Questões de Concurso Para segep-ro

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Q2089886 Português
O excerto contextualiza a questão.

    Num vilarejo da Mancha, de cujo nome não quero lembrar- -me, há muito tempo vivia um fidalgo dos de lança em lanceiro, adarga antiga, rocim magro e cão corredor. Uma olha com algo mais de vaca que de carneiro, salpicão na maioria das noites, duelos y quebrantos aos sábados, lentilhas às sextas, algum pombinho como prato especial aos domingos consumiam três quartos de sua renda. O restante dela, acabavam-no saio de velarte, calças de veludo para os dias santos, com seus pantufos do mesmo pano e nos dias de semana se honrava com sua burelina de mais fina.
(CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de. O engenhoso fidalgo D. Quixote da Mancha. Tradução de José Sánchez e Carlos Nougué. São Paulo: Abril, 2010. p. 51.) 
Sobre os aspectos textuais desse excerto, analise as afirmativas a seguir. I. O propósito comunicativo do excerto é descrever aspectos relacionados ao personagem “fidalgo”. II. O excerto é contado por um narrador observador; por isso, ele também é um dos personagens da história. III.O segundo período do excerto elenca os principais hábitos alimentares do personagem principal da história. Está correto o que se afirma apenas em 
Alternativas
Q2089885 Português
O excerto contextualiza a questão.

    Num vilarejo da Mancha, de cujo nome não quero lembrar- -me, há muito tempo vivia um fidalgo dos de lança em lanceiro, adarga antiga, rocim magro e cão corredor. Uma olha com algo mais de vaca que de carneiro, salpicão na maioria das noites, duelos y quebrantos aos sábados, lentilhas às sextas, algum pombinho como prato especial aos domingos consumiam três quartos de sua renda. O restante dela, acabavam-no saio de velarte, calças de veludo para os dias santos, com seus pantufos do mesmo pano e nos dias de semana se honrava com sua burelina de mais fina.
(CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de. O engenhoso fidalgo D. Quixote da Mancha. Tradução de José Sánchez e Carlos Nougué. São Paulo: Abril, 2010. p. 51.) 
Considerando-se o contexto e se fazendo adaptações necessárias, a palavra destacada está adequadamente substituída por um sinônimo em:
Alternativas
Q2089884 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
Considerando as figuras de sintaxe, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Em “Hoje, é termo necessário.”, a ordem dos termos da oração está inversa, caracterizando um hipérbato.
( ) Em “Ela não me pertence; ela não me ignora”, a ausência de conjunção ligando as duas orações caracteriza um polissíndeto.
( ) Em “A língua é viva e pertence aos usuários.”, há a omissão de um termo facilmente identificável no contexto, o que caracteriza uma elipse.
( ) Em “Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente a séculos.”, a oração intercalada nesse período caracteriza um anacoluto.
A sequência está correta em 
Alternativas
Q2089883 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
Atente para as seguintes afirmações sobre a pontuação empregada no texto.
I. Em “Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.”, o uso do ponto e vírgula está adequado, pois separam orações coordenadas que já apresentam vírgula.
II. Em “Gramática tem gênero, ideologia e preconceito.”, a vírgula foi usada com a mesma finalidade que as vírgulas empregadas neste trecho: “Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu [...].”, no caso, separar os elementos formadores de um termo composto.
III. Em “Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores.”, a ausência de vírgula antes da palavra “que” implica desvio da norma padrão, uma vez que o sentido da oração é explicativo e não restritivo.
Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Q2089882 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
A substituição do elemento destacado pelo pronome correspondente, com os ajustes necessários, NÃO foi feita corretamente em: 
Alternativas
Q2089881 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
Considerando-se o contexto, o trecho cujo sentido está adequadamente expresso em outras palavras é:
Alternativas
Q2089880 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
“[...] existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, [...].” (1º§) O sintagma destacado exerce a mesma função sintática que o sintagma também destacado em: 
Alternativas
Q2089879 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
De acordo com o texto, no Brasil, os usuários da língua integralizam termos estrangeiros e os novos usos de gêneros
Alternativas
Q2089878 Português
Texto para responder à questão.

As palavras e nós

    A língua é viva e pertence aos usuários. Regras consagradas mudam. A grande questão é que existe um equilíbrio desejável entre a tradição e o uso do Português, por exemplo. Sim, a língua não pertence apenas aos especialistas. É justo supor que ela também não é só minha.
     Shakespeare inventou muitas palavras. Algum tradicionalista que invoque os grandes autores do passado, em relação ao Inglês, deveria imaginar que clássicos eram, também, transgressores. Guimarães Rosa era um gênio da composição de termos não dicionarizados ou de usos linguísticos pouco usuais. Difícil saber se o autor do Grande Sertão: Veredas inventava ou apenas registrava oralidades e falas populares mineiras. Quando alguém me diz que temos de imitar os clássicos, sempre imagino que a pessoa saiba pouco da capacidade inventiva e rebelde de escritores de primeira linha.
     Devo e posso adaptar os usos da língua ao momento atual. “Delivery”, abaixo do Equador, não existia há poucos anos. Hoje, é termo necessário. Profetizo vida longa a “air bag”, “milk shake”, “trailer” e “shopping center”. Num dia, podem vestir trajes adequados à última flor do Lácio. Assim ocorreu com os termos basquete, iate, uísque e xampu (grafo sem aspas ou itálico, porque eram anglicismos que foram adaptados). Eram convidados com passaporte estrangeiro; hoje, pertencem ao time verde e amarelo.
    Os termos de origem francesa ou inglesa interagem sem um debate forte. A língua tropeça quando estamos falando dos novos usos de gênero. Usar o masculino, implicando toda a espécie humana, é norma vigente há séculos. Reconheçamos: a norma nasceu de um mundo patriarcal e misógino. Evita-se o feminino não apenas como prática gramatical, todavia pela exclusão real das mulheres. Gramática tem gênero, ideologia e preconceito. É estranho querer manter uma norma da época de Dom Dinis (1261-1325) lendo um texto no seu smartphone contemporâneo. A língua não é de pedra, nem é de vapor. Ela não me pertence; ela não me ignora.
     Gosto de usar “todas e todos” para abandonar o invisível do feminino. Não tenho raiva, mas ainda não consigo empregar regularmente “todes”. Acho exótico grafar txdxs, deixando o x como incógnita a ser preenchida pela identidade de cada pessoa.
     Vamos refletir. Uma pessoa tem raiva porque vê “todes”. Alega que isso não existe. Se eu escrevi e alguns usam, existe. Porém, a mesma pessoa não apresenta raiva contra as outras mudanças. Vejamos. “Vossa Mercê” era usado apenas para os reis que concediam benefícios, mercês. O “vós” também era exclusivo de altos aristocratas. No fim da Idade Média, pelo uso, grandes comerciantes passaram a usar Vossa Mercê entre si. Na Idade Moderna, Vossa Mercê reduziu-se para “você”. Eclodem formas populares no Brasil como “vosmecê”. Claro: o uso do você encontrou vozes contrárias. Avancemos para o mundo da digitação. A forma sem vogais é quase consagrada: “vc”.
     Que “você” seja uma palavra consagrada sem disputas, mas o uso de “todas e todos” desperte tantos debates é apenas sinal de que os irritados nunca estudaram linguística ou gramática histórica. Volto a dizer: eu estranho “todes”.
     Em 2050, na prova de Redação no Enem, pode existir uma questão sobre os tempos primitivos quando um grupo impunha o masculino, subentendendo o feminino. Lembre-se disto: pelas normas atuais, Camões não seria aprovado em prova de redação.
(KARNAL, Leandro. As palavras e nós. O Estado de S. Paulo. São Paulo, ano 143, nº. 47115, 16 out., 2022. Cultura & Comportamento, p. C12. Adaptado.)
No texto, o autor 
Alternativas
Q2088012 Enfermagem
Quando é administrado, parte do medicamento é absorvida e outra é eliminada pelo organismo. Alguns medicamentos são eliminados mais rapidamente que outros, e esta rapidez de eliminação depende da meia-vida de cada um. A meia-vida de um medicamento é o tempo necessário para que a concentração plasmática deste fármaco:
Alternativas
Q2088011 Enfermagem
A orientação alimentar compõe o conjunto de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos pelas Doenças Cardiovasculares (DCV). Baseado nisto, foi elaborada a Alimentação Cardioprotetora Brasileira para pessoas com DCV, que já sofreram um evento cardiovascular (infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou doença vascular periférica). De acordo com tal tipo de alimentação, são considerados alimentos cardioprotetores, EXCETO:
Alternativas
Q2088010 Enfermagem
Com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite, a prefeitura de Porto Velho decidiu continuar disponibilizando os imunizantes em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital, pois o Ministério da Saúde recomenda a cobertura vacinal de, pelo menos, 95% do público-alvo. (Disponível em: https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2022/10/ 24/com-baixa-adesao-porto-velho-disponibiliza-vacina-contra-apoliomielite-em-unidades-de-saude.ghtml.)
Considerando que a vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite, podemos afirmar que a vacinação contra a poliomielite deve ser iniciada a partir dos
Alternativas
Q2088009 Enfermagem
A assistência pré-natal oportuna, com a identificação e a intervenção precoce das situações de risco, bem como de uma referência hospitalar acessível e acolhedora, além da qualificação da assistência ao parto, são determinantes dos indicadores de saúde relacionados à mãe e ao bebê que têm o potencial de reduzir as principais causas de mortalidade materna e neonatal. (Nota Técnica nº 13/2022-SAPS/MS.)
Assim que a mulher descobre que está grávida, o Ministério da Saúde preconiza, no mínimo, quantas consultas de pré-natal?
Alternativas
Q2088008 Enfermagem
“A mortalidade é indicador de saúde que se refere ao conjunto dos indivíduos que morreram em um dado intervalo do tempo. É calculada dividindo-se o número de óbitos pela população em risco. A mortalidade materna pode ser definida como a morte de uma mulher durante a gestação ou até ________________ dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, exceto aquelas provocadas por fatores acidentais ou incidentais. Este é um indicador importante para analisar a saúde das mulheres, o desenvolvimento econômico e as desigualdades sociais em uma população.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior. 
Alternativas
Q2088007 Enfermagem
Na farmacologia, a farmacocinética se refere ao estudo do movimento que o medicamento faz no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. Correspondem à farmacocinética, EXCETO:
Alternativas
Q2088006 Enfermagem
As infecções sexualmente transmissíveis podem surgir antes ou durante a gravidez e prejudicar a saúde da mãe e do bebê, trazendo complicações como parto prematuro; aborto; baixo peso ao nascer; e, atraso no desenvolvimento. Dentre as alternativas a seguir, a principal medida a ser tomada para com a gestante para controle, tratamento e prevenção dos agravos associados à sífilis congênita e que está preconizada pelo Ministério da Saúde é:
Alternativas
Q2088005 Enfermagem
A prevenção das doenças é todo ato que tem impacto na redução de mortalidade e morbidade das pessoas. Ações de incentivo à educação alimentar, o rastreamento de câncer de colo uterino e a reabilitação de paciente pós-infarto são classificados, respectivamente, como nível de prevenção: 
Alternativas
Q2088004 Enfermagem
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2020), atualmente, mais da metade dos adultos apresenta excesso depeso (60,3%) e a obesidade atinge 25,9% da população. Considerando estes importantes problemas de saúde pública, assinale a afirmativa INCORRETA.
Alternativas
Q2088003 Enfermagem
Dentre as doenças imunopreveníveis encontra-se a meningite, e as vacinas contra esta doença são específicas para determinados agentes etiológicos. A vacina meningocócica ACWY (conjugada) previne a meningite causada por:
Alternativas
Q2088002 Enfermagem
O diabetes insípido é uma síndrome caracterizada pela incapacidade de concentração do filtrado urinário, com consequente desenvolvimento de urina hipotônica e aumento de volume urinário. Pode estar associado a trauma, cirurgia, tumores da região hipotalâmica ou encefalopatia hipóxica/isquêmica. A apresentação clínica ocorre com poliúria e consequente aumento da ingestão de água (polidipsia). “Em adultos, a poliúria pode ser definida como volume urinário em 24 horas acima de ________ litro(s).” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior. 
Alternativas
Respostas
41: E
42: B
43: D
44: D
45: E
46: D
47: C
48: B
49: C
50: A
51: E
52: B
53: C
54: C
55: D
56: C
57: A
58: C
59: B
60: C