Questões Militares
Para apmbb
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Para responder à questão, leia as estrofes extraídas do episódio “O Velho do Rastelo”, de Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões.
Mas um velho, de aspeito* venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C’um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d’alma e da vida
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios!
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana.”
*aspecto
(www.arionaurocartuns.com.br)
A palavra só, presente na fala do personagem, tem o mesmo sentido em:
Cidades médias ricas e excludentes
Nas últimas décadas, além da consolidação das áreas metropolitanas, a geografia brasileira testemunha o sólido avanço das cidades médias. A importância desses espaços – que reúnem entre 100 mil e meio milhão de habitantes – se revela em análises como uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre crescimento da população e do PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios na última década. O estudo mostrou que os centros de médio porte tiveram uma expansão de sua riqueza de 5% por ano, entre 2002 e 2005, ante 4,63% nas metrópoles e 4,29% nos pequenos municípios. De 2000 a 2007, seu incremento populacional médio foi de 2% anuais, enquanto as grandes concentrações urbanas cresciam 1,66%, e as menores, 0,61%.
No entanto, embora sejam vistas como “ilhas de prosperidade”, essas cidades são marcadas por bolsões de exclusão social, repetindo e às vezes acentuando os contrastes típicos do país. Essa é a conclusão de dois grupos de pesquisa da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Unesp, câmpus de Presidente Prudente. Os especialistas apontam que, num centro economicamente significativo do interior paulista como São José do Rio Preto, por exemplo, mais de 20% da população não tem acesso a moradia, educação, saúde e lazer. A porcentagem se repete no município mineiro de Uberlândia, enquanto que em Presidente Prudente a taxa sobe para 22%.
(Jornal Unesp, março de 2010)
Cidades médias ricas e excludentes
Nas últimas décadas, além da consolidação das áreas metropolitanas, a geografia brasileira testemunha o sólido avanço das cidades médias. A importância desses espaços – que reúnem entre 100 mil e meio milhão de habitantes – se revela em análises como uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre crescimento da população e do PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios na última década. O estudo mostrou que os centros de médio porte tiveram uma expansão de sua riqueza de 5% por ano, entre 2002 e 2005, ante 4,63% nas metrópoles e 4,29% nos pequenos municípios. De 2000 a 2007, seu incremento populacional médio foi de 2% anuais, enquanto as grandes concentrações urbanas cresciam 1,66%, e as menores, 0,61%.
No entanto, embora sejam vistas como “ilhas de prosperidade”, essas cidades são marcadas por bolsões de exclusão social, repetindo e às vezes acentuando os contrastes típicos do país. Essa é a conclusão de dois grupos de pesquisa da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Unesp, câmpus de Presidente Prudente. Os especialistas apontam que, num centro economicamente significativo do interior paulista como São José do Rio Preto, por exemplo, mais de 20% da população não tem acesso a moradia, educação, saúde e lazer. A porcentagem se repete no município mineiro de Uberlândia, enquanto que em Presidente Prudente a taxa sobe para 22%.
(Jornal Unesp, março de 2010)
Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Prepararaa lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas)
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
É correto afirmar que os versos do poeta pernambucano