Questões de Concurso
Para psicopedagogo
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No Brasil, Vygotsky é estudado há pouco mais de uma década. Suas ideias chegaram no fim dos anos 70 do século anterior, trazidas por estudiosos que como conheceram no exterior. Mas sua obra só começou a ser divulgada, de fato, nos anos 80, ao mesmo tempo em que a linha educacional construtivista se expandia. Embora não tenha elaborado uma pedagogia, Vygotsky deixou ideias sugestivas para a educação. Sobre sua teoria construtivista, analise como afirmativas a seguir.
I. A aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumentos e signos, de acordo com os conceitos utilizados pelo próprio autor.
II. O desenvolvimento cognitivo se dá pela assimilação do objeto de conhecimento a estruturas anteriores, presentes no sujeito e pela definição das estruturas em função do que vai ser assimilado.
III. A aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. A relação do indivíduo com o mundo está sempre mediada pelo outro. Este processo de mediação, ou melhor dizendo, os mediadores, sempre estará entre o homem e o mundo real.
Está (ão) correta (s) a (s) afirmativa (s)
O termo Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é, provavelmente, uma das mais amplamente conhecidas e difundidas ideias associadas à produção científica de Vygotsky. Este termo agora aparece na maioria dos manuais de psicologia do desenvolvimento e da educação, bem como em muitos livros de psicologia geral. No âmbito da pesquisa educacional, o conceito é, agora, largamente utilizado (ou citado) em estudos sobre ensino e aprendizagem em muitas áreas do conhecimento. Sobre a aprendizagem na ZDP, analise as premissas a seguir.
I. Para ocorrer a aprendizagem, a interação social deve acontecer dentro ZDP, que seria a distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe, seu conhecimento real, e aquilo que o sujeito possui potencialidade para aprender, seu conhecimento potencial.
II. A aprendizagem ocorre no intervalo da ZDP, onde o conhecimento real é aquele que o sujeito é capaz de aplicar sozinho; e o potencial é aquele que ele necessita do auxílio de outros para aplicar.
III. A transferência da aprendizagem depende do treino, sendo imprescindível a retenção, a memorização; a ZDP ocorre para que o aluno responda a situações novas de forma semelhante às situações anteriores.
Estão corretas as afirmativas
O aluno é um ser social com cultura, linguagem e valores específicos; quando apresenta dificuldades de aprendizagem deve ser levado em conta sua individualidade, particularidade, ou seja, o professor precisa trabalhar com a diferença, descobrir as potencialidades de cada aluno para, então, partir em busca do desenvolvimento de sua aprendizagem, transformando-o em sujeitos preparados para enfrentar o mundo. Tanto Piaget quanto Vygotsky concebem a criança como um ser ativo, atento, que, constantemente, cria hipóteses sobre o seu ambiente. Há, no entanto, grandes diferenças na maneira de conceber o processo de desenvolvimento. Quanto ao papel da linguagem no desenvolvimento e a relação entre linguagem e pensamento, analise as assertivas, considerando os autores citados.
I. “Para _______________, o pensamento aparece antes da linguagem que apenas se refere a uma das suas formas de expressão. A formação do pensamento depende, basicamente, da coordenação dos esquemas sensório-motores e não da linguagem.”
II. “Para _______________, a linguagem só pode ocorrer depois que a criança já alcançou um determinado nível de habilidades mentais, subordinando-se, pois, aos processos de pensamento.”
III. “Para _______________, pensamento e linguagem são processos interdependentes, desde o início da vida. A aquisição da linguagem pela criança modifica suas funções mentais superiores: ela dá uma forma definida ao pensamento, possibilita o aparecimento da imaginação, o uso da memória e o planejamento da ação.”
A sequência correta está correta em
O termo psicogênese pode ser compreendido como origem, gênese ou história da aquisição de conhecimentos e funções psicológicas de cada pessoa, processo que ocorre ao longo de todo o desenvolvimento, desde os anos iniciais da infância, e se aplica a qualquer objeto ou campo de conhecimento . No campo da aquisição da escrita, a concepção se associa aos estudos psicogenéticos de Emília Ferreiro, Ana Teberosky dentre vários colaboradores, divulgados em países de língua espanhola, na década de 1970, com forte impacto no Brasil, a partir da década seguinte, principalmente na Educação Infantil e nos anos necessários à alfabetização. A apropriação da escrita se apoia em hipóteses do aprendiz, baseada em conhecimentos prévios, assimilações e generalizações, dependendo de suas interações sociais e dos usos e funções da escrita e da leitura em seu contexto cultural. Consider tais hipóteses e escritas dos aprendizes, relacione base as colunas a seguir.
1. Hipótese pré-silábica.
2. Hipótese da silábica.
3. Hipótese silábico-alfabética.
4. Hipótese alfabética.
( ) O aprendiz compreende o princípio alfabético, percebendo unidades menores do que as sílabas, os fonemas, e, gradualmente, domina suas correspondências com os grafemas.
( ) O aprendiz se encontra em transição entre níveis psicogenéticos e tanto pode representar sílabas completas quanto representações parciais da sílaba por uma só letra: por exemplo, para elefante, ELEFT .
( ) O aprendiz utilizando, simultaneamente, desenhos e outros sinais gráficos, a grafia da palavra pode ser vista como representação fiel das características do objeto que representa, inclusive extensão da escrita: se boi é um animal grande, a palavra BOI deve ser igualmente grande.
( ) O aprendiz percebe os sons das sílabas como segmentos da palavra a ser escrita, mas supõe que apenas uma letra pode representar as graficamente, podendo ou não ter o valor sonoro convencional: por exemplo, ELFT são quatro letras que podem representar uma palavra elefante.
A sequência está correta em
Considerando as dificuldades específicas de aprendizagem, analise as afirmativas a seguir.
I. “A ________________ consiste em um distúrbio de aprendizagem específico relacionado às habilidades matemáticas devido a um comprometimento funcional específico do sistema nervoso central que requer avaliação e tratamento especializado.”
II. “A ________________ é a perturbação da escrita no que diz respeito ao traçado das letras e à disposição dos conjuntos gráficos no espaço utilizado. Relaciona-se, portanto, às dificuldades motoras e espaciais.”
III. “________________ é entendida como um transtorno de aprendizagem, resultado de um déficit específico na linguagem. O indivíduo apresenta, primeiramente, dificuldades na fala devido à dificuldade do processamento fonológico e se reflete nos processos de leitura.
A sequência está correta em
O fragmento de texto contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
“A teoria do desenvolvimento psicossexual foi proposta pelo famoso psicanalista Sigmund Freud e descreveu como a personalidade era desenvolvida ao longo da infância. Freud acreditava que a personalidade era desenvolvida através de uma série de estágios na infância em que as energias da busca do prazer do ID se tornam focadas em determinadas áreas erógenas.”
O fragmento de texto contextualiza a questão. Leia-o atentamente.
“A teoria do desenvolvimento psicossexual foi proposta pelo famoso psicanalista Sigmund Freud e descreveu como a personalidade era desenvolvida ao longo da infância. Freud acreditava que a personalidade era desenvolvida através de uma série de estágios na infância em que as energias da busca do prazer do ID se tornam focadas em determinadas áreas erógenas.”
Relacione relacione os estágios com suas faixas etárias e zona erógena correspondente.
1. Fase fálica.
2. Estágio oral.
3. Estágio anal.
4. Estágio genital.
5. Período de latência.
( ) Nascimento a 1 ano / boca
( ) 1 a 3 anos / entranhas e controle da bexiga
( ) 3 a 6 anos / genitais
( ) 6 anos à puberdade / sentimentos sexuais são inativos
( ) Puberdade à morte / amadurecimento de interesses sexuais
A sequência está correta em
De acordo com a Lei Orgânica do Município nº 01, de 5 de abril de 1990, ao município compete prover tudo quanto diga respeito ao seu interesse peculiar e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe, privativamente , dentre outras, como seguintes atribuições:
I. Adquirir bens, inclusive mediante desapropriação mediante pagamento.
II. Instituir e arrecadar tributos, bem como aplicar suas rendas.
III. Cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência.
IV. Planejar o uso e a ocupação do solo em seu território, especialmente em sua zona urbana.
V. Promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
Constituem atribuições privativas do município
A eleição da pesquisa como base da formação tem um substrato ideológico, ainda que implícito. Parte-se da constatação de que, nas condições de mudança contínua em que se encontra a instituição escolar, o professor deve:
I. Analisar e interiorizar a situação de incerteza e complexidade que caracterização sua profissão e deve renunciar a qualquer forma de dogmatismo e de síntese pré-fabricada. II. Buscar ações formativas que organizam-se com base no trabalho em grupo, centrar-se em um trabalho colaborativo para a solução de situações problemáticas da classe ou da escola.
III. Fundamentar suas ações em procedimentos relativos a metodologias de participação, projetos, observação e diagnóstico dos processos, contextualizadas, comunicação, tomada de decisões, análise da interação humana etc.
São corretas como afirmativas
Pode-se dizer que, até o início da década de 1970, o pensamento mundial dominante era o de que o meio ambiente seria fonte inesgotável de recursos e qualquer ação de aproveitamento da natureza fosse infinita. Mas fenenos como secas que afetaram lagos e rios, a chuva ácida e inversão térmica eliminada com que essa visão ambiental do mundo começasse a ser questionada, com base em estudos científicos que identificam problemas especialmente por conta da poluição atmosférica. Em 15 de setembro de 1971, na Sede das Nações Unidas, Nova York, Maurice F. Strong, Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, apresentado ao Secretário-Geral das Nações Unidas, U Thant, um para desenho o cartaz oficial da 1ª Conferência. Sobre as relações das Nações Unidas para o Meio Ambiente, analise como afirmativas a seguir.
I. A primeira grande conferência-marco na área de meio ambiente foi a Conferência de Estocolmo, em 1972.
II. Em 1992 ocorreram, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92).
III. Em 2002, ocorreu, em Joanesburgo, na África do Sul, a Rio + 10.
IV. Em 2012, novamente no Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20.
São corretas como afirmativas
Considere as matrizes , onde X e Y possuem o mesmo determinante e a e b são números inteiros positivos com a > b. Então, o valor de 3a – b é:
Observe o triângulo retângulo a seguir.
Se δ é um ângulo agudo do triângulo retângulo, então, pode-se afirmar que o sen δ vale:
O sentido maior
Quando eu era jovem, um padre dava aulas sobre Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da igreja e teólogo global. O tema eram as cinco provas da existência de Deus. Após a exposição, o jesuíta contou, como arremate de uma boa aula, um caso sobre o doutor angélico. Disse que, após o italiano ter escrito coisas profundas e enormes sobre a divindade, teve um êxtase místico e, segundo a narrativa, uma compreensão de Deus além da Razão, além da Escolástica, além de Aristóteles e de toda a gramática possível de um cérebro humano. Ao sair da “divina possessão”, ele emudeceu e resistiu a continuar escrevendo sua já famosa obra. Motivo? Para ele, após o contato com Deus na forma direta que os místicos vivem, o que ele escrevera sob o rigor acadêmico e com base erudita, parecia-lhe superficial, fraco, pífio, irrelevante e tão distante do que experimentara que ficou abatido. Bem, antes de partir precocemente do mundo, Tomás terminou ditando comentários ao Cântico dos Cânticos, o poema amoroso salomônico que possui dezenas de interpretações. Curioso que a última obra do grande intelectual católico seja sobre o amor.
A história narrada traz uma questão que sempre me assombrou. Em todos os campos, inúmeras pessoas ao meu redor falam de uma densidade maior atrás do simples discurso ou do sentimento imediato. Sim, você pode ler os mais refinados teólogos, porém, sempre serão pálida sombra do objeto sagrado em si. O mesmo valeria para as emoções humanas como o amor. Romeu indica várias vezes a Julieta (e é correspondido) que as palavras são irrelevantes, que o que eles sentem está além da expressão delas. Já vi discursos semelhantes sobre arte e até sexo. Haveria uma densidade, uma complexidade, algo tão imenso que tudo o que eu possa expressar seria incompleto.
Sempre desconfiei um pouco da afirmação sobre a densidade extraordinária que tornaria as coisas indizíveis. Por vezes acho que devo ter uma capacidade melhor de expressão ou uma capacidade menor de sentir. Um dos itens explica o fato de eu achar que as coisas são no limite do que consigo expressar e que não possuem uma película que esconde o “mais além” de uma metafísica absoluta.
A leitura de boas obras sempre me pareceu muito prazerosa, muito, exatamente porque as ideias, a estética da escrita, o encadeamento de personagens ou de fatos e as soluções dos bons autores me seduzem. Uma taça boa de vinho ou uma noite amorosa são extraordinárias pelo que são em si, pelo prazer ali contido, pelas papilas gustativas agraciadas, pelos hormônios atiçados, pelos disparos de adrenalina e outras coisas. Não perco a consciência, não letivo, não transfiguro, não tenho êxtase: apenas gosto e sinto o motivo de eu gostar, alguns surpreendentes. Seria bom em descrever ou ruim em sentir de forma mais densa? Faltaria metafísica ou abundaria consciência? A descrição que alguns fazem de suas experiências sempre me pareceu fascinante e sedutora e profundamente distante do plano no qual eu sinto. Idiossincrasia? Couraça racional? Seria lucidez ou secura? Nunca saberei de fato, mas o vinho sempre pareceu bom, o texto fascinante, o sexo envolvente, o afeto belo, a boa música avassaladora e a paisagem produtora de paz interna. Já chorei de alegria diante de experiências lindas como um quadro que eu desejava conhecer ou quando desci ao Grand Canyon nos Estados Unidos. Eram lágrimas provocadas pela emoção de beleza, uma invasão positiva de muitos bons sentimentos que antigas expectativas estimularam. Era emoção, não transcendência que me derrubasse ao solo impactado pelo eterno. Vários filósofos chamaram isso de maravilhar-se, uma suspensão momentânea da racionalidade junto de incapacidade de narrar o experienciado. Mas, passado alguns instantes, recuperamos a lógica narrativa. Eu estava feliz porque era bom estar ali, porque eu desejara estar ali, porque eu me preparara para estar ali e porque, enfim estando, se fechava um ciclo de ansiedade-desejo-prazer produzindo o momento único e... lacrimoso. Foi muito bom, excelente até, todavia foi aquilo e eu posso descrever o início, o meio e o fim daquele instante. Por vezes lembro-me da experiência de um “banho xamânico” em Oaxaca, no México. A guia da experiência dizia que aspirássemos as plantas naquela sauna e que imaginássemos a luz lilás sobre nós. Aluno fiel, eu aspirava a planta acre que ela jogara às brasas e imaginava a luz lilás. Ao final de meia hora de exercício imaginativo, ela me perguntou o que eu tinha sentido e eu disse: “Um cheiro forte dessa planta”. Ela insistia: “E?”. “Só”, eu respondia à desolada senhora. Eu sentira o cheiro e imaginara a luz. Foi minha experiência xamânica. Na verdade, é minha experiência de vida. As coisas são no limite do que existem, sem energias ou algo muito mais denso escondido pelo véu do discurso. Onde alguns descrevem alguém de “energia pesada”, eu vejo um chato agressivo. Não há uma “aura”, apenas frases desagradáveis ou reclamações incessantes. Onde identificam “vampiros de energia” eu vejo alguém irritante. Seria a mesma coisa? Volto ao que eu sinto (sem fazer disso uma definição de valor universal): as coisas são no limite do que existem. Dou a elas sentido, simbolismo, signos aleatórios e que dependem da minha imaginação, sem “energia”. Essa é imensa solidão da consciência, ou, ao menos, da minha consciência. Uma boa semana para todos.
(KARNAL, Leandro. Sentido maior. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19/01/2020. Caderno 2, p. C2.)