Questões de Concurso Para prefeitura de rio de janeiro - rj

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Q1054744 Português

Texto: Tempo de lembrar, tempo de esquecer

        No começo era só uma fratura resultante de uma queda de bicicleta. Mas ao contrário do que os médicos esperavam, e ao contrário do que suas boas condições de saúde faziam supor – aos vinte e três anos era forte, robusto, não tinha doença alguma –, a situação foi se complicando, e lá pelas tantas ele precisou baixar no hospital para uma cirurgia. O que foi feito através do SUS; ajudante de pedreiro, ele não tinha condições para se internar de outra maneira.

         O hospital ficava num bairro da periferia. Era pequeno, mas razoavelmente aparelhado. Colocaram-no num quarto, junto com outros cinco pacientes, todos idosos. O paciente da cama ao lado da sua estava em coma – e, pelo jeito, há muito tempo. Ele ficou olhando para o homem. Que, por alguma razão, o perturbava. Quem identificou a causa de sua perturbação foi a atendente que estava de plantão naquela noite. Você é parecidíssimo com este velho, comentou ela. A expressão “este velho” não era depreciativa; como a própria atendente explicou, ninguém sabia quem era o homem. Ele tinha sido abandonado na porta do hospital anos antes. Não sabia dizer quem era, de onde viera; “Desconhecido número 31” era a identidade que figurava no prontuário. Por causa de suas precárias condições, fora ficando, e agora estava em fase terminal.

         A história impressionou profundamente o rapaz. Sobretudo por causa de uma lembrança que, desde criança, o intrigava. Ele sabia que tinha um avô vivo (o outro avô, e as avós, haviam falecido). Mas nunca vira esse homem, não sabia nem que jeito tinha. Cada vez que perguntava aos pais, eles desconversavam. Lá pelas tantas fora morar sozinho; os contatos com a família agora eram esporádicos, e o misterioso paradeiro do avô já não era assunto das conversas.

         E se aquele homem fosse seu avô? Não era impossível. Os pais, pobres, mal conseguiam sustentar os filhos; arcar com a responsabilidade de cuidar do velho teria sido para eles carga pesada.

        Com auxílio das muletas, aproximou-se da cama do ancião. “Vovô”, murmurou baixinho, e deu-se conta de que pela primeira vez estava usando aquela palavra. Esperou uns minutos, chamou de novo: “Vovô”. Teve a impressão de que o homem havia se mexido, de que um tênue sorriso se esboçara em seu rosto. Ia tentar mais uma vez, mas neste momento a atendente entrou, dizendo que estava na hora de dormir. Ele voltou para a cama. No dia seguinte os pais viriam visitá-lo e o mistério se esclareceria. O que fariam se tal acontecesse? Para isso, ele tinha uma resposta: se ofereceria para cuidar do recém-achado avô. Coisa difícil, mas daria um jeito. E, pensando nisso, adormeceu.

        Quando acordou eram sete da manhã. A cama do lado estava vazia. O velho morreu, disse outro paciente, já levaram o corpo. Pouco depois chegaram os pais. Traziam laranjas, traziam até uma barrinha de chocolate. Expressaram a certeza de que, naquele hospital, o filho iria melhorar.

         O rapaz não disse nada. Não havia o que dizer. Como diz o Eclesiastes, há um tempo para lembrar, e um tempo para esquecer. Durante muito tempo ele lembrara o avô. Agora chegara o tempo de esquecer.

Moacyr Scliar

Histórias que os jornais não contam - crônicas. Rio de Janeiro: Agir, 200

Ao ser internado no hospital, o seguinte elemento chama especialmente a atenção do personagem principal:
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Q1054513 Pedagogia
“O compromisso com a democratização do ensino supõe uma ruptura com a função classificatória da avaliação, impondo em consequência a vivência da avaliação com função de diagnosticar e estimular o avanço do conhecimento. Seus resultados devem servir para a orientação da aprendizagem, cumprindo uma função eminentemente educacional.” Sandra Zákia Sousa In: Fernandes, Claudia. Avaliação das aprendizagens – sua relação com o papel social da escola, 2014
A perspectiva avaliativa abordada no fragmento acima é melhor representada pela seguinte dimensão de avaliação:
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Q1054512 Pedagogia
Em 2008, a Lei Federal nº 11.645 fez modificações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, determinando uma alteração curricular que garantisse o estudo da história e das culturas afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros no âmbito de todo o currículo escolar, com ênfase nas áreas de:
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Q1054511 Pedagogia
Na reunião semanal de planejamento, duas professoras de uma turma de sexto ano, buscam estratégias para melhorar o desempenho de alguns alunos. Ao tratarem de dois alunos, ambos com conceitos abaixo do esperado, a professora de História lembra que um se expressa muito bem oralmente e consegue estabelecer boas relações entre os conceitos, nessa modalidade de linguagem; em contrapartida, quando registra por escrito, suas ideias se perdem. Já o outro, por demonstrar muita timidez, prefere não se expressar oralmente, contudo apresenta excelente habilidade na modalidade escrita, embora demonstre dificuldade na articulação dos conceitos abordados. Ao ouvir esse relato, a professora de Ciências sugere que nas próximas aulas, esses alunos passem a desenvolver atividades em conjunto, programadas pelas docentes, com o objetivo de se auxiliarem na superação dessas dificuldades. Ao optar por essa metodologia, as professoras estão aplicando o conceito de:
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Q1054510 Pedagogia
O analfabetismo funcional tem sido um tema amplamente debatido pela sociedade e pela academia. Há sujeitos que são considerados alfabetizados, contudo apresentam baixa habilidade de interpretação e não compreendem o que leem. Na perspectiva do letramento, tal fenômeno ocorre porque:
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Respostas
331: B
332: B
333: D
334: D
335: C