Questões de Concurso
Para prefeitura de cáceres - mt
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I. A coerência entre os dados fornecidos nas documentações associadas e as informações constantes no cadastro.
II. A sequência cronológica do sítio fundamentada através de estratigrafia.
III. A acurácia no georreferenciamento e na delimitação.
IV. Os dados relativos à caracterização e à contextualização.
V. A completude e a pertinência dos dados apresentados.
Para reconhecimento dos sítios arqueológicos, o IPHAN analisará:
Desde a sua concepção, o projeto arqueológico em Ciudad de la Selva contou com a comunidade local e, mais especificamente, com a comunidade de Casaio. Ciudad de la Selva pode ser considerada como uma “paisagem ausente”, não só escondida na paisagem da década de 1940, mas mais como resultado das profundas transformações das economias locais dos últimos 30 anos. Assim, só graças ao conhecimento do território, e do seu guia, por parte da comunidade local de Casaio foi possível encontrar os diferentes sítios que o compõem. (...) Em resposta, o projeto sempre teve uma intenção comunicativa clara com o resto da sociedade para divulgar os resultados das investigações.
(TEJERIZO GARCÍA, Carlos; RODRÍGUEZ GUTIÉRREZ, Alejandro. Memoria Técnica – Escavación de chozos da guerrilla antifranquista nos sitios de As Morteiras e Teixadal na “Ciudad de la Selva”. Casaio, Carballeda de Val d’Eorras), Ourense. Memória técnica inédita depositada no Museu de Ourense, 2019.)
As práticas descritas nessa memória técnica podem ser classificadas como Arqueologia
O sentido da história, do passado, de forma nenhuma se encontra num objeto ou no acúmulo de objetos numa reserva técnica, mas num contexto situado; contradizer esse princípio é negar fundamentalmente a Arqueologia, e por contexto entendemos um complexo de relações numa paisagem social, num sistema vivo. Portanto, destruir o sítio, o lugar, a paisagem, o ambiente, para resgatar peças não legitima os beneméritos do contrato, porque ele parte de uma premissa falsa, a de que a peça resgatada compensa, ainda que minimamente, a destruição cientificamente questionável de um contexto.
(STUCHI, Francisco, et al. Arqueologia pelas gentes: um manifesto. Constatações e posicionamentos críticos sobre a arqueologia brasileira em tempos de PAC. Revista de Arqueologia, vol. 26, n° 1, 2013.)
O texto acima critica um tipo de prática arqueológica e apela para um elemento do exercício da profissão de arqueólogo. Eles são, respectivamente:
(Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escava%C3%A7%C3%A3o_arqueol%C3%B3gica_no_entorno_da_Casa_Dom_Aquino.png Acesso em: 9/2/2024.)
A técnica utilizada para escavação nesse caso foi:
I. Coordenar pesquisas arqueológicas na condição de coordenador-geral ou coordenador de campo.
II. Integrar equipe de pesquisa arqueológica como arqueólogo ou na condição de especialista, mestre ou doutor em arqueologia.
III. Executar ações de prospecção, escavação, acompanhamento ou monitoramento arqueológicos.
IV. Ministrar disciplinas relacionadas à arqueologia, enquanto professor arqueólogo.
V. divulgação científica feita através de redes sociais como elemento de publicização do conhecimento arqueológico.
VI. Executar ações de análise, curadoria e interpretação de bens arqueológicos.
São atividades estabelecidas pela referida portaria do IPHAN:
O próprio turismo representa uma faca de dois gumes, pois proporciona benefícios econômicos, mas também resulta em grandes impactos culturais e ecológicos. O forte aumento do número de visitantes ao Santuário Histórico de Machu Picchu deve ser acompanhado por uma gestão adequada que regule o acesso, diversificando a oferta e esforços para compreender plenamente e minimizar os impactos. Uma parcela maior, apropriada e crescente, das receitas significativas do turismo poderia ser reinvestida no planejamento e na gestão. O planejamento e organização dos transportes e da construção de infraestruturas, bem como as condições sanitárias e de segurança tanto para os turistas como para os novos residentes atraídos pelo turismo exigem a criação de novas soluções de elevada qualidade e de longo prazo, sendo uma preocupação constante e significativa.
(Disponível em: https://whc.unesco.org/en/list/274/ Acesso 12/2/2024.)
Com base no trecho, é correto afirmar:
A continuidade das pesquisas afro-diaspóricas é fundamental para caracterizar-se a magnitude e heterogeneidade da presença africana no Brasil. Como disciplina, ela frisa a materialidade das ações sociais e criatividade cultural de africanos e seus descendentes. Ela pode, assim, ajudar a definir políticas públicas de preservação e valorização do patrimônio afro-brasileiro, as quais (...) podem abrir caminhos afroreparatórios.
(SYMANSKI, Luis; FERREIRA, Lucio. Transformação e resistência: Arqueologia da diáspora africana no Brasil. In SYMANSKI, Luis; SOUZA, Marcos André de (Org.). Arqueologia histórica brasileira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2022.)
Com base no texto, é correto afirmar que Arqueologia afro-diaspórica tem
(...) a história de tantos anos de repressão militar na América Latina tem sido apagada e distorcida (...). Isso envolveu a construção e propagação de um discurso histórico que, além de desconsiderar, renegar e/ou diminuir os crimes humanitários cometidos e os movimentos de resistência, dificulta o desenvolvimento de políticas públicas efetivas de reparação histórica e de uma reflexão social sobre as consequências desses regimes no contexto sociopolítico e econômico atual e futuro. No entanto, a Arqueologia da Repressão e da Resistência pode desempenhar um papel fundamental na reversão desse quadro, principalmente se considerarmos a importância do estudo da materialidade nesse cenário. Afinal, (...) as histórias das vítimas de violência política (como da violência institucional dos regimes civis-militares) são histórias subalternas como as dos povos colonizados, dos negros e das mulheres, que não têm voz nos registros oficiais – quase sempre atrelados (...) às fontes de poder.
(LEMOS, Caroline Murta. A violência institucional do terrorismo de Estado e suas materialidades: por uma Arqueologia da Repressão e da Resistência. In ROSIGNOLI, Bruno; et al. (Orgs.). Arqueología de la dictadura en Latinoamérica y Europa. Oxford: BAR, 2020.)
Com base no trecho acima, é corretor afirmar que a Arqueologia
Você abre um jornal e lê que foi descoberto um imenso anfiteatro romano (...) perto de Lyon (...). Da França seguimos para a Alemanha e de Berlim teremos notícias da descoberta de gigantescas fortificações romanas em Wetzlar (...). Até agora foram identificados cinco castelos fortificados e cinco acampamentos, bem como uma estrada militar romana que ia até o Baixo Reno. (...) Notícias de importantes descobertas romanas também chegam de Viena. Um sarcófago romano foi descoberto em Florença. Não passa um dia sem que algum documento da grandeza de Roma volte à luz do dia. A terra parece ansiosa por restaurar os vestígios daquele que foi o maior império da história. Por que negar a existência de algo misterioso no fato de estas descobertas em todos os cantos da Europa coincidirem com a época fascista, que retomou os símbolos de Roma e apontou ao povo italiano as virtudes que tornaram Roma dominante e poderosa?
(SUSMEL, Edoardo; SUSMEL, Dulio (Orgs.). Opera Omnia di Benito Mussolini – vol. XXVI. Florença: La Fenice, 1958.)
(Disponível em: https://luceperladidattica.com/2017/11/29/immagini-dellarcheologia-italiana-in-libia-documentazione-epropaganda-dallarchivio-storico-luce-di-alessandra-tomassetti/ Acesso 9/2/2024.)
De acordo com as informações, é correto afirmar que durante o regime fascista de Mussolini os registros arqueológicos foram
Cacos de cerâmica são adicionados aos solos para melhorar a porosidade (número e uniformidade dos poros) e o grau de permeabilidade e drenagem. Desta forma, os solos tornam-se capazes de reter ar (solos porosos contribuem para oxigenar as raízes) e água para dissolver elementos minerais para alimentar as plantas, permitindo a proliferação de microrganismos aeróbios. A porosidade também facilita a filtragem da água, evitando assim a asfixia ou o enfraquecimento das raízes das plantas). Existem paralelos em sociedades pré-industriais nas quais os solos foram deliberadamente modificados pela adição de fragmentos e material orgânico, como a terra preta na Amazônia.
(GARCÍA SÁNCHEZ, Jesús. Roman Peasantry, Spatial Archaeology, and Off-site Surveys in Hispania. In BERMEJO TIRADO, Jesús; GRAU MIRA, Ignasi (Eds.). The Archaeology of Peasantry in Roman Spain. Berlin and Boston: De Gruyter, 2022.)
No trecho, o autor traça um paralelo entre as práticas agrícolas da Antiguidade romana e as amazônicas. Sobre o tema, é correto afirmar:
Distante cerca de 80 quilômetros (km) a noroeste de Cuiabá, o município mato-grossense de Jangada está colado ao centro geográfico da América do Sul. (...) Em um abrigo sob rochas de difícil acesso, situado em um vale na parte sudeste da cadeia de montanhas, dois paredões calcários preservam um pedaço pouco conhecido da pré-história do Brasil e das Américas. Entre 1984 e 2004, o casal de arqueólogos Denis Vialou e Águeda Vilhena Vialou, do Museu Nacional de História Natural da França, coordenou escavações em duas áreas contíguas de 80 metros quadrados desse refúgio rupestre e encontrou indícios de que o homem moderno teria habitado a região em dois momentos: por volta de 27 mil anos e entre 12 mil e 2 mil anos atrás. (...) O material obtido em Santa Elina está guardado no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP), onde o casal de arqueólogos dá aulas durante dois meses por ano como professores convidados.
(PIVETA, Marcos. Homo sapiens no centro da América do Sul. Pesquisa FAPESP, n° 259, 2017.)
Materiais escavados no sítio de Santa Elina encontram-se armazenados em São Paulo. De acordo com a Lei n° 7.782/2002 do Estado de Mato Grosso, novos materiais arqueológicos escavados
I. Evitar a descaracterização, deterioração ou destruição de bens culturais materiais.
II. Impedir a evasão de bens culturais materiais móveis.
III. Assegurar a internacionalização do patrimônio arqueológico através de políticas de empréstimos de patrimônio a instituições de outros países.
IV. Garantir à sociedade o direito de conhecer, interpretar e interagir com os bens culturais materiais.
São finalidades estabelecidas pela portaria do IPHAN:
(...) convém utilizar as informações textuais e os dados arqueológicos como complementares, podendo ambos conter indicações que se confirmem ou estejam em desacordo, cabendo ao estudioso explorar tanto as convergências como as possíveis diferenças. Dessa forma, pode-se esclarecer melhor tanto o sentido das evidências materiais quanto os mecanismos ideológicos ocultos nas informações escritas.
(FUNARI, Pedro Paulo. Arqueologia. São Paulo: Contexto, 2022.)
Sobre o uso combinado de fontes textuais e arqueológicas para o estudo dos chamados períodos históricos, é correto afirmar:
Para Letícia Haertel, especialista em direito internacional do patrimônio cultural, o retorno de um dos mantos tupinambás se insere em um contexto maior de devolução e restituição de itens históricos de importância etnográfica, arqueológica e paleontológica. “É imprescindível que autoridades e instituições públicas inaugurem canais de diálogo para receber este tipo de demanda e consolidem procedimentos para levá-los à esfera internacional” (...).
(Texto e imagem disponíveis em: https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2023/06/28/rarissimo-manto-tupinamba-que-esta-nadinamarca-sera-devolvido-ao-brasil-peca-vai-ficar-no-museu-nacional.ghtml Acesso em 8/2/2024.)
Sobre a presença de itens de importância etnográfica, arqueológica e paleontológica em acervos de outros países – sobretudo europeus, é correto afirmar que é o resultado de
(...) os dados obtidos até o momento [na Arqueologia do Pantanal] permitem inferir que a trajetória histórica e cultural da ocupação indígena na região é longa, diversa e complexa. Desde a chegada dos caçadores-coletores no Pleistoceno, muitas transformações culturais ocorreram entre as populações indígenas que se assentaram na região. Entre essas, destacam-se o estabelecimento dos caçadores-coletores, a consolidação dos povos ceramistas no Pantanal, a expansão das populações culturalmente originadas no Brasil Central e na Amazônia, a configuração do mosaico cultural registrado a partir do século XVI e os impactos do colonialismo.
(BESPALEZ, Eduardo. Arqueologia e história indígena no Pantanal. Estudos Avançados, vol. 29, n° 83, 2015.)
Com base nesse trecho, sobre a Arqueologia do Pantanal, é correto afirmar:
Embora a domesticação costume ser requisito para a emergência da agricultura, seria errado tomá-las como sinônimos. Na América do Sul, o registro arqueológico das terras baixas, principalmente da Amazônia, parece mostrar vários exemplos em que a domesticação não precedeu a emergência da agricultura. Ao contrário, no caso da Amazônia, deve-se notar como algumas das plantas mais importantes que compõem a dieta atual e pretérita dos povos indígenas da região sequer foram domesticadas.
(NEVES, Eduardo Góes. Sob os tempos do equinócio: oito mil anos de história na Amazônia Central. São Paulo: Ubu, EDUSP, 2022.)
Com base nas informações presentes no trecho citado, é correto afirmar que as pesquisas arqueológicas realizadas na Amazônia ao longo das últimas décadas
(Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/18/Augustus.JPG Acesso 7/2/2024).)
Entre 2018 e 2019, esse item foi exibido de uma forma diferente como parte da exposição intitulada I Object: a history of Dissent (Eu Objeto: uma história de Dissenso). Nela, ao invés de sua costumeira pose ereta, a cabeça é exposta deitada como quando foi descoberta pelos arqueólogos.
(Disponível em: https://www.theguardian.com/artanddesign/2018/sep/09/i-object-ian-hislop-search-for-dissent-british-museumreview Acesso 7/2/2024).
Sobre as diferentes formas de expor esse artefato, é correto afirmar que expressam perspectivas
A arqueologia é uma ciência social no sentido de que ela procura explicar o que aconteceu a um grupo específico de seres humanos no passado e fazer generalizações a respeito do processo de mudança cultural. Porém, ao contrário dos etnólogos, dos geógrafos, dos sociólogos, dos cientistas políticos e dos economistas, os arqueólogos não podem observar o comportamento da população que eles estudam; ao contrário dos historiadores, também não têm, na maioria dos casos, acesso direto ao pensamento dessa gente registrado em textos escritos.
(TRIGGER, Bruce. História do Pensamento Arqueológico. São Paulo: Editora Odysseus, 2004 [1989].)
No que diz respeito à especificidade da Arqueologia no seio de outras ciências sociais, é correto afirmar que, frequentemente,
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