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Q879410 Português

                                                   Texto II

                                          Abril Despedaçado

                                                                                        Alessandra Salina


      O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, aborda o conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino.

      O contexto dessa história também denuncia a pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da confecção da rapadura e, enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso, também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto.

      O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica. É importante ressaltar que outro personagem, Menino, é vítima constante de violência: apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos.

      Outro aspecto positivo do filme é o fato de mostrar uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola etc.

Disponível em: http://www.laprev.ufscar.br/sinopse-filmes/abril-despedacado Acesso em 21/01/2018.

Assinale a alternativa que apresenta uma palavra que tem sufixo formador de advérbio.
Alternativas
Q879409 Português

                                                   Texto II

                                          Abril Despedaçado

                                                                                        Alessandra Salina


      O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, aborda o conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino.

      O contexto dessa história também denuncia a pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da confecção da rapadura e, enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso, também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto.

      O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica. É importante ressaltar que outro personagem, Menino, é vítima constante de violência: apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos.

      Outro aspecto positivo do filme é o fato de mostrar uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola etc.

Disponível em: http://www.laprev.ufscar.br/sinopse-filmes/abril-despedacado Acesso em 21/01/2018.

Com base no seguinte contexto de uso, assinale a alternativa em que as palavras em destaque estão corretamente classificadas, respectivamente.


“O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica.”

Alternativas
Q879408 Português

                                                   Texto II

                                          Abril Despedaçado

                                                                                        Alessandra Salina


      O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, aborda o conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino.

      O contexto dessa história também denuncia a pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da confecção da rapadura e, enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso, também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto.

      O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica. É importante ressaltar que outro personagem, Menino, é vítima constante de violência: apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos.

      Outro aspecto positivo do filme é o fato de mostrar uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola etc.

Disponível em: http://www.laprev.ufscar.br/sinopse-filmes/abril-despedacado Acesso em 21/01/2018.

Assinale a alternativa em que ocorram, respectivamente, dígrafo vocálico, dígrafo consonantal e encontro consonantal.
Alternativas
Q879407 Português

                                                   Texto II

                                          Abril Despedaçado

                                                                                        Alessandra Salina


      O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, aborda o conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino.

      O contexto dessa história também denuncia a pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da confecção da rapadura e, enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso, também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto.

      O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica. É importante ressaltar que outro personagem, Menino, é vítima constante de violência: apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos.

      Outro aspecto positivo do filme é o fato de mostrar uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola etc.

Disponível em: http://www.laprev.ufscar.br/sinopse-filmes/abril-despedacado Acesso em 21/01/2018.

Sobre o Texto II, é correto afirmar que
Alternativas
Q879406 Português

                                                   Texto II

                                          Abril Despedaçado

                                                                                        Alessandra Salina


      O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, aborda o conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino.

      O contexto dessa história também denuncia a pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da confecção da rapadura e, enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso, também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto.

      O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica. É importante ressaltar que outro personagem, Menino, é vítima constante de violência: apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos.

      Outro aspecto positivo do filme é o fato de mostrar uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola etc.

Disponível em: http://www.laprev.ufscar.br/sinopse-filmes/abril-despedacado Acesso em 21/01/2018.

Quanto à tipologia da sinopse apresentada do filme “Abril despedaçado” e às características desse gênero textual, é correto afirmar que
Alternativas
Q879405 Português

                                                   Texto II

                                          Abril Despedaçado

                                                                                        Alessandra Salina


      O filme Abril Despedaçado, de Walter Salles, aborda o conflito de terras entre duas famílias no interior nordestino do Brasil. Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras, de forma que as mortes se alternavam entre as famílias. Abril Despedaçado mostra a repercussão desta prática na história de vida dos personagens, principalmente em relação ao protagonista Tonho (Rodrigo Santoro) e seu irmão Menino.

      O contexto dessa história também denuncia a pobreza do sertão e principalmente os vários níveis de exploração e domínio estabelecidos. A família evidenciada no filme sobrevive da confecção da rapadura e, enquanto o pai de família força o filho pequeno ao trabalho intenso, também é explorado pelo dono da venda que passa a pagar menos pelo seu produto.

      O filme mostrou-se um recurso muito rico para observação e análise da violência, principalmente a psicológica. É importante ressaltar que outro personagem, Menino, é vítima constante de violência: apanha do pai, é proibido de brincar, obrigado a trabalhos forçados e presencia o assassinato de um dos irmãos.

      Outro aspecto positivo do filme é o fato de mostrar uma população que sofre violência e que possivelmente apenas intervenções amplas em seu contexto poderiam protegê-las, como o oferecimento de condições dignas de trabalho, moradia, acesso à escola etc.

Disponível em: http://www.laprev.ufscar.br/sinopse-filmes/abril-despedacado Acesso em 21/01/2018.

Analise o seguinte trecho e assinale a alternativa INCORRETA.


“Essa disputa se mantém durante várias gerações e se caracteriza por um ritual no qual sempre os filhos mais velhos de cada família se enfrentam em um duelo de morte em nome de suas terras[...].”

Alternativas
Q879404 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Em “É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres.”, de acordo com o contexto, considerando o sentido do vocábulo destacado, ele pode ser adequadamente substituído por
Alternativas
Q879403 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

No seguinte excerto, para construir sua linha argumentativa, o autor vale-se de que tipo de relação lógico-semântica?


“Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê-las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. “

Alternativas
Q879402 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

No trecho “Tem [...] imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.”, a vírgula e o sinal de dois-pontos são utilizados, respectivamente, para
Alternativas
Q879401 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Considerando as relações estabelecidas entre termos regentes e termos regidos, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q879400 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Assinale a alternativa em que se justifica corretamente o uso do acento grave na seguinte frase:


“Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima [...]”

Alternativas
Q879399 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Considerando as diferentes funções que o vocábulo “se” pode exercer em um texto, assinale a alternativa em que esteja INCORRETA a classificação apresentada para os termos destacados.
Alternativas
Q879398 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.


1. Oração Subordinada Adverbial.

2. Oração Subordinada Substantiva.

3. Oração Subordinada Adjetiva.


( ) “[...] construindo bem, tornam-se bons arquitetos […].”

( ) “É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos.”

( ) “[…] os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem.”

( ) “[…] de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos […].”

( ) “Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza […].”

Alternativas
Q879397 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

Em “É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres.”, o conectivo em destaque expressa, no período, sentido de
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Q879396 Português

                                               Texto I


                                              LIVRO II

 
      1 . Sendo, pois, de duas espécies a virtude, intelectual e moral, a primeira, por via de regra, gera-se e cresce graças ao ensino — por isso requer experiência e tempo; enquanto a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde ter-se formado o seu nome por uma pequena modificação da palavra (hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode formar um hábito contrário à sua natureza. Por exemplo, à pedra, que por natureza se move para baixo, não se pode imprimir o hábito de ir para cima, ainda que tentemos adestrá-la jogando-a dez mil vezes no ar; nem se pode habituar o fogo a dirigir-se para baixo, nem qualquer coisa que por natureza se comporte de certa maneira a comportar-se de outra.

      Não é, pois, por natureza, nem contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Digase, antes, que somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito. Por outro lado, de todas as coisas que nos vêm por natureza, primeiro adquirimos a potência e mais tarde exteriorizamos os atos. Isso é evidente no caso dos sentidos, pois não foi por ver ou ouvir frequentemente que adquirimos a visão e a audição, mas, pelo contrário, nós as possuíamos antes de usá-las, e não entramos na posse delas pelo uso. Com as virtudes dá-se exatamente o oposto: adquirimo-las pelo exercício, como também sucede com as artes. Com efeito, as coisas que temos de aprender antes de poder fazê- las, aprendemo-las fazendo (...); por exemplo, os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo esse instrumento. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos, e assim com a temperança, a bravura, etc. Isto é confirmado pelo que acontece nos Estados: os legisladores tornam bons os cidadãos por meio de hábitos que lhes incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logra tal  desiderato falha no desempenho da sua missão. Nisso, precisamente, reside a diferença entre as boas e as más constituições. Ainda mais: é das mesmas causas e pelos mesmos meios que se gera e se destrói toda virtude, assim como toda arte: de tocar a lira surgem os bons e os maus músicos. Isso também vale para os arquitetos e todos os demais; construindo bem, tornam-se bons arquitetos; construindo mal, maus. Se não fosse assim não haveria necessidade de mestres, e todos os homens teriam nascido bons ou maus em seu ofício.

      Isso, pois, é o que também ocorre com as virtudes: pelos atos que praticamos em nossas relações com os homens nos tornamos justos ou injustos; pelo que fazemos em presença do perigo e pelo hábito do medo ou da ousadia, nos tornamos valentes ou covardes. O mesmo se pode dizer dos apetites e da emoção da ira: uns se tornam temperantes e calmos, outros intemperantes e irascíveis, portando-se de um modo ou de outro em igualdade de circunstâncias. Numa palavra: as diferenças de caráter nascem de atividades semelhantes. É preciso, pois, atentar para a qualidade dos atos que praticamos, porquanto da sua diferença se pode aquilatar a diferença de caracteres. E não é coisa de somenos que desde a nossa juventude nos habituemos desta ou daquela maneira. Tem, pelo contrário, imensa importância, ou melhor: tudo depende disso.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco: tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W.D. Ross (Os pensadores). 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p.29-30. 

De acordo com as ideias e informações expostas no Texto I, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q320165 Legislação Estadual
Sobre os deveres éticos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve, bem como a filiação a partido político enquanto permanecer em atividade.

( ) É proibida ao militar a manifestação individual ou coletiva sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório, de cunho político-partidário e sobre assuntos de natureza militar de caráter sigiloso.

( ) Ao militar da ativa é vedado comerciar ou tomar parte na administração ou gerência de sociedade, ou delas ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista, em sociedade anônima ou sociedade empresária limitada.

( ) Ao bombeiro militar da ativa é proibido elaborar projeto contra incêndio e pânico, entretanto será permitido colaborar para a apresentação de projeto contra incêndio e pânico de forma gratuita, desde que possua formação superior em engenharia civil.

A sequência está correta em

Alternativas
Q320164 Legislação Federal
Em relação à CORREG, marque a alternativa correta.

Alternativas
Q320163 Legislação Federal
Acerca dos preceitos e deveres da ética militar, é INCORRETO

Alternativas
Q320162 Legislação Estadual
Analise as afirmativas a seguir.

I. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar são instituições permanentes, reserva do Exército Brasileiro, diretamente subordinadas ao Governador do Estado.

II. Compete, em todo o território tocantinense, à Polícia Militar, o exercício da polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, bem como as funções de defesa civil, com exclusividade.

III. O serviço bombeiro militar consiste no exercício de atividades destinadas a preservar a ordem pública consubstanciada em ações de tranquilidade, salubridade e paz social no Estado, além de mediante requisição de Autoridades Fazendárias, o exercício da polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.

IV. O serviço policial militar consiste no exercício de atividades inerentes à Polícia Militar, e compreende todos os encargos relacionados ao policiamento ostensivo e à manutenção da ordem pública.

Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Q320160 Legislação Estadual
Acerca dos deveres éticos, é INCORRETO afirmar que

Alternativas
Respostas
241: B
242: D
243: C
244: A
245: B
246: E
247: A
248: A
249: E
250: C
251: B
252: D
253: A
254: E
255: C
256: D
257: B
258: B
259: B
260: C