a Europa e a América do Norte juntas.
Na China, o uso de combustíveis fósseis atingiu um novo recorde em 2023, um aumento de 6%, com o fim de seus bloqueios prolongados da Covid levando a uma recuperação destes combustíveis. No entanto, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética geral do país está diminuindo, à medida que a China continua a adicionar grandes quantidades de energias renováveis. [...]
Foi constatado que o uso de combustíveis fósseis nas principais economias avançadas provavelmente atingiu um pico e está começando a cair. Nos EUA, os combustíveis fósseis caíram para 80% da energia total consumida. Na Europa, os combustíveis fósseis representaram menos de 70% da matriz energética pela primeira vez desde a Revolução Industrial, impulsionados pela redução da demanda e pelo crescimento das energias renováveis.
A geração de energia a partir de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica, aumentou 13% quase inteiramente devido a um boom de energia eólica e solar, de acordo com o relatório, embora o aumento das fontes renováveis não tenha sido suficiente para corresponder ao aumento da demanda global por energia, que aumentou 2% em 2023. [...]
Dave Jones, diretor de insights globais do think tank Ember, que não estava envolvido no relatório, disse que deveria ser um alerta para os governos agirem. “O mundo continua faminto de energia. Para que vire a maré no uso de combustíveis fósseis, as energias renováveis precisam subir muito mais rápido, mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-la”, disse ele à CNN.
Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, uma meta acordada pelos países no Acordo de Paris em 2015, o mundo precisa reduzir as emissões aproximadamente pela metade até o final desta década.

Adaptado
https://www.cnnbrasil.com.br
 

“[...] de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20) [...].”

A palavra em destaque é formada pelo processo de justaposição. Assinale a alternativa cuja palavra é formada pelo mesmo processo.
Alternativas
Q3079062 Auditoria
A auditoria no setor público tem como objetivo assegurar a correta aplicação dos recursos públicos e a conformidade com as normas legais e regulamentares. Sobre a auditoria no setor público, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Q3079035 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

IA testa a credulidade humana

Quem acredita naquelas cafonices com iluminação perfeita acredita em tudo.

         A imagem em movimento mostra um pássaro filhote com mais cores e plumas que uma escola de samba inteira, pés mergulhados num fio d’água tão cristalino quanto uma taça cheia de San Pellegrino ao sol do Mediterrâneo.
       Parecendo desconfortável com a proximidade da câmera, mas não a ponto de fugir, o bichinho nos mira com olhos de desenho animado. É como se dissesse: "Pode existir criatura mais linda e cativante do que eu?".
     Reparamos então, com assombro, que o festival de cores em seu peito e suas asas se organiza em pinceladas desconcertantes que lembram um pintor atormentado, talvez Van Gogh; ao mesmo tempo, explode em mil tons alegres e solares, como numa tela naïf.
        O que dizer diante de imagem tão singular? O que muitas pessoas têm dito, nas redes sociais, são variações em torno desta ideia emocionada: "Ah, como a natureza é incrível! Como ela é generosa com a gente!".
        Ah, e como essas pessoas estão erradas! Há tanta "natureza" no filhote com plumagem de catálogo de loja de tintas quanto num pacote de Baconzitos. O mesmo pode ser dito dos seus colegas.
       Espera aí - colegas? Sim: mergulhando meio palmo no tema dos pássaros artificiais (digitando "AI birds" no Google, por exemplo), vamos descobrir que essas criaturas de fantasia já são incontáveis; se ainda não superaram em número as espécies do mundo *ornitológico, isso parece uma questão de tempo.
      Justiça seja feita: a maioria dos bichos é tão bizarra que não parece querer enganar ninguém. Como nosso filhote fofo, quase todos gritam, berram "inteligência artificial" em cada **pixel. Quando os pixels acabam, continuam a berrar eternidade afora.
      No entanto, por alguma razão a ser desvendada, parte considerável da nossa espécie parece incapaz de ouvir a gritaria. A aceitação de tudo o que a IA produz é, para essa turma crédula, uma espécie de reflexo.
     Depois de tantos anos vendo pessoas letradas que merecem (mereciam?) meu respeito compartilharem frases de autoajuda em para-choque de caminhão como se fossem de Drummond e Clarice, talvez eu não devesse me chocar. Mas me choco.
      Não sou o único. O linguista Marcos Bagno é outro que anda indignado. Esta semana, a propósito da comoção provocada por uma imagem de "Chico Buarque criança", explodiu no Facebook: "Acordem para a vida, criaturas! Será que vamos mesmo ficar reféns da robozada?".

*ornitológico=parte da zoologia que estuda a morfologia, a fisiologia, a anatomia e os hábitos das aves. **pixel=qualquer dos mínimos elementos discretos que em conjunto constituem uma imagem.

Adaptado - 26/06/2024
*Sérgio Rodrigues - Escritor e jornalista
https://www1.folha.uol.com.br
A palavra “ideia”, encontrada no texto, deixou de ser acentuada em função do Acordo Ortográfico de 1990. Outro ditongo aberto que teve o acento suprimido é:
Alternativas
Q3079031 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

IA testa a credulidade humana

Quem acredita naquelas cafonices com iluminação perfeita acredita em tudo.

         A imagem em movimento mostra um pássaro filhote com mais cores e plumas que uma escola de samba inteira, pés mergulhados num fio d’água tão cristalino quanto uma taça cheia de San Pellegrino ao sol do Mediterrâneo.
       Parecendo desconfortável com a proximidade da câmera, mas não a ponto de fugir, o bichinho nos mira com olhos de desenho animado. É como se dissesse: "Pode existir criatura mais linda e cativante do que eu?".
     Reparamos então, com assombro, que o festival de cores em seu peito e suas asas se organiza em pinceladas desconcertantes que lembram um pintor atormentado, talvez Van Gogh; ao mesmo tempo, explode em mil tons alegres e solares, como numa tela naïf.
        O que dizer diante de imagem tão singular? O que muitas pessoas têm dito, nas redes sociais, são variações em torno desta ideia emocionada: "Ah, como a natureza é incrível! Como ela é generosa com a gente!".
        Ah, e como essas pessoas estão erradas! Há tanta "natureza" no filhote com plumagem de catálogo de loja de tintas quanto num pacote de Baconzitos. O mesmo pode ser dito dos seus colegas.
       Espera aí - colegas? Sim: mergulhando meio palmo no tema dos pássaros artificiais (digitando "AI birds" no Google, por exemplo), vamos descobrir que essas criaturas de fantasia já são incontáveis; se ainda não superaram em número as espécies do mundo *ornitológico, isso parece uma questão de tempo.
      Justiça seja feita: a maioria dos bichos é tão bizarra que não parece querer enganar ninguém. Como nosso filhote fofo, quase todos gritam, berram "inteligência artificial" em cada **pixel. Quando os pixels acabam, continuam a berrar eternidade afora.
      No entanto, por alguma razão a ser desvendada, parte considerável da nossa espécie parece incapaz de ouvir a gritaria. A aceitação de tudo o que a IA produz é, para essa turma crédula, uma espécie de reflexo.
     Depois de tantos anos vendo pessoas letradas que merecem (mereciam?) meu respeito compartilharem frases de autoajuda em para-choque de caminhão como se fossem de Drummond e Clarice, talvez eu não devesse me chocar. Mas me choco.
      Não sou o único. O linguista Marcos Bagno é outro que anda indignado. Esta semana, a propósito da comoção provocada por uma imagem de "Chico Buarque criança", explodiu no Facebook: "Acordem para a vida, criaturas! Será que vamos mesmo ficar reféns da robozada?".

*ornitológico=parte da zoologia que estuda a morfologia, a fisiologia, a anatomia e os hábitos das aves. **pixel=qualquer dos mínimos elementos discretos que em conjunto constituem uma imagem.

Adaptado - 26/06/2024
*Sérgio Rodrigues - Escritor e jornalista
https://www1.folha.uol.com.br
"Acordem para a vida, criaturas!”. A vírgula foi utilizada para separar:
Alternativas
Q3079030 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

IA testa a credulidade humana

Quem acredita naquelas cafonices com iluminação perfeita acredita em tudo.

         A imagem em movimento mostra um pássaro filhote com mais cores e plumas que uma escola de samba inteira, pés mergulhados num fio d’água tão cristalino quanto uma taça cheia de San Pellegrino ao sol do Mediterrâneo.
       Parecendo desconfortável com a proximidade da câmera, mas não a ponto de fugir, o bichinho nos mira com olhos de desenho animado. É como se dissesse: "Pode existir criatura mais linda e cativante do que eu?".
     Reparamos então, com assombro, que o festival de cores em seu peito e suas asas se organiza em pinceladas desconcertantes que lembram um pintor atormentado, talvez Van Gogh; ao mesmo tempo, explode em mil tons alegres e solares, como numa tela naïf.
        O que dizer diante de imagem tão singular? O que muitas pessoas têm dito, nas redes sociais, são variações em torno desta ideia emocionada: "Ah, como a natureza é incrível! Como ela é generosa com a gente!".
        Ah, e como essas pessoas estão erradas! Há tanta "natureza" no filhote com plumagem de catálogo de loja de tintas quanto num pacote de Baconzitos. O mesmo pode ser dito dos seus colegas.
       Espera aí - colegas? Sim: mergulhando meio palmo no tema dos pássaros artificiais (digitando "AI birds" no Google, por exemplo), vamos descobrir que essas criaturas de fantasia já são incontáveis; se ainda não superaram em número as espécies do mundo *ornitológico, isso parece uma questão de tempo.
      Justiça seja feita: a maioria dos bichos é tão bizarra que não parece querer enganar ninguém. Como nosso filhote fofo, quase todos gritam, berram "inteligência artificial" em cada **pixel. Quando os pixels acabam, continuam a berrar eternidade afora.
      No entanto, por alguma razão a ser desvendada, parte considerável da nossa espécie parece incapaz de ouvir a gritaria. A aceitação de tudo o que a IA produz é, para essa turma crédula, uma espécie de reflexo.
     Depois de tantos anos vendo pessoas letradas que merecem (mereciam?) meu respeito compartilharem frases de autoajuda em para-choque de caminhão como se fossem de Drummond e Clarice, talvez eu não devesse me chocar. Mas me choco.
      Não sou o único. O linguista Marcos Bagno é outro que anda indignado. Esta semana, a propósito da comoção provocada por uma imagem de "Chico Buarque criança", explodiu no Facebook: "Acordem para a vida, criaturas! Será que vamos mesmo ficar reféns da robozada?".

*ornitológico=parte da zoologia que estuda a morfologia, a fisiologia, a anatomia e os hábitos das aves. **pixel=qualquer dos mínimos elementos discretos que em conjunto constituem uma imagem.

Adaptado - 26/06/2024
*Sérgio Rodrigues - Escritor e jornalista
https://www1.folha.uol.com.br
“[...] se ainda não superaram em número as espécies do mundo *ornitológico [...].”. A palavra destacada nessa frase tem na sua estrutura o elemento ornito- que significa “ave”, sendo classificado como:
Alternativas
Q3079027 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

IA testa a credulidade humana

Quem acredita naquelas cafonices com iluminação perfeita acredita em tudo.

         A imagem em movimento mostra um pássaro filhote com mais cores e plumas que uma escola de samba inteira, pés mergulhados num fio d’água tão cristalino quanto uma taça cheia de San Pellegrino ao sol do Mediterrâneo.
       Parecendo desconfortável com a proximidade da câmera, mas não a ponto de fugir, o bichinho nos mira com olhos de desenho animado. É como se dissesse: "Pode existir criatura mais linda e cativante do que eu?".
     Reparamos então, com assombro, que o festival de cores em seu peito e suas asas se organiza em pinceladas desconcertantes que lembram um pintor atormentado, talvez Van Gogh; ao mesmo tempo, explode em mil tons alegres e solares, como numa tela naïf.
        O que dizer diante de imagem tão singular? O que muitas pessoas têm dito, nas redes sociais, são variações em torno desta ideia emocionada: "Ah, como a natureza é incrível! Como ela é generosa com a gente!".
        Ah, e como essas pessoas estão erradas! Há tanta "natureza" no filhote com plumagem de catálogo de loja de tintas quanto num pacote de Baconzitos. O mesmo pode ser dito dos seus colegas.
       Espera aí - colegas? Sim: mergulhando meio palmo no tema dos pássaros artificiais (digitando "AI birds" no Google, por exemplo), vamos descobrir que essas criaturas de fantasia já são incontáveis; se ainda não superaram em número as espécies do mundo *ornitológico, isso parece uma questão de tempo.
      Justiça seja feita: a maioria dos bichos é tão bizarra que não parece querer enganar ninguém. Como nosso filhote fofo, quase todos gritam, berram "inteligência artificial" em cada **pixel. Quando os pixels acabam, continuam a berrar eternidade afora.
      No entanto, por alguma razão a ser desvendada, parte considerável da nossa espécie parece incapaz de ouvir a gritaria. A aceitação de tudo o que a IA produz é, para essa turma crédula, uma espécie de reflexo.
     Depois de tantos anos vendo pessoas letradas que merecem (mereciam?) meu respeito compartilharem frases de autoajuda em para-choque de caminhão como se fossem de Drummond e Clarice, talvez eu não devesse me chocar. Mas me choco.
      Não sou o único. O linguista Marcos Bagno é outro que anda indignado. Esta semana, a propósito da comoção provocada por uma imagem de "Chico Buarque criança", explodiu no Facebook: "Acordem para a vida, criaturas! Será que vamos mesmo ficar reféns da robozada?".

*ornitológico=parte da zoologia que estuda a morfologia, a fisiologia, a anatomia e os hábitos das aves. **pixel=qualquer dos mínimos elementos discretos que em conjunto constituem uma imagem.

Adaptado - 26/06/2024
*Sérgio Rodrigues - Escritor e jornalista
https://www1.folha.uol.com.br
Analisando a conjunção que introduz o oitavo parágrafo do texto, é correto afirmar que ela expressa a ideia de:
Alternativas
Q3078979 Português
Atenção: Leia atentamente o texto a seguir e responda a questão:

Para manter a sanidade, não me afasto de onde estou

     Um dos filmes mais tocantes dos últimos tempos, Dias Perfeitos, de Wim Wenders, é de uma simplicidade repleta de sentidos. Quem achou o filme um tédio não percebeu o quanto a vida acontece a cada cena. Todo dia, o personagem Hirayama faz tudo sempre igual: escova os dentes, coloca o uniforme, pega um café na máquina automática e sai com o carro a fim de realizar seu trabalho como limpador de banheiros de parques públicos em Tóquio. No trajeto, escuta música em fitas K-7. À noite, lê um pouco, dorme e no dia seguinte retoma a mesma rotina, aparentemente idêntica.
     O filme concorreu ao Oscar e já foi mais que comentado. Assisti em janeiro, mas só agora, revendo a antológica cena final, em que o ator Koji Yakusho dirige escutando Feeling Good, de Nina Simone, permiti que o choro e o riso do personagem, ambos simultâneos naquele close poderoso, se misturassem aos meus.
     Janeiro parece que foi em outra vida. Em minha rotina, nada se mantém igual: há um sul em mim que adoece e um norte em mim que se expande – dentro do mesmo corpo. Caio, levanto, me deito, danço, alternando reações, conforme sou atingida pelas notícias do mundo ou pelos silêncios que encontro ao abrir minhas gavetas internas. Tudo é muito – e muito intenso. Alguém chamou de “tempo de desorientação”. Não tenho o nome do autor para dar o crédito, mas o parabenizo: que definição precisa.
    Para manter a sanidade, não me afasto de onde estou. Nada de me socorrer no passado ou projetar um futuro que desconheço, este balé escapista que tonteia. Grudo no livro que estou lendo, absorvo a música que está tocando e fico atenta ao que me acontece agora, e do jeito que me atinge, de frente e por dentro. A vida mirou em mim e me acertou.
     Com tanta presença, a solidão não entra. É o que Hirayama nos transmite no filme. Ele não passa os olhos: ele enxerga. Ele não finge que ouve: ele escuta. Ele sabe onde estão suas chaves, ele desce e sobe com cuidado os seus degraus, ele torna nobre o seu ofício desprezado, ele até disputa um jogo da velha contra um adversário invisível. Pertence ao mundo com inteireza, não aos pedaços. Quanto à questão digital, o filme é claro: não precisamos de mil, 10 mil, um milhão. Precisamos de um. De uma. A cada vez. Calmamente. É o que nos torna um planeta habitado.
     Temos sido sugados por ralos tecnológicos que nos despejam em valas comuns, onde viramos números, algoritmos, seguidores sem rostos. Que essa bagunça virtual não corrompa nossa casa e nossa mente, os dois espaços sagrados da existência. E que a alma da gente não seja pulverizada pelos gigabytes. É uma luta diária não se deixar desorientar. A gente chora porque é difícil. E, ao mesmo tempo, ri porque consegue.

Autora: Martha Medeiros – GZH (adaptado).
Em termos morfológicos, assinale a alternativa que apresenta o processo de formação da palavra "silencioso", presente no texto.
Alternativas
Respostas
1: C
2: D
3: A
4: D
5: C
6: D
7: A
8: C
9: D
10: A
11: D