Questões de Concurso
Sobre fundamentos da história : tempo, memória e cultura em história
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Para José Carlos Reis (2019), o debate epistemológico-metodológico e teórico-metodológico assumiu contornos diferenciados na cultura histórica, em alguns momentos esse debate foi quase irrelevante. Considerando essa afirmação, é correto afirmar que o debate epistemológico-metodológico e teórico-metodológico entre os Historiadores do positivismo/empirismo histórico é caracterizado por:
1. Um debate teórico-metodológico que liga e aproxima o historiador do que deve realmente interessá-lo: os fatos, as fontes, a realidade do passado. Para eles, o historiador-teórico não poderia pretender ser um historiador, uma vez que, abandonou o canteiro de obras da história, os arquivos, os museus, as fontes primárias, e ao pesquisar somente em bibliotecas, restringindo-se às obras impressas, tornou-se um filósofo, um literato, um ficcionista.
2. Uma historiografia empirista que se apoia sobre uma memória arquivada, sobre inscrições, sobre marcas exteriores, para proteger-se da contiguidade com a imaginação/ficção. O seu ponto de vista é objetivante: a lembrança é de uma experiência vivida localizada e datada. O testemunho diz: “eu estava lá, eu presenciei, eu vi”. O arquivo está lá, é um depósito, que reconhece, conserva e classifica a massa documental para consulta.
3. Pela data, que é um dado do tempo calendário, um sistema de datas extrínseco aos eventos. Pois, todo evento se inscreve neste espaço-tempo exterior: local/data. O historiador que se equivocar em relação ao local e à data do evento, estará mergulhado na imaginação, no mito, na fábula. A organização cronológica, a sucessão rigorosa dos momentos que constituem um evento e dos eventos entre si, não pode ser visível em uma documentação objetiva, sem antes ser interiorizada.
4. Uma atitude crítica, que reúne credulidade e ceticismo. A atitude crítica, primeiro, é crédula, deve receber a informação, acolher o documento; depois, cética, deve duvidar, desconfiar, suspeitar, e processá-lo, elaborá-lo. A confiança no documento não deve ser fundada na declaração de intenção do próprio documento, mas construída pela dúvida metódica do historiador.
5. Uma historiografia que busca a verdade exterior, objetiva, o seu conteúdo são os testemunhos e as provas do passado. O testemunho ocular declara que esteve presente e pede que acreditem nele, é interrogado e avaliado, confrontado com outros, e só passará a valer se for aceito. Então, ele se torna um dado estável, reiterável, que pode ser reaberto e reavaliado por qualquer um. Ele se torna uma memória arquivada.
Estão CORRETAS:
Interpretando-se o trecho acima, pode-se afirmar que a história:
Entre as obras de maior destaque daqueles que compuseram o movimento dos Annales, encontram-se:
No trecho acima, Chartier está fazendo um contraponto a concepções conhecidas como:
“O trabalho com o documento (...) escrito, arqueológico, figurativo, oral, que é interrogar os silêncios da História (...) algo que nos foi dado intencionalmente, ele é o produto de certa orientação da História, de que devemos fazer crítica, não só segundo as regras do método positivista, que obviamente continuam necessárias a certo nível, mas também de uma maneira que eu qualificaria de quase ideológica. Tem um caráter mais ou menos fabricado.” (Adaptado)
O trecho demonstra aspectos da documentação histórica que devem ser trabalhados em sala de aula. É importante explicar ao aluno:
E. H. Carr. O que é história? 7.ª reimp. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, p. 62.
Considerando o texto do historiador Edward H. Carr, que usa a metáfora da montanha para rebater críticas e estabelecer alguns pontos teóricos sobre o ofício do historiador, assinale a opção correta.
A Democracia Racial. B Complexo de Vira-Lata.
C Homem Cordial. D Redescoberta do Brasil.
( ) Caio Prado Jr. ( ) Nelson Rodrigues. ( ) Sérgio Buarque de Holanda. ( ) Gilberto Freyre.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta.
Leia a citação do Historiador Fernand Braudel e responda:
“Para nós, historiadores, uma estrutura é sem dúvida, articulação, arquitetura, porém mais ainda, uma realidade que o tempo utiliza mal e veicula mui longamente. Certas estruturas tornam-se elementos estáveis de uma infinidade de gerações”.
A descrição acima representa um dos tipos de temporalidades utilizados na história, que também estão presentes nos livros didáticos do contexto escolar atual. Esta é a chamada:
Leia o trecho e responda:
“Tal concepção historiográfica, em meados da década de 1960, passou a predominar na historiografia francesa, tratou de temas preferencialmente ligados ao cotidiano e às representações, como o amor, a morte, a mulher, as bruxas, os homossexuais, os loucos, a família, o corpo, a criança, dos modos de vestir, comer, chorar, beijar, etc. São padrões de comportamentos e atitudes recorrentes daqueles complexos mentais/emocionais que estão por trás das coisas, como as práticas de feitiçarias, crenças, o comportamento do homem diante da morte.”
A descrição se refere a que modalidade historiográfica:
(Vanderlei Silva, Kalina; Henrique Silva, Maciel. Dicionário de Conceitos Hstóricos 3ª Ed., 5ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2015)
Sobre História e Memória, assinale a alternativa CORRETA:
( ) Trata-se de uma modalidade historiográfica que privilegia a análise de temas econômicos e a atuação dos grupos sociais que controlam a economia do seu tempo. ( ) Para Max Weber trata-se da forma de traduzir a circularidade de cultura, que permite a socialização dos indivíduos e a identificação das características comuns de um grupo específico. ( ) Para Chartier é uma história do sistema de crenças, de valores e de representações próprios a uma época ou grupo. ( ) Segundo Duby, a designação ajustava-se à necessidade de explicar o que de mais profundo persiste e dá sentido à vida material das sociedades. ( ) Le Goff afirma que o nível da história das mentalidades é o que escapa aos sujeitos particulares da história, porque revelador do conteúdo impessoal do seu pensamento.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
1. A Escola dos Annales é uma vertente historiográfica do século XX que se constituiu em torno do periódico francês Annales d’histoire économique et sociale. 2. A escola foi fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch, em 1929, com a proposta de ir além da visão positivista da história como crônica de acontecimentos. 3. Os idealizadores da escola pretendiam substituir os processos históricos de longa duração pelo tempo breve da história dos acontecimentos do tempo presente. 4. Fernand Braudel foi um dos personagens mais relevantes da segunda geração da Escola dos Annales, especialmente por seu livro O Mediterrâneo. 5. Uma inovação relevante presente nos escritos dos seguidores dessa escola foi a incorporação de métodos das Ciências Sociais à História.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
( ) Nasceu em Alexandria, mas é mundialmente conhecido como um historiador britânico e marxista. ( ) Sua obra histórica privilegiou o estudo da construção das tradições no contexto do Estado-nação. ( ) Nos escritos Nações e Nacionalismos e A Invenção da Tradição tratou também da história das ideologias políticas e sociais. ( ) Considerava que, muitas vezes, as tradições são inventadas por elites nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações. ( ) Nos seus livros A era das Revoluções e Riqueza das Nações tratou com destaque das classes dominantes como promotoras do crescimento econômico.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.