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Q2503826 Administração Geral
Henri Fayol, um dos precursores da Teoria Geral de Administração, define o ato de administrar em funções distintas. Sobre as funções administrativas definidas por Fayol, numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda.

1. Prever 2. Organizar 3. Comandar 4. Coordenar 5. Controlar 

( ) Constituir o duplo organismo material e social da empresa.
( ) Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.
( ) Dirigir e orientar o pessoal.
( ) Visualizar o futuro e traçar o programa de ação.
( ) Ligar, unir, harmonizar todos os atos e esforços coletivos. 

Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q2498970 Noções de Informática
A figura abaixo apresenta um texto sendo editado no LibreOffice Writer, em sua configuração padrão de instalação (idioma português).


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Sobre a figura, analise as afirmativas.

I. A fonte utilizada no texto selecionado é Lucida Sans com tamanho 12 pt e o alinhamento de parágrafo aplicado é Justificado.
II. O arquivo foi salvo com o nome Historia.odt
III. A margem superior e a margem direita estão configuradas (ambas) para 2 cm.
IV. No texto selecionado, o recuo antes do texto está configurado para 2 cm e o recuo da primeira linha, ajustado para 1 cm.
V. O espaçamento entrelinhas aplicado no texto selecionado é Simples.

Estão corretas as afirmativas 
Alternativas
Q2498969 Noções de Informática
A figura abaixo apresenta a janela Parágrafo, utilizada para formatação de parágrafos em documentos do Microsoft Word 2016, em sua configuração padrão de instalação (idioma português), com algumas regiões destacadas e numeradas de 1 a 5. 


Imagem associada para resolução da questão



Sobre a figura, analise as afirmativas

I. As opções de alinhamento disponíveis para seleção (região 1) são: Esquerda, Centralizada, Direita e Justificada, apenas.
II. Ao selecionar a opção Espelhar recuos (região 2), as medidas de recuos Esquerda e Direita se igualam.
III. Não é possível ajustar medidas de espaçamento Antes e Depois (região 4) para 0 pt, pois o mínimo permitido é 1 pt.
IV. As opções disponíveis para Recuo Especial (região 3) são, além de (nenhum), apenas Primeira linha e Deslocamento.
V. Ao selecionar o Espaçamento entre linhas (região 5), pode-se optar apenas por Simples, 1,5 linhas ou Duplo.

Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q2498968 Noções de Informática
Sobre o navegador Mozilla Firefox, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Possui o recurso que permite importar dados de outro navegador, tais como favoritos, senhas salvas, histórico de navegação e dados de preenchimento automático de formulários.
( ) Possui configurações de idioma de páginas web, para aquelas que são oferecidas em mais de um, permitindo selecionar idiomas para apresentação das páginas em ordem de preferência.
( ) Por questões de segurança e facilidade de gerenciamento, os arquivos baixados são automaticamente salvos na pasta Downloads, não sendo permitido alterar esse destino (pasta).
( ) O mecanismo de pesquisa padrão do Mozzila Firefox é o Bing; dessa forma, não é permitido alterar o motor de pesquisa para qualquer outro disponível, tais como Google, DuckDuckGo, Yahoo, dentre outros

Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q2498967 Noções de Informática
A figura abaixo apresenta a caixa de pesquisa do Google (www.google.com.br) preenchida com um termo de pesquisa.


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Sobre a figura e sabendo-se que o domínio da prefeitura municipal de Apiacás é apiacas.mt.gov.br, quais serão os resultados produzidos pelo termo de pesquisa? 
Alternativas
Q2498966 Noções de Informática
Sobre o Windows 10, em sua configuração padrão de instalação (idioma português), marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Possui o recurso de Histórico da Área de Transferência que, quando ativado, serve para salvar vários itens, copiados ou recortados, na Área de Transferência.
( ) O Windows Update é o recurso específico que verifica automaticamente se a data e hora apresentadas no computador corresponde à localização detectada.
( ) Não possui recursos para gerenciamento de Backups, sendo necessária a instalação de software adicional específico para essa finalidade.
( ) O recurso Sensor de Armazenamento, se ativado, é executado quando o disco está cheio, a fim de liberar espaço para ajudar o sistema a ter melhor desempenho.

Assinale a sequência correta.
Alternativas
Q2498965 Noções de Informática
Considere uma planilha do Microsoft Excel 2016, em sua configuração padrão de instalação (idioma português), com as células A1, B1, A2 e B2 preenchidas com os valores 4, 8, 12 e 16, respectivamente. De acordo com a planilha, quais seriam os valores produzidos pelas fórmulas =MDC(A1:B2) , =MMC(A1:B2) e =MÉDIA(A1:B2) , respectivamente?
Alternativas
Q2498964 Noções de Informática
Sobre o Explorador de Arquivos do Windows 10, em sua configuração padrão de instalação (idioma português), analise as afirmativas.

I. No layout de exibição Lista, podem-se visualizar detalhes de um arquivo selecionado, tais como Data de Modificação, Tipo e Tamanho.
II. Ao clicar com o botão esquerdo do mouse (principal) sobre um arquivo localizado em uma pasta da unidade C: e arrastá-lo para o pen drive, tal arquivo é movido para o pen drive e removido da pasta de origem.
III. teste!@#.txt e teste$%.bmp são nomes válidos de arquivos suportados pelo Windows 10.
IV. Para selecionar vários arquivos aleatórios (intercalados) localizados em uma pasta, pode-se clicar sobre cada arquivo, mantendo-se pressionada a tecla CTRL do teclado. Estão corretas as afirmativas 
Alternativas
Q2498963 Noções de Informática
A coluna da esquerda apresenta tipos de códigos maliciosos (malwares) numerados de 1 a 4 e, a da direita, a descrição de cada um deles. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda. 

1. Spyware 2. Worm 3.Ransomware 4. Trojan

( ) Torna inacessíveis os dados armazenados no dispositivo, geralmente usando criptografia, e exige pagamento de resgate para restabelecer o acesso ao usuário e não vazar os dados.

( ) Além de executar as funções para as quais foi aparentemente projetado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e sem o conhecimento do usuário.

( ) Propaga-se automaticamente pelas redes, explorando vulnerabilidades nos sistemas e aplicativos instalados e enviando cópias de si mesmo de dispositivo para dispositivo.

( ) Projetado para monitorar as atividades de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros. Keylogger, screenlogger, adware e stalkerware são tipos específicos.


Assinale a sequência correta. 


Alternativas
Q2498962 Noções de Informática
Sobre conceitos e uso de correio eletrônico (e-mail), analise as afirmativas.

I. Spams são mensagens de e-mail, geralmente não desejadas e usualmente enviadas para múltiplos destinatários, que contém desde propagandas até vírus.
II. PrefeituraApiacá[email protected] é um endereço válido de correio eletrônico.
III. Ao enviar um e-mail, o campo Cc significa cópia carbono, e é usado para enviar uma cópia do e-mail para outros destinatários além do destinatário principal.
IV. A leitura das mensagens recebidas e já baixadas no aplicativo de e-mail só pode ser feita com a conexão à internet ativada.

Estão corretas as afirmativas
Alternativas
Q2498961 Noções de Informática
Sobre hierarquia de memórias em um computador, assinale a alternativa que apresenta a hierarquia correta em termos de velocidade de acesso, da mais alta para a mais baixa. 
Alternativas
Q2498956 Português
Amazônia perdeu 500 mil km² da floresta em 37 anos, aponta levantamento
Desmatamento na Amazônia pode estar entrando em nível irreversível, diz especialista


Um levantamento feito pela Rede de Informação Socioambiental Georreferenciada da Amazônia apontou que a Amazônia perdeu 500 mil km² da floresta em 37 anos. O dado observado preocupa, pois o bioma pode estar chegando num ponto irreversível de destruição das florestas, conforme os especialistas.

O novo relatório foi divulgado durante um seminário na embaixada do Brasil no Peru. Ele traz dados de 37 anos de monitoramento e um alerta para o ritmo de perda de floresta e uso do solo.

Em 1985, 500 mil quilômetros quadrados da floresta tinham sido transformados em pastagens, lavouras, garimpos ou áreas urbanas. Em 2021, essa perda atingiu praticamente 15% de toda a floresta - o que equivale a quase 1 milhão, duzentos e cinquenta mil km².

A destruição da vegetação está perto de um ponto irreversível, consideram os cientistas.

"Essa caracterização vai nos mostrando essa perda quase que irreparável da floresta, que é aquilo que mais preocupa os cientistas no sentido da Amazônia atingir o que vem sendo chamado do ponto de não retorno, que é aquele momento em que a perda de floresta foi tão grande que a Amazônia como um todo não cumpre mais o seu papel como uma reguladora climática. Uma floresta que ajuda a produzir chuvas", disse a portavoz da Raisg, Adriana Ramos.

O tamanho dessa destruição varia entre os nove países cobertos pela Floresta Amazônica na América do Sul. Quase 62% de todo o bioma está no Brasil. É aqui onde o ritmo de desmatamento está mais acelerado.

Entre 1985 e 2021, a devastação cresceu 19% no país, segundo o estudo.

O relatório da Rede de Informação Sociambiental Georreferenciada da Amazônia e do Mapbiomas - que formado por universidades, ONGs e empresas de tecnologia - traz outro dado preocupante. A atividade de extração de minério aumentou mais de mil por cento nesses 37 anos.

"A gente sabe hoje que a Amazônia interfere no clima de todo o continente, afeta as chuvas que vão afetar a produção agrícola. Então é muito importante que a gente olhe para esses dados e se debruce sobre eles para compreender essas dinâmicas e possa pensar em soluções que façam com que a Amazônia possa se desenvolver sem haver essa destruição. Até porque muitos estudos já demonstram que a destruição da floresta não está trazendo desenvolvimento para as comunidades locais", afirmou Ramos. 


(Disponível em https://g1.globo.com/am/amazonas/natureza/amazonia/noticia/2022/12/19/. Acesso em 27/02/2024.)
Marque a alternativa em que a alteração da estrutura sintática e da pontuação compromete a construção do sentido.
Alternativas
Q2497160 Noções de Informática
Sobre os conceitos de tipos de ameaças virtuais e defesa, analise as afirmativas a seguir.

I. Um ataque de phishing busca obter informações confidenciais fingindo ser uma entidade confiável. II. Uma das formas de proteger a rede doméstica contra ameaças virtuais é desativar todas as atualizações automáticas do sistema operacional. III. Um firewall em um sistema de segurança de rede é utilizado para bloquear acesso não autorizado à rede. IV. O cavalo de Troia (trojan), em termos de segurança cibernética, é um ataque que sobrecarrega um servidor, tornando-o inacessível.

Está correto o que se afirma apenas em 
Alternativas
Q2497159 Noções de Informática
Uma das seções existentes no PowerPoint 2019 é a Aba – Animações. O que são animações de slide no PowerPoint 2019?
Alternativas
Q2497158 Noções de Informática
Cada célula no Excel tem uma referência única que a identifica. Na estrutura básica de uma planilha do Excel, as células são identificadas por:
Alternativas
Q2497157 Noções de Informática
O Word e o Writer são dois dos processadores de texto mais populares disponíveis atualmente, desenvolvidos pela Microsoft e pela comunidade de software livre, respectivamente. Ambos são amplamente utilizados para criar, editar e formatar documentos de texto em diversos contextos, desde redações escolares até relatórios corporativos. Quais são as teclas de atalho para aplicar negrito em um texto no Word 2019 e no Writer do LibreOffice 7.4.3.2, respectivamente?
Alternativas
Q2497156 Noções de Informática
A área de trabalho do Windows 10 é o ambiente principal onde os usuários podem acessar seus aplicativos, arquivos e pastas de forma conveniente. Além disso, permite personalização com papel de parede e gadgets para uma experiência mais personalizada.

Q16.png (115×110)


A seta ao lado da pasta documento indica que a pasta
Alternativas
Q2497147 Português

O verbo for


    Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas. Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser reacionário. Somos uma força histórica de grande valor. Se não agíssemos com o vigor necessário – evidentemente o condizente com a nossa condição provecta –, tudo sairia fora de controle, mais do que já está. O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).

    O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. Os textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje sei o comecinho. 

    Havia provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora. Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje. A oral de latim era particularmente espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira. Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.

     – Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra – dizia ele ao entanguido vestibulando.

    – “Catilina, quanta paciência tens?” – retrucava o infeliz.

    Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago, olhar para a plateia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em direção à portada sala. 

    – Ai, minha barriga! – exclamava ele. – Deus, oh Deus, que fiz eu para ouvir tamanha asnice? Que pecados cometi, que ofensas Vos dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!

    Pode-se imaginar o resto do exame. Um amigo meu, que por sinal passou, chegou a enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre sentiu duas dores de barriga seguidas, na sua prova oral. Comigo, a coisa foi um pouco melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto coturno em seu elenco.

    O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo “dar um show”. Eu dei      de português e inglês. O de português até que foi moleza, em certo sentido. O professor José Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras aladas:

    – Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira oração do Hino Nacional!

    – As margens plácidas – respondi instantaneamente e o mestre quase deixa cair a xícara.

    – Por que não é indeterminado, “ouviram, etc.”?

    – Porque o “as” de “as margens plácidas” não é craseado. Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas que existem no hino. “Nem tem quem te adora a própria morte”: sujeito “quem te adora”. Se pusermos na ordem direta...

    – Chega! – berrou ele. – Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a Bahia!

    Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mi. Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra “for” tanto podia ser do verbo “ser” quanto do verbo “ir”. Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.

    – Esse “for” aí, que verbo é esse?

    Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do circula, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.

    – Verbo for.

    – Verbo o quê?

    – Verbo for.

     – Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.

    – Eu fonho, tu fões, ele fõe – recitou ele, impávido. – Nós fomos, vós fondes, eles fõem.

    Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.


(João Ubaldo Ribeiro. O Globo. Em: 13/09/1998.)

“Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente.” (2º§). Assinale, a seguir, classe de palavras a que pertence o vocábulo em destaque.
Alternativas
Q2497146 Português

O verbo for


    Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas. Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser reacionário. Somos uma força histórica de grande valor. Se não agíssemos com o vigor necessário – evidentemente o condizente com a nossa condição provecta –, tudo sairia fora de controle, mais do que já está. O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).

    O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. Os textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje sei o comecinho. 

    Havia provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora. Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje. A oral de latim era particularmente espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira. Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.

     – Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra – dizia ele ao entanguido vestibulando.

    – “Catilina, quanta paciência tens?” – retrucava o infeliz.

    Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago, olhar para a plateia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em direção à portada sala. 

    – Ai, minha barriga! – exclamava ele. – Deus, oh Deus, que fiz eu para ouvir tamanha asnice? Que pecados cometi, que ofensas Vos dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!

    Pode-se imaginar o resto do exame. Um amigo meu, que por sinal passou, chegou a enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre sentiu duas dores de barriga seguidas, na sua prova oral. Comigo, a coisa foi um pouco melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto coturno em seu elenco.

    O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo “dar um show”. Eu dei      de português e inglês. O de português até que foi moleza, em certo sentido. O professor José Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras aladas:

    – Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira oração do Hino Nacional!

    – As margens plácidas – respondi instantaneamente e o mestre quase deixa cair a xícara.

    – Por que não é indeterminado, “ouviram, etc.”?

    – Porque o “as” de “as margens plácidas” não é craseado. Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas que existem no hino. “Nem tem quem te adora a própria morte”: sujeito “quem te adora”. Se pusermos na ordem direta...

    – Chega! – berrou ele. – Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a Bahia!

    Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mi. Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra “for” tanto podia ser do verbo “ser” quanto do verbo “ir”. Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.

    – Esse “for” aí, que verbo é esse?

    Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do circula, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.

    – Verbo for.

    – Verbo o quê?

    – Verbo for.

     – Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.

    – Eu fonho, tu fões, ele fõe – recitou ele, impávido. – Nós fomos, vós fondes, eles fõem.

    Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.


(João Ubaldo Ribeiro. O Globo. Em: 13/09/1998.)

O uso de parênteses insere uma informação a mais ao que está sendo discutido no texto. Considerando esta informação, releia: “Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje.” (3º§) e “Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.” (3º§). Há uso de parênteses nos dois fragmentos anteriores. Assinale a afirmativa que justifica corretamente os dois registros entre parênteses.
Alternativas
Q2497145 Português

O verbo for


    Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas. Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser reacionário. Somos uma força histórica de grande valor. Se não agíssemos com o vigor necessário – evidentemente o condizente com a nossa condição provecta –, tudo sairia fora de controle, mais do que já está. O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).

    O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. Os textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje sei o comecinho. 

    Havia provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora. Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje. A oral de latim era particularmente espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira. Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.

     – Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra – dizia ele ao entanguido vestibulando.

    – “Catilina, quanta paciência tens?” – retrucava o infeliz.

    Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago, olhar para a plateia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em direção à portada sala. 

    – Ai, minha barriga! – exclamava ele. – Deus, oh Deus, que fiz eu para ouvir tamanha asnice? Que pecados cometi, que ofensas Vos dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!

    Pode-se imaginar o resto do exame. Um amigo meu, que por sinal passou, chegou a enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre sentiu duas dores de barriga seguidas, na sua prova oral. Comigo, a coisa foi um pouco melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto coturno em seu elenco.

    O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo “dar um show”. Eu dei      de português e inglês. O de português até que foi moleza, em certo sentido. O professor José Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras aladas:

    – Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira oração do Hino Nacional!

    – As margens plácidas – respondi instantaneamente e o mestre quase deixa cair a xícara.

    – Por que não é indeterminado, “ouviram, etc.”?

    – Porque o “as” de “as margens plácidas” não é craseado. Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas que existem no hino. “Nem tem quem te adora a própria morte”: sujeito “quem te adora”. Se pusermos na ordem direta...

    – Chega! – berrou ele. – Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a Bahia!

    Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mi. Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra “for” tanto podia ser do verbo “ser” quanto do verbo “ir”. Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.

    – Esse “for” aí, que verbo é esse?

    Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do circula, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.

    – Verbo for.

    – Verbo o quê?

    – Verbo for.

     – Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.

    – Eu fonho, tu fões, ele fõe – recitou ele, impávido. – Nós fomos, vós fondes, eles fõem.

    Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe.


(João Ubaldo Ribeiro. O Globo. Em: 13/09/1998.)

“O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo ‘dar um show.” (9º§). A expressão em destaque, no texto, aparece entre aspas simples. A justificativa correta para tal uso está na afirmativa:
Alternativas
Respostas
141: C
142: C
143: B
144: A
145: C
146: D
147: B
148: C
149: D
150: D
151: A
152: C
153: A
154: C
155: B
156: A
157: A
158: C
159: C
160: C