Questões Militares Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q782277 Português

Ousadia

                                                                                                                 Fernando Sabino

A moça ia no ônibus muito contente desta vida, mas, ao saltar, a contrariedade se anunciou:

– A sua passagem já está paga – disse o motorista.

– Paga por quem?

– Esse cavalheiro aí.

E apontou um mulato bem-vestido que acabara de deixar o ônibus, e aguardava com um sorriso junto à calçada.

– É algum engano, não conheço esse homem. Faça o favor de receber.

– Mas já está paga...

– Faça o favor de receber! – insistiu ela, estendendo o dinheiro e falando bem alto para que o homem ouvisse:

– Já disse que não conheço! Sujeito atrevido, ainda fica ali me esperando, o senhor não está vendo?

Vamos, faço questão que o senhor receba minha passagem.

O motorista ergueu os ombros e acabou recebendo: melhor para ele, ganhava duas vezes.

A moça saltou do ônibus e passou fuzilando de indignação pelo homem. Foi seguindo pela rua, sem olhar para ele.

Se olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado, a alguns passos.

Somente quando dobrou à direita para entrar no edifício onde morava, arriscou uma espiada: lá vinha ele! Correu para o apartamento, que era no térreo, pôs-se a bater, aflita:

– Abre! Abre aí!

A empregada veio abrir e ela irrompeu pela sala, contando aos pais atônitos, em termos confusos, a sua aventura:

– Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu até aqui!

De súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o homem ainda estava lá fora, no saguão. Protegida pela presença dos pais, ousou enfrentá-lo:

– Olha ele ali ! É ele, venham ver! Ainda está ali, o sem vergonha. Mas que ousadia!

Todos se precipitaram para a porta. A empregada levou as mãos à cabeça:

– Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo.

– Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou, surpreendida.

– Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi quem pintou o apartamento.

A moça só faltou morrer de vergonha:

– É mesmo, é o Marcelo! Como é que eu não reconheci! Você me desculpe, Marcelo, por favor.

No saguão, Marcelo torcia as mãos, encabulado:

– A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia...

SABINO, Fernando. Ousadia. In: Para gostar de ler – Crônicas. São Paulo: Ática, 1981.

Marque a alternativa CORRETA que corresponda à percepção da personagem Marcelo em relação ao pagamento da passagem:
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Q782276 Português

Ousadia

                                                                                                                 Fernando Sabino

A moça ia no ônibus muito contente desta vida, mas, ao saltar, a contrariedade se anunciou:

– A sua passagem já está paga – disse o motorista.

– Paga por quem?

– Esse cavalheiro aí.

E apontou um mulato bem-vestido que acabara de deixar o ônibus, e aguardava com um sorriso junto à calçada.

– É algum engano, não conheço esse homem. Faça o favor de receber.

– Mas já está paga...

– Faça o favor de receber! – insistiu ela, estendendo o dinheiro e falando bem alto para que o homem ouvisse:

– Já disse que não conheço! Sujeito atrevido, ainda fica ali me esperando, o senhor não está vendo?

Vamos, faço questão que o senhor receba minha passagem.

O motorista ergueu os ombros e acabou recebendo: melhor para ele, ganhava duas vezes.

A moça saltou do ônibus e passou fuzilando de indignação pelo homem. Foi seguindo pela rua, sem olhar para ele.

Se olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado, a alguns passos.

Somente quando dobrou à direita para entrar no edifício onde morava, arriscou uma espiada: lá vinha ele! Correu para o apartamento, que era no térreo, pôs-se a bater, aflita:

– Abre! Abre aí!

A empregada veio abrir e ela irrompeu pela sala, contando aos pais atônitos, em termos confusos, a sua aventura:

– Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu até aqui!

De súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o homem ainda estava lá fora, no saguão. Protegida pela presença dos pais, ousou enfrentá-lo:

– Olha ele ali ! É ele, venham ver! Ainda está ali, o sem vergonha. Mas que ousadia!

Todos se precipitaram para a porta. A empregada levou as mãos à cabeça:

– Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo.

– Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou, surpreendida.

– Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi quem pintou o apartamento.

A moça só faltou morrer de vergonha:

– É mesmo, é o Marcelo! Como é que eu não reconheci! Você me desculpe, Marcelo, por favor.

No saguão, Marcelo torcia as mãos, encabulado:

– A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia...

SABINO, Fernando. Ousadia. In: Para gostar de ler – Crônicas. São Paulo: Ática, 1981.

Marque a alternativa CORRETA que corresponda à sequência de comportamentos da protagonista durante o desenrolar da narrativa:
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Q782275 Português

Ousadia

                                                                                                                 Fernando Sabino

A moça ia no ônibus muito contente desta vida, mas, ao saltar, a contrariedade se anunciou:

– A sua passagem já está paga – disse o motorista.

– Paga por quem?

– Esse cavalheiro aí.

E apontou um mulato bem-vestido que acabara de deixar o ônibus, e aguardava com um sorriso junto à calçada.

– É algum engano, não conheço esse homem. Faça o favor de receber.

– Mas já está paga...

– Faça o favor de receber! – insistiu ela, estendendo o dinheiro e falando bem alto para que o homem ouvisse:

– Já disse que não conheço! Sujeito atrevido, ainda fica ali me esperando, o senhor não está vendo?

Vamos, faço questão que o senhor receba minha passagem.

O motorista ergueu os ombros e acabou recebendo: melhor para ele, ganhava duas vezes.

A moça saltou do ônibus e passou fuzilando de indignação pelo homem. Foi seguindo pela rua, sem olhar para ele.

Se olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado, a alguns passos.

Somente quando dobrou à direita para entrar no edifício onde morava, arriscou uma espiada: lá vinha ele! Correu para o apartamento, que era no térreo, pôs-se a bater, aflita:

– Abre! Abre aí!

A empregada veio abrir e ela irrompeu pela sala, contando aos pais atônitos, em termos confusos, a sua aventura:

– Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu até aqui!

De súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o homem ainda estava lá fora, no saguão. Protegida pela presença dos pais, ousou enfrentá-lo:

– Olha ele ali ! É ele, venham ver! Ainda está ali, o sem vergonha. Mas que ousadia!

Todos se precipitaram para a porta. A empregada levou as mãos à cabeça:

– Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo.

– Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou, surpreendida.

– Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi quem pintou o apartamento.

A moça só faltou morrer de vergonha:

– É mesmo, é o Marcelo! Como é que eu não reconheci! Você me desculpe, Marcelo, por favor.

No saguão, Marcelo torcia as mãos, encabulado:

– A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia...

SABINO, Fernando. Ousadia. In: Para gostar de ler – Crônicas. São Paulo: Ática, 1981.

Sobre o narrador é CORRETO afirmar que:

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Q781730 Português
Texto para responder à questão.

Mãos dadas 

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista pela janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicidas,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente. 

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo.) 
É possível inferir, corretamente do texto, que o eu lírico
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Q781729 Português
Texto para responder à questão.

Democracia e cidadania

  São cinco os princípios da democracia, são cinco e, juntos totalmente suficientes. Liberdade, participação, diversidade, solidariedade, igualdade. Cada um separado já é uma revolução. Basta pensar na liberdade, o que acontece na sua ausência e o que pode ser feito com sua presença. A igualdade, o direito de absolutamente todos e a luta sem fim para que seja realidade. O poder da solidariedade, a riqueza da diversidade e a força da participação. E quanta mudança ocorre por meio de cada um deles.
  Cada um, separado, quase daria para transformar o mundo. Imagine todos eles juntos. Juntar igualdade com diversidade e liberdade, temperar com solidariedade, conseguida pela participação, este é o grande desafio da democracia: a simultaneidade na realização concreta dos cinco princípios, meta sempre irrealizável e, ao mesmo tempo, possível de se tentar a cada passo, em cada relação, em cada aspecto de vida. [...] 
  Quando o cidadão descobre que ele é o princípio do que existe e pode existir com sua participação, começa a surgir a democracia. Cidadania e democracia andam de mãos dadas e ( , ) não existem separadas. Cidadania não é individualismo, mas afirmação de cada um em sua relação de solidariedade com os outros. [...] 
  Uma sociedade democrática é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas. É uma sociedade perpassada pelos princípios, construída por eles, de forma consciente, voluntária e livre. É o reconhecimento da humanidade de todos por todas as pessoas. A democracia não nasce das máquinas, mas das pessoas. É obra da consciência humana, a mais sofisticada das tecnologias. Democracia tem um olhar sobre o planeta, tem uma visão ecológica, tem carinho pelo mundo como o berço de todo o mundo. A democracia pensa em séculos, não vive em função somente do dia de hoje. [...]
(Herbert de Souza. In: Democracia: cinco princípios e um fim. São Paulo. Ed. Moderna. Com adaptações.) 
Ao comentar sobre uma realização verdadeira dos cinco princípios citados de forma simultânea, o autor
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Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Prova: IDECAN - 2017 - CBM-DF - Soldado Operacional |
Q781610 Português

                              Liderança solitária não permite evolução

      Quando paramos para analisar o atual cenário econômico e social estabelecido em nosso país podemos perceber que a crise, da qual tanto se fala, vai além da questão financeira, da corrupção e do caos econômico que muitos estão vivenciando. Ela envolve, nitidamente, falta de liderança e de espírito corporativo. E não é a liderança habitual praticada por gestores ou chefes, mas sim aquela que envolve quase todas as esferas e que é um estado de consciência, uma atitude. [...]

      As ações individualistas, exageradas, polarizadas e fanáticas não nos levam à devida solução, muito menos nos permitem fazer parte de uma transformação positiva dos múltiplos cenários, além de só colaborarem ainda mais com esse estado de ausência de liderança.

      Da mesma forma que antigamente os sistemas de liderança nas empresas eram vistos como caminhos a serem percorridos de forma solitária e que o segredo para alcançar o sucesso estava em uma postura mais individualista, muitas pessoas, empresas e profissionais ainda mantêm essa posição individual e retrógrada, dificultando o crescimento de todos, inclusive delas mesmas.

      Mas, muito ao contrário disso, o cenário atual requer pessoas, empresas e profissionais capazes de oferecer a oportunidade para todos brilharem e se realizarem dentro dos ambientes em que estão inseridos. Ao assumirem essa postura, cada um faz muito mais do que simplesmente comandar algo: convidam todos que estão ao redor para crescerem juntos. E como já dizia um provérbio africano, “se quer ir rápido, vá sozinho; se quer ir longe, vá em grupo”, ou seja, as soluções precisam ser compartilhadas e baseadas no cooperativismo, pois cada vez mais necessitamos do apoio de outras pessoas, empresas, profissionais, mercados, entre outros. [...]

      O verdadeiro líder tem a capacidade de ouvir o próximo e fazer algo novo. A diferença não está na capacidade de gerir, organizar e guiar um grupo, mas sim nos líderes criadores de contexto, capazes de se colocar no lugar do outro, de ousar, criar, compartilhar novas soluções para os mesmos problemas de sempre. Esses líderes são aptos a gerenciar as próprias competências sociemocionais e também às de todos que estão ao seu redor. E lá no século XVII já ensinava Baltazar Gracián: “O caminho da grandeza se percorre juntamente com outros!”.

(Eduardo Shinyashiki. Disponível em: http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/127/lideranca-solitaria-nao-permite-evolucao-aoportunidade-de-ser-375389-1.asp.)

O texto em análise tem em sua estrutura elementos que permitem que reconheçamos que o autor apresenta uma tomada de posição, que será desenvolvida através de sua exposição no texto. Tal posicionamento que conduz todo o texto está identificado em:
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Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Provas: IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Serviço Social | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Civil | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Enfermagem | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Nutrição | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Psiquiatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Medicina do Trabalho | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Pediatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Elétrica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Mecânica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Radiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Biblioteconomia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Arquivologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Museologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Endodontia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Odontopediatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Periodontia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Fisioterapia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Farmácia-Bioquímica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Psicologia Clínica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Psicologia Organizacional e do Trabalho | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Anestesiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Cardiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Cirurgia Vascular | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Ginecologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Ortopedia e Traumatologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Proctologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Otorrinolaringologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Reumatologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Urologia |
Q780387 Português

                Depoimento de Daniel Matenho Cabixi, do povo Pareci,

                              aldeia de Rio Verde no Mato Grosso

      Vi muitas pessoas postarem-se diante de mim, um índio, e ficarem horas e horas a olhar-me. Além de lançarem uma série de perguntas, entre elas, se não existe mais índio brabo.

      Penso comigo: que estarão elas pensando? Esforço-me para penetrar em seus pensamentos. Afinal, um descendente de índios selvagens, descendentes de seres mitológicos, índios, está postado diante deles, de calças, camisa e sapatos. Neste momento, a imaginação desse povo simples voa pelo mundo da fantasia.

      Como será que vive? O que come? Será que descende de comedores de gente? Terá ele provado alguma carne humana? Tem ele algum sentimento humano de amor e compaixão?

      Enfim, percebo que as interpretações e comparações que nos fazem não passam da categoria de animais exóticos que habitam a natureza. Tenho vontade de fazê-los compreender o meu mundo, assim como cheguei a compreender o mundo deles.

      Gostaria de dizer-lhes que faço parte de uma sociedade que possui normas de vivência harmônica entre homens e natureza. Gostaria de dizer-lhes que possuímos nossos valores sociais, políticos, econômicos, culturais e religiosos, que adquirimos através dos tempos, de geração em geração.

      Gostaria de dizer-lhes que formamos um mundo equilibrado e justo de relações humanas. Dizer que, como humanos, somos sujeitos a falhas e erros. Dizer que nossos sentimentos mais íntimos são exteriorizados através da arte, da língua, da nossa religião, das festas acompanhadas de ritos e cerimônias.

      Dizer que conseguimos nossa experiência diante da vida e do universo.

      Dizer que conseguimos chegar num equilibrado mundo prenhe de valores que transmitimos a nossos filhos, o que, em outras palavras mais compreensíveis, é sinônimo de educação.

      [...]

       Dizer que estamos prontos para receber o que de útil a sociedade deles nos oferece e rechaçar o que de ruim ela nos apresenta. Mas a cegueira etnocêntrica não permite este diálogo franco e sincero.

(Depoimento de Daniel Matenho Cabixi. Disponível em: http://www.iande.art.br/textos/danielcabixi.htm. Acesso em: ago, 2016. Adaptado.)

Acerca das ideias trazidas ao texto, infere-se corretamente que:
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Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Provas: IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Serviço Social | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Civil | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Enfermagem | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Nutrição | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Psiquiatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Medicina do Trabalho | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Pediatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Elétrica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Mecânica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Radiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Biblioteconomia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Arquivologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Museologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Endodontia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Odontopediatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Periodontia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Fisioterapia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Farmácia-Bioquímica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Psicologia Clínica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Psicologia Organizacional e do Trabalho | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Anestesiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Cardiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Cirurgia Vascular | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Ginecologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Ortopedia e Traumatologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Proctologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Otorrinolaringologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Reumatologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Urologia |
Q780385 Português

             

Diante da constatação de que se destaca nessa composição, o imbricamento entre verbal e não-verbal, é correto afirmar que
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: CBM-DF Provas: IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Serviço Social | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Civil | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Enfermagem | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Nutrição | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Psiquiatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Medicina do Trabalho | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Pediatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Elétrica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Engenharia Mecânica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Radiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Biblioteconomia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Arquivologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Museologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Endodontia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Odontopediatria | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Cirurgião-Dentista Periodontia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Fisioterapia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Farmácia-Bioquímica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Psicologia Clínica | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Complementar Psicologia Organizacional e do Trabalho | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Anestesiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Cardiologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Cirurgia Vascular | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Ginecologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Ortopedia e Traumatologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Proctologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Otorrinolaringologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Reumatologia | IDECAN - 2017 - CBM-DF - 2º Tenente - Médico Urologia |
Q780380 Português

                                            Memória coletiva

      Em 1925, quando a era das comunicações começava a se acelerar, o filósofo francês Maurice Halbwachs aventou a ideia de uma “memória coletiva”: o conjunto de lembranças que um grupo de pessoas compartilha sobre um evento marcante e que, somado a fatos e imagens de domínio público, forma um tecido muito mais extenso e bem tramado do que a simples soma das recordações individuais. Esse tecido é tão forte, aliás, que pode ser compartilhado até mesmo por gerações que não assistiram aos acontecimentos. É um fenômeno presente na maneira como os judeus lembram o Holocausto ou os americanos revivem a Guerra do Vietnã. Na vida brasileira, o ano de 1970 é um desses polarizadores da memória coletiva: o ano em que o país reuniu a mais brilhante escalação da história do futebol, em que esse time derrotou de maneira quase heroica cada um dos seus adversários [...], em que a população experimentou, na Copa do Mundo, seu primeiro grande evento de mídia – e também um ano em que a ditadura militar arrancava as pessoas de suas casas e sumia com elas, em que tudo era dito aos sussurros e em que essa euforia de uma torcida nacional foi usada como cortina de fumaça para o desgoverno e se misturou a ele. [...] E está aí, em boa medida, a beleza de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006) [...]: na maneira como ele ao mesmo tempo separa e une esses dois fios da memória.

      No começo de 1970, Mauro (Michel Joelsas), de 12 anos, é tirado às pressas de sua casa em Belo Horizonte e levado para o apartamento do avô, no bairro paulistano do Bom Retiro. Os pais, aflitos, dizem que estão saindo de férias e, quando puderem, voltarão para buscá-lo, de preferência a tempo de assistirem juntos à Copa. Vão-se embora sem conferir se o avô recebeu o menino em segurança. Mas ele não está em casa, nem vai voltar. Mauro vira então atribuição da vizinhança. Mora meio na casa vazia do avô, meio no apartamento ao lado, do velho Shlomo (Germano Haiut), zelador da sinagoga local – o Bom Retiro reunia então uma forte comunidade judaica, a que Mauro nem sabia pertencer. Janta com uma pessoa, almoça com outra, brinca com as crianças do bairro e, o tempo todo, mantém um olho grudado no futebol e o outro no telefone, à espera de uma ligação dos pais que não chega nunca.

      [...]

(BOSCOV, Isabela. Disponível em: http://arquivoetc.blogspot.com.br/2006/10/memria-coletiva.html.)

No texto, é possível indicar uma contraposição estabelecida entre

Alternativas
Q773800 Português
Marque a alternativa que apresenta corretamente o que estabelece a Máxima da Quantidade.
Alternativas
Q773768 Português
Quando, numa dada situação dialógica, um indivíduo começa a falar de coisas que não têm nada a ver com o assunto da conversa, ele está violando a:
Alternativas
Q769987 Português
TEXTO lll Imagem associada para resolução da questão
Ao escolher o assunto poder e considerá-lo como a droga que mais vicia e causa danos à sociedade, o aluno interpretou o tema do trabalho de forma
Alternativas
Q769981 Português
Segundo o texto lido, o narcotráfico torna-se um comércio altamente lucrativo devido à/ao
Alternativas
Q769978 Português
No Texto I, defende-se que o crescimento do tráfico internacional de drogas ilícitas tem como principal motivação, o/a
Alternativas
Q766445 Português

Imagem associada para resolução da questão

A reclamação do rapaz sobre a impossibilidade de abordar as mulheres por quem ele se interessa leva seu interlocutor, o outro rapaz com quem conversa, a fazer um comentário, que denota

Alternativas
Q766444 Português

Imagem associada para resolução da questão

O uso do termo mulherada por um dos rapazes é coerente com seus valores em relação às mulheres, ou seja, ele atribui a elas características

Alternativas
Q766443 Português

Imagem associada para resolução da questão

O Texto II apresenta um breve diálogo entre dois jovens rapazes, cuja interpretação precisa levar em conta o contexto social e cultural em que eles estão inseridos.

Considere as linguagens verbal e não verbal e, entre as opções a seguir, assinale aquela que apresenta sentido coerente para a mensagem do cartunista Bruno Drummond. 

Alternativas
Q766441 Português

TEXTO I

      Cidadania: Lei Maria da Penha completa 10 anos

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada em 7 de agosto de 2006, completa dez anos de vigência. Ela foi criada para combater a violência doméstica e familiar, garante punição com maior rigor dos agressores e cria mecanismos para prevenir a violência e proteger a mulher agredida.

Desde 1988 a Constituição brasileira já trazia o princípio da igualdade entre homens e mulheres, em todos os campos da vida social. O artigo 226 diz que “o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”. A inserção desse artigo atribui ao Estado a obrigação de intervir nas relações familiares para coibir a violência, bem como de prestar assistência às pessoas envolvidas. No entanto, os casos de violência contra a mulher eram considerados de menor potencial ofensivo e a punição dependia muito da interpretação do juiz.

Até 2006, havia um massivo arquivamento de processos de violência doméstica. Eram comuns casos em que agressões físicas foram punidas apenas com o pagamento de cestas básicas. Ou ainda, situações fatais, em que o agressor mata a mulher e tem sua responsabilidade diminuída: a mulher cometeu adultério e o marido acaba sendo absolvido na Justiça por estar defendendo a sua honra ou o assassino que cometeu “um homicídio passional” por ciúmes não é devidamente penalizado.

Nesse contexto, muitas brasileiras não denunciavam as agressões porque sabiam que seriam ignoradas pelas autoridades e os companheiros não seriam punidos. Outros fatores também contribuem para que a mulher não consiga sair da relação com o agressor: ela é ameaçada e tem medo de apanhar de novo ou morrer se terminar a relação, ela depende financeiramente do companheiro, tem vergonha do que a família e amigos vão achar, acredita que o agressor vai mudar e que não voltará a agredir ou pensa que a violência faz parte de qualquer relacionamento.

A Lei Maria da Penha, amparada no artigo 226 e em acordos internacionais, altera o Código Penal e aumenta o rigor nas punições para agressões de pessoas próximas. A lei tirou da invisibilidade e inovou ao tratar a violência doméstica e de gênero como uma violação de direitos humanos.

A Lei 11.340 configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Entre as inovações, está a velocidade no atendimento aos casos. Depois que a mulher apresenta queixa na delegacia de polícia ou à Justiça, o juiz tem o prazo de até 48 horas para analisar a concessão de proteção. Além disso, a Lei Maria da Penha ampara a mulher dentro e fora de casa. Também considera a agressão psicológica e patrimonial como violência doméstica e familiar contra a mulher, ou seja, abrange abusos que não deixam marcas no corpo.

A aplicação da lei Maria da Penha contempla ainda agressões de quaisquer outras formas, do irmão contra a irmã (família); genro e sogra (família, por afinidade); a violência entre irmãs ou filhas (os) e contra a mãe (família).

Apesar de significar um marco na questão da violência doméstica, ainda falta muito para a violência contra a mulher terminar. A Lei Maria da Penha precisa ser implementada nos Estados de forma eficiente. Além disso, é preciso mudar a cultura de violência e o machismo da sociedade brasileira. Uma questão que demanda educação, trabalho e tempo.

CUNHA, Carolina, Novelo Comunicação, 19 ago. 2016, UOL Vestibular, Atualidades. (Adaptação) 

Os argumentos utilizados pela jornalista Carolina Cunha, no último parágrafo do Texto I, colocam em evidência a seguinte conclusão sobre o tema desenvolvido:
Alternativas
Q766439 Português

TEXTO I

      Cidadania: Lei Maria da Penha completa 10 anos

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada em 7 de agosto de 2006, completa dez anos de vigência. Ela foi criada para combater a violência doméstica e familiar, garante punição com maior rigor dos agressores e cria mecanismos para prevenir a violência e proteger a mulher agredida.

Desde 1988 a Constituição brasileira já trazia o princípio da igualdade entre homens e mulheres, em todos os campos da vida social. O artigo 226 diz que “o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”. A inserção desse artigo atribui ao Estado a obrigação de intervir nas relações familiares para coibir a violência, bem como de prestar assistência às pessoas envolvidas. No entanto, os casos de violência contra a mulher eram considerados de menor potencial ofensivo e a punição dependia muito da interpretação do juiz.

Até 2006, havia um massivo arquivamento de processos de violência doméstica. Eram comuns casos em que agressões físicas foram punidas apenas com o pagamento de cestas básicas. Ou ainda, situações fatais, em que o agressor mata a mulher e tem sua responsabilidade diminuída: a mulher cometeu adultério e o marido acaba sendo absolvido na Justiça por estar defendendo a sua honra ou o assassino que cometeu “um homicídio passional” por ciúmes não é devidamente penalizado.

Nesse contexto, muitas brasileiras não denunciavam as agressões porque sabiam que seriam ignoradas pelas autoridades e os companheiros não seriam punidos. Outros fatores também contribuem para que a mulher não consiga sair da relação com o agressor: ela é ameaçada e tem medo de apanhar de novo ou morrer se terminar a relação, ela depende financeiramente do companheiro, tem vergonha do que a família e amigos vão achar, acredita que o agressor vai mudar e que não voltará a agredir ou pensa que a violência faz parte de qualquer relacionamento.

A Lei Maria da Penha, amparada no artigo 226 e em acordos internacionais, altera o Código Penal e aumenta o rigor nas punições para agressões de pessoas próximas. A lei tirou da invisibilidade e inovou ao tratar a violência doméstica e de gênero como uma violação de direitos humanos.

A Lei 11.340 configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Entre as inovações, está a velocidade no atendimento aos casos. Depois que a mulher apresenta queixa na delegacia de polícia ou à Justiça, o juiz tem o prazo de até 48 horas para analisar a concessão de proteção. Além disso, a Lei Maria da Penha ampara a mulher dentro e fora de casa. Também considera a agressão psicológica e patrimonial como violência doméstica e familiar contra a mulher, ou seja, abrange abusos que não deixam marcas no corpo.

A aplicação da lei Maria da Penha contempla ainda agressões de quaisquer outras formas, do irmão contra a irmã (família); genro e sogra (família, por afinidade); a violência entre irmãs ou filhas (os) e contra a mãe (família).

Apesar de significar um marco na questão da violência doméstica, ainda falta muito para a violência contra a mulher terminar. A Lei Maria da Penha precisa ser implementada nos Estados de forma eficiente. Além disso, é preciso mudar a cultura de violência e o machismo da sociedade brasileira. Uma questão que demanda educação, trabalho e tempo.

CUNHA, Carolina, Novelo Comunicação, 19 ago. 2016, UOL Vestibular, Atualidades. (Adaptação) 

Segundo o Texto I, a Lei Nº 11.340 considera como violência doméstica e familiar contra a mulher
Alternativas
Q766438 Português

TEXTO I

      Cidadania: Lei Maria da Penha completa 10 anos

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada em 7 de agosto de 2006, completa dez anos de vigência. Ela foi criada para combater a violência doméstica e familiar, garante punição com maior rigor dos agressores e cria mecanismos para prevenir a violência e proteger a mulher agredida.

Desde 1988 a Constituição brasileira já trazia o princípio da igualdade entre homens e mulheres, em todos os campos da vida social. O artigo 226 diz que “o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”. A inserção desse artigo atribui ao Estado a obrigação de intervir nas relações familiares para coibir a violência, bem como de prestar assistência às pessoas envolvidas. No entanto, os casos de violência contra a mulher eram considerados de menor potencial ofensivo e a punição dependia muito da interpretação do juiz.

Até 2006, havia um massivo arquivamento de processos de violência doméstica. Eram comuns casos em que agressões físicas foram punidas apenas com o pagamento de cestas básicas. Ou ainda, situações fatais, em que o agressor mata a mulher e tem sua responsabilidade diminuída: a mulher cometeu adultério e o marido acaba sendo absolvido na Justiça por estar defendendo a sua honra ou o assassino que cometeu “um homicídio passional” por ciúmes não é devidamente penalizado.

Nesse contexto, muitas brasileiras não denunciavam as agressões porque sabiam que seriam ignoradas pelas autoridades e os companheiros não seriam punidos. Outros fatores também contribuem para que a mulher não consiga sair da relação com o agressor: ela é ameaçada e tem medo de apanhar de novo ou morrer se terminar a relação, ela depende financeiramente do companheiro, tem vergonha do que a família e amigos vão achar, acredita que o agressor vai mudar e que não voltará a agredir ou pensa que a violência faz parte de qualquer relacionamento.

A Lei Maria da Penha, amparada no artigo 226 e em acordos internacionais, altera o Código Penal e aumenta o rigor nas punições para agressões de pessoas próximas. A lei tirou da invisibilidade e inovou ao tratar a violência doméstica e de gênero como uma violação de direitos humanos.

A Lei 11.340 configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Entre as inovações, está a velocidade no atendimento aos casos. Depois que a mulher apresenta queixa na delegacia de polícia ou à Justiça, o juiz tem o prazo de até 48 horas para analisar a concessão de proteção. Além disso, a Lei Maria da Penha ampara a mulher dentro e fora de casa. Também considera a agressão psicológica e patrimonial como violência doméstica e familiar contra a mulher, ou seja, abrange abusos que não deixam marcas no corpo.

A aplicação da lei Maria da Penha contempla ainda agressões de quaisquer outras formas, do irmão contra a irmã (família); genro e sogra (família, por afinidade); a violência entre irmãs ou filhas (os) e contra a mãe (família).

Apesar de significar um marco na questão da violência doméstica, ainda falta muito para a violência contra a mulher terminar. A Lei Maria da Penha precisa ser implementada nos Estados de forma eficiente. Além disso, é preciso mudar a cultura de violência e o machismo da sociedade brasileira. Uma questão que demanda educação, trabalho e tempo.

CUNHA, Carolina, Novelo Comunicação, 19 ago. 2016, UOL Vestibular, Atualidades. (Adaptação) 

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada em 7 de agosto de 2006, completa dez anos de vigência. [...] Considerando o significado das palavras em destaque, é possível afirmar que
Alternativas
Respostas
2401: A
2402: B
2403: D
2404: A
2405: B
2406: B
2407: B
2408: B
2409: C
2410: D
2411: D
2412: E
2413: B
2414: B
2415: E
2416: A
2417: B
2418: C
2419: D
2420: E