Questões de Concurso Para prefeitura de lucélia - sp

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Q1326044 Português

Leia o texto a seguir:


O Meu Guri – Chico Buarque (1981)


Quando, seu moço, nasceu meu rebento 
Não era o momento dele rebentar 
Já foi nascendo com cara de fome 
E eu não tinha nem nome pra lhe dar 
Como fui levando não sei lhe explicar 
Fui assim levando, ele a me levar 
E na sua meninice, ele um dia me disse 
Que chegava lá 
Olha aí! Olha aí!

Olha aí! 
Ai, o meu guri, olha aí! 
Olha aí! 
É o meu guri e ele chega

Chega suado e veloz do batente 
Traz sempre um presente pra me encabular 
Tanta corrente de ouro, seu moço 
Que haja pescoço pra enfiar 
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro 
Chave, caderneta, terço e patuá 
Um lenço e uma penca de documentos 
Pra finalmente eu me identificar 
Olha aí!

Olha aí! 
Ai, o meu guri, olha aí! 
Olha aí! 
É o meu guri e ele chega

Chega no morro com carregamento 
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador 
Rezo até ele chegar cá no alto 
Essa onda de assaltos está um horror 
Eu consolo ele, ele me consola 
Boto ele no colo pra ele me ninar 
De repente acordo, olho pro lado 
E o danado já foi trabalhar 
Olha aí!

Olha aí! 
Ai, o meu guri, olha aí! 
Olha aí! 
É o meu guri e ele chega

Chega estampado, manchete, retrato 
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais 
Eu não entendo essa gente, seu moço 
Fazendo alvoroço demais 
O guri no mato, acho que tá rindo 
Acho que tá lindo de papo pro ar 
Desde o começo eu não disse, seu moço! 
Ele disse que chegava lá 
Olha aí! Olha aí!

Olha aí! 
Ai, o meu guri, olha aí! 
Olha aí! 
É o meu guri

Olha aí! 
Ai, o meu guri, olha aí!
O que podemos inferir com essa leitura?
Alternativas
Q1227831 Engenharia Ambiental e Sanitária
Em relação aos impactos ambientais, temos a aceleração dos processos erosivos, existem algumas ações que devem ser tomadas para evitar essas erosões.   Analise as afirmativas a seguir e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
(  ) Reduzir, ao máximo a retirada de vegetação ciliar.
(  ) Reconstituir as formas originais de relevo nas áreas que poderão ser modificadas, tentando reintegrar a área à paisagem a sua volta.   (  ) Fiscalizar, de maneira tolerante, a execução de aterros e cortes.
(  ) É importante elaborar um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, de acordo com o empreendimento.
Assinale a sequência CORRETA.
Alternativas
Q1227257 Pedagogia
Segundo (GRAVINA, M. A.; SANTAROSA, L. M.), para o estabelecimento de uma “pedagogia construtivista” existe duas principais questões, intimamente relacionadas, a serem enfocadas que são os:
Alternativas
Q1225631 Medicina
Assinale a alternativa CORRETA sobre algumas características malformações congênitas dos ovários, das trompas de Falópio e dos ligamentos largos: 
Alternativas
Q1221197 Português
Racismo em tempos modernos 
Democracia racial costuma ser um termo utilizado no Brasil por quem acredita na inexistência de preconceito de cor. Atualmente, as redes sociais são, por excelência, uma amostragem da presença dessa crença muito debatida no século anterior.
Dentro da lenda da democracia racial, seus adeptos, consciente ou inconscientemente, reclamam que a ausência de preconceito é justificada pela atmosfera pacífica da convivência social, sem guerras civis, onde quem diz ter um “amigo negro” é absolvido automaticamente após qualquer piada racista ou comentário degradante. E assim foi argumentada por homens como Florestan Fernandes, décadas atrás, ao responder a muitas das questões postas hoje, mas que aparentemente são ignoradas pelos paladinos da negação do racismo sob os interesses dos mais obscuros.
No habitat virtual emerge um antigo modelo de discurso que, se antes estava reservado a lugares próprios e passíveis de camuflagens, agora está despido para quem quiser ver. Basta uma notícia de constatação de preconceito racial, que uma burricada surge para reafirmar que o racismo é uma ilusão confeccionada por elementos X ou Y. Isso é claro, quando não sentenciam os próprios negros por sofrerem racismo. É como acusar os judeus pelo holocausto ou grupos indígenas pelo seu próprio extermínio. Mas há quem faça. 
Essa parcela da população foi adestrada, em partes, por subprodutos do pop virtual que flertam com posições racistas e fascistas. São guiados por jovens eleitos por vídeos do YouTube e seu arsenal de chavões e senso comum que deságua na opinião de um coletivo defensor da autoridade desse discurso. Sem muita afinidade com bibliografias e o mundo acadêmico, tornamse inteligíveis para aqueles que necessitam de textos prontos para ruminar em suas páginas pessoais na pura ânsia de mascarar seus verdadeiros preconceitos. 
São os mesmos que tentam buscar em Zumbi ou na Diáspora Africana, fruto do emparelhamento da mão de obra escravizada no Brasil durante séculos, a justificativa tacanha de que “negros negociavam escravizados”. Sendo assim, tudo bem, obrigado, voltamos para o zero a zero moral. Desconhecem a história, suas ferramentas de análise e as condições de cada contexto. 
Em suas mastodônticas moralidades, acham que cotas raciais, por exemplo, legitimam o preconceito. Ignoram a estrutura das relações do pós-Abolição, que fortificou uma sociedade desigual não apenas socioeconômica, mas pela cor, como subterfúgio da manutenção das divisões sociais. Divisões que sobrevivem. Como poucos entendem do passado, pensam que as ações no país devem se resumir à sua existência. Além da ignorância dos processos históricos, há também o egoísmo latente. 
Não tão raros, existem indivíduos que atribuem o direito a uma sociedade racial igualitária a partidarismos. No alto do analfabetismo político, conferem a movimentos de esquerda o tema do racismo como pauta da ordem do dia. Como se a igualdade social pertencesse a grupos, e não ao todo. 
Por fim, no submundo da “vergonha alheia” estão os que dizem sofrer “racismo inverso”. Que o peso da seleção natural recaia sobre esses sujeitos. Basta um negro chegar ao “lugar do branco”, que ele se transforma em um bicho exótico no zoológico do preconceito. Pinçam esse indivíduo do anonimato para justificar a inexistência de preconceito e desigualdade. Em uma sociedade em que, segundo o IBGE (2014), mais de 53% se declaram negros ou pardos, as tentativas de destacar as exceções confirmam o grau de disparidade. Enquanto o acesso profissional e universitário não representar o cotidiano, qualquer discurso de meritocracia é vazio. 
Enquanto continuarem a buscar nas exceções o argumento a favor da democracia racial, prova-se que a sociedade é ainda mais desigual do que se imagina. Não tão distante, ainda sobrevive à frase de George Bernard Shaw: “Faz-se o negro passar a vida a engraxar sapatos e depois prova-se a inferioridade moral e biológica do negro pelo fato de ele ser engraxate”. 
(CARVALHO, Leonardo D. O Globo, Opinião, 09/02/2016 Retirado do site: https://oglobo.globo.com/opiniao/racismo-em-tempos-modernos18605034#ixzz4rdRoScGe em 12/09/2017).
“No habitat virtual emerge um antigo modelo de discurso que, se antes estava reservado a lugares próprios e passíveis de camuflagens, agora está despido para quem quiser ver”. 
A respeito do termo sublinhado nesta passagem do texto, assinale a alternativa CORRETA: 
Alternativas
Respostas
221: C
222: A
223: A
224: A
225: A