Questões de História - Fundamentos da História : Tempo, Memória e Cultura para Concurso

Foram encontradas 897 questões

Q2392840 História
O famoso breviário de Langlois e Seignobos começava com uma definição simples, concisa e direta: “Documentos são os traços que deixaram os pensamentos e os atos dos homens do passado”, mas terminava com uma afirmação restritiva: “A História não é mais do que uma aplicação dos documentos.” (...) A última afirmação supunha uma não explicada teoria do conhecimento que mantinha o sujeito cognitivo (o historiador) como neutro e ausente (...)

(Saliba, E. T. Aventuras modernas e desventuras pós-modernas. In: Pinsky, C. B.; Luca, T. R. de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009, p. 312)


Os autores apontados são vinculados à corrente historiográfica
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Q2392835 História
Muitas pessoas e mesmo, parece, certos autores de manuais fazem uma imagem surpreendentemente cândida da marcha de nosso trabalho. No princípio, diriam de bom grado, eram os documentos. O historiador os reúne, lê, empenha-se em avaliar sua autenticidade. Depois do que, e somente depois, os põe para funcionar... Uma infelicidade apenas: nenhum historiador, jamais, procedeu assim. Mesmo quando, eventualmente, imagina fazê-lo.

(Marc Bloch. Apologia da história ou o ofício do historiador)


Conforme o texto e os conhecimentos historiográficos, a visão de Marc Bloch considera que
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Q2373012 História
O historiador italiano Alessandro Portelli, ao desenvolver uma pesquisa fundamentada na história oral, realizou uma entrevista com Alfredo Filipponi, antigo operário e secretário da resistência comunista contra o fascismo entre 1943 e 1944. A entrevista ocorreu em 1973, quando Filipponi já se encontrava muito doente e faleceu pouco tempo depois. No decorrer da entrevista ocorreu o seguinte diálogo:

Portelli: Durante a resistência, você pensava apenas na liberdade nacional ou desejava alguma coisa mais?
Filipponi: Pensavámos na libertação nacional do fascismo e, após isso tínhamos esperança de alcançar o socialismo, o qual ainda não havíamos atingido. Depois que a guerra terminou - Terni foi onze meses mais cedo do que o resto do país -, o camarada Palmiro Togliatti [secretário do Partido Comunista italiano no pós-guerra] convocou uma reunião com os líderes do Partido em todas as províncias da Itália. Togliatti fez um discurso e adiantou que haveria eleições e pediu o meu apoio para ganharmos a eleição. Houve aceitação ao discurso feito, mas eu levantei minha mão: “Camarada Togliatti, eu discordo”, porque, como Lenine disse: quando o tordo voa, é o momento de atirar nele. Hoje o tordo está voando: todos os chefes fascistas estão se escondendo ou fugindo, tanto em Terni como em qualquer outro lugar. Este é o momento: nós atacamos e construímos o socialismo. Togliatti colocou a sua moção e a minha em votação e a dele obteve quatro votos a mais do que a minha, e assim foi vencedora.
Adaptado de: PORTELLI, Alessandro. Sonhos Ucrônicos, Memória e Possíveis Mundos dos Trabalhadores. Projeto História, n. 10, São Paulo: Educ, 1993. p. 42-43.


Segundo Portelli, a confrontação entre Filliponi e Togliatti nunca aconteceu. Com base nos estudos atuais sobre a oralidade como fonte de pesquisa, essa constatação indica que a História Oral
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Q2373011 História

O escritor argentino Julio Cortázar (1914-1984) escreveu em O Jornal e suas metamorfoses:


Um senhor pega um bonde depois de comprar o jornal e pô-lo debaixo do braço. Meia hora depois, desce com o mesmo jornal debaixo do mesmo braço.

Mas já não é o mesmo jornal, agora é um monte de folhas impressas que o senhor abandona num banco de praça.

Mal fica sozinho na praça, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que um rapaz o descobre, o lê, e o deixa transformado num monte de folhas impressas.

Mal fica sozinho no banco, o monte de folhas impressas se transforma outra vez em jornal, até que uma velha o encontra, o lê e o deixa transformado num monte de folhas impressas. Depois, leva-o para casa e no caminho aproveita-o para embrulhar um molho de acelga, que é para o que servem os jornais depois dessas excitantes metamorfoses.


CORTÁZAR, Julio. Histórias de Cronópios e de Famas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. p. 63.


Um professor leu com os seus alunos esse texto de Cortázar, o que fez com que toda a turma concluísse que, na escola básica, os documentos históricos

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Q2371062 História
“Michel de Certeau propôs a expressão 'fazer história', podemos considerar que o acontecimento está ligado a um fazer, a uma fábrica.” (DOSSE, François.  A História. São Paulo: UNESP. 2012, p. 211). Analise as proposições a seguir:

I- Em Certeau, os princípios epistemológicos da história vê na realidade do fato a sua causalidade histórica, considerada a única que dá fundamentos a busca da objetividade.
II- Michel de Ceretau, um historiador jesuíta da França, pensa a História como a ciência que estuda o homem, em seu meio, através dos tempos aplicando métodos científicos e construindo leis gerais.
III- Para Certeau, retomar a noção de regimes de historicidade, no cruzamento entre vivência e o conceito, a psicanálise e a história é perceber que está noção explica a singularidade com a qual as comunidades humanas vivem sua relação com o tempo.
IV- A construção social dos acontecimentos, em Certeau, passa pela tentativa de redução da indeterminação do que aconteceu e ao qual se tenta conferir uma importância determinada em consequência de um sistema de valores. Essa busca tem a vantagem de estar ligada a um lugar, a uma instituição, a uma ancoragem social. 


É CORRETO o que se afirma em:

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Respostas
156: D
157: A
158: B
159: C
160: C