Questões de Concurso Comentadas sobre história
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O período pós-abolicionista nos Estados Unidos, após o término da Guerra de Secessão, marcou a reestruturação do país. Nesse processo, foi discutida a cidadania negra. Os Black Codes (códigos negros) versavam sobre direitos à população negra principalmente no _______ dos Estados Unidos, _______ restrições à cidadania.
Durante a Primeira República, no ano de 1906, foi firmado o Convênio de Taubaté. ____________ participaram do acordo, que visava proteger a _____________, por meio da compra do produto pelo poder público.
I. O Humanismo representou a valorização da centralidade do ser humano na sociedade.
II. O termo “Renascimento” foi criado na Idade Contemporânea e ignora avanços empreendidos na Idade Média.
III. O Renascimento marcou a separação irreconciliável entre a ciência e a religião, uma se tornando o extremo oposto da outra.
IV. Outra importante característica foi o Neoclassicismo, que representou o resgate de textos e elementos artísticos greco-romanos.
Estão CORRETOS:
Somos responsáveis pela fecundação e pela manutenção de nosso solo sagrado. Seremos sempre guerreiras em defesa da existência de nossos povos e da Mãe Terra. Enquanto mulheres, lideranças e guerreiras, geradoras e protetoras da vida, iremos nos posicionar e lutar contra as questões e as violações que afrontam nossos corpos, nossos espíritos, nossos territórios. [...] A vida e o território são a mesma coisa, pois a terra nos dá nosso alimento, nossa medicina tradicional, nossa saúde e nossa dignidade. Perder o território é perder nossa mãe. Quem tem território tem mãe, tem colo. E quem tem colo tem cura.
Documento final da Marcha das Mulheres Indígenas, 2019. Disponível em; <https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/45426/3637>. Acesso em: 14 set. 2023.
O conceito de território apresentado no texto se opõe radicalmente à lógica da
Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da Independência. Maria Quitéria de Jesus tinha trinta anos quando a Bahia começou a pegar em armas contra os portugueses. Apesar da proibição de mulheres nos batalhões de voluntários, decidiu se alistar às escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu-se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com o nome de “Soldado Medeiros”.
Gomes, L. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil, um país que tinha tudo para dar errado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 204.
O texto revela como característica que marcava a sociedade da época
De fato, o nome próprio que designaria o Novo Mundo, América, colocado na parte sul do continente no famoso mapa de Martin Waldseemuller de 1507, logo passaria a nomear também a parte norte. Todavia, o sucesso desse nome apagou o fato de que esse nome, América, seria arrebatado, no século XIX, pelo único país no mundo que não tinha nome: os Estados Unidos de norte-américa. Com a doutrina Monroe, esse nome de tanto sucesso passou a designar o país do norte, enquanto a primeira América, a de Colombo, Cabral, Vespuccio e Moctezuma, passou a ser chamada de América Latina, marginalizando as populações indígenas e negras.
BRUIT, Héctor H. A Invenção da América Latina. Anais Eletrônicos do V Encontro da ANPHLAC, Belo Horizonte, 2000, p. 1.
O texto associa o fato narrado à doutrina Monroe porque essa doutrina visava a
As mulheres das sociedades iorubas no período pré-colonial africano tinham domínio sobre os mercados das cidades. Em termos institucionais, as mulheres mercadoras eram representadas pelas Iyalodés (título de pessoa mais importante entre as mulheres locais). A manifestação visual deste poder era na indumentária: contas de chefiamento e chapéus que, por vezes, eram usados por líderes de alguns reinos – algo próximo ao que conhecemos como “baiana” no Brasil nos dias de hoje.
LIMA, H. G. A herança do comércio da África pré-colonial nas práticas comerciais em Salvador e no Rio de Janeiro. Revista da ABPN, v. 12, 2020, p. 183-184.
De acordo com o texto, nas sociedades iorubás, as mulheres
A “febre americana” agiu de forma diferenciada sobre as populações italianas. Acerca da América criou-se todo um imaginário. A nova Canaã era mais do que a expectativa de uma outra vida, tratava-se de uma luta contra a imposição de determinadas condições sociais adversas que estavam para além da pobreza. Aqueles indivíduos queriam tornar-se sujeitos de sua condição histórica e ser valorizados.
ZANINI, M. C. C. Um olhar antropológico sobre fatos e memórias da imigração italiana. MANA, v. 13, n. 2, 2007 p. 527.
No Brasil, no início do século XIX, a migração mencionada no texto estava associada a uma política nacional de
É altamente impertinente e presunçoso, por parte dos reis e ministros, pretenderem vigiar a economia das pessoas particulares e limitar seus gastos, seja por meio de leis suntuárias, seja proibindo a importação de artigos de luxo do Exterior. São sempre eles, sem exceção alguma, os maiores perdulários da sociedade. Inspecionem eles bem seus próprios gastos e confiem tranquilamente que as pessoas particulares inspecionarão os seus. Se seu próprio esbanjamento não arruína o País, não será o de seus súditos que um dia o fará.
SMITH, A. A riqueza das Nações. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 296. [Adaptado].
O texto expõe as ideias de uma corrente de pensamento que defendia o(a)
“O senhor acredita, então”, insistiu o inquisidor, “que não se saiba qual a melhor lei?” Menocchio respondeu: “Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a melhor, mas não se sabe qual é a melhor; mas, porque meu avô, meu pai e os meus são cristãos, eu quero continuar cristão e acreditar que essa seja a melhor fé”.
Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 113.
O diálogo de um inquisidor com um homem processado pelo Santo Ofício, em 1599, expõe
Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006. [Adaptado].
O texto de Maquiavel expõe uma inovação na teoria política na época moderna expressa ao romper com
Com o objetivo de concentrar os trabalhos de pesquisa em um majestoso centro e dando vazão a um projeto de contornos políticos e culturais dos abássidas, foi construída, já sob o califado de Al-Ma’mun (813-833), a Bait al-Hikma, ou Casa da Sabedoria, implantada em 830. A magnífica estrutura, formada por instituto de pesquisa, biblioteca, observatório, museu e centro de traduções, detinha centenas de milhares de manuscritos e recebia verdadeiras fortunas em recursos públicos, sendo os seus eruditos homens de grande prestígio, revestidos de honrarias.
BRANDÃO, P. R. B. Devotos, sábios e viajantes: os geógrafos do mundo islâmico medieval. Geografia, Ensino & Pesquisa, v. 22, 2018, p. 12. [Adaptado].
No Ocidente cristão, esses acontecimentos tiveram impacto direto no âmbito
Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus, de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, cuja beleza supera a de qualquer outra da Itália, sobreveio a mortífera pestilência. Por iniciativa dos corpos superiores, ou em razão de nossas iniquidades, a peste, atirada sobre os homens por justa cólera divina e para nossa exemplificação, tivera início nas regiões orientais, há alguns anos. Incansável, fora de um lugar para outro; e estendera-se, de forma miserável, para o Ocidente. Na cidade de Florença, nenhuma prevenção foi válida, nem valeu a pena qualquer providência dos homens.
BOCACCIO, Giovanni. Decamerão. São Paulo: Abril, 1979, p. 11. [Adaptado].
O texto se refere à peste negra, que teve como consequência
Em verdade, o termo “Idade Média” se origina pela letra de seus primeiros detratores. Os primeiros a cunhar a expressão foram humanistas italianos que, em plenos séculos XIV-XV, contrapunham a depuração filológica, artística e arquitetônica de seu tempo àquela observada no período precedente, de modo a valorizar o primeiro. Assim, autores como Petrarca, Vasari e Andrea caracterizavam a medievalidade como “trevas”, verdadeiro interregno entre a Antiguidade e os tempos então “modernos”.
SILVA, P. D. O debate historiográfico sobre a passagem da Antiguidade à Idade Média. Revista Signum, 2013, v. 14, n. 1, p. 73.
De acordo com o texto, o conceito de Idade Média surgiu atrelado à
Poucas obras tiveram tanta repercussão historiográfica quanto a de Edward Gibbon. Desde então, historiadores da Antiguidade e medievalistas discutem sobre o período que corresponde à desarticulação do Ocidente imperial e à expansão do cristianismo e do islamismo. Até meados do século XX, prevaleceu a perspectiva pessimista, identificada pelo epítome de “declínio” imperial. Em reação a tais premissas desponta o conceito de Antiguidade Tardia que, ao enfatizar a noção de “transição”, atenua o conteúdo catastrófico das análises e dispensa noções correlatas, como a das “trevas” medievais.
SILVA, P. D. O debate historiográfico sobre a passagem da Antiguidade à Idade Média. Revista Signum, 2013, v. 14, n. 1, p. 73.
Contudo, o conceito de Antiguidade Tardia recebe críticas de historiadores que apontam que, ao privilegiar as noções associadas à continuidade, esse conceito acaba diluindo
Na Europa as tribos são diferentes umas das outras, tanto nas estaturas, quanto nas compleições, quanto nas virilidades. [...] Os que habitam uma região montanhosa, apical, elevada e abundante em água e as mudanças das estações lhes ocorrem diferenciadas; nestes casos, é normal que tenham aparência de grandes e sejam naturalmente propícios para o esforço e para a virilidade; e tais naturezas não têm menos selvageria e animalidade.
Hipócrates, apud: CAIRUS, H. F., RIBEIRO JR., W. Textos hipocráticos: o doente, o médico e a doença [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005, p. 111. [Adaptado]
O tratado de Hipócrates (séc. V a.C.) expõe uma percepção do homem fundada no determinismo